FUJIANAS (2)

SÃO PAULO (quase zzzzz…) – Ufa, acabou. Entra ano, sai ano, sexta-feira na F-1 é um porre. Estou quase achando legal a idéia das corridas dos milhões. Mas bom mesmo era quando havia a pole provisória. Pelo menos dava notícia. Sempre fui a favor de treino que vale alguma coisa na sexta, nem que seja para somar os tempos com o sábado para fazer o grid.

Mas acho que isso é mais bronca da madrugada que qualquer outra coisa. Essas três horas de asfalto são muito úteis a todos, ainda mais hoje, em tempos de testes limitados. E servem para dar algumas pistas do que vai acontecer no resto do fim de semana, afinal.

Por exemplo: a Toyota vai andar bem. Timo Glock foi o mais rápido do dia, e é claro que a equipe se preparou à beça para a corrida em seu autódromo. Tempo do alemão, que é um piloto bem melhor do que seu início de temporada fazia imaginar: 1min18s383 (no ano passado, na chuva, os tempos ficaram na casa de 1min28s). Colado nele, a 0s043, Fernando Alonso. Isso tudo no segundo treino livre.

Hamilton foi o terceiro a 0s080 e Massa ficou em quarto, 0s108 atrás de Glock. Entre o inglês e o brasileiro, insignificantes 0s028. É tão pouco que em 67 voltas, o tamanho do GP do Japão, isso daria uma diferença de 1s876 para o líder do Mundial ao final de uma hipotética corrida em que ambos fizessem todas as voltas com os mesmos tempos que registraram hoje. Há um enorme equilíbrio, e essa prova vai ser decidida, no que diz respeito aos dois, nos detalhes.

Para a McLaren, é ótimo que outros carros comecem a andar bem, como Toyota e Renault. Tudo que puder atrapalhar a Ferrari é bem-vindo, já que Massa tem quase obrigação de vencer corridas, enquanto a Hamilton basta “marcar” o brasileiro de perto. Quem tiver mais cabeça nessas três etapas finais leva.

No mais, hoje, Raikkonen em quinto, um dia depois de admitir que a ele não resta muito mais que ajudar Felipe neste finalzinho de temporada; Nelsinho em 12º, cavando um pouco mais de sua cova; Barrichello em 15º, o que foi até bom; e Button em último, para alegria da Toyota, que ficou em primeiro e viu sua rival Honda segurando a lanterna.

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Vitor, o de Recife
Vitor, o de Recife
15 anos atrás

Por que diabos a FIA limitou o uso do terceiro carro? Já que a grande questão da categoria é a redução de custos, deveriam utilizar as sextas para testes não só para o GP como para desenvolvimento dos carros. E ainda, com o terceiro monoposto, dar uma chance para novos pilotos. Não foi assim que Kubica e Vettel mostraram sues talentos? Já o Piquet prejudicou-se pois quase não pode testar durante o ano passado.

Idéia boa é a da MotoGP, que após as corridas ainda realizam testes na própria pista utilizada no dia anterior para o GP. Pensem na economia de custos de deslocamento e na “atração a mais” para o público.

Tiago S.
Tiago S.
15 anos atrás

O Button não virou 1:20 por piedade do cronometro, acho pouco provável que o Alonso vai se arriscar numa bagaça dessas pro ano que vem. A sorte do Nelsinho é que a última corrida é no Brasil, la ele tem obrigação de conhecer tudo e andar bem, é a chance de deixar uma pontinha de boa impressão. Mas com a confirmação dos pilotos pro ano que vem, ficou pequena as chances de manter a vaga de titular.

Fowler T. Braga Filho
Fowler T. Braga Filho
15 anos atrás

Vai ser um final de temporada “modorrento” com um Massa tentando chegar na frente o tempo todo, com o bafo no cangote do Hamilton. E só. Tá parecendo jogo de xadrez e não campeonato de F1.

Roberto Martinez
Roberto Martinez
15 anos atrás

Toyota e Renault na frente? Ok, merece crédito, mas precisamos saber com quanto de gasolina.
Treinos de sexta feira nesse formato: Um tédio até para pilotos e equipes.
Saudades da época da pole provisória, porém, não tínhamos TV ao vivo nas classificações. Conhecíamos o grid só pelo Cid Moreira no JN…

João Kohl
João Kohl
15 anos atrás

Acho que você já disse o final da história, basta o Hamilton marcar o Massa de perto, não apertar nenhum botão errado e segurar a ansiedade. O Ferrari deveria trabalhar este lado do Hamilton de alguma maneira para leva-lo ao erro. Como seria? Não sei. A dona da bola é a McLaren, mas acho que não deixará a Ferrari jogar solta e partirá para definir o jogo, indo para o ataque. Uma vitória em Fuji seria uma mão na taça.