SENNA, 50 (25)

SÃO PAULO (lendas) – Michael Schumacher foi personagem importante naquele final de semana de Imola em que Senna morreu. Ele estava atrás do brasileiro na hora do acidente e acabou vencendo a prova, que foi reiniciada. Muita gente, até hoje, acha que Schumacher é um insensível, um calhorda que mesmo sabendo que Ayrton estava morto comemorou no pódio, fez festa, e isso, e aquilo.

Bem, eu estava lá. Primeiro, quando acabou a corrida ninguém sabia exatamente qual era o estado de Senna. Muito menos os pilotos, que passaram a hora e meia anterior dentro de carros de corrida, sem informação alguma. Depois, o alemão não fez festa no pódio. Daqui a pouco coloco as imagens. Por enquanto, fiquem com esta entrevista, bem interessante.

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Mauricio
Mauricio
14 anos atrás

Lembro-me bem da época do Ayrton pois acompanhava de perto o cenário automobilistico em São Paulo entre 1983 e 1996. Primeiro como estagiário de engenharia e depois como integrande de uma equipe de apoio técnico de um grande fabricante de autopeças. Assisti praticamente a todas as corridas de F1 na época. Quando garoto vi de perto um pega de kart descompromissado entre Emerson Fitipaldi e um garoto desconhecido chamado Nelsom Piquet. Isso em uma rua de bairro, domingo a tarde.
Conheci o Divilla e seu projeto do F4 da Coopersucar.
Vi pilotos como o Andretti errarem feio na reta dos boxes, arranhando todas as marchas durante um treino.
Assistia a todas as corridas do Senna em Interlagos, inclusive os treinos. Vi o trabalho nos boxes.
Era maravilhoso e até hoje tenho saudade.
Dai digo com propriedade. Senna era muito perfeccionista, detalhista ao extremo. Um verdadeiro samurai em sua preparação. Metódico, conservador. Na pista era um relógio, sendo capaz de dar volta atras de volta no mesmo tempo até a casa dos milesimos. De guiar o carro até ficar sem forças se fosse preciso, mas nada o deixava mais satisfeito que alcançar a vitória.
É assim que lembro dele.

Tom Semfreio
Tom Semfreio
14 anos atrás

Schumacher provoca, com seu inigualável talento, a ira irracional dos que viram seu ídolo cair. Ayrton Senna pereceu no campo de batalha por motivos que ele, provadamente, corroborou conscientemente. Ninguém é perfeito. Rei morto, Rei posto. Apenas isso.

claudio antonio cesario da silva
claudio antonio cesario da silva
14 anos atrás

Não sou muito fã do Queixada mas uma coisa precisa ser dita, Naquele final de semana, eu duvido que alguem tinha condições para comemorar alguma coisa pois já se sabia que Ratzemberger havia morrido lá no sabado e que Barrichello havia escapado por pouco do mesmo destino. Eu não consigo entender por que que existem seres humanos que sem saber das coisas começam a elaborar teorias sem pé nem cabeça eo pior , sempre pelo lado negativo da coisa, e a maioria sem saber maiores detalhes, julgam a coisa sem ter conhecimento , pois eu tenho quase certeza que em momento algum na corrida ,Michael foi informado pelo seu chefe de equipe sobre o estado de saude de Senna , mas é mais facil julgar que procurar saber os fatos reais pois a verdade não dá ibope. É um mal da nossa sociedade atual que tem uma carga de informaçaõa muito grande e não consegue assimilar.

miolo
miolo
14 anos atrás

Comemorou sim!!!!
Inclusive deu murrinhos pro céu dentro do cockpit no final da corrida… aff

Mauricio
Mauricio
Reply to  miolo
14 anos atrás

E dai?
Ele não sabia ainda que Senna estava morto ou muito próximo disso.

