Quando automobilismo era automobilismo…

SÃO PAULO (dá até inveja) – Vejam que delícia de história está relatada no blog do Leandro Sanco, que também aparece por aqui de vez em quando. É de um amigo que, em 1980, colocou seu Corcel rebaixado para correr no Tarumã.

“No Tarumã” em vez de “em Tarumã” porque escrevi como dizem os gaúchos. Por alguma razão, que desconheço, Tarumã é tratado no Sul com o artigo definido masculino. Como Nürburgring, pelos alemães (“The Ring”, em inglês).

Gaúchos, expliquem. Ou inventem uma explicação… Mas leiam a história, é um barato.

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Jorge Cé Moreira
Jorge Cé Moreira
16 anos atrás

Prezado Paulo “Mc Coy” Lava. Se puderes me mandar a classificação daquela prova de estreantes de 12 de outubro de 1980 no Tarumã, ficaria muito agradecido, parece que na época o Jornal do Comércio, publicou algo. Jorge Cé Moreira, email, [email protected].

heitor
heitor
16 anos atrás

Eu participei destas provas na época, era pura diversão e adrenalina ………
mandei umas fotos para o Leandro Sanco …….
Mas aqui no sul se diz que vai no autódromo De Tarumã porque fica em Viamão, cidade vizinha à Porto Alegre …. acho que é porque soa melhor com o jeito que a gente aqui do sul fala …..

Paulo "McCoy" Lava
Paulo "McCoy" Lava
16 anos atrás

Dear Friends,

Greetings!

De pronto, cabe explicar que após ler o comentário do Romeu (obrigado, amigo. Interessante, seu recado), me senti tentado a explicar o formato e/ou razão de possuir tal acervo. Um dos motivos é que grande parte de minha mesada foi gasta em “lps” do Queen, revistas eróticas com fotos de mulatas (!) e, claro, revistas nacionais de automobilismo (Quatro Rodas; Auto Esporte; Motor 3; Grid; Racing) e, claro, revistas da terra do “Uncle Sam” – estas últimas, por causa de meu foco de interesse (NASCAR NEXTEL Cup Series). E “foco” igualmente explica porque me dediquei a resgatar a história da montadora Ford: em 1988, ao visitar o Salão do Automóvel, fui convidado para visitar o prédio aonde as montadoras VW e Ford dividiam escritórios de marketing e imprensa. Na ocasião – nunca é demais lembrar -, ambas operavam sob a bandeira da “Autolatina”. Pois no citado encontro, conheci um jornalista da VW chamado Matthias Petrich. Em bate papo informal, ele disse que quando a empresa alemã interrompeu o patrocínio aos certames F-VW 1600; F-VW 1300 e Torneio Nacional Passat, em dezembro de 1980, os “responsáveis” (sic) pelo marketing, em um lampejo de reengenharia funcional nos escritórios (?) colocaram muita coisa fora – lamento dizer, TODOS os resultados de TODAS as provas das citadas categorias. FOTOS, inclusive. Não sei se era piada ou não… mas o mesmo jornalista disse algo na linha “o dia em que a Ford acabar com o patrocínio da F-Ford, vai acontecer o mesmo: vai vir algum ‘artista’ do marketing para botar tudo fora, que o ‘foco’ será olhar para o futuro, etc”.
Tal frase, eu garanto, me deixou impressionado.
E mais impressionado fiquei quando soube que, após a dissolução do complexo “Autolatina” (1995), o pessoal da Ford foi trabalhar em outro prédio. Preciso dizer que muita coisa teve a lata de lixo como destino – incluindo “press releases” (comunicados de imprensa), resultados e até mesmo fotos das provas de Fórmula Ford e de veículos Ford que venceram corridas em provas nacionais (Bino; Mavericks e Escorts da equipe Greco; etc)?
Menos mal, ao contrário de uns e outros que “trabalharam” na Ford Motor Company Brasil e tiveram a “idéia” de jogar fora a história esportiva da empresa, eu tive a paciência de informatizar TODOS os resultados. Sem contar que tenho guardado muitas fotos da categoria de monopostos e, claro, carros de turismo – material este que ganhei na condição de jornalista especializado.
A lamentar, entretanto, que tal material não interessa para eles. Mas, a exemplo do personagem Rocky Balboa, ainda quero “mais um round”. Melhor dizendo, ainda quero mais uma oportunidade de mostrar aos responsáveis que um erro do passado pode ser reparado. Ainda é tempo e, otimista incurável, creio que a situação pode ser revertida. Até porque, em uma empresa grande, existem pessoas de visão (ao menos eu acredito que existam). Até porque errar é humano. E perdoar é divino…
With kind regards,

Paulo “McCoy” Lava
Jornalista & pesquisador de Automobilismo.
(E, claro, dono no ÚNICO arquivo com resultados de TODAS as corridas da F-Ford; Brasileiro de Marcas & Pilotos; Copa Fiesta; Pick Up Racing…)

