O FIM DO FUTURO
SÃO PAULO (tudo acabando) – Excelente o artigo que o Ricardo Divila mandou, do “NY Times”. Está aqui, para quem quiser ler o original em inglês. O autor é Nicolai Ouroussoff. Trata da possível demolição de um dos maiores símbolos do renascimento do Japão, de sua incrível transição de país rural para potência industrial e tecnológica no pós-Guerra: a Nakagin Capsule Tower, em Tóquio.
Acho que todo mundo já ouviu falar desse prédio, formado por 140 blocos de concreto, cápsulas, que representavam o que os japoneses achavam que poderiam ser as moradias do futuro. Ele foi inaugurado em 1972 e é uma criação de Kisho Kurokawa, que morreu há dois anos e foi um dos fundadores de um movimento chamado de “Japanese Metabolism”.
Esses blocos eram fabricados individualmente, com todos os acessórios (um painel com TV, fogão e toca-fitas de rolo de um lado; um banheirinho tipo de avião do outro; uma cama no meio), e “plugado” numa estrutura fixa que continha escadas, elevadores e instalações elétricas e hidráulicas. A Capsule Tower traduzia um mundo em constante mutação, permitindo que mais módulos fossem colocados a qualquer momento, e outros retirados, numa interessante visão futurista das grandes metrópoles.
Dois anos atrás, seus moradores votaram pela demolição do prédio e pela construção de algo mais moderno e espaçoso. Estão atrás de quem financie ambos. É um marco da arquitetura moderna, sem dúvida. Mas ninguém se interessa em restaurá-lo. O autor do artigo conta que está tudo caindo aos pedaços, com infiltrações, vazamentos, mau cheiro, estrutura de concreto comprometida.
O metabolismo cessou.
é dificil para nos brasileiros assimilar esse tipo de construção. São habitações menores do que as nossas garagens, que são diga-se de passagem, as partes das construções que tem a maior área no dimensionamento mínimo legal (é maior do que quartos, banheiros e cozinhas)
e o Brasil com tanta gente amontoada em barracos e palafitas ..
e apartamentos para classe média que são um pouco maiores que o elevador social ..
internamente parece ser muito confortável ..
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d9/Nakagin_Capsule_Tower_03.jpg
Grande coisa… eu também já brinquei de lego….
Qualquer semelhança não é mera concidencia. Da uma olhada na foto do link: http://worldofbit.com/wob/images/stories/imgRenato/20090706-oldcomputer/oldcomputer14.jpg
Acho que este hotel foi desenvolvido e comercializado pela famosa Corporação Capsula do pai da Buma.
Os arquitetos paulistas não chegam a tanto, mas estão fazendo aptos tão pequenos com quase o mesmo resultado. E mandam ver nos preços; Espeluncas são vendidas a R$ 2000,00 o metro quadrado, alto padrão falam em R$ 10000,00 o metro. Aí, para incentivar a compra ( ou extorsão) aumentaram os prazos ( assim a exorbitancia cabe no bolso) E muita gente, sem pensar compra, assumindo uma “coleira” de 30 anos ( isso mesmo 360 meses) para obter o certificado de quitação. A crise americana trilhou o mesmo caminho. O pior, é que tem gente que acha ótimo.
Parece com um prédio que temos aqui no RJ, bem no centro da cidade que se chama “Balança mas não cai”
interessante
Mais uma prova de que não se muda a sociedade apenas fazendo um projeto. Le Corbusier vendeu a idéia para a França de que as pessoas tinham que viver em grandes conjuntos habitacionais, com lavanderias e cozinhas coletivas. No fim da Segunda Guerra os próprios franceses foram morar nestes monstros, que também foram reproduzidos ad nauseum do lado de lá da cortina.
Resultado: hoje quem mora nestes lugares, na periferia das grandes cidades francesas, são os imigrantes e seus descendentes, cuja revolta diante da xenofobia explodiu recentemente, com os jovens invadindo o centro de Paris e tocando fogo nos carros da classe média.
Ou seja, não se pode impor um meio de vida para uma sociedade, mas os arquitetos devem refletir sobre suas necessidades e procurar atendê-las. Não é fácil, mas é uma obrigação deles tentarem.
arquitetura tem que pensar nas pessoas. fazer prédio pensando na estética e enfiar gente dentro, sem considerar conforto, ilumunação , ventilação, etc é coisa de arquiteto totalitário. Como Niemyer , por exemplo.
Moro no Japao e ja vi esse predio.Ta caindo aos pedacos mesmo, mas em Tokyo ainda existem muitos dos capsules hotels. A ideia eh a mesma.Uma capsula que tem um frigo-bar, uma tv de lcd e acesso a internet.Eh bom por ser bem barato em comparacao a hoteis convencionais. Feito pra quem vai a negocios e soh vai ficar uma noite.Ja fiquei uma noite num desses hoteis e nao tenho reclamacoes.Quebrou o galho legal.
È muito interessante para quem não mora num…
Certa vez um tio meu, já falecido, disse: “João, em 1970 achávamos os carros iriam voar no ano 2000”.
Pois é. Em 2009, além de não voarem, ainda funcionam à gasolina…
Clarice Lispector também já disse que Brasília foi um futuro que aconteceu no passado. Acho que essa frase se aplica bem à construção japonesa.
Se eu morasse nisso aí, iria viver com depressão. Que coisa horrorosa, morar em 8 metros quadrados. Tá parecendo aquele hotel de casulos. Já vai tarde.
Nunca ouvi algo sobre mas que é uma bela porcaria, ah! isso é sim. Preferiria a morar em barraca no parque do que nestas “solitárias”.
Difícil imaginar que alguém possa pagar para morar num lixo desses. Parece até um monte de máquinas de lavar empilhadas…
Até a casinha do cachorro aqui no quintal é mais bonita e confortável que um desses cubículos!
Ballbreaker nele…
Desculpe a falha grosseira, entre outras:
Intenpéries = Intempéries (que é o correto)
FG, DEVERIAM TRANSFORMAR ESSA PORCARIA EM CEMITÉRIO, SABE AQUELES TÚMULOS COM CARNEIRAS, UMA EM CIMA DA OUTRA……
DEUS NOS LIVRE.
É um treme treme japones, ao estilo centro velho de Sampa.
Como arquiteto digo que isso foi um devaneio uma aberração, uma arquitetura que não tinha como funcionar plenamente em suas funções básicas, amontoar gente não é e nunca será o caminho para se progredir, habitação humana não pode se comparar a casinhas de cachorro empilhadas.
Habitar um lugar não significa somente se proteger de intenpéries, significa a utilização de um espaço visando o bem estar bio psico social. Por menor que seja habitação deve ser lugar de repouso, interações sociais, lazer, entretenimento. E por que não, trabalho?
Não tinha porquê funcionar por muito tempo esse devaneio pós moderno.
Nunca tinha ouvido falar, mas gostei de conhecer. Obrigado.