O JOGO DE BOLA

SÃO PAULO (falei e pronto) – Quero ter o direito de dizer que na semana que vem começa o campeonato de futebol mais chato do universo. O Brasileirão de oito intermináveis meses, arrastados e aborrecidos, que fazem a alegria e o júbilo da nova geração de comentaristas esportivos, muitos meus amigos do peito e a quem respeito acima de qualquer coisa, mas que estão se transformando nuns chatos de galocha, como o futebol brasileiro. Um porre inominável.

Ainda bem que ainda existem os Estaduais. E os mata-mata. Mata-matas? Matas-matas? Matas-mata? Sei lá. Só sei que futebol precisa de decisão. Precisa de jogos como o do Santos, ontem. Precisa de grandes vices. Precisa das histórias dos vencedores e, principalmente, dos perdedores.

O Brasil entrou na era dos pontos corridos em 2003. E daí? Alguém lembra algum grande vice desde 2003? Ninguém. Os pontos corridos não têm vice. Não têm histórias dramáticas, humanas, jogadores chorando no gramado, ajoelhados. Alguém vai esquecer do Santo André? Ninguém. Alguém vai esquecer da Lusa em 1996? Não. E da Ponte em 1977? Também não. Do Londrina em 1978 no Mineirão, lembram? E do Operário? Eu lembro. O que foi feito do Operário, do Guarani, do Londrina? Dos CSA e do CRB, que eu sabia desenhar os escudinhos?

E quem foi mesmo o vice do Cruzeiro em 2003? E do São Paulo em 2006, 2007 e 2008? Ninguém lembra. Ninguém sentiu o prazer da derrota sofrida.

Os defensores dessa fórmula papai-e-mamãe alegam que o futebol precisa de planejamento, profissionalismo, que os times têm de saber quantos jogos vão fazer, até quando vão pagar salários. Pergunto: qual clube brasileiro se tornou hiperprofissional e megaorganizado desde 2003? Nenhum. Continuam todos numa merda federal, bagunçados, caóticos, erráticos. Os jogadores brasileiros continuam sendo vendidos como alfafa para a Croácia e o Quirguistão. Os que voltam estão ou em fim de carreira, ou com prazo estipulado para ir embora de novo. É conversa, esse negócio de que pontos corridos ajudam os clubes a se tornarem mais sustentáveis e eficientes. Continua tudo como sempre foi.

Esse tipo de campeonato mata o que de melhor o futebol tem. A chance da surpresa, do imprevisível. Campeonato de 38 rodadas, em que no final leva quem marcou mais pontos, não dá chance ao imponderável, que é a única coisa que diferencia o futebol de outros esportes. É o único em que o pior tem chance de ganhar do melhor. É a metáfora da vida, o que os pontos corridos anulam. Atiram o futebol na vala comum daquilo que é cartesiano, corporativo, mercantil. Acabaram com a diversidade clubística de um país que tem estádios monumentais em Fortaleza, Manaus, Recife, Aracaju, Maceió. Estão todos proibidos de ser grandes. A lei é: vamos concentrar poder e renda nesses 10 aí, arrumamos mais uns dez para fazer número e que se dane o mundo.

Quem é que lembra de todos os jogos que decidiram os Brasileiros de 2003 para cá? Aqueles em que o campeão fechou a disputa? Alguns lembrarão, certamente. Mas a maioria não faz nem ideia. O São Paulo, por exemplo, se bem me lembro, tornou-se campeão um dia jogando em Brasília. Tem coisa mais sem graça? Não tinha nem taça para levantar. Pontos corridos são como um casamento modorrento. Você trepa, mas não goza.

Mata-mata, não. Todo mundo tem chance, todo mundo se dá o direito de sonhar em chegar a uma final, de derrotar o grandão, de se superar. A gente consegue se superar em dois, quatro jogos. Em 38, não. Ninguém consegue. O mais forte e endinheirado te trucida, a vitória fugaz, que é sempre a melhor, inexiste. E estamos acostumando o torcedor brasileiro a se contentar com as migalhas do casamento modorrento, uma vaga na Libertadores, um terceiro ou quarto lugar, um lugarzinho na Sul-americana, bela merda. O futebol virou um palco elitista e aborrecido. Ah, o Brasileiro é o único que começa com 10 ou 12 favoritos, alguém dirá. Falácia. A partir da metade, tem dois ou três. Torcedor não é burro, depois de meia-dúzia de rodadas já sabe que seu time não vai a lugar nenhum nesse funil de um só. Acabou o ano.

Na época das chaves, grupos, classificações e repescagens, todos sonhavam. Todos tinham chances. Todos acreditavam até o fim. O impacto da eliminação era um orgasmo ao contrário. A senha para começar de novo. Hoje, mais da metade dos times diz adeus a tudo na metade da temporada. Se conforma em não cair. Assume a mediocridade, a vida besta, deixa o tempo passar. Tiraram o direito de cada um sonhar muito cedo. É uma violência.

O curioso é que essa nova geração de analistas de futebol, vejam como é contraditório o mundo, considera a Libertadores, a Champions League e a Copa do Mundo o auge do futebol. O olimpo, os torneios com que todos sonham. E são todos mata-mata… Mata-matas, sei lá. Então, para quê ficar oito meses no purgatório, se se pode viver às portas do paraíso o tempo todo, mesmo sabendo que não passa todo mundo pela entrada?

O problema é que o mata-mata turva a visão matemática que muita gente quer dar ao futebol. Torna o exercício das previsões nebuloso, porque é difícil prever qualquer coisa quando se tem de acrescentar à lógica o que é ilógico. Como uma expulsão prematura, uma contusão, uma combinação maluca de resultados, uma zebra estonteante. É fácil fazer previsões para campeonatos de 38 rodadas. É como marcar os favoritos de uma maratona. Meia-dúzia, porque a maioria morre pelo meio do caminho, quando já não há mais um prato de comida à vista.

Pontos corridos fazem justiça ao melhor, argumentarão, e devolvo uma banana a todos. Onde está escrito que futebol é tribunal? Nas tábuas de Moisés? Nas escrituras sagradas? Futebol perde a graça quando se sujeita à justiça. O melhor do jogo da bola é a injustiça. É chegar ao orgasmo na arquibancada, aos 44 do segundo tempo, com a bola na trave, cruel, que quase despedaça uma conquista, que coloca um ponto final a uma epopeia. É preciso o embate final, a provação, a chegada a Santiago de Compostela. O caminho, por si só, é árido e enfadonho.

Futebol é o que se viu ontem no Pacaembu. E no Olímpico, no Mineirão, nos Aflitos (tem a volta), em Barcelona na semana passada, o que se verá em Madri no dia 22. Das decisões a gente lembra. De como acordou, onde viu o jogo, como sofreu, como chorou, a que horas foi dormir. Nunca vou esquecer Santos x Santo André, como nunca vou esquecer de Brasil x Itália, ou de Portuguesa x Rio Preto, ou de Corinthians x Ponte Preta, ou de Palmeiras x Inter de Limeira.

Os pontos corridos são um capricho para os estatísticos, para os que gostam de um mundo ordenado e exato, aqueