FIM

PEQUIM (hi, London) – A China termina seus Jogos como campeã absoluta nas medalhas de ouro, com 51, mas perdendo para os EUA no total: 110 x 100. Assim, a imprensa americana dirá que os EUA ganharam, e o resto do mundo dirá que a China ganhou.

O que não tem a menor importância.

Serão muitos os balanços baseados em números, todos muito interessantes, que vão pipocar na imprensa especializada nos próximos dias: o crescimento de um país, a queda de outro, a relação medalha/habitantes, ouros per capita, recordes, PIB, IDH, tudo. Digo que são interessantes porque o esporte, em muitos casos, é o espelho de uma nação. E, normalmente, os países mais desenvolvidos acabam à frente daqueles que ainda têm coisas para resolver.

Oh, grande novidade.

A novidade é que não é sempre assim. O Brasil, por exemplo, terminou os Jogos de Pequim à frente da Dinamarca, da Suíça, da Finlândia e da Bélgica. Não quer dizer que seja um país mais aprazível para se viver do que esses todos. E ficou atrás da Jamaica, do Quênia e da Etiópia. Sendo muito sincero, eu não trocaria as ruas esburacadas da minha querida e problemática São Paulo pelas ervas jamaicanas, pelos rinocerantes quenianos ou pelo famélico landscape etíope.

O resultado final de um país numa Olimpíada indica, na maior parte das vezes, como ele se preparou esportivamente, e qual o grau de prioridade com que distingue certas modalidades. Só isso. A Dinamarca e a Finlândia, por exemplo, estão cagando e andando para os 100 m rasos ou para o futebol. Mas vai ver o que eles fazem nos Jogos de Inverno com esquis e patins. É tudo uma questão de prioridade.

Dos 204 comitês olímpicos nacionais inscritos para os Jogos, 87 foram agraciados com ao menos uma medalhinha. 55 ganharam medalhas de ouro. Sete ficaram com apenas um bronzezinho, e acho que cada um desses sete merece uma lembrança: Afeganistão, Egito, Israel, Moldávia, Ilhas Maurício, Togo e Venezuela. No total, foram distribuídas 958 medalhas, 302 de ouro, 303 de prata e 353 de bronze.

O Brasil ficou em 23º no quadro de medalhas, com três de ouro, quatro de prata e oito de bronze. Pelo critério de total de medalhas, as 15 brasileiras colocam o país em 17º. Igualou-se o recorde particular de Atlanta/1996, também com 15. Mas não o desempenho de Atenas em ouros, cinco.

Isso tudo, de um ponto de vista muito pessoal, também não tem a menor importância. Alguém haverá de dizer, se já não disse, que o Brasil foi demais, nunca chegou a tantas finais, está na cara que está crescendo “a nível internacional” e tudo mais. Alguém haverá de dizer que foi uma merda completa, que a ginástica foi um fiasco, que o judô deveria ter trazido um ouro, que a natação foi um embuste, tirando o Cesar Cielo, que o futebol foi uma vergonha e todo mundo terá razão, tanto aquele que achou que foi demais, como aquele que achou uma bosta.

Eu não achei nem uma coisa, nem outra.

Achei que um mês de China iria me encher o saco, porque ando meio impaciente, ultimamente, com quase tudo. Achei que um mês de China seria um transtorno que colocaria minha vida de ponta-cabeça, porque no fundo ando me preocupando com muita coisa irrelevante, ultimamente. Achei que um mês de China, no fim das contas, para quem já fez tantas coisas na vida, seria apenas isso: um mês num país que não me diz nada de especial.

Mas não foi.