Eduardo Britto
Eduardo Britto
14 anos atrás

Sempre bate um troço quando passa aquela imagem tirada da Benetton do Schumacher, com a Willians desgarrando da pista rumo ao fatídico muro da Tamburelo. Enfim, consola PRA CACETE lembrar que ele se foi quando estava… em PRIMEIRO na prova,

elias
elias
14 anos atrás

Canalha sim. Na Alemanha pegou mau ele e o canalhinha Ralf terem largado a mãe morrendo no hospital e irem para Imola correr. Por pouco nem vai ao enterro, pesquise Flávio…
Vc, ótimo colunista, é muito racional em suas ponderações jornalísticas e lúcido em suas reflexões, importante num país que tem 95% da opinião de F1 bostalmente saída da boca de Galvão, mas peca quando comenta desse piloto. A canalhice em treino de Monaco 2006 por exemplo (para mim pior que a de Piquezinho) ficou de graça, enfim, vc é um perfeito, informado e apaixonado advogado do vigarista, quem quer entrar na tua onda que entre…
Todos os outros posts seus são ótimos.
Abs

Zé Mane
Zé Mane
Reply to  elias
14 anos atrás

Quanta baboseira….

João Paulo
João Paulo
14 anos atrás

Legal o vídeo. Bom pra acalmar os ânimos de ambos os lados.
Senna e Schumacher se respeitavam e se admiravam.

Klaus S.
Klaus S.
14 anos atrás

Interessante que, sempre (ok, quase sempre) que Senna e Schumacher são citados, Senna é o mocinho da história e Schumacher é o vilão. Se esquecem que o objetivo de ambos era vencer. Se nas ruas, alguns já ficam ofendidos por ter um mais esperto querendo cortar um farol, imagine-se sendo ultrapassado ou tentando ultrapassar. O que não aconteceria? Na F1, como em outras corridas, existe sempre a ousadia, a habilidade, a malandragem de cada um. Uns nascem com muita (Senna, Schumacher, Prost etc) outros, com pouca.

Depois, querem encontrar um sorriso sarcástico na cara de alguém, um gesto no pódio que indicaria sua felicidade diante da morte (até então, desconhecida) de um companheiro de profissão.

É claro, o fim da história de um foi da pior forma possível, mas todos sempre souberam dos riscos (até porque, antes dele foram outros 44, entre pequenos, grandes e muito grandes pilotos).

Temos que nos lembrar dele como grande piloto e vencedor que foi. Endeusar um e crucificar outro, é coisa de quem não quer ver como tudo funciona.

Eduardo Britto
Eduardo Britto
Reply to  Klaus S.
14 anos atrás

Falou e dizeu.

Orlando Salomone
Orlando Salomone
14 anos atrás

Assisti a prova, do início ao final. Não houve comemoração nenhuma, apenas cumprimento de protocolo. Talvez quem assistiu se recorde de uma cena, que não durou mais de 1/2 segundo. Após Ayrton ser retirado do carro e colocado deitado a seu lado, o médico da FIA o atendia, e a câmera do helicóptero fez uma tomada quase na vertical. Naquele instante pôde-se ver uma grande pôça de sanque em torno da cabeça de Ayrton. A imagem foi cortada imediatamente e nunca mais foi vista, por motivos óbvios.

José A. Matelli
José A. Matelli
Reply to  Orlando Salomone
14 anos atrás

Verdade, lembro-me dessa imagem com clareza.

Bruno Campez
Bruno Campez
Reply to  Orlando Salomone
14 anos atrás

Tinha 10 anos na epoca, vi essa corrida e me recordo ate hoje dessa imagem, da poça de sangue, e creio que foi a unica vez em que vi essa imagem, depois disso nunca mais a vi.

