CADÊ O MEU?
SÃO PAULO (sabotaram) – Revirando velhos papéis, nosso colega de Superclassic Evaldo Luque descobriu que seu pai foi um dos investidores da Indústria Brasileira de Automóveis Presidente, que na década de 60 fabricou algumas poucas unidades do Democrata, carro cuja história está contada em livro do jornalista Roberto Nasser. Sabe-se da existência de dois restaurados, um do próprio Nasser e outro em poder da família Azambuja, em Passo Fundo (RS).
A história do Democrata é razoavelmente conhecida dos amantes de clássicos brasileiros, mas eu nunca tinha visto esse papel original, a “cédula votante provisória”, forma que o empresário Nelson Fernandes idealizou para se capitalizar e iniciar a produção dos carros numa fábrica no Riacho Grande, no ABC paulista. Basicamente, os investidores teriam prioridade na compra dos primeiros exemplares e seriam sócios da empresa. Algumas paredes da fábrica e os trilhos da linha de montagem ainda estão lá, onde estive com o Nasser alguns anos atrás numa curiosa aventura de arqueologia automotiva.
Na época, o projeto foi duramente atacado pela revista “Quatro Rodas”, e consta que um forte lobby das montadoras instaladas no país junto ao governo militar acabou sepultando a IBAP e o sonho de Fernandes — que, até onde eu sei, vive hoje em Curitiba.
Pegar um papel desses, de agosto de 1964, nas mãos é como resvalar na história e sentir seu cheiro. Uma sensação interessante. Assim como interessante é o folheto que mostrava um dos estudos de design para o futuro Democrata — que no fim das contas ficou bem diferente desse desenho.
Bom dia! Alguém sabe se as cédulas votantes definitivas possuem algum valor hoje? Se o Hospital Presidente é responsável por essas cédulas? Gostaria de informações. Obrigado.
Olá, tb.tenho algumas cédulas votantes definitivas, levei cópias no Hospital Presidente, com doc. e estou aguardando, que o assunto seja avaliado, conf.instruções da administração.
Gostaria que scanneassem uma cedula destas seria possivel?
Ola, Michel. Gostaria de saber se vc contatou na época algum interessado ou colecionador, pois tenho varios documentos (cedulas, ações e jornais da N. Fernandes) e gostaria de vende-los. Tel 3452-5596 SP
Possuo diversas cedulas votante e ações e tres jornais dos Empreendimentos N. Fernandes que pertenceram ao meu pai, com fotos e comunicados da empresa. Teria isso algum valor para algum colecionador?
Se quiser me dar, manda.
Gostaria de vender?
olha revirando aqui tbm axei d um tio…2 cedula votante….
Bom, se formos levar à risca o comentário anterior, todos os inventores, de Thomas Edson a Bill Gates, passando por todos os japoneses e coreanos, são os maiores canalhas a terem pisado na face da Terra – o desenvolvimento, progresso, e toda uma legião de milhões de pessoas que eles resgataram da miséria e deram-lhes uma perspectiva de vida com dignidade, ah, isso não conta, são todos um bando de porcos capitalistas exploradores dos mais desfavorecidos. Se for estrangeiro, tudo bem, mas qualquer brasileiro que tenha uma visão mais progressista e desenvolvimentista, portanto mais alinhado ao países de primeiro mundo, está fadado ao fracasso, pois a turma do samba, suor, cerveja, carnaval e futebol não quer nada disso – querem manter o status quo da burrice, ignorância e mediocridade. Ou alguém conhece alguma nação desenvolvida que exporta produtos primários? TODAS as nações desenvolvidas apostaram suas fichas na indústria e criaram marcas cobiçadas e desejadas pelos consumidores. Ah, esqueci. Aqui é o Brasil, eterno carnaval, esquindô, esquindô… Tem certas horas que dá vergonha de ser brasileiro.