Romeu
Romeu
16 anos atrás

Mc Coy, infelizmente a nossa industria automobilistica já demonstrou que não tem nenhuma preocupação com a própria história, muito menos com a parte esportiva.
Exceto a GM, (mais por influencia do ex presidente André Beer), as outras montadoras nunca se preocuparam em fazer um trabalho de conservação de modelos antigos, contando a história do que foi produzido, através dos anos.
Na parte de competições então, parecem que elas nunca existiram.
E o pior, não aceitam nem colaborações como as suas, com um acervo de resultados tão amplo e eficiente.
Varios autores de livros sobre carros brasileiros que procuraram as montadoras, pedindo algum tipo de colaboração, ou orientação sequer foram recebidos.

joaquim
joaquim
16 anos atrás

McCoy Lava,
Obrigado pelas valiosíssimas informações e parabéns pelo invejado acervo Ford. Muito embora o Rs sempre tenha tido um vigoroso automobilismo regional, em termos nacionais sempre foi dificil conseguir alguns dados sobre certames gaúchos e seus pilotos, falha esta agora sendo sanada pela internet e os vários sites e blogs de automobilismo.
Abs.

Paulo "McCoy" Lava
Paulo "McCoy" Lava
16 anos atrás

Espero que o colega Flávio Gomes, um apaixonado por veículos do Leste Europeu não me delete da lista de amigos e colaboradores do WarmUp com a confissão que farei em seguida (just in case… caso os leitores deste prestigioso blig não saibam, fui contratado pelo Flávio para assumir a editoria do certame NASCAR NEXTEL). Tenho grande admiração pela marca Ford e, por conseguinte, aprecio muito quando alguém envia “causos” envolvendo pilotos que tiveram a felicidade de acelerar um carro da marca oval pelas pistas nacionais.
Em resumo, venho por meio desta comentar algumas situações sobre a prova em que Jorge Moreira participou: trata-se da segunda etapa do Campeonato Gaúcho de Estreantes & Novatos, realizada no dia 12 de outubro de 1980.
Gostaria de igualmente aproveitar o ensejo para cumprimentar o conterrâneo Leandro pelo trabalho efetuado. Recordar é viver… way to go!
Por fim, cabe tecer um registro ao leitor Joaquim: em que pese o incontestável talento do piloto Evaldo Quadrado, ele nunca pilotou um Ford Corcel e, por conseguinte, nunca participou do “Torneio Philco Ford Corcel II ” — nome oficial da campeonato brasileiro iniciado no dia 27 de abril de 1980 em Interlagos. Aloysio Andrade Filho sagrou-se vencedor da prova inaugural e do primeiro campeonato. Nos anos seguintes, a “taça” ficou em poder do paranaense Olício dos Santos. Vale ressaltar que talvez o amigo Joaquim tenha enganado-se no quesito “piloto gaúcho” na categoria Corcel II. Victor Steyer, em 1982, sagrou-se vice-campeão. E já que mencionei este nome, uma curiosidade: em 1983, Steyer, ao lado do citado Olício Santos, fez história para a Ford Motor Company Brasil ao registrar a primeira e a segunda “pole position” do então lançado Ford Escort. A primeira marca aconteceu na V edição da prova “6 Horas de Tarumã” (16/10/1983) — válida pela 5a etapa do I Campeonato Brasileiro de Marcas & Pilotos. Já a segunda ‘pole’, foi na prova seguinte, “VII 12 Horas de Interlagos” (10/11/1983), válida pela 6a e última etapa do Brasileiro de Marcas & Pilotos. E antes que alguém indaguem quem entrou para a história do automobilismo brasileiro como o autor da primeira vitória do Escort, segue resposta: dupla Ingo Hoffmann-Luiz Evandro, na etapa final do Paulista de Marcas & Pilotos, dezembro de 1983.
Mais uma coisa: os dados acima NÃO constam na “homepage” oficial da Ford Motor Company Brasil.
Mais que óbvio, irei aproveitar o ensejo para dizer o seguinte: Mr. Edsel Bryant Ford II — bisneto do fundador Henry Ford –, é um apaixonado por corridas e sempre declarar em comunicados no site oficial da empresa a importância de cuidar da memória esportiva da empresa. Logo, é complicado verificar que a diretoria brasileira da montadora NÃO faz nada neste sentido. E digo isto baseado no fato de que o website oficial da montadora em nosso país – http://www.ford.com.br – NÃO possui nada a respeito. Por outro lado, nos Estados Unidos da América, o aficionado e admirador da empresa (e, claro, jornalistas e demais interessados) tem a disposição uma homepage oficial dedicada ao assunto – http://www.fordracing.com .
Não é de hoje que tento oferecer à Ford Motor Company Brasil um completo trabalho de resgate histórico com resultados de TODAS as corridas nas quais um carro e/ou monoposto com motor Ford venceu provas em ‘terras brasilis’ – incluindo sugestões para a criação de uma página em português para o assunto “Ford Motor Company Brasil e o automobilismo brasileiro”. NUNCA recebi resposta.
Diferente tratamento, suponho, eu teria se fosse filho do Jorge Gerdau ou do Abílio Diniz. Infelizmente, sou obrigado a concordar com frase do personagem Gordon Gekko (Michael Douglas in ‘Wall Streett’): “o dinheiro é tudo na vida”.
Regards,