Cheguei há pouco mais de 20 dias, e quando tento me lembrar desse distante dia 1, parece que foi em outra vida. O primeiro contato com o apartamento, com minha nova cama, meu novo banheiro, a vista da janela, a gaveta dos talheres, o açucareiro improvisado, o prato da manteiga, a torradeira, o café solúvel, a textura da toalha, a visita ao supermercado, o cálculo dos preços, a nova portaria, o novo elevador, a mão das ruas, os cheiros das calçadas, os sons das buzinas, o encontro com os colegas da TV, a primeira visão do Parque Olímpico, a imersão nos estúdios, o lugar na sala de imprensa, o gosto da comida, a chegada do trio, o pub da primeira noite, o restaurante da segunda, os bares da terceira, e grava, e escreve, e entrevista, e telefona, e vai até ali, e volta para cá, e encontra um, e encontra outro, e tudo começa a ficar familiar, uma nova vida vai se construindo a cada minuto, a cada visão pela janela do táxi, a cada caminhada sob o sereno da madrugada pelas alamedas de Chaoyang.

Como se vê, é muito mais do que um evento, mas um mergulho mesmo numa nova vida, em que não há dois dias iguais, porque eles são pautados por aquilo que não é a sua vida normal, um dia é um jogo, no outro é um salto, e depois um mergulho, e uma cesta, e um saque, e uma decisão, e um choro, e uma explosão de alegria, estamos aqui para isso, afinal. E quando o dia termina, e esticamos o dia ao máximo, esperando que mais novidades nos sejam apresentadas pelo acaso, porque só as agendas esportivas já não nos bastam, o sono passa a ser quase um estorvo, porque aí queremos mais e mais, sugar os dias até o bagaço, como sobreviventes de uma catástrofe nuclear que sabem que em algumas horas estarão deformados e mortos, e por isso cada segundo, cada um deles, tem de ser muito especial.

Foi isso, a minha Olimpíada. Não me comovi com recordes, mas me comovi com a noite calada das ruas de Pequim e com a maciez da pele de algodão nos bancos dos táxis que começavam e terminavam meus dias admiravelmente novos. Não me comovi com medalhas, mas me comovi com passeios que imagino terem sido longos por um parque onde algumas pessoas ainda andam de mãos dadas. Não me comovi com vitórias, mas me comovi com a simplicidade de um gesto, de um olhar e de um sorriso oriental. Não me comovi com derrotas, mas me comovi com a redescoberta da cumplicidade entre amigos velhos e novos.

Me comovi com os longos silêncios e com o reencontro comigo mesmo, com algumas lágrimas e gargalhadas que não julgava mais ser capaz de.

Me comovi porque aconteceram tantas coisas que eu achava que não aconteceriam mais.

Olho para o lado agora e tenho a impressão de que só eu tenho essas idéias distorcidas de algo que, provavelmente, não passa do que é. Que estou ficando piegas e bobo, que deveria fazer o que todos ao meu lado fizeram nestes dias, trabalhar mais, furiosamente, ver tudo, estar em todos os lugares, vibrar, socar o ar. E por isso fico de novo com a sensação de que fiz muito menos do que todos, muito menos do que poderia, muito menos do que deveria.

Mesmo assim, quando voltar levando tal remorso na bagagem, sei que vou chegar e sentir um vazio no estômago. Talvez o mesmo vazio que esta cidade vai sentir amanhã, quando tantas vidas que vieram até aqui com dia marcado para ir embora começarem a partir.

E as minhas 20 e poucas vidas novas de 20 e poucos dias diferentes em Pequim irão aos poucos se transformar em lembranças que com o passar do tempo ficarão esfumaçadas, difíceis de enxergar e de compreender, o que é uma pena, porque eu queria lembrar de tudo para sempre.

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Gustavo
Gustavo
15 anos atrás

É isso aí Gomes, parabéns pelo texto, ficou fantastico e com uma visão diferente das coisas.

PS: Lá vem o Massa!!!

Rafael
Rafael
15 anos atrás

Espetacular o texto.
Parábens.

Odair
Odair
15 anos atrás

Flávio, não sabia que você escrevia tão bem. Pensei que você só falava besteiras..rsrs…Parabéns, seus textos foram os mais interessantes e humanos que eu li na cobertura das Olimpíadas.

Marcelo Giacomin
Marcelo Giacomin
15 anos atrás

Vou jogar essa dúvida aqui para o FG ou alguém que souber poder responder …

Vi que o número de medalhas foi 302 de ouro, 303 de prata e 353 de bronze.

O número de medalhas para o 1º, 2º e 3º lugar não deveria ser o mesmo ou isso foi devido a empates?

Abraços

Renato Bellote
15 anos atrás

É uma boa hora para escrever outro livro…….rs
Bem vindo novamente.

abs

Marcelo
Marcelo
15 anos atrás

Seu blog, faz bem. Muito bem.
Um abração.

Bullitt Kowalski
Bullitt Kowalski
15 anos atrás

Gostei.
A Olimpíada é bom pra lembrar que somos (ou acho que ainda somos) o país do futiba.

E só. Que país ridículo que somos….

Denise
Denise
15 anos atrás

Seu texto dispensa comentários, Flávio.
E é justamente isso que te faz diferente dos outros…
E que bom que tá de volta!
Beijo!

Silvio
Silvio
15 anos atrás

Espero que você não se esqueça do Gah-Fang-Yotung…

Samuca
Samuca
15 anos atrás

O Afeganistão ganhou medalha??? Isso sim é uma proeza!!!!

Vinícius Piva
Vinícius Piva
15 anos atrás

Flavio (sem acento), você deve estar cansado de receber elogios, mas, sem muito esforço, engrosso o coro da turma. Afinal, o que é bom tem que ser valorizado (sempre fazemos duras críticas a coisas ruins, não é verdade?).

Você sempre trazendo algo além dos fatos. Acompanhar a sua cobertura de um evento singular como as Olimpíadas foi enriquecedor. Faça as malas para Londres hein, por favor…

Sempre bom ler seus belos textos.

Abraços

Rodrigo T. Lamonato
15 anos atrás

Obrigado por nos levar a Pequim com você. Obrigado por sentir e nos deixar sentir tão parecidos.

Essa sensação de dias intensos que passaram é gostosa, é como uma paixão de verão, uma garota que foi a mulher de nossa vida por fugazes 3 ou dias.

Admiro você.

Dú
15 anos atrás

De DKW para LADA.
Ou seja, voltemos ao normal.
Com procuração da galera, lógico que sem os consultar!
FG, está intimado, no Paddock a fazer um Workshop de uma noite só.
Nos relatar a parada macro, o Lousão que se vire com as limas da pérsia, e o cardápio.
Mas teremos o prazer de ouvir as histórias, e o parabenizar por estar sempre atento e plugado no que essa galera nova veio a frequentar, não seu blig, mas como diz o Ceregga, Chupa Flavio.
Uma coisa, Londrina Classic em Outubro. O Paulo deu a ficha já.
Ceregga, imagina o quadradinho torcendo a massa plástica naquele miolo de Londrina!
Saloma, É contigo.
E Regi, não arraste mais nenhum PM nas praças de pedágio da Castelo.
Afinal, de que morreu Gunnar Nilson?
NB, se pronuncie! Pois nem imagina que rolou de histórias ontem domingo no Paddock.

Igor
Igor
15 anos atrás

Caramba FG, quando vc acerta, acerta mesmo!!

Acarloz
Acarloz
15 anos atrás

O que posso dizer para melhorar esse clima de fim de festa é: Parabéns pelo excelente trabalho ! Para nós que estamos acostumados com sua visão muito particular das coisas, foi muito especial acompanharmos as olimpíadas em ritmo de Blog do Gomes, especial, novo e gratificante…

Welcome back

Mau
Mau
15 anos atrás

O movimento olímpico tem um marco. Antes e depois de FG! Abs, cara. Prazer participar deste negócio ao seu lado. Já te falei, mas é a melhor cobertura olímpica de todas as feitas! E mande meu abraço ao Bonfim.