Bom, se formos levar à risca o comentário anterior, todos os inventores, de Thomas Edson a Bill Gates, passando por todos os japoneses e coreanos, são os maiores canalhas a terem pisado na face da Terra – o desenvolvimento, progresso, e toda uma legião de milhões de pessoas que eles resgataram da miséria e deram-lhes uma perspectiva de vida com dignidade, ah, isso não conta, são todos um bando de porcos capitalistas exploradores dos mais desfavorecidos. Se for estrangeiro, tudo bem, mas qualquer brasileiro que tenha uma visão mais progressista e desenvolvimentista, portanto mais alinhado ao países de primeiro, está fadado ao fracasso, pois a turma do samba, suor, cerveja, carnaval e futebol não quer nada disso – querem manter o status quo da burrice, ignorância e mediocridade. Ou alguém conhece alguma nação desenvolvida que exporta produtos primários? TODAS as nações desenvolvidas apostaram suas fichas na indústria e criaram marcas cobiçadas e desejadas pelos consumidores. Ah, esqueci. Aqui é o Brasil, eterno carnaval, esquindô, esquindô…
Como a também finada Gurgel, a IBAP faliu poris, ela era uma picaretagem.Como disse um americano no século XVIII:Nacionalismo éo último refúgio dos canalhas.
Estou trabalhando em uma dissertação de mestrado que aborda os temas IBAP e FNM, gostaria de poder ver uma destas cedulas.
Marcos, seu comentário é bastante pertinente e oportuno. Realmente neste caso caberia à União indenizar os investidores da Ibap, pois tanto estes quanto o Nelson Fernandes foram vítimas de uma trama política que sufocou a empresa, mostrando ao mundo inequivocamente como tratamos o empreendedorismo neste país.Como disse anteriormente, padecemos do complexo de vira-lata, uma profunda crise de auto-estima que nos impede de enxergarmos como capazes de produzir algo de útil.E depois, com a auto-estima no dedão do pé, olhamos para os países desenvolvidos, embasbacados e perplexos, e tentamos compreender como eles chegaram lá… Ora, se Soichiro Honda, talvez o empresário do setor automobilístico que mais agruras sofreu para por sua empresa de pé tivesse recebido do governo japonês o mesmo tratamento que o Nelson Fernandes teve dos milicos de plantão, hoje não haveria Civic, Fit, motos Honda e afins. Triste é o país que trata seus empreendedores pior que cachorro.
Muito interessante, mais fico ainda tentando entender.
Se o Governo assumiu o abuso de poder contra as intenções de se concretizar o sucesso da indústria, admitindo que errou pois a Comissão Parlamentar de Inquerito depois de décadas veio a inocentar Fernandes, onde está então o NOSSO CARRO.
Ao menos aqueles que “deveriam ter o direito” de ter seu veículo, seria obrigação do “Governo” indenizá-los com um, que seja de outro marca, mais o capital na época foi investido, muitos compraram suas cédulas, e foram barrados por aqueles que estão sempre acima do interesse coletivo.
Se existe ainda “vivos” alguns exemplares, cade a parte que me pertence, nem que seja o volante…..
Flavio, tenho mais papeis para acrescentar a estes, como posso lhe enviar para postar aqui?
O comentário do Jason é típico de quem é acometido pelo “complexo de vira-lata”, tão bem definido por Nelson Rodrigues. É justamente por pensarem como ele que o rádio foi inventado por Marconi, e não pelo Padre Landel de Moura, que o avião foi inventado pelos irmãos Wright e não por Santos Dumont, e que Carlos Chagas não levou o Nobel de Medicina em 1922. Achamo-nos incapazes de fazer qualquer coisa, e quando um empresário do quilate do Nelson Fernandes surge é vítima de campanha conspiratória de seus compatriotas. O seu grande pecado foi ter acredito um dia nesse país. Em qualquer outro lugar do mundo ele teria sido tratado como um rei, gerando empregos, renda divisas e know-how. Que pena ele ser brasileiro.
O carro de 4 portas esta enterrado,certo mas…PORQUE AINDA NAO DESENTERRARAM ELE???é parte de nossa historia,vamos regata-la enquanto é tempo!!!
Ei Flavio, qdo for moderar o comentário anterior, por favor corrija o “sabataram” e o “mal” e pode ignorar este aqui. Ou não, só pra constar. Obrigado.
Flavio, o q é este “sabotaram” entre parêntesis logo após “São Paulo”, antes do seu texto propriamente? Enfim, que foi sabatagem contra o Fernandes não há dúvidas. Só gente como o Jason não consegue enxergar. Aliás, por quanto essas pessoas que neste caso ainda defendem uma Quatro Rodas ou as montadoras à época se oferecem pra insistirem que o que houve foi simplesmente mal empreendedorismo do tal empresário?
ps: pra difusão http://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria_Brasileira_de_Autom%C3%B3veis_Presidente
A última vez que passei lá de carro e conseguí prestar atenção (geralmente passo desviando de algum microônibus alucinado) o térreo e o andar de cima (só dois andares) estavam para alugar… espero que o comércio que alí se instalar pinte o horrível tom amarelo claro que um dos inquilinos anteriores usou na parte de cima.