Paulo Franco
Paulo Franco
Reply to  Orlando Salomone
14 anos atrás

Me lembro tambem dessa cena punk!
Aquilo disse tudo.
E os comentários de Galvão Bueno e Reginaldo Leme, que até então eram esperançosos e pouco preocupados, sumiram do ar.
Ficaram meio calados por uns quinze segundos, o que é coisa para cacete na TV e aí o Galvão disse que o acidente poderia ser mais sério e o tom dos dois mudou bastante.
Saí da sala e disse para minha mulher, “acho que o Senna dançou, a batida foi séria”.
Depois disso, me lembro que rezei para que, se fosse para ele ficar com alguma sequela, que Deus o levasse, pois não seria justo com um grande esportista.
Assisto F1 desde criança, desde o GP de Monaco que o Beltoise ganhou debaixo de um temporal.
Vi os acidentes de Roger Williamson, Peterson, Ricardo Paletti (pavoroso!), Gilles, tantos outros, e aquele não parecia tão sério.
Claro, era na mesma Tamburello do Berger, do Piquet, mas pelo angulo da batida, o estado do cockpit… eu cheguei a achar que ele ia jogar o volante pro lado e sair.
Lembrei agora que, quando Senna veio para a F1 com aquela tocada agressiva, ele me parecia um candidato a uma grande porrada.
Depois ele foi parando de errar, deixando de ser aquela “vaca louca”, tinha amadurecido e aquela impressão se foi.
E quanto ao Schumacher, penso que foi uma entrevista sincera.
A morte do Senna mexeu com muita gente na F1 e, graças a Deus, no conceito de segurança dos carros tambem.
Uma pena, era um grande piloto!

Jonatas
Jonatas
Reply to  Orlando Salomone
14 anos atrás

Eu tenho a corrida gravada e realmente vê-se a poça de sangue sim, mas isso mostra-se muitos minutos depois de os médicos já estarem atendendo o Ayrton na pista. Acho até que mudaram a posição onde o Ayrton estava em virtude daquela poça de sangue que se formava em torno dele, para terem um ambiente “limpo” para trabalharem em tentar executar os procedimentos possíveis para tentar salvar a vida dele

RCRG72
RCRG72
14 anos atrás

Quando uma pessoa próxima a nós mesmos, numa situação de hospital, onde agente fica meio que sem informações por um bom tempo, sem saber exatamente o que está acontecendo. Nós ficamos atordoados. Imagina em meio a uma corrida. E afinal de contas, o que realmente matou Senna foi o pedaço da suspenção que penetrou o capacete. Ninguém poderia imaginar isso.

Alexandre Werner
Alexandre Werner
14 anos atrás

Se vc tem um negócio qualquer e teu concorrente do outro lado da rua morre vc não fica feliz. Por pior que sejam as pessoas, poucas são tão nefastas. Schumacher teve a reação normal, ficou abalado pela morte de Senna. Acenou para a “platéia” no pódio, se alguém interpreta isso como uma comemoração efusiva e de que está contente com as mortes de Ratzenberger e Senna certamente sofre de algum transtorno psíquico sério.

Eduardo
Eduardo
14 anos atrás

Ele não fez festa no podium, acredito em sua informação, mas que ele é melhor encarnação do Dick Vigarista é sim.
(aquela largada que deixaram o Barrichello em cima dos cavaletes deve ter a maozinha do Shummi sim…)
Esta entre melhores pilotos sem dúvida e o fato de estar volta é porque gosta, isso é para poucos.

Guilherme Mélo
Guilherme Mélo
14 anos atrás

Flávio Gomes acordou inspirado hoje. Mas é bom, quanto mais material melhor, principalmente pra mim, que sou fã mas não lembro dele correndo. Abraço

Mauricio
Mauricio
Reply to  Guilherme Mélo
14 anos atrás

Mas eu lembro. Era muito rápido e extremamente regular, perfeccionista.
Era impressonante como ele conseguia arrancar respostas dos carros que guiava. A forma como tratava o equipamento.
Lembro até hoje a forma como ele fazia a volta de aquecimento em Interlagos. Lentamente, pisando no acelerador com suavidade até o inicio da subida da junção e só ali despejava toda a potência do carro, lançanado a volta. E normalmente era só uma. Giro encima, aproveitando cada milimetro da pista. Pole position certa.

Douglas Amorim
Douglas Amorim
14 anos atrás

Aliás, nem quem estava assistindo a TV sabia exatamente o estado de Senna.

Eduardo Britto
Eduardo Britto
Reply to  Douglas Amorim
14 anos atrás

Não foi o próprio FG quem disse que todo mundo lembra onde estava naquela terrível manhã de 1º/05/1994? Eu assistia a corrida num quarto de hotel em Poços de Caldas. De pé, para ficar mais perto da TV pequena. Quando teve a batida, cai sentado na cama. Tinha uma confraternização no hotel, que nem acabou, foi todo mundo embora. Chorei muito na manhã seguinte. Foram dias beeem tristes.