PALÁCIO DO BRONZE
PEQUIM (hoje está dando para ver o céu) – Eis a tchurma bronzeada do judô, que deu coletiva agora há pouco em Pequim na Casa Brasil, o quartel-general brasileiro na cidade. Tem cafezinho e biscoitos. Tinham me pedido para pegar um punhado de Sonho de Valsa e trazer para o IBC, mas não encontrei. Acho que acabou.
A Casa Brasil fica num hotel, onde há muitos turistas brasileiros hospedados. Todos fantasiados de Pacheco. São aqueles que a gente vê em todo evento esportivo internacional, seja onde for e da modalidade que for, e nunca sabe de onde vêm e como arrumam grana para essas coisas. Um bando de desocupados. Aqueles que usam peruca verde-amarela, sacumé? Malaças. Adoram aparecer nas transmissões de TV e levam cartazes onde se lê “Galvão, filma eu!”.
Bom, mas eles não importam muito, o importante era a tchurma do judô, que orgulhosamente apresento a Vossas Senhorias, da esquerda para a direita: Ney Wilson, coordenador da equipe; Luiz Shinohara, técnico do masculino; Leandro Guilheiro, medalhista em Atenas e Pequim, bronze em ambas; Ketleyn Quadros, a Keka, bronze em Pequim; Rosicléia Campos, técnica do feminino.
A façanha da Keka tem enorme importância. É a primeira brasileira medalhada em competições olímpicas individuais. Mas a menina não sacou a dimensão do que fez. “Eu ainda não tenho noção do que isso representa. Só sei que estou muito feliz e queria dar uma pirueta de felicidade no pódio. Espero que esta medalha não seja a última das meninas.”
O judô empatou com a vela como esporte olímpico mais bem-sucedido do Brasil. Pode passar, hoje. Daqui a pouco, porque o Tiago Camilo vai lutar. O Leandro disse que está torcendo. “Vou puxar a sardinha para o judô, claro. Se passar a vela, vou ficar feliz.”
Fico imaginando uma rivalidade sangrenta entre judocas e velejadores, com velejadores enforcados nas faixas dos judocas e judocas embrulhados nas velas das embarcações e sendo atirados no fundo do oceano.
Foi apenas uma divagação, não me levem tão a sério assim.
Flavio gomes:
Voce é um bom comentarista de F1 e de automobilismo, mas está muito melhor comentando cobrindo e entrevistando atletas brasileiros na olimpiada
Parabens
Flávio, posso pedir um favor?
Vi uma matéria na ESPN Brasil sobre a Keka e fiquei tocado com as dificuldades. Se possível, arranje algum contato dela, pois quero dar uma contribuição para que essa atleta não deixe de competir.
Valeu!
FG, parece que a China tá te fazendo bem…está ótimo seu humor!
Gosto da olimpíada, pena que no Brasil só se dá espaço à esses esportes na época de competição, ainda sim com um ufanismo na maioria das transmissões de doer os ouvidos; depois os heróis (e muitos até merecem essa definição por serem mesmo abandonados e sofrerem para conseguir chegar lá) são esquecidos. Essa é a verdadeira que temos de vencer, transformar o esporte em algo sério no Brasil e não apenas ser lembrado em algum grande evento…Pena que para conseguir essa medalha de ouro, vamos levar muitas gerações.
IBC???
rsrsrs
Passou em quantidades, pois em ouro a vela tem mais.
Curioso perceber que duas modalidades que existem no Brasil por causa da herança cultural dos imigrantes estrangeiros e que não recebem praticamente apoio algum são as que mais ganharam medalhas para o país.
O iatismo, repleto de sobrenomes de vikings, como Grael, Scheidt, que praticam o esporte por habitos familiares ou o judô, esporte tradicional entre os descendentes de japoneses que ganhou inúmeros praticantes entre os brasileiros pelas suas glórias.
Dois esportes que só são lembrados nas vésperas das Olimpíadas e do Pan….
Eu acho que são os cogumelos….ou excesso de nicotina…
Esta idéia final daria um livro do Dan Brown.
Normal , normal, Flávio. Alguns dias na China e a síndrome causadora dessas “divagações” se manifesta. E você não viu nada ainda, he,he…