É de nossa vida que se trata
Estou feliz de ver quanta gente entra aqui e como algumas coisas aparentemente banais, como minha campanha pelas Kombis (aparentemente, notem bem!), geram boas discussões.
Mesmo sem se dar conta, por causa de Kombis, ônibus de dois andares e motores a ar vários blogueiros têm exercitado seu poder de reflexão sobre diversos assuntos que aparentemente (aparentemente, notem bem!) não têm nada a ver com carros, mas muito com a vida.
O comentário abaixo, do William Takahashi, que desconfio ter descendência nipônica, é um desses exemplos:
Acho que o mais triste é o fim da produção em série de um carro com esse motor boxer à ar. Não tanto pela Kombi, podia ser qualquer outro que fosse o último no mundo vendido nessa configuração. Marca o fim de uma era, um mundo como o conhecemos, como tantas outras coisas que estão acabando e pouca gente dá importância. Faz com que nós que apreciamos essas coisas nos sentir velhos antes da hora. Parece que o mundo não está sendo mais feito para nós, pensando no que gostamos ou admiramos. O que pensamos pouco importa hoje em dia, somos irrelevantes para a maioria. Pode parecer bobagem, mas a nossa luta pela preservação das Kombis chega à ser o símbolo maior da luta contra tudo o que está mudando no mundo, e à meu ver, para pior…
E se as Kombis fossem tão ruins assim, não tinha alemão fazendo fila prá comprar as últimas por 50 paus!
É isso. O mundo, em muita coisa, está acabando do modo que o conhecemos. Não sou refratário à modernidade. Sou refratário ao fim.
Não se ofenda, fui meio grosseiro, mas não disse que vc tinha dito isso.
Apenas apliquei sua dialética naquele raciocínio, tirando do assunto fim da Kombi e colocando no assunto morte.
Se o Flávio não deve ser saudosista ao fim da Kombi por que isso é inevitável, não devemos tentar preservar a vida ou lamentar o fim dela.
Mais uma vez desculpe minha grosseria anterior.
PedroJungle, leia o texto de novo e volte a interpretá-lo, vc vai ver que nao foi isso que eu disse.
Ass.: esse tal de RC
Sem esta conversa de fim, posto que é extremista e triste demais, a expressão de saudade é daquilo que já aconteceu e não volta mais, o minuto que eu usei para digitar está perdido e não volta mais, o passado deve ficar para a trás se quisermos felicidade no futuro, sempre existem as compensações, perdemos nossos Pais mas podemos ver nossos filhos crescer, o Disco de Vinil não existe mais, mas quem em sã conciência trocaria um cd ??? algumas perdas são realmente irreparáveis como a morte de Lennon, Fred Mercury e Elvis Presley, a perda deles claro era inevitável mas pareceu prematuro pois podiam ainda criar muita coisa bonita, o tempo da Kombi a ar passou, sua contribuição já foi dada e ponto.
O REM já dizia há anos: “it’s the end of the world as we know it”. Thay may feel fine, but I doin’t….
Segundo esse RC abaixo já que um dia todos vamos morrer, é melhor não tentar preservar a vida, afinal isso é sofrer muito…
Deculpe cara, só apliquei seu raciocínio pífio na vida e morte.
E não me venha com essa de “ah, mas dai é diferente!”.
tenho kombi desde sempre, acho q eh o melhor carro pra se dirigir, tenho tesao msm, mas esse motor eh uma %!@$&@# acho q nao tanto por ele, nao tem refrigeração adequada, esquenta pra caramba, nao tem força, bebe pra caramba… eu acho uma %!@$&@# mas adoro as kombis, e se esse motor acabar com esses problemas, puatis serah o melhor carro do mundo!!!
Eu não tenho e nen nunca tive kombi,não morro de amores por ela, mas tenho que dizer que esse vw a ar é muito bom .Quando eu era moleque estava com um tio que tinha uma brasa 78 amarela fomos a uma festa e ela deu um prego, mas apareceu um senhor com muita boa vontade e nos emprestou um platinado que ele tinha tirado da sua kombi.
Agora vejam só, se essa traidora com motor refrigerado a água te deixar na mão, o infeliz proprietário pega o seu celular e chama um mecãnico que em vez de vir com platinado condensador ou preparado para limpar o carburador ,vem com um laptop conecta o em suas porcarias modernas e depois vai em bora com cheque bem gordo no bolso.
Não sou saudosista não ,só estou mostrando como serão as coisas daqui para frente
O mundo está SEMPRE acabando do modo que o conhecemos, inclusive, algum dia vai acabar MESMO, e provavelmente nem existirá mais raça humana. Ser “refratário” ao fim, significa negar a própria existência, pois toda existência tem começo, meio e fim. Aqueles que se recusam a aceitar isso, imagino eu, devem sofrer barbaridade. Sorte.