RESPOSTA DO FG:

Exageros serão coibidos neste espaço. Bonfim retribui o abraço.

Saulo
Saulo
15 anos atrás

O que me interessa saber é a relçao dinheiro investido no esporte / medalha. Isso seria interessante saber, quanto custa uma medalha olímpica ? E comparar o tanto que a gente investiu com os outros países, e descobrir o que já sabemos, que a gestão do dinheiro no brasil é péssima.

Trovão
Trovão
15 anos atrás

Valeu FG, agora antes de embarcar dê um soco no ar e diga:
“Eu estive aqui e venci, pois fiz o que tinha que fazer”!
Parabéns a você e toda a equipe pelo excelente trabalho!
BOA VIAGEM!!!

João Carlos
João Carlos
15 anos atrás

Parabéns pela cobertura. Revival dos diários de viagem.

Souza
Souza
15 anos atrás

E a medalha de ouro do Massa não conta ?

Rodrigo Romão
15 anos atrás

Belo texto, FG. Gostei muito do último parágrafo

Celso Vedovato
15 anos atrás

Flávio muito bonito tudo o que disse, e imagino que a maturidade traga esses sentimentos todos, principalmente a obsevação e valorização do realmente importa emocionalmente a voce.

Esportivamente falando, entre tantos comentários, observações geográficas e sociais, etc… me parece que faltou comentar o que será que aconteceu com Cuba?, me parece que há muito tempo a Ilha não tinha uma participação tão apagada.
abraço
Celso

Rogério Magalhães
Rogério Magalhães
15 anos atrás

Beleza de texto, FG… aliás, no meio da mesmice e da turba ignóbil de nossos coleguinhas em coberturas como essa, é bom quando alguém destoa e traz outros lados, de coisas que, para a turba, parecem “viajadas”… bom seria se todos pudessem dar uma escapada da correria dos eventos e prestar atenção (e relatar) o que acontece por trás deles… e isso tu sabes fazer.

E quem dera se o espírito de superação mesmo desses pequeninos países que levaram só uma medalhinha de bronze (tira a Venezuela, que aquilo foi acidente) fosse o mesmo que renovasse a alma da nossa Lusa, ontem foi uma tristeza só. Mas não vem ao caso.

O que vem ao caso é que tu tá de parabéns pelo teu trabalho. A gente é que tem de agradecer… valeu mesmo! E boa viagem de regresso…

Viscondi
15 anos atrás

Caro Gomes,

Acompanhei os Jogos basicamente por meio de seus relatos. E os considerei como ótimos. Exatamente porque você foi além. Além do ufanismo, além da performance, além do convencional. Estive na China junto com você. E não saí daqui do meu cantinho. Isso fez toda a diferença.

Não fique com remorso, mas jubile-se, pois você propiciou àqueles que não tiveram oportunidade de ir até a China de conhecerem um pouco mais desse imenso país.

Serei sempre grato a você.

Um abraço.

Luana Marino
Luana Marino
15 anos atrás

Rs, já era de se esperar um texto com essa qualidade. Qualquer comentário que eu fizer aqui será mínimo. Portanto, resta-me apenas dizer “MUITO OBRIGADA” por nos proporcionar posts assim.

Agora, a respeito das Olimpíadas, lágrimas mesmo só com César Cielo. Destaco também Phelps, Isinbayeva, Bolt, Kobe Bryant & cia. e a dupla campeã de volêi de praia Walsh e May. Dá gosto de vê-los em ação!

Outros destaques: os impressionantes “Ninho de Pássaro” e “Cubo de água” (esse, meu favorito! Nunca vi coisa mais linda!). Não gosto de adjetivar, mas não tem jeito: monumentais!!!

A simpatia do povo oriental também não pode ficar de fora.

E agora, o que merece destaque total: a China conseguiu firmar-se como a principal potência esportiva mundial. O plano de 119 medalhas não foi atingido (eles perderam algumas medalhas certas, assim como outros favoritos). Mas isso pouco importa. O que importa é que o país deu uma lição de como se fabrica campeões.

Para se tornar um dia uma também potência olímpica, o Brasil tem muito o que aprender com o seu colega do grupo dos países emergentes.

Virgo
Virgo
15 anos atrás

Chovendo no molhado, parabéns pelo trabalho etc..etc..etc..
Nós pudemos matar as saudades do seu trabalho de Jornalista, etc..etc..etc..
Mas, creio que faltou juntar, Flávio, que voces viveram em um ambiente controlado durante essas 3 semanas, com Pequim esvaziada, obras paralisadas, gente às pencas sendo obrigada pelo governo a deixar a cidade para não fazer má figura.
Sei não, não me convenceu. Queria ver se tudo seria às mil maravilhas no dia a dia normal da cidade. Creio que sua impressões seriam bem outras.

Leo Engelmann
Leo Engelmann
15 anos atrás

FG, se revele: você se apaixonou pela China.

Silvio
Silvio
15 anos atrás

Sensacional este texto !!!
Parabéns !!!

Ah… A cobertura da ESPN Brasil, como sempre, foi espetacular !!!

abços

Bonilha
Bonilha
15 anos atrás

Como sempre, lindo texto.

Perfeito!

Seja bem-vindo de volta.

jose maciel
jose maciel
15 anos atrás

véio… o texto é massa, mas acho que vc esta entrando em depressão, se já não está.

Marcos°
Marcos°
15 anos atrás

É incrível a facilidade de algumas pessoas de expressarem com as palavras os sentimentos , o cotidiano e a vida.

Você é uma delas.

bem melhor, do que ler o Mainardi.

Eric
Eric
15 anos atrás

Maravilhoso texto e cobertura dos jogos.
Só vc mesmo FG,o iluminado.

Confúcio já perguntava ao Gah…fanhots…..hehehe
-Quem é esse baixinho que já brigou com o grilo?
Gah….fanhévers respondeu:

É um piloto de Lada no Brasil…..e Confúcio mandou o tabefe nas antenas dele e retrucou:
-Ninguém é piloto correndo de Lada!!!!!!!!!!!!

Gah….puto da vida respondeu:

-É aquele do DKW #96!!!!!!!!!!!!!!
E Confúcio respondeu com uma bica nas balls:

-Isso é para vc aprender a não inventar mais histórias!!!!!!!!!Quem trocaria um DKW por um Lada?????

eduguanaes
eduguanaes
15 anos atrás

Simplesmente a melhor cobertura da olimpiada foi a sua.
Foi uma visão completamente diferente daquela rasgaçao de seda que estamos acostumados.
Posso dizer que 90% da olimpiada eu acompanhei pelo Blog e o resto, quando conseguia ficar acordado, pela espn.
Parabéns para você Flavio e para os medalhistas brasileiros.
O que ficou pra mim? As histórias do treinador abandonado, da vara perdida, e principalmente da total ineficiência do COB.
Fico imaginando como seria a abertura e o encerramento da olimpiada no Brasil.

Ubaldir jr.
Ubaldir jr.
15 anos atrás

Parabéns pelo grande trabalho e obrigado por toda a informação que foi capaz de nos repassar de uma forma tão objetiva e original, que pra mim é sua marca registrada.
Agora, os seus textos sobre os locais que visita são algo… eu me sinto quase como se estivesse visitando a China. Saí apenas duas vezes do país, sempre pra Argentina, e sei exatamente o que você está falando. Essa sensação de que uma, duas semanas parceram um ano é algo impagável na vida. É exatamente isso que acontece quando visitamos lugares diferentes e mudamos tudo na nossa rotina. Acabamos por ganhar um monte de dias de vida, mesmo que apenas no nosso imaginário.
Seus textos quase nos fazem sentir essas sensações. O seu livro é repleto dessas “sensações”. Torço para que você um dia volte a cobrir as corridas de F-1 de novo “in loco”, só para que você possa escrever um volume dois do seu livro.
Grande abraço Gomes. Boa volta ao Brasil.

Ellery Souza
Ellery Souza
15 anos atrás

Cacildis Kamarada!!!
isso dever ser o famoso “Espirito Olimpico” que eu julgava ser mais um produto de marketing, mas lendo suas palavras e por vim de você, vou ter que rever meu conceito.
Daqui dos tropicos, ao menos para mim essas olimpíadas, me pareceram bem cinza, talves o cinza do comunismo chines, das proibiçoes, das mordaças; nao senti nessas olímpiadas “a marca” daqui de longe me pareceu tudo muito aceptico, nao teve a metropole com ar de cidadezinha como em Sidnei, nao teve todo o peso da Historia como em Athenas, mas enfim minha opinão nao conta muito, e talvez nem lida seja, essa olimíada conseguiu me deixar indiferente quanto ao seu fim, volta que estamos com saudades, Valencia ficou meio sem referencia sem seus comentarios.

lucas
lucas
15 anos atrás

aproveita e trás uma lembrancinha para mim.

arakaki
arakaki
15 anos atrás

EU NAO CONHECIA O SEU TRABALHO,GOSTEI MUITO, A OLIMPIADAS ACABOU,MAS VOU PROCURAR ACOMPANHAR O SEU TRABALHO,VALEU!!!!!!!! UM ABRACO DAQUI DO JAPAO

pedro bresson
pedro bresson
15 anos atrás

don gomes, se nao der um pau geral no servidor do ig e vc nao tiver backup do blig, vc vai se lembrar de tudo para sempre sim.

tá tudo, ou quase tudo, muito bem registrado. parabéns pela cobertura. vc é um cara emocional, antes de qualquer coisa. enxerga muito além do normal. dá mais valor pras pequenas coisas e gestos do que para coisas grandiosas e que valem dinheiro.

isso é viver!

volta logo. walter te espera. e nós tb com as palhacadas automobilísticas.

assista o filme Stalker do Tarkovsky. um espetáculo que tem a ver com o que vc viveu agora.

abracao,
pedro

ronan
15 anos atrás

Fim de olimpíada é como despertar em meio a um sonho maravilhoso… Dá aquela raiva misturada com lamento de não poder voltar a sonhar. Belo texto, Flavião! Olimpíada é magia pura!! Até 2014.

Jobar
Jobar
15 anos atrás

É triste ver que a potência desportiva que o Brasil é não ter prioridades.

Um facto (acho que pode ser facto): se a selecção brasileira estava com a bola toda, depois do penta, porquê Filipão abriu mão da sua permanência na selecção? Prioridades! A CBF não tinha presente a prespectiva de um futuro brilhante.

É só um exemplo.

Porquê esses famélicos países estiveram a frente do Brasil? Pura e simplesmente prioridades.

Do meu nem vou falar. Aqui até mandaram nadador doente para Pequim. Aqui parece que faltam políticas.

Um abraço moçambicano.

Excelente cobertura!

Gerson
15 anos atrás

Valeu.

Belair
15 anos atrás

Deveríamos organizar umas vaquinhas e pagar para você continuar viajando, E escrevendo, claro. Mas você tem família e precisa voltar. Então boa viagem. E muito obrigado pelo belíssimo trabalho.
Você tem a sua versão para a morte do Gunnar ? A polêmica vai render…

barbara dante
barbara dante
15 anos atrás

Belo texto! Existe gente que sabe usar tão bem as palavras, não?
Você sabe :)

