BUS STOP

SÃO PAULO (adeus, Flechas) – Thiago Marinho foi o blogueiro que mandou a triste notícia. Os novos (nem tão novos assim…) donos da Viação Cometa vão deixar de operar a linhagem dos Flechas Azuis. Neste excelente blog há um texto exemplar sobre o fim desses ícones das estradas brasileiras, fim que já se anunciava desde o momento em que a gloriosa Cometa mudou de mãos.

O autor do texto se chama Hamilton, e ele ainda indica o “show de setas” na rodovia dos Bandeirantes (há varios vídeos do mesmo autor no YouTube) que só mesmo os motoristas da Cometa entendiam e sabiam fazer. Vendo essas imagens, me lembrei de “Contatos Imediatos…”, o Cometão como uma nave misteriosa, pulsante, cumprindo seu destino.

Viajei muito nesses ônibus, durante os quatro anos em que morei em Campinas. Foram exatos 100 jogos da Portuguesa de 1978 a 1981 a que assisti em SP, chegando sempre na rodoviária antiga da Luz, caminhando até o metrô, descendo na Ponte Pequena, cruzando o terreno da Escola Técnica Federal até o portão do Canindé na Rua da Piscina, 33. E depois tudo de volta, comprando sempre na banca de jornais da rodoviária um álbum do Tintim ou do Asterix, e era a conta certa, precisa: o Cometa entrava na Anhanguera, depois de se livrar do trânsito da cidade, e eu começava a ler o álbum. Exatamente uma hora depois tinha terminado, com o Cometa estacionando na rodoviária de Campinas, onde meu pai me esperava. Isso nunca falhou. Eu olhava para os motoristas com admiração e respeito e sempre dizia “obrigado” ao descer do ônibus, que nem ofegava.

Nunca esquecerei o cheiro de tutti-frutti e as poltronas vermelhas.

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aparecido
aparecido
11 anos atrás

gostava de viajar com os flechas azul vicarei com saudades queria que eles voltacem

wagner isaias de souza lima
wagner isaias de souza lima
13 anos atrás

flavio e impresionate as reliquias que estao na rua borges de figueiredo da antiga cometa
vc e o cara para que aquele lugar vire um verdadeiro museu abraços

wagner isaias de souza lima
wagner isaias de souza lima
13 anos atrás

realmente na rua borges figueiredo aha verdadeiras maquinas cometa vamos lutar para que la vire um museu mas que estao guardados a sete chaves

AlbertoVale
AlbertoVale
14 anos atrás

É Caros Amigos COMETOLOGOS assim como EU também sou tenho 36 anos e ando NESSAS MAQUINAS desde garoto,viajando em CIFERAL TURBO JUMBO, DINOS E FLECHAS que são verdadeiros carros de passeio,é uma pena , mas ouvir dizer de um Inspetor do Grupo JCA que controla a COMETA , que vão GUARDAR ALGUNS FLECHAS TOMARA QUE SEJA VERDADE pois na OPINIÃO DE VÁRIOS MOTORISTAS O MELHOR BUS EM DIRIGIBILIDADE ,CONFORTO,RAPIDEZ,ESTABILIDADE É SEM DÚVIDA OS NOSSOS FLECHAS AZUIS ouvi dizer também de um Func. do Grupo QUE EXISTE UM FLECHA 2 NA GARAGEM 1001 NO RIO QUE VÃO PINTAR PADRÃO 1001 vamos torcer que pelo menos guardem ALGUNS DESSES BELISSIMOS ONIBUS ASSIM COMO JÁ FAZ A VIAÇÃO GARCIA ,EXPRESSO DE PRATA,CAPRIOLI ETC , JA´QUE LÁ NA MOOCA NA R. BORGES DE FIGUEIREDO GARAGE OFICINA ANTIGA COMETA LA ESTÃO VERDADEIRAS RELIQUIAS MAS É DO ANTIGO CONTROLADOR SR. ARTUR MASCIOLI ESTIVE LÁ UMAS 3 VEZES MAS É TRANCADO Á SETE CHAVES conversei com um Antigo Funcionário do lado de fora só deu pra ver A FRENTE SE NÃO ME ENGANO DO DINO PREFIXO 3451 BUS QUE O SR TITO VIZITAVA AS GARAGENS COM AQUELE CARRO na hora os seguranças fecharam o portão que estava meio aberto esse mesmo Funcionário disse que é proibido fotos ,vizitas etc ,Sugeri a ele que o Antigo controlador transfomasse aquele Galpão Num MUSEU ele achou a idéia boa Mas, mas o Sr Artur me parece que esta lá nos EUA ,talvez não esteja tão preocupaddo com isso Vou terminando esse Desabafo POIS PARA MIM VIAÇAO COMETA É PATRIMONIO HISTORICO DO TRANSPORTE BRASILEIRO,a verdade é meus amigos Digo isso de um modo geral o NOSSO BRASIL TEM MEMORIA PEQUENA QUEM SABE UM DIA PRA NOSSA ALEGRIA ESSE GALPAO SE CHAMASSE MUSEU TITO MASCIOLI; ESSE AMAVA A EMPRESA ENQUANTO ISSO VAMOS TIRAR FOTOS ,FILMAR COLECIONAR FOTOS DESSES VERDADEIROS FOGUETES TERRESTRES ABRAÇOS

Luis Fernando Vieira dos Santos
Luis Fernando Vieira dos Santos
15 anos atrás

Eu tenho 18 anos agora, mas dos seis aos 11 vivino centro de Sao Paulo, numca andei nesses onibus, mas mesmo assim sempre fui apaixonado por eles. Quando viajava no garcia, para o Parana, para visitar meus parentes, via aqueles onibus espetaculares,indo em direçao contraria, ou até mesmo nos ultrapassando, com a enorme abilidade do motorista, e logo sumiam. Eu sempre dizia: UM DIA AINDA VOU ESTAR LÁ DENTRO, mas com essa noticia do fim do Flechas Azul, meu sonho de anos foi destruido. O que sobrou agora sao apenas imagens na minha mente, de um gigante correndo na estrada.

delto
delto
15 anos atrás

Eu viajei, e ainda viajo de Cometa, durante toda a minha vida, (tenho 67 anos). Morando no Rio de Janeiro e tendo os parentes em Pedralva, MG, faço sempre, o percurso Rio-Itajubá. Mas… outro dia constatei algo muito curioso; fui na Rodoviária Novo Rio, na sexta-feira, comprar passagem para minha mulher e pros meus 3 filhos, para o próximo domingo, as 9 horas da manhã. Na bilheteria a vendedora me mostrou no computador, que só tinha a poltrona número 5 vazia, e depois, só lá no final do ônibus… Como pra subir a Serra da Mantiqueira, o ônibus joga muito (pra direita e pra esquerda), nós não gostamos das poltronas no final do ônibus, e quando meus filhos viajam lá, ficam enjoados, e até quase que vomitam… então só comprei a passagem da minha mulher, e eles desistiram da viajem. Mas, depois, minha mulher me disse, muito aborrecida, que o ônibus estava quase vazio, e que tinha muitos lugares na frente. EU PERGUNTO; como pode ser isso, pois a funcionaria me disse que não tinha mais lugar na frente, e eu mesmo, vi no computador, que na frente só tinha a poltrona 5 vazia???

Fábio
Fábio
15 anos atrás

Caro Edison Carvalho: esse modelo que vc se refere era o ODC-210, também chamado de “marítimo”, pelo fato de o seu motor Detroit Diesel também ser utilizado em embarcações.

Ricardo C. Forghieri
Ricardo C. Forghieri
15 anos atrás

Oi FG :
Sua conduta jornalística é atualizada e ao mesmo tempo
atuante nos aspectos históricos da nossa gente .
Após o ronco dos GMC , cessa agora na viação Cometa o dos CMA Scania , réplica dos primeiros .
Seria o caso de pesquisar quanto custaria adquirir um desses veículos usados , dos quais já vemos alguns circulando por aí em empresas particulares de turismo .
Valeu !!
Ricardo C. Forghieri

Edison Carvalho
Edison Carvalho
15 anos atrás

Continuo, como Diógenes, a procurar quem é capaz de me explicar que modelos eram aqueles GM Coaches quadradinhos da Cometa, que operaram até início da década de 60 na linha São Paulo – Campinas.

Aqueles eram os tais que quando entravam na rua Cléia, na Lapa, o motorista dava uma acelerada para reduzir a marcha que alguns juram que era mesmo ouvida na Pça. júlio Prestes!! É mole???

Cícero Jr
Cícero Jr
15 anos atrás

Infelizmente perdemos este verdadeiro mito das estradas brasileiras. O fim dos flechas azuis, na minha opnião, representa o fim da “era de ouro” do transporte brasileiro.

Saudades dos flechas azuis “rasgando” a bandeirantes, descendo a serra do mar e abrindo aquela vista maravilhosa embalado ao som do DS11-23 Scania e de todo o saudosismo que esta Conpanhia me inspirou, inclusive a vocação para motorista. Hoje estou longe deste sonho, mas não o bastante para um dia, juntamente com meus amigos, levantar um destes CMA’s e trazê-lo a vida!
Nos resta sonhar, e que assim o seja pois, o “SONHO AZUL E PRATEADO NÃO ACABOU”!

Lágrimas, palavras e saudades de um Cometólogo
(Batidas de setas)

Cícero Jr
Campinas – SP
* nunca me esquecerei dos flechas azuis II, III, IV, V, VI e VII, que acompanhei por toda minha vida, colocando a antiga rodoviária de minha cidade para tremer. Estava lá na despedida e o Flecha azul da Cometa também, mesmo que reformado.

Wilson Míccoli / Moderador Cometa
15 anos atrás

Simplesmente só tenho uma coisa a dizer: SAUDADES!!!

Minha vida inteira andei de Cometa… por fazer parte da minha vida desde a infância, meu maior sonho era ser motorista, piloto, inspetor… o que usava um uniforme azul de tonalidades parecidas com o uniforme da Aeronáutica… anos mais tarde, conhecendo a realidade da vida de um motorista, acabei desistindo desse sonho… mas o sonho agora é um dia poder reerguer um Flecha Azul, à sua originalidade… trazer-lhe de volta as cores bege, azul e prata… os bancos teperman de couro vermelho… o ronco inconfundível do motor Scania DS11-23, e as batidas no assoalho, do tranbulador tubular do câmbio, que atravessa os bagageiros… coisas que só o Flecha Azul tinha, herdadas genéticamente dos Dinossauros da Ciferal, e que vão embora… saudades ficarão e muitas, mas enquanto houver memória, fotografias, gravações, lembranças, isso permancerá vivo em nossas melhores recordações.

Aos que são fãs de alguma maneira da Cometa, e possuam lembranças que façam parte de suas vidas, envolvendo a empresa, peço que por favor, participem da nossa comunidade no orkut. Além de termos um fórum técnico-histórico da companhia, estamos sempre realizando eventos de viagem, para relembrar os bons tempos dos Flechas na sua condição original.
(http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=220129)

Abraços a todos e “Saudações Cometólogas”
(Batidas de Setas)

Wilson Míccoli

DIGO
15 anos atrás

É a modernidade chegando, a Cometa parou no tempo, o dino, era moderno na época dele, hj realmente ficou obsoleto, a Cometa se tivesse sob controle de seu fundador era outra história, tanto que eles começaram a desenvolver outro ônibus na CMA, o estrelão, não tem o mesmo charme, mas é rápido tanto quanto, da show de seta, e tem um ar condicionado que nem a buscar nem a marcopolo chegam perto até hoje. Embora eu ainda goste muito de viajar nos flecha que ainda tem 2 horários no BH X SÃO PAULO, embora saiba que ainda são os mais rápidos e que quase nunca quebram, acho que realmente está no hora de tirar, estes são pra quem realmente gosta de curtir a viajem, o que é a minoria dos passageiros, a grande maioria gosta é de conforto e dormir, luz de leitura, banheiro aceitável…a vedação do onibus é ruim, o banheiro péssimo…sempre considerei que o grande diferencial da Cometa eram os motoristas, e quando agente viaja tendo como motorista um daqueles mais experientes, motorista da velha Cometa , tanto faz o carro, anda no limite sempre e sempre com segurança.

Ernesto
Ernesto
15 anos atrás

Minha primeira viagem até o Rio, adolescente, morrendo de medo, embarcando na antiga Rodoviária da Estação da Luz, foi num “Dinossauro”… Nunca mais me esquecerei da facilidade com que esses “monstros sagrados da Dutra” subiam a Serra das Araras!
Anos mais tarde, trabalhei como guia de turismo na (ambém) extinta Soletur, que contava com inúmeros motoristas vindos da Cometa e ônibus do mesmo estilo… Ajudávamo-nos mutuamente… Era outra postura em estrada, eles tinham orgulho em serem condutores de tais máquinas… E o espetáculo das setas! Eu, xereta, não só aprendi como até hoje, passados muitos anos, ainda procuro imitar, como aviso, em meu carrinho de passeio, quando pego uma estrada… Tempos românticos esses…
O texto e a notícia me marejam os olhos, pois não consigo aceitar que a incessante marcha do progresso acabe com algo tão tradicional. Os “Dinossauros” sobreviveram muito tempo na pele dos “Flexas” e, agora, estes se vão – fisicamente, pois na lembrança e no coração daqueles que, como eu, tiveram o privilégio de conhecer, eles viverão até o momento em que nós mesmos nos formos.

Luiz Carlos Gusman
Luiz Carlos Gusman
15 anos atrás

Ah, que saudades da antiga Viação Cometa! Eramos respeitados, bem ao contrário do que acontece hoje. Exemplo? Este texto de indignação, aqui reproduzido, dá bem o exemplo da deterioração ética por que passa nossa Viação Cometa.
Se depois de lê-lo, V. também se indignar, envie email expressando essa indignação para [email protected]
E, concordando, envie a seus correspondentes eletronicos, como já estão fazendo as centenas de pessoas a quem já chegou essa indignação. Leia
IDIOTA É A MÃE!
Lei? Ora, a Lei… Alguns congressistas – muitos – por pura demagogia; outros – bem poucos, talvez nenhum – por sensibilidade, legislaram a favor e eis que, ao 1º dia do mês de Outubro de 2003, sob pompa e circunstância, debaixo de potentes holofotes e no cimo da pauta das redações e/ou produções de todas as mídias, surgia o ESTATUTO DO IDOSO!
Justiça há muito esperada, certamente logo se fez merecedora de todos os encômios dos intelectuais, aplausos dos medianamente esclarecidos e desconfiança dos brasileiros comuns, estes a imensa maioria.
Desta vez, acreditava-se, a maioria (com sua desconfiança) não teria razão. O Brasil era outro, vivíamos um novo tempo, o proletariado já avançava pelo segundo ano no Poder. Era, enfim, o tempo de Lula lá! (Ou seria o “Uh lá lá”, com que o General Charles De Gaule se preparava para ouvir “a última dos brasileiros”?)
Segundo aprendi com a vivência, nada mais subjetivo que a Lei. Ao menos para os advogados (que me perdoem estes), cuja principal função é estabelecer variáveis para a Verdade, coisa que conheci como invariável, única, expressão exata do que é verdadeiro. Mas isto foi em tempos idos, ultrapassados, quando o currículo escolar trazia no conjunto de suas matérias, uma tal de Educação Moral e Cívica. Coisa descabida no Mundo de hoje!
Mas… por que tudo isso?
Ao final deste texto, transcrevo com a fidelidade da cópia fiel (uma redundância necessária), o diálogo “chatniano” que inspirou esta revolta, diálogo esse que, fosse ainda vivo o saudoso Sérgio Porto – o Lalau do bem, Stanislau Ponte Preta – e o mesmo não hesitaria em creditá-lo ao SAMBA DO CRIOULO DOIDO, ou a incluí-lo em seu impagável e inigualável FEBEAPÁ*, que nem mesmo o Congresso Nacional consegue imitar.
Brincadeiras à parte (dá prá ser brasileiro sem elas?), a muitos parecerá insignificante o motivo desta “explosão”. Coisa pequena, sim, mas que justamente por isso, por seu tão ridículo valor, é que nos causa indignação. Vamos aos fatos!
*Festival de Besteira que Assola o País
Minha mãe necessitava efetuar uma viagem ao Rio de Janeiro. “Feliz” e “privilegiada” pensionista do INSS, por uma inexplicável somatória de cálculos matemáticos que se sucedem a cada novo “Governo”, tem como renda mensal uma importância inferior a dois salários mínimos, quadro que a capacita a pleitear gratuidade no transporte interestadual por ônibus de linha regular, uma importante conquista dos Cidadãos já adentrados à terceira idade, conforme reza o tal do Estatuto do Idoso.
Buscando auxiliá-la no usufruto desse direito, que nada mais é do que justo, tendo em vista seus 89(!) anos de inclusão na classificação fiscal de contribuinte, fui pesquisar o modo pelo qual ela se tornaria mais uma beneficiária do ”tudo pelo social”, bandeira que o PT emprestou do “saldoso” (assim mesmo, com “l”) ex-presidente Sarney.
Resumindo: no corpo do Decreto que criou a LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003, lê-se que o direito à gratuidade se restringe às viagens em ônibus convencionais. Justo, pois até então entendia-se por convencional todos os carros, exceto os do tipo “leito”.
Recursos prá cá, demandas prá lá… Legalidade contestada, legalidade assegurada… Enfim, armas recolhidas aos coldres, a “sensibilidade social” se faz maior, a poeira assenta e o idoso conquista o assento! Enfim, um direito assegurado! Mas…
Sempre haverá um mas, assim como para a Lei, sempre haverá um Ora, a Lei! Afinal, somos ou não somos o País que mais forma advogados no Mundo? Nosso Direito nos dá o direito da afronta, do descumprimento, do descaso. Ou isso ou “chamo meu advogado!”
Pois é: na necessária evolução do conforto oferecido a seus usuários, num caso de mera coincidência, logo após definida a irreversibilidade do direito previsto em Lei, nossas zelosas empresas de transporte rodoviário de passageiros apresentam a mais nova e revolucionária opção de conforto, “já de há muito buscada, mas só agora alcançada: a classe executiva!”

Obviamente que, pelo grau de importância que o título empresta a seus usuários, essa classe de ônibus se exclui do rol das que permitem a aposentados, pensionistas ou desclassificados idosos viajarem de graça (embora pagando taxa de embarque e pedágio) ou por cinqüenta porcento do preço normal (opção legal, quando da já ocupação dos dois lugares gratuitos).
E a classe executiva agradou tanto ao público consumidor, que as empresas não tiveram outra escolha senão a de torná-la praticamente única, como bem demonstra a grade de horários disponibilizados pela até então ética VIAÇÃO COMETA: das vinte e sete partidas, apenas oito não são dessa classe e, por culpa dessa tal de “mera coincidência”, dessas oito partidas, duas são em plena madrugada (00:15 e 01:15) e outras duas pela manhã, em horários reconhecidamente de menor procura. Estranha, mas mera coincidência mesmo, pois como veremos mais à frente, na reprodução do diálogo travado no “chat” da Empresa, uma transportadora que tão bem demonstra sua preocupação com a Humanidade, elegendo a água como fator de distinção entre seus passageiros, jamais buscaria subterfúgios para o descumprimento de uma Lei. Ainda mais uma Lei que beneficia pessoas que por muitos e muitos anos se serviram de suas linhas.
Terminando: visto de fora, é mesmo um caso insignificante. MAS É DA SOMA DE INSIGNIFICÂNCIAS COMO ESSA QUE NOS VEM A CERTEZA DO ESCÁRNIO COM QUE OS PODEROSOS SE ASSENHORAM DO DIREITO.
Sempre tivemos a VIAÇÃO COMETA no mais alto conceito. Pelo menos enquanto sob sua anterior administração, nunca soubemos de um desrespeito tão grande à inteligência popular. Mas os tempos são outros e seus administradores também!
É com base nesse novo conceito e na esperança, que refloresce nas atitudes de nossa Polícia Federal e das novas Procuradorias, que me exponho ao ridículo: sou, sim, pequeno; talvez nada, ou quase. Sei que isto que acabo de escrever, talvez nunca chegue a ser lido até aqui e já descansa em paz em algum cesto de lixo, MAS EU PRECISAVA FAZÊ-LO.
David, quando se agachou para apanhar uma pedra, funda à mão, talvez também tenha julgado inútil o gesto e a hora. Não eram! Golias bem o soube!
Antes de concluir e supondo que alguém suportou chegar até aqui, a Você eu peço: não importa o tamanho da afronta; toda vez em que Você se sentir ofendido em sua Cidadania, escreva-me. Pode parecer nada, mas buscarei passar adiante sua indignação, já então também minha. E de pequenino em pequenino, talvez nos agigantemos e cheguemos a ficar do tamanho da dignidade que um dia levou Ruy à desesperança e proporcionou à Literatura brasileira um de seus mais belos trechos que, se voltassem os tempos de minha meninice, deveria ser obrigatoriamente lido a cada novo amanhecer: “…Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro! De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Só espero, agora, se é que ainda reste alguém aí, desse lado, que o mesmo ao ler o diálogo transcrito a seguir, além de rir, junte-se a mim no “elogio” que faço à VIAÇÃO COMETA: IDIOTA É A MÃE!
…Marina: Por gentileza um momento.
Marina: Seria passagem para idoso?
luiz carlos gusman: sim!
Marina: Senhor Luis, este benefício e valido somente em ônibus Convencional, este tipo de ônibus é executivo.l é Classe Executiva na qual não é valido.
luiz carlos gusman: Correto. Essa informação já me havia sido passada pela Pâmela. O que necessito, agora, é saber qual ou quais as diferenças entre essas duas classes de ônibus.
Marina: Qual seria o trecho?
luiz carlos gusman: Embora não entenda como pode variar a classe de um ônibus, em função dos trechos a serem percorridos, informo: a pesquisa é para o trecho Poços de Caldas/ Rio de Janeiro
Marina: O carro convencional tem banheiro e ar-condicionado. o carro executivo.l tem banheiro,água e ar-condicionado. at. – apenas este grifo foi adicionado a posteriori.
luiz carlos gusman: Meu Deus do Céu! Todos sabemos da gradne importância da água, mas agora essa dimensão se amplia a níveis jamais imaginados! Só para encerrar e em respeito aos mais de cinquenta anos de frequente convívio, informo que toda nossa conversa está sendo copiada e será encaminhada a todos os órgãos federais competentes, assim como a todos os órgãos de imprensa de todas as áreas. Mais uma vez grato. Um abraço
Marina: Se deseja pode envia sua reclamação para o setor responsavel da empresa pelo e-mail [email protected]
Marina: A Viação Cometa agradece sua visita e estamos à disposição para lhe atender. Por favor, não hesite em nos chamar e volte sempre!
Chat iniciado às 9;22 e encerrado às 9:37 do dia 15/7/2008 – caixa aberta com o endereço abaixo descrito http://server.iad.liveperson.net/hc/52237314/?cmd=file&file=chatStart&site=52237314&sessionkey=H7194772810084092278-6857506896108817591K89318048

Marco Gavioli
Marco Gavioli
15 anos atrás

Caro Gomes e amigos: não se esquecendo que não temos mais, também, a rodoviária antiga de Campinas.Abs.

jose carlos
jose carlos
15 anos atrás

na garagem em contagem atraz da praca da cemig tinha um srnhor que era o manda chuva da area e tinha um jipe fechado toyuta que era uma tetetia com ar cond e susp macia
nos eramos radio amador e usavamos a mesma base de radio vhf que a cometa possuia no retiro das pedras em nova lima
desta base fizemos centenas de links com o rio,sp ou onde as ondas alcancavam em uma epoca que nao existia celular
os onibus cometa possuiam sistema de radio se bem que nao era muito eficiente nas serras de minas mas pra epoca era o maximo o lnk de vhf que cobria aprox metade do trecho rio bh
bons e saudosos tempos
estou precisando ir ao rio e nao estou tendo coragem visto a situacao que a midia nos relata
precisamos de um rodolpho giuliani urgente
jc sete lagoas

Waylon
Waylon
15 anos atrás

Peguei muito os Flechas para ir até o Vale do Paraíba. No final dos anos 80, pegava praticamente todo fim de semana. Me lembrei de uma noite de Rock In Rio 3, a galera lotada no ônibus que fazia Jacarepágua – Tijuca voltando para casa. Na descida da serrinha, lá pelas 3 e cacetada da noite, o motorista em cenário de terra arrasada, descascando 100 por hora no urbano. Havia dois moleques na minha frente, o primeiro diz: “Cara, esse motorista vai rolar essa galera toda lá embaixo”. O moleque do lado, sarrista: “Desencana. Se tivermos sorte, o cara foi formado nas fileiras da Viação Cometa”. Essa era a fama dos caras…que droga de modernidade.

