Retrô no ar

SÃO PAULO (feriado, amanhã?) – Roberto Brandão escreve sobre a escassez de revelações no automobilismo brasileiro em sua última Retrovisor.

Falei disso uns meses atrás aqui. Mais elementos para discussão. Discutam, uai.

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Marcos B.
Marcos B.
17 anos atrás

Concordo em vários aspectos com a coluna. Porém, ao mencionar os rachas e os dias saudosos em Interlagos parece que só em SP existem pilotos de carros.

LAGO
LAGO
17 anos atrás

senhor brandão, toda idéia de automobilismo barato me tráz logo a esperança de poder acelerar uma bagaça qualquer, num fim de semana qualquer, numa pista qualquer. se precisar de alguém para carregar a pasta, conta comigo. [email protected]

Jonny'O
Jonny'O
17 anos atrás

ô Curioso! O cara tá bem ali em Le Mans.

Curioso
Curioso
17 anos atrás

Onde estarão os Vecchios Veloz HP, o Sereno e o Mefistófeles?

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Pobres pilotos brasileiros!!
Além de ter que enfrentar todos os problemas aqui já enumerados, ainda sofrem de mais uma “maldição”: ter que suceder a três gênios do esporte, Emerson, Piquet e Senna. Nós, brasileiros, ficamos mal acostumados. Tivemos três gerações (se assim se pode dizer) de brilhantes pilotos de F-1e o que sucedeu ao trio não correspondeu plenamente às nossas expectativas, muito embora tenha alcançado resultados significativos (9 vitórias, 15 poles, 15 melhores voltas, salvo engano, um currículo respeitável) mas não suficiente para atender à nossa sede de títulos. Quem será o próximo?

Marcello
Marcello
17 anos atrás

Vou falar de um caso de um garoto que conheço do kart indoor, quando morava no Rio, disputava alguns campeonatos amadores de kart indoor, pois era o que a grana e a idade permitiam, lá, dentre muitos jovens, tinha um um que se destacava pela tocada, arrojada e extremente combativa, mas muito refinada, com ultrapassagens minuciosamente estudadas e executadas com a maestria de um veterano. Uma vez, depois de mais uma corrida, falei com ele que, se tivesse recursos, ajudaria em uma temporada em uma categoria de competição, o que ele me respondeu com um sorriso no rosto que estava tentando um patrocínio pra correr o paulista de kart. Tempos depois encontrei esse rapaz novamente, só que completamente desanimado com o automobilismo, a ponto de sequer ter vontade de andar em uma bateria de confraternização organizada por amigos meus para comemorar a ida minha e de minha esposa ao Rio. Ao notar o desânimo dele, fui saber o que havia acontecido e ele me disse as dificuldades para conseguir um patrocínio, do custo astronômico, algo em torno de 200 mil reais, o que tornava inviável a sua participação, quando perguntei se não era melhor tentar outra opção, ele me respondeu da seguinte forma: “Disputar o quê, na Stock Light mínimo 500 mil, mesmo valor da F Clio, e as Fórmulas de monopostos estão mais caras ainda, sem a visualização da mídia, o que dificulta mais ainda o patrocínio, minha solução é mesmo parar de correr, mesmo sem ter efetivamente começado”. Diante do que tinha ouvido, não tive como argumentar nada, falar o quê nessas horas. E ainda existem emissoras que se recusam a mostrar os patrocinadores dos pilotos caso eles não paguem por isso. Assim realmente fica muito difícil. Já é complicado arrumar um, e quando aparece, não se consegue divulgá-lo.

Mandrake
Mandrake
17 anos atrás

Diagnóstico cirúrgico, Brandão.

Eu só acrescentaria que o “business” corrida de automóveis cresceu muito nos últimos 20 anos. Modificou-se. Agigantou-se.

E não só a F1, cujas principais equipes trabalham com orçamentos inimagináveis há 20 anos. A própria F3 inglesa também cresceu.

Precisa-se se muito mais dinheiro para correr hoje em dia. O que o Piquet fazia no começo da carreira (viajar com um fusca pro circuito, usar o motor do fusca pra correr e montar de novo no carrinho pra voltar pra Brasilia) soa como piada.

Saudades da Super-Vê…

Máximo
Máximo
17 anos atrás

palavras do Bird Clemente (eu tenho o áudio)
“naquela época nós guiávamos na plenitude… hoje tem muito auxílio de tecnologia… aí não se pilota mais, se opera uma máquina apenas…”

entre outras coisas

Jonny'O
Jonny'O
17 anos atrás

Essa o Claudio Ceregatti é testemunha.
Naquele inesquecivel domingo,Ceregatti me chamou para apresentar-me o Chico Lameirão .E conversa vai e vem ,estavamos falando justamente deste assunto ,e é claro ,a opinião do Homi é o seguinte:
–Na minha época se aprendia com pneu comum, e quando começou a super vê , eu já estava numa fase descendente na minha carreira , e quando pilotei pela primeira vez o super vê com pneus slik , conclui que poderia empurar com a barriga ,por um bom tempo minha aposentadoria.
Palavra do Lameirão.

andre jung
andre jung
17 anos atrás

muito bom o diagnóstico do roberto!
acho que até somos capazes de produzir campeões em quantidade para outras categorias, mas a fórmula 1, aparentemente, tem sido um objetivo que exige mais do que nossos pilotos tem se preparado para suportar.

Augusto Freire
Augusto Freire
17 anos atrás

Muito bom o diagnóstico feito pelo Roberto Brandão. Hoje em dia, quem não tem condições de montar toda essa estrutura, não aparece. E, resultado disso, quem aparece – pelo menos aqui no Brasil – raras vezes é mesmo o melhor. Exemplo: Nelsinho Piquet (filho). Dava “banho” por aqui, tinha patrocínio, equipe, gastava equipamento em treinos o quanto queria, etc. etc. Agora, por melhor que seja a estrutura de sua equipe na Europa, existem diversas outras em condições no mínimo iguais. E aí fica difícil, pois o fator “braço” passa a ter um peso maior.
Penso também que os interesses mercadológicos que envolvem o esporte hoje acabam direcionando o interesse e consequentemente as oportunidades oferecidas pelas equipes européias de ponta(especialmente na F1) para os pilotos de lá.

Luiz Eduardo
Luiz Eduardo
17 anos atrás

Quando o kart era esporte de rico era comum o piloto com alguns amigos darem bem conta do recado numa corrida, sendo competitivos. Metiam a mão na graxa e beliscavam alguns bons resultados que muitas vezes embalavam carreiras. Hoje o moleque chega na pista com um monte de chassis e motores, engenheiro, mecânico de chassis, mecânico de motor e mais um staff que nem na F1 de alguns anos atrás existia. Isso sem falar na pose. Ou seja, se antes precisava ser rico, hoje tem que ser milionário. E aí afunila muito. Competir contra muito $$$$$$$$ desmotiva quem não tem tanto, fazendo desaparecer a maioria dos apaixonados, abnegados e talentosos, características básicas de um futuro grande piloto e que não são privilégio sómente dos mais afortunados. Assim como a F1 está mudando para baixar custos, as categorias nacionais, desde o kart, deveriam fazer o mesmo, impondo rígidos limites principalmente nas categorias de base que necessitam muito ser revistas ou até mesmo recriadas, como as citadas “Estreantes e Novatos” que revelou muita gente, inclusive nosso grande Ingo Hoffmann, se não me engano.

Lawrence Jorge RS
Lawrence Jorge RS
17 anos atrás

Concordo em parte Brandão.

Os tempos românticos passaram. Hoje em dia vivemos os tempos tecnológicos, gostemos ou não… Isso não faz diferença. Existem alguns processos na história da Humanidade que são irreversíveis Concorda?

Só uma alternativa. Adaptação.

Vou exemplificar o que eu penso sobre esse assunto.