“E se as Kombis fossem tão ruins assim, não tinha alemão fazendo fila prá comprar as últimas por 50 paus!”
Matou a pau, Takahashi!
A grande vantagem do velho motor da kombi – isso eu li numa materia a respeito tem mais ou menos um ano – (e a chave de sua popularidade) é que “se tiver um problema, dá para desmontar e montar o motor no meio da estrada”. Com esses motores cheios de coisinhas eletrônicas, as “substitutas” (argh) da Kombi terão de ser rebocadas até uma oficina autorizada para qualquer besteira. (Meu pai já teve de trocar TODO o painel de um Vectra duas vezes por causa do ponteiro de combustível.)
Mas realmente o mais importante não é nem isso. É o fato de que tudo o que é reconhecidamente bom estar sendo substituído, sabe lá por quem, por algo que, dizem, será melhor, sem provar, lógico. Acabam com o que havia antes e empurram o duvidoso novo goela abaixo. E mal podemos fazer nossas manifestações surtirem efeito.
Como disse o Flavio, isso é muito mais que carros, muito mais que a Kombi.
“É isso. O mundo, em muita coisa, está acabando do modo que o conhecemos. Não sou refratário à modernidade. Sou refratário ao fim.”´
Flávio, voce resumiu tudo nessa parte do texto, é algo que concordo integralmente
Pois é, saudades de coisas que passaram, ainda mais nessa época do ano
Por exemplo, tinha um parente da familia que tinha um DKW Candango, isso no inicio dos anos 90, eu tinha uns 7 ou 8 anos de idade, e na passagem de ano, era a tradição da criançada da familia se aboletar no jipinho, e aí saiamos pela cidade (pequena e calma, naqueles anos 1990) comemorando o novo ano que chegava
Mas, as coisas mudam, esse parente aí, por exemplo, nem falo mais com ele, tem alguns primos nem tenho muito contato, e de tudo, tudo mesmo que a gente passou, o que sobra são as emoçoes, os bons momentos e os bons sentimentos, e isso é algo que não podemos deixar que se acabe
Hoje nn transito parado em um farol, fiquei atras de uma Subaru Forester minha surpresa motor Boxer 16V , A VW poderia pedir emprestada a tecnologia Subaru para manter o motor boxer na kombi, não acham?
Olha, também acho uma pena a saída deste tipo de motor mas na empresa onde trabalho percebemos o quanto este motor é fraco para o tamanho da kombi. Fora o consumo que é muito alto. Não sei se o motor novo vai dar certo, até porque sempre achei que um utilitário tinha que ser diesel e acho que 1.4 não vai ser legal. A kombi não deve acabar porque nas empresas de prestação de serviços (por exemplo, terceirizada de telecomunicações) elas reinam quase absolutas. São mais baratas e mais populares. Ela deve durar um bom tempo ainda.
Como sou contra censuras, queria deixar claro que todas as palavras escritas %!@$&@#abaixo na verdade eu escrevi M E R D A.
Contra o fim da Kombi e contra o ataque a livre expressão!
Bem, falando sério para variar, achei o texto do Willian Nipônico muito triste e realista.
A Grande concorrência, o mundo que te apresenta o produto que você não quer, te faz querer e você tem que engolir por falta de opção, tudo em nome do melhoramento, da evolução, da modernidade…
Tantas coisas modernas, que a gente se preocupa “pra que toda essa %!@$&@#??”.
É o capitalismo a todo vapor, com suas garras de potência devorando tudo que está à frente.
Antigamente quando alguém destruia um bosque para fazer um shoping todos diziam “é feio mas é a evolução”. Agora sabemos o tamanho da cagada, a %!@$&@#que está o clima, como vale mais um bosque que uma pilha de concreto…
Triste essa mudança ainda: O mercado não destrói tudo para dar o que queremos, eles destrói tudo para nos convencer a querer o que ele pode produzir.
O pensamento é cada vez mais irrelevante, parafraseando o Willian Takahashi. E cada vez mais pessoas nos chamam de idiotas.
Não sabia das tendências refratárias de Flávio Gomes…
Se eu for assar uma lasanha, posso usá-lo??
é uma pena mesmo que a Kombi tenha ido embora..(pra mim, com o “aposento” do motor a ar, é o fim da kombi também.
Nunca que eu trocaria o bom e velho 1600 a ar do meu Puma por um 1.4 flex com ECU, SUS, INPS, e outras coisas eletronicas.
Não tem coisa melhor que ligar ele depois de uns dias e sentir o cheiro da fumaça saindo do Kadron!
Coisa que no Fiesta novo daqui de casa, o motor parece um robô.
Nossa….acho que estou ficando velho mesmo tendo 20 anos! hehehe