Maurício Freitas
Maurício Freitas
15 anos atrás

ferreirovitch,

Na verdade eu não me esquecio do Mourubixaba. Eu apenas mencionei aqueles ônibus em que eu andei ou ao menos lembro de ter andado. No Mourubixaba eu não lembro de ter viajado.

Apesar de considerar que os Flecha Azuis estão ultrapassados e são desconfortáveis, admito que eles deixarão saudades na Castelo Branco, Raposo Tavares, Dutra, Fernão Dias, Bandeirantes e Anhangüera, assim como os Electras deixaram na Ponte-Aérea. Faziam parte do cenário.

E já que os comentários são sobre os ônibus, sempre achei maravilhosos aqueles da Viação Única, com frente e traseira em cunha, que faziam a linha Rio-São Paulo. Nas viagens para o Rio ficava encantado quando passava um daqueles. Quanto aos ônibus da Cometa, cada vez que eles passavam pelo Fusca 66 do meu pai, com aquele ronco do motor Scania, parecia que iam virar o coitado do fusquinha pelo avesso, era uma covardia.

A via Dutra dos anos 60/70 para mim era quase um templo sagrado, com o Clube dos 500, a fábrica da Ovomaltine e aqueles ônibus maravilhosos. Lamentava apenas a absurda quantidade de acidentes que havia. Era rara a viagem em que eu não via cadáveres na pista.

Fernando Panissi
15 anos atrás

Me lembro do cheiro.. das poltronas vermelhas. E nesta época não era Flecha Azul, e sim os Dinossauros, não?? Era muito bom.. Eu viajava para visitar a familia da minha mãe em Minas, Juiz de Fora… Época boa que não volta..

Abraços Flávio!

Ygor Alvarez
15 anos atrás

Aliás

Ronco de Volvo e Scania é fenomenal!

É uma pena que no Rio de Janeiro, o chassi Volvo de ônibus está acabando, sentirei a mesma falta que o Flecha.

Ygor Alvarez
15 anos atrás

Poxa!!!!!!!

Sentirei falta do Cometão na Seletiva na Av. Brasil no Rio de
Janeiro. Pena que a 1001 resolveu retirar os carros.

Outro site de busologia do Rio de Janeiro
http://roletabus.fotopages.com

Dú
15 anos atrás

Qdo. criança, tive o prazer de fazer de SP ao RS, na cabine, ao lado do Motorista, tinha uma poltrona. A Cometa disponibilizava para uma galera, fomos eu e minha Mãe. A moçada lá trás e eu curtindo aquilo. 15 dias chocantes. O Motorista contanto histórias de um famoso Motorista da Cometa, o Carretera. Esse blog é uma máquina do tempo.

Rogério Magalhães
Rogério Magalhães
15 anos atrás

Boa lembrança, Luciano, o B… os Dinossauros e Flechas fizeram fama na Cometa, mas também marcaram época na extinta Impala, aquela pintura branca com os detalhes em vermelho…

Lembro que a garagem da Impala em São Paulo era ali na Rua Padre Adelino, pertinho do Largo Ubirajara e da entrada para o Viaduto São José do Belém, um terreno que, hoje, está em obras para mais um condomínio residencial. Lembro que, quando era moleque, coisa de 6, 7, 8 anos, íamos ao Centro com um ônibus que sempre passava por lá e fazia questão de sempre ver os Impalas saindo para mais uma de suas viagens, geralmente para BH. Fora nos meus tempos de colegial técnico no Camargo Aranha, na Mooca, em que sempre passava a pé em frente, indo para o colégio ou voltando para casa, para pegar o ônibus no Metrô Belém.

Aliás, rua mítica aquela Padre Adelino de outrora, juntando os DInos e Flechas da Impala com o cheirinho de café da fábrica do Café Seleto (hoje uma das bases dessas empresas de telemarketing, blerg!)…

Os bege-prateados da Cometa e os alvi-rubros da Impala… cenas só de memória hoje em dia…

thiago marinho da silva
thiago marinho da silva
15 anos atrás

Não consigo parar de escrever … hehehe
Algo que ninguém comentou também, porque eu acho que depende do trajeto, mas como ia de São Vicente-Campinas, sempre gostei também de ir na poltrona da direita do motorista, se não me engano eram a 3/4 e subir a serra de Santos vendo a antiga ferrovia federal, cachoeiras, também da impagável descida na perfeita padaria Rainha (hoje Graal) para comer um sanduba, tomar um suco, conversar com o motorista, comprar um gibi, ver o trânsito maluco da Bandeirantes, ver os limites de município, km da estrada, km faltantes, ver as “bolas de basquete” naquelas torres imensas, o cheiro de fumaça na velha rodoviária de Campinas, hoje bem lembrado por alguns infelizmente desativada, saudades de verdade de um tempo que não volta atrás e a modernidade que nem sempre é boa nos consome …

César Braga
César Braga
15 anos atrás

Belo texto, a aposentadoria do Flecha Azul, representa o fim de uma era, uma história do transporte rodoviário brasileiro que se encerra de forma tão melancólica, sempre fui aficcionado por ônibus rodoviários, especialmente pela gloriosa Viação Cometa S.A., me lembro desde a época em que a rodoviária de SP ficava na Praça Princesa Isabel, eu ia com meus pais todo orgulhoso seguir viagem para o sul de MG, infelizmente em outra empresa, porém ficava admirando os Dinossauros da Ciferal, imponentes, desfilando todo seu charme, como se as áreas de embarque fossem passarelas, aquele ronco do motor Scania BR116 super, na época, era um show, depois vieram os CMA’s maravilhosos também, a cada época saía uma versão, Flecha Azul I, II, III e assim por diante, nossa,que bons tempos, mas como muitos aqui já comentaram, regras do capitalismo e globalização, maiores engolindo menores, infelizmente após o falecimento do Sr.Tito Masciolli, a Viação Cometa S.A., se foi junto, representando a crônica de uma morte anunciada, abraço a todos !!!