Bianchini… pensei que a sede provisória também ficasse em SBC, não em Santana.
como é esse prédio? está abandonado ou tem algo funcionando nele?
Flávio,
consultei meu pai, e a fábrica seria no Riacho Grande mesmo. No Tucuruvi, só o Hospital Presidente e bem próximo, outro empreendimento do qual o Nelson Fernandes tomou parte, o Acre Clube, do qual fui sócio até os 14 anos.
Juan
Flávio,
consultei meu pai, e a fábrica seria no Riacho Grande mesmo. No Tucuruvi, só o Hospital Presidente e bem próximo, outro empreendimento do qual o Nelson Fernandes tomou parte, o Acre Clube, do qual fui sócio até os 14 anos.
Jaun
Nunca fui até lá, mas pelo que pesquisei o terreno da IBAP ficava entre a Anchieta e a Caminho do Mar, próximo ao pedágio da Anchieta, que coincide com o início da Indio Tibiriçá(onde foi “tomado” pela zona do estância alto da serra).
Sobre esse projeto em imagens, como o próprio rótulo diz, é somente UM DOS projetos, que obviamente não era o mesmo do Democrata. Pela suposta roda já podemos imaginar que inspiração teria.
Petrafan, a sede provisória fica a no máximo 5 minutos a pé (se o semáforo de pedestres estiver fechado) do Metrô Tucuruví. É do lado diametralmente oposto da cidade em relação ao Riacho Grande… mas perto do outro empreendimento do Nelson, o Hospital Presidente.
Petrafan, a sede provisória fica a no máximo 5 minutos a pé (se o semáforo de pedestres estiver fechado) da estação Tucuruví do Metrô. É do lado diametralmente oposto ao Riacho Grande… mas na outra ponta da avenida em relação ao outro empreendimento do Nelson, o Hospital Presidente.
Sebá…. tem alguma referência, para que eu possa localizar no Google Maps?
Ruínas da IBAP: Rodovia Indio Tibiriçá – Rio Grande da Serra.
P.S.: Acho que o Sr. Nelson Fernandes também construiu um prédio com a finalidade de ser um hospital, no Bairro do Cambucí.
Hoje é a sede do IV COMAR.
Infeliz o comentário do Jason. Parece que não conhece muito da história recente do país…
A mesma pressão que inviabilizou a IBAP fez com que o Brasil abandonasse as ferrovias, para abrir estradas e mais estradas com o fim de incrementar a venda de caminhões…
Só hoje em dia é que o governo tá tentando restaurar as ferrovias, para se recuperar de um atraso de mais de meio século no setor.
Flávio,
meu pai tem uma cédula parecida. Só que do Hospital Presidente, no aprazível bairro do Tucuruvi, São paulo.
Juan
Onde fica a ruína da IBAP?
Gostaria de visitar…
Alguém sabe onde fica a ruínas da fábrica? Queria visitar…
Grande sonho! Ainda existem alguns, ou so restou o projeto?
bianchini, pessoalmente acharia muito interessante ver fotos da sede provisória. me interesso muito por história urbana e por arqueologia automobilística, como definiu o FG.
a av. Tucuruvi fica no Riacho Grande?
Flávio, o Nelson Fernandes fez mais ou menos a mesma coisa para lançar o Hospital Presidente, ali no Tucuruvi, Zona Norte de São Paulo. Meu avô foi sócio do Hospital e da Ibap, também. Tenhos esses folders lá em casa, nalgum lugar. Parece que o Nelson Fernandes tá aqui em Curitiba, sim; se não me engano, ele tá envolvido no projeto dum cemitério vertical.
e hoje não temos carros nacionais nem uma montadora brasileira de DNA. Mas achei lindo os carros, uma pena!
Se o carro iria funcionar não sei, era um monte de motores alfas, em carrocerias de fibra com o estilo de mustang, freios, suspenção e etc… tenha até medo de saber. Mas visitar as ruínas da fábrica nos anos 80, quando ainda estava tudo lá deveria ser um negócio fantástico…..