Paulo “McCoy” Lava
Jornalista & pesquisador de Automobilismo.
(E, claro, dono no ÚNICO arquivo com resultados de TODAS as corridas da F-Ford; Brasileiro de Marcas & Pilotos; Copa Fiesta; Pick Up Racing. E, claro, detentor de resultados de TODAS as corridas internacionais, nacionais e regionais realizadas no Rio Grande do Sul desde a inauguração de Tarumã)

joaquim
joaquim
16 anos atrás

Lá por 1970 a Ford promoevu um Torneio Corcel para carros standard no Rio e SP (já foi motivo de post aqui no blog). Depois patrocinou de 80 a 82 uma categoria – acho que Torneio Corcel também – para modelos Corcel II que obteve até algum sucesso, correndo como preliminar da Fórmula Ford. Acho que um dos campeões foi o gaúcho Evaldo Quadrado, mas não tenho certeza.

Allan
Allan
16 anos atrás

Esse até que ficou legalzinho… Porém, rodas com 3 furos, motorzinho com comando de válvulas lateral e as portas gigantes denunciavam o quanto o carro era esquisito…

Romeu
Romeu
16 anos atrás

Muito legal a história.
Bons tempos, das corridas de estreantes e novatos, da pouca grana, do improviso, do vamos que vamos, do automobilismo inocente e puro.
Se corria com o que se tinha nas mãos.
Fusca, Corcel II, Passat…
O importante era estar lá dentro.
Pura diversão.

maurobala
maurobala
16 anos atrás

Para o Humberto , esse Blog ( o do sanco )é bem recente ….

para tentar reviver e relembrar os bons tempos…

Maurobala
Maurobala
16 anos atrás

fita isolante: na teoria, era para segurar o farol em caso de quebra , mas duvido que segure algo espatifado ….
era usado tbm na sinaleira traseira .

V. Maghetti
V. Maghetti
16 anos atrás

Mas bah, tche, que história legal!

Esta gauchada tem automobilismo nas veias! Correr de Corcel!!! Acho que seria minha última escolha! A diferença é que os gaúchos não correm apenas para vencer, mas também para curtir a corrida!

wagner luis marques
wagner luis marques
16 anos atrás

Uma curiosidade: Alguém pode me explicar o motivo da fita isolante nos faróis. Eu sempre vejo nos carros da Classic e em várias fotos. Valeu.

Ernesto Brock
Ernesto Brock
16 anos atrás

acho que nos anos 70 e 80 isso era meio comum no tarumã meu pai sempre conta que teve uma vez que houve uma prova para “pilotos” não profissionais… que ele inscreveu e participou com o fuscão azul dele… diz ele que saiu na 2° volta… pq os caras estavam andando como malucos… e ele não tinha paitrocinio se bate-se o fuscão… infelizmente não existem provas fisicas do acontecido… só as historias contadas pelo meu pai…

Belair
Belair
16 anos atrás

20 a mais no numero do auto e estaria perfeito ,né não FG ?

marcelo billes
marcelo billes
16 anos atrás

É a mesma coisa que A bahia. O recife… por hábito, algumas localidades usam o artigo.

Tohmé
Tohmé
16 anos atrás

Que blog, que blog….

Orlando - Curitiba
Orlando - Curitiba
16 anos atrás

Na década de 70 um amigo meu o José Luiz do Valle, pegou o seu fusca rebaixado e foi participar de uma prova de estreantes no Autódromo de Pinhais. Na largada percebeu que todos os outros carros lhe ultrapassaram, achou que o motor dele era uma porcaria. Mas não era, êle esqueceu de mudar da primeira para a segunda marcha.
Um abraço à todos.

Erlon
Erlon
16 anos atrás

Eu sempre ando de auto, nunca de carro, que é ‘cousa de fresco’ ! :-D :-D

Andre Portella
Andre Portella
16 anos atrás

Meu vo sempre dizia: no Alegrete… e em Poa muitas vezes se vai ao taruma de auto e nao de carro.

pauloaidar
pauloaidar
16 anos atrás

O povo gaúcho tem uma tremenda cultura automobilistica mesmo, de tirar o chapéu mesmo.

Erlon
Erlon
16 anos atrás

Frequento tarumã a mais de 20 anos e as corridas sempre acontecem NO Tarumã!:D
O Tarumã… sempre foi assim por aqui, já Guaporé se fala EM Guaporé. Nunca tinha me dado conta disto!

Humberto Corradi
Humberto Corradi
16 anos atrás

Mas que blog bacana! Não conhecia. Boa dica!

Jegue do Pantano
Jegue do Pantano
16 anos atrás

Não sou gaúcho, mas arrisco:

No (autódromo) Tarumã….