Wallace/BH
Wallace/BH
15 anos atrás

Realmente quem andou de cometão sabe do que se trata o texto. Para quem ia do norte de minas ( Montes Claros ) para São Paulo o melhor era , transnorte até BH e de BH para sampa de cometão, pela 381 com pista simples, era no máximo 9 horas de viagem com chuva, sem chuva, com buraco, sem buraco, com ou curva ou na reta.
Incrivel tive dois tios que trabalharam na cometa e contavam sempre as grandes lendas dos cruzamentos pela contra-mão…isso mesmo que quando 2 cometas se cruzavam nas retas na 381 eles passavam pela contra-mão…nunca vi isso, mas já vi algumas batidas de cometa nas retas.
Sem contar que de carro nunca consegui ultrapassar um cometa na 381 !
Sem contar a primeira vez que fui em sampa fui de Flecha Azul II.

Wallace

Clodoaldo
Clodoaldo
15 anos atrás

Texto fantástico,,,,,não sou cometólogo, mas sim um admirador da máquina..minha mãe disse que quando criança eu ficava na janela de casa em Jundiaí vendo o Cometa passar na Anhanguera,,,,,quando jovem muito fiz SP – Poços e descia em Jaguariúna pra visitar meus pais, e na volta de novo na beira DA PISTA ESPERAR O COMETA……Participei de dois passeios num Flecha original 7163 com os colegas Hamilton e Wilson Micolli…….foi demais…………………..tive o privilégio de seguir um desses de Holambra até Jaguariúna e o show de setas, o papel picado e o fumacê vou guradar para sempre na memória,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,

Luciano, o B
Luciano, o B
15 anos atrás

Me senti velho hoje nos meus parcos 32 anos… Os Flecha de Prata me acompanharam na minha vida toda.

Quando criança ia mais de 10 vezes por ano de SP a Bh, Cometa ou Impala, com seu cheiro característico. O cheiro, as luzes e os rádios me fascinavam. Lembro de uma vez, já em Minas, o cometa raspando em um caminhão parado no meio da pista na neblina da madrugada. Graças ao motorista que fez uma manobra espetacular não caímos no precipício. E logo usou seu rádio PX para avisar a garagem e pedir ajuda. Numa época que nem se pensava em telefonia celular. Semana passada a correia de um Cometão novo (Harley – horrível) quebrou e como estávamos em uma área sem cobertura de celular a única saída foi esperar passar outro ônibus…

Na época da faculdade estudava em Campinas e viajava bastante para SP. Sempre de Cometa. O mais marcante foi um dia em que o Cometa passou por um Porshe na Anhanguera e piscou as luzes para se gabar… Começaram uma corrida, que é claro que o Porshe ganhou… Mas teve que passar a 3a pelo menos… hehehe

E agora, morando em Sorocaba e trabalhando em SP quando perco o fretado (aconteceu hoje) sempre sobra pegar o Cometa. As poltronas novas são mais confortáveis e higiênicas, a vedação realmente é melhor (tirando quando o ar condicionado quebra e o ônibus vira um forno) mas a pintura nova (adesivo) é horrível, não existem mais as luzes e principalmente as viagens demoram muito mais. Com os flechas e compania era padrão ir de SP a Campinas ou Sorocaba em 1h (na madrugada cheguei em Campinas em 50 minutos). Hoje 1h 30min é o padrão… Sem trânsito pesado…

Rodrigo Mattar
15 anos atrás

Saudades de ver os “Dinossauros” da Cometa cortando a Av. Brasil no Rio de Janeiro e da garagem da Maxwell, na Tijuca, que deu lugar a mais uma loja dos Supermercados Guanabara e a um motel no restante do terreno.
Pena que muita coisa boa está desaparecendo… sinal dos tempos… ruins!

Marcelo de Castro
Marcelo de Castro
15 anos atrás

Puxa vida. Andei muito nessas máquinas. Quando a familia se mudou para Curitiba em 1989 frequentemente íamos visitar os parentes em São Paulo. Comprava sempre as poltronas 03 ou 04 assim poderia, além de acompanhar a estrada, ver a pericia dos motoristas e delirar quando ultrapassavam os “modernos” Itapemirim. Isso sem contar no show das setas. Algumas aprendi e quando tirei minha CNH viajei a São Paulo louco para cruzar com um cometa e começar o SHOW.
De repente em uma reta vem o bicho…voando luz baixa acesa ultrapassando um caminhão…da Sadia…mercedes bege. Espero a criança voltar para sua pista e começo timidamente a piscar as setas…uma para a esquerda e outra para a direita. Nada…o bicho vinha imponente somente com a luz baixa acesa. Tentei novamente mas com um sinal de luz alta antes ” de repente ele não me viu”…então vejo as luzes laranjas da seta piscar esquerda, direita, esquerda direita. Esse sinal indica que está tudo bem no sentido em que venho. Ao piscar igual o outro motorista indica que de onde ele vem ” tá tudo beleza também”. Olho então para o motorista e o vejo com a mão esquerda erguida e um leve sorriso no rosto. Respondo do mesmo modo e então nos cruzamos…
Estava realizado o sonho…

José Roberto Askinis
José Roberto Askinis
15 anos atrás

Era briga para sentar nas primeiras poltronas, era a 1 e a 2, e a 5 e a 6, que ficava um pouco mais alta. Ficar observando o motorista diri….pilotando o busão. Cometa dinossauro, lembra interior, férias, primos, tias, avôs e avós, Maurício de Souza, Chico Bento. Nas viagens mais longas, BH e Rio, era ver o shown das luzes na estrada. E o ronco do Scania(música), e não vi ninguém comentar sobre o assovio que o motor fazia(ou faz) quando acelerava.
Meu Deus, que saudades das férias que começavam na rodoviária velha de SP(feia), com um shown de cometas, estrada, gibis, parada para tomar coca-cola na garrafa…..
Obrigado cometa dinossauro…

Askinis

Alexandre Santiago
Alexandre Santiago
15 anos atrás

Cara, não tem como se emocionar com os depoimentos aqui e com os videos.
Só sente isso quem viveu uma vida ligada à estes ônibus. Eu que quando criança viajei muito neles. Era demais. O lance das setas é a marca registrada. O lance de apagar as luzes para ultrapassar também. Vai deixar muita saudades. Mais uma tradição morta pela globalização.

Eu conheci o Sr. que fundou a Cometa. Era um velhinho muito querido. Ele comprava frutas na frutaria do meu primo e era um Senhor distinto e muito, mas muito simples.
Para vocês terem uma idéia, em 1994 ele tinha um Monza 1984. E toda vez que comprava frutas, pechinchava até não poder mais.
Mas não sabia que ele tinha morrido.

Bom, vai ficar na lembrança estes ônibus. Se eu ganhar na Mega-Sena, com certeza eu vou comprar um onibus deste para mim. É fato.

Valeu FG pelo post.

Rafael
15 anos atrás

quer saber? já vai tarde..

esses onibus são bonitos e tudo mais..mas não sei por que os desses modelos são os que mais fazem barbeiragem na estrada.

é entrar sem dar seta, é andar na faixa da esquerda.

cansei de ver isso e a última vez que ví foi no fim de semana passado.

Maurício Carvalho / RJ
15 anos atrás

Passei um e-mail (abaixo) para meus amigos e parente sobre o triste tema:

“Eu confesso que fiquei triste.
Sempre achei o mais bonito de todos, realmente o som do motor (para quem gosta), é algo impar.
Você sabia quando um Flecha Azul estava ligado, ou saindo da plataforma.
Nunca andei num desses, mas eu o admirava.
Quando ia a rodoviária aqui no RJ, buscar algum parente, era para ele que eu mais olhava.
Meu Avô Hugo, também achava bonito, e dizia que o Expresso Brasileiro depois dele (na época), era igualmente lindo.
Lembrar dos Flechas Azuis, remete a minha infância, as viagens para Santos e Curitiba, e sempre na serra das araras, um “Cometão” passava pelo meu ônibus, na subida!
Você ouvia o som do motor, o assobio da turbina cheia, empurrando “o monstro” ladeira acima.
Um pena.
Essa tal modernidade….
Abraço a todos.

Site com a triste reportagem:
http://transcendentes.blogspot.com/2008/07/adeus-flecha-morte-do-rei-da-estrada.html

Site da Cometa, e a atual imagem da empresa:
http://www.viacaocometa.com.br/viacaocometav01/portugues/historico/historiaCometa.aspx

Maurice Stambouli
Maurice Stambouli
15 anos atrás

Quando vim para o Brasil, em 1957, morei na Praia do Flamengo (ainda estavam construindo o aterro), viajava entre São Paulo e Rio pela Cometa. Imagine um garoto de 7 anos entrando na boca do bicho (ônibus). às vezes não havia passagem disponível e tinha de viajar pela Única.

Posteriormente, por trabalhar na Pirelli, acabei tendo contato com o Sr. Tito Masciolli e filhos. Empresário determinado, quase obsecado pelo trabalho. Construiu uma Empresa que marcará para sempre nossas lembranças.

Questão de 4 anos anos atrás, o Posto Petropen, em Registro, vi um ônibus de 2 andares, 4 eixos e, na lateral, escrito Cometa. Não resisti e fui falar com o motorista. Perguntei se era um Cometa mesmo ou se era um plágio da marca. Não me conformei em não ver um Dinossauro com a marca COMETA.

O motorista, simplesmente, me respondeu que depois do fundador ter morrido, os filhos passaram a mão nos cobres vendendo a Empresa. Estão certos? Não tenho capacidade para julgar.

Gostaria de saber se a marca COMETA / DINOSSAURO não ficará marcada na lembrança dos que gostam de 2 ; 4 / 6 /8 /10/ 12/ ……./28 rodas, etc.

Aliandro Miranda
15 anos atrás

Infelizmente tudo é assim. Diminuir custos para que os lucros aumentem.

Realmente, manter uma frota com todos estes detalhes não deve sair barato, não. E a concorrência está aí. Não estou defendendo a nova Cometa, mas mercado é mercado.

Nick B.
Nick B.
15 anos atrás

Fla, meu querido.
Impossível não se emocionar com o seu texto belíssimo.
Impossível não se identificar com os relatos dos amigos blogueiros.
Impossível não lamentar tal notícia, que encerra uma era dos ônibus.
Sentirei saudades desses bichões.
Sentirei saudades dos motoristas, lendários para quem viajou de ônibus.
Sentirei saudades das poltronas vermelhas, do cheirinho de tutti-frutti.
Sentirei falta da magia que envolvia os ônibus da Cometa.

Estamos vivendo uma fase de despedidas: Flechas Azuis e o #96.
Fico triste, mas as boas lembranças me revigoram.

Abraços a todos.

Nick B.

thiago marinho da silva
thiago marinho da silva
15 anos atrás

Flávio,
Realmente só quem andou de Cometa (Verdadeiro) sabe o que é viajar confortavelmente em uma época que as estradas eram ridículas e perigosas.
Deixo não só homenagens a um estilo de viajar, bem como muitos já escreveram, aos motoristas que na maioria dos casos já conhecia o nome de cor e os tratava com respeito, sempre cumprimentando na saída, bons tempos mesmo !
Abs !

Marcelo
Marcelo
15 anos atrás

Andei muito de cometa.
Realmente nunca quebrou.
Estudava em SP e morava em Sorocaba, então cometão na certa.
O Contraste com a noticia é que um dia pegou um com apenas 600 kilometros rodados, perguntei ao motorista e ele me falou que era o primeiro dia de operação do onibus.

Apenas um detalhe, para quem se lembre, invariavelmente o vidro que havia (acima, no teto) na entrada do bancos estava rachado.

André Jirus
André Jirus
15 anos atrás

Viajei muitas vezes nestes ônibus durante minha infância na linha São Paulo -> Juiz de Fora/MG .

Realmente vão deixar saudades !

xandico
xandico
15 anos atrás

Daqui de Campinas pra Santos, São Paulo e Rio sempre andamos de Cometão Flecha de Prata, sensacionais, nunca quebravam. Sempre com uma frestinha da janela aberta pra ouvir o motorzão, de preferencia lá na frente do lado direito, pra apreciar o trabalho do motorista, uma verdadeira arte. Mais uma das mil maravilhas vividas nos anos 80.
Tenho um amigo do fã clube da cometa e disse que tem muitos deles querendo comprar esses ônibus, pois creio que do contrário podem sumir do mapa…

Péricles Durães
Péricles Durães
15 anos atrás

Sou de São Paulo e, em 2000, fui estudar na Unicamp. Sempre voltava para casa dos meus pais, à noite (pra fugir do transito de Sampa), de Cometão. Poltrona vermelha, cheirinho de talco, o insuperável ronco do motor Scania (e eu conseguia dormir com esse som, sempre sentando nos bancos da última fileira), os ‘pilotos’ fazendo a viagem em, no máximo, 1h30 (meu recorde nessa viagem foi 1h15, antiga rodoviária da Andrade Neves – Tietê). . É uma pena ver que um monstro (no bom sentido) desses vai se aposentar. Não consigo imaginar a Bandeirantes sem os Flecha Azul. Deixará muitas saudades. E vejamos o que colocarão para substituí-los.

ferreirovitch
ferreirovitch
15 anos atrás

Gomes, bom dia.
Prezado Sr. Maurício Freitas, o senhor se esqueceu de citar o ícone da Cometa: os Mourubixabas. Ônibus importado dos USA, com motorizacão GM (Pontiac) ou DDA (Detroit Diesel Allison) que hoje pertence ao Roger Penske. Nunca vi um torque tão violento. Tinham ar condicionado de fábrica (isso nos anos 50/60). Tinham um torque fenomenal.Subiam a Serra das Araras com sobra de potência. Foram utilizados até o início dos anos 70. Quando retirados de servico, mereceram, pelo menos aqui no Rio, reportagens dos principais jornais.Todos lamentando a aposentadoria. Era o início da era Ciferal/Scania.O ronco dos seus motores eu escuto até hoje.

André
André
15 anos atrás

Andei só uma vez num Cometa indo de Campinas à São Paulo.Realmente andam muito rápido,mas eu prefiro ser espectador somente.Ver um desses vindo rasgando pela Anhaguera e Washington Luiz é incrível.As setas piscando qdo 2 carros se cruzam é uma coisa impressionante.MíticoAlgumas viações tentam,mas não têm o mesmo charme.E o desenho então?
Totalmente exclusivo.Longe de ser esse monte de caixotes modernos.Se esta nova empresa que adquiriu a viação tivesse um pouco de bom senso,poderia encomendar um novo projeto ergonômico,decorativo,circulatório e vedante para o interior do modelo mantendo sua carroceria clássica.Infelizmente não é assim :(…

romuca
romuca
15 anos atrás

e a numeração dos ônibus eram sempre a mesma das placas. alguns conseguiam, além do mesmo número, ter placas com as iniciais EVC Empresa Viação Cometa.

Verde
15 anos atrás

Aliás, FG, falando nessa rodoviária de Campinas, só um adendo: ela foi desativada no mês passado. Construíram uma não muito longe, toda modernosa. A antiga (que, diga-se, continuava com a mesmíssima cara dos anos 80) virou passado e está abandonada. A moderna lembra um pouco o Terminal Tietê, tão high-tech quanto insípida.

lucianocop
lucianocop
15 anos atrás

Já viajei muito nessas máquinas, andavam pra valer, encaravam as grandes subidas da rodovia Washington Luis sem medo.

E o barulho do motor Scania??? fantástico…

Cabra
Cabra
15 anos atrás

Aquele cheiro de talco é a única coisa que não vou sentir falta nos flechas. Pena que se vai. Resta saber quem vai comprar essa frota. Tô até vendo virar fretado pra excursão de colégio e muambeiro. Coitado.

Maurício Freitas
Maurício Freitas
15 anos atrás

Flávio,

De ônibus da Cometa eu posso falar de carteirinha. Ando neles desde 1965 e há dez anos quase todos os dias. Rodei no Flecha de Prata, Monobloco da Mercedes, Jumbo, Turbo Jumbo, Dinossauro, Dinossauro II e os Flecha Azul atuais, sempre na linha São Paulo-Sorocaba. Esses ônibus fazem parte da história da minha vida.
Porém, creia-me, estava mais do que na hora de aposentá-los. Uma coisa é a nostalgia, outra é a qualidade e esses ônibus atuais são belíssimas porcarias. Barulhentos, desconfortáveis e instáveis. As janelas não vedam e no inverno os passageiros morrem de frio. No verão, parecem uma sauna, porque não têm ar-condicionado. Quando chove, os passageiros que ficam ao lado da janela se molham, porque a vedação para água também não funciona. As luzes de leitura são péssimas e não permitem uma leitura decente. Em suma, são horríveis, embora charmosos. Mas, neste caso, eu dispenso o charme.
Menção honrosa se faça aos motoristas, realmente formidáveis. Nestes 43 anos de viagens passei por situações assustadoras, que foram controladas magnificamente. Tenho alto apreço por esses profissionais, que dirigem essas onças com grande esmero.
Se vão trocar os ônibus já demorou demais. Tudo tem seu tempo e esses veículos devem mais é fazer companhia para as jardineiras, prestadas as devidas honras.

Hamilton
15 anos atrás

Flavio Gomes, que honra para mim!

Eu sou o autor do texto, e mais, sou leitor assíduo deste seu blog… embora nunca tenha deixado um comentário…

Acompanhava você também nas transmissões de Fórmula 1 pela Rádio Bandeirantes…

Agora, os caminhos se cruzam e este blog, em poucas horas, fez bater todos os recordes de visitas do meu humilde bloguinho…

Valeu, Flavio!