Eu tinha uma idéia muito diferente da China.
Ao contrário de muita gente, um tanto quanto ‘deslumbrada’.
Se essas olímpiadas não foram das melhores para os brasileiros, para mim serviu bastante para ver bem que tipo de país a China é. (O caso da menininha que canta e não aparece é um absurdo)
Acompanhei os jogos e numa tarde quente aqui no Brasil, enquanto Pequim dormia, tive a oportunidade de assistir um programa muito bom sobre a China e uma chinesinha da minha idade, que demonstra bem a realidade que qualquer país iria querer esconder; chama-se “china blue”, vi que postaram algo a respeito em um outro tópico também aqui, mas sem o link seguinte. acho que todos que tiverem a oportunidade, devem ver do que se trata, ao menos.

http://video.google.com/videoplay?docid=-5054461327445069014&ei=Ji2ySK7jBZSUrgL31YnwDA&q=china+blue&vt=lf

Essa farsa de ‘está tudo bem, ocidente, veja como a nossa casa é arrumada’ pra mim já era. os manda-chuvas conseguiram incutir bem na cabeça do seu povo a relação entre esporte/vitória e nacionalismo.
Só lamento pela maior parte de toda a gente que contunua sofrendo na mão desses governantes pirados.
Tenho que reconhecer que o esforço feito foi dos maiores para passar uma boa imagem pro resto do planeta. mas do que adianta?

Seu Silva
Seu Silva
15 anos atrás

A minha sensação é de que os jogos olímpicos começaram ontem. No entanto, vinte dias já se foram. Foram vinte dias de alegrias e tristezas, mas tem razão o Sr. Gomes, as olímpiadas de Pequim já são estão no passado e olhando bem tudo já parece tão pequeno.

Amanhã é segunda, a vida continua como sempre.

FG obrigado por sua cobertura peculiar.

GERSON JUNIOR
GERSON JUNIOR
15 anos atrás

Flavio. Na minha opinião a maioria destes atletas brasileiros errou a data de embarque para Pequim. Eles deveriam estar chegando daqui a 10 dias.

GERSON JUNIOR
GERSON JUNIOR
15 anos atrás

VAMOS APELIDAR A MAUREEN DE ” MAUREEN MAGGICA”

Speed Arosi
15 anos atrás

A vida é assim mesmo, muitas vezes nos pegamos pensando, se fizemos de menos, se poderiamos fazer mais, etc…etc…

Mas não podemos esquecer que a vida é uma dádiva de Deus, mesmo que alguns não possam ter oportunidades de vive-la plenamente.

A sua viagem a China está acabando, a minha começa sexta-feira proxima, estarei rodando por várias cidades e empresas desse imenso pais que conheci um pouco mais através da Olimpiadas, da ESPN e desse blog que participo a tanto tempo.

POrtanto Flávio, sei que no final de setembro, estarei pensando em várias coisas como vc fez, mas tbm saberei que fui até a China e lá vivi um mês.

Parabéns pelo seu trabalho.

Anselmo / São Bernardo do Campo

Japones
Japones
15 anos atrás

Tu eh piegas demais,,,,,, assim como eu… Comovente, o seu texto.

Emoção eh o que move o mundo. E viva a peguice!!!

Douglas
Douglas
15 anos atrás

Putz… de arrepiar esse trecho:

“E as minhas 20 e poucas vidas novas de 20 e poucos dias diferentes em Pequim irão aos poucos se transformar em lembranças que com o passar do tempo ficarão esfumaçadas, difíceis de enxergar e de compreender, o que é uma pena, porque eu queria lembrar de tudo para sempre.”

Quantas vezes não me peguei pensando exatamente nisso e não conseguia exprimir isso em palavras.

Você é o cara, Flávio!

Jonny'O
Jonny'O
15 anos atrás

Parabéns Flávio , pelo texto e pela cobertura durante os jogos ,só segui as olimpiadas aqui pelo blog e francamente foi um pouco diferente das anteriores quando acompanhava pelos jornais ,foi muito mais divertido.

Este ano não coloquei a mão em papel algum para ler algo sobre os jogos ,um dia o jornal de papel vai acabar mesmo.