A OM fez uma matéria, acho que no início dos anos 90 nas ruínas da fábrica
Jason, talvez você esteja sendo severo demais e injusto, pois muitos capitalistas leigos em automovel construiram industrias prósperas em outros países delegando, é claro, funções específicas a pessoas capacitadas.
A Industria Brasileira de Automoveis presidente foi atacada por um ‘vírus’ chamado Sacanagem Política de Panela. O mesmo que atacou Gurgel, Puma e tantos outros que tiveram a coragem de inovar por aqui fazendo ‘algo da terra’.
Dessas iniciativas heróicas a unica que deu certo e com capital Brasileiro foi a Agrale, que sempre conseguiu viabilizar bons produtos à nossa moda. Parece que a Agrale assumiu inclusive os direitos sobre o Engesa, um dos melhores jipes que já tivemos e que está novamente sendo produzido por aquela empresa.
Meu pai entrou nessa, e também na do Gurgel. O sonho do automóvel nacional custou caro pra ele… O Gurgel até compramos, um BR800 dos primeiros. Já o Democrata… Pela quantidade de gente que comprou as ações, o cara deve ter feito uma boa grana. O que será que fez com ela?
Tenho algumas 4 Rodas com reportagens sobre o IBAP.Fotos mostram carrocerias de Corvair e um amontoado de ferros .
Se foi golpe não sei dizer, mas parecia ser.
Por que não entrevistar o tal do empresário? Resgatar a história de criação. Se é o Tucker brasileiro, tem história pra mais de metro…
Apenas a título de curiosidade, o prédio no qual ficava a sede provisória citada no título ainda existe, mas está em condições, digamos, decrépitas. Se alguém tiver interesse, posso fotografar a fachada do local, pois é perto de casa.
Meu pai tb embarcou nessa e tinha alguma esperança . Infelizmente nunca achei nada da papelada que me lembro ter visto em casa .
Ataíde
Cessaram muito antes disso tudo…
Sinceramente, achei a Obvio! uma maluquice completa.
40 mil carros por ano nos EUA nao é pra qualquer um. É quase… digamos.. infantil dizer a um investidor que vc consegue vender 40 mil microcarros por ano nos EUA.
alguém sabe da obvio,soube que eles estavam com problemas de fornecimento de motores ,uma vez que a tritec não produz mais aqui e eles tinham um contrato de produzir 40mil unidades já no ano passado para o mercado dos E.U.A.depois desse turbilhão economico será que os investidores cessaram?
Sinceramente acho que esse carro não daria muito certo…
Agora, um carro que parecia promissor era o FNM Onça.
Tem algo dele aí, Flávio?
Morram de inveja…
Estive recentemente em Passo Fundo e levado pelo Trevisan conheci a fabulosa coleção de carros dos Azambuja.
Dentre eles, sentei ao volante do Democrata que encontra-se em estado impecável. Só não funcionei o motor em respeito ao senhor que zela pelos carros.
Isto e várias cositas mais…
Pressão das montadoras… Bela desculpa para o fracasso de um projeto sem pé nem cabeça, feito no chute por um cara que não tinha idéia de como se construía um automóvel. Captaram uma montanha de dinheiro e nunca conseguiram produzir carros em série.
Imagino os presidentes de Willys, Volks, Simca e Vemag conspirando na calada da noite, temendo a chegada do IBAP Presidente. Depois, mandaram cheques para a imprensa e compraram os altos escalões do governo militar, para evitar que a “iniciativa industrial brasileira” desse certo.
Daqui a alguns anos vão lembrar do projeto do Obvio! e dizer que foi sabotado pelas fábricas multinacionais, pela imprensa e pelo governo.
Meu pai também foi um dos que acreditaram na idéia do Nelson Fernandes. Lembro desses papéis lá em casa,,,
Infelizmente, a pressaõ das montadoras sobre o governo inviabilizaram a fábrica. Ficamos todos muito tristes, lá em casa…
Meu pai foi um dos que “embarcaram” nessa empreitada. Ele hoje vive em Palmas (TO), e nem sei se ainda tem a papelada, que até quase os meus trinta anos ainda presenciava sua indignação ao apresentá-la (ainda tem hífen?) aos amigos quando a discussão surgia.
Abs.
Carlos
Eu moro quase na frente dessa fábrica e o curioso é que por aqui ninguém sabe da história, é sempre uma surpresa até para os moradores antigos.
A história é igualzinha à do Tucker. Inclusive o método de capitalização da empresa, que foi usado também por Gurgel.