Para um piloto se destacar no exterior, especialmente nas categorias aonde se correm com carros iguais, a estrutura da equipe é preponderante para se alcançar resultados satisfatórios. Aonde o equipamento é igual, o diferencial é humano. Obviamente o piloto tem grande importância, mas sem uma boa estrutura técnica, sem bons resultados.

Vejam o caso do Lucas di Grassi na GP2, alguém duvida do seu talento como piloto? Acho que ninguém… Mas o rapaz caiu em uma arapuca chamada Durango, a sua equipe… Se a equipe usa peças “ilegais”, imaginem o que elas fazem na hora de contratar o staff técnico… A maioria deve ter pouca experiência, algo vital em uma categoria com carros iguais como já disse…

Voltando ao Brasil, concordo totalmente que as categorias mono-marcas são entraves ao desenvolvimento do automobilismo, mas se a Argentina tem um bom campeonato multi-marcas, porque nós não temos?

“Culpa” da Stock??? Culpa da F-X ou Y? Não concordo, prefiro pensar que é incompetência “nossa”.

Como não adianta tentar correr antes de engatinhar, estou torcendo para que a categoria escola que você falou saia das idealizações e se transforme em realidade. Para posteriormente frutificar em categorias mais avançadas e quem sabe em uma categoria realmente competitiva multi-marcas.

Nos EUA, que também não tem um piloto com projeção na Europa e não raras vezes tem as suas próprias categorias dominadas por estrangeiros, existe uma categoria escola muito interessante e de baixo custo chamada Barber Dodge.

O que eu acho interessante nessa categoria é a grande limitação dos ajustes e a baixíssima importância dos auxílios aerodinâmicos na condução do monoposto, tornando a perícia na pilotagem o real diferencial nos resultados. Fica a sugestão pelo menos como referência para análises.

Embora a sua coluna tenha elementos do passado, o foco não menos importante é o futuro!

Parabéns mais uma vez.

Abraços.

Romeu
Romeu
17 anos atrás

O Brandão conseguiu apontar muito bem as causas principais que fizeram a fonte secar.
As corridas de estreantes e novatos levava muito publico mesmo ao Autódromo de Interlagos, e ocorriam muitas vezes como preliminares de outras provas mais importantes.
E no gid havia de tudo, a maioria correndo com os carros da mãe, do pai, da tia, do cliente da oficina e até de taxi.
Na minha opinião, uma das causas que mais pesam nesse assunto são as famigeradas provas monomarca.
Porque o fato de correrem carros de varias marcas e modelos, traziam para as arquibancadas as torcidas.
Quem tinha DKW, Simca, JK etc. comparecia, gritava, brigava para ver o seu preferido correndo, com isso os pilotos tambem iam ganhando popularidade, as torcidas iam aumentando, atraindo os mais jovens para as cursos de pilotagem.
No curso Marazzi, após 3 aulas teóricas e tres praticas, o “futuro piloto” já podia participar de uma prova de Estreantes e Novatos.
Hoje qual é a graça de assistir a uma Copa Corsa, Copa Clio.
Carros iguais, desempenhos semelhantes, sorteios de motores suspeitos, equipes podero$a$ outras nem tanto, etc.
Agora imaginem um campeonato diputado, por Fiats, GMs, Fords, Renault, Peugeot, etc. separados por categorias e com preparação quase nenhuma?
E os protótipos? Onde foram parar?
O que fizeram com a criatividade dos nossos engenheiros, nossos mecânicos, nossos mechânicos de fundo de quintal, nossos “inventores”?
Acho que está na hora de se fazer alguma coisa , porque só aquela agua que o Stwart falou não está fazendo mais efeito.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Brandão:
Pena que estou de saída, com a mala na mão para viajar no feriado prolongado.
Vou comentar com o maior carinho cada colocação que vc fez. Concordo, concordo e concordo, mas quero fazer “aquele texto” sobre isso, irmão.
Voce está certo.
Temos que descobrir juntos os caminhos, e cooperar para realizar os próximos 8 títulos mundiais do Brasil, combinado?
Abraço e “Boas Mini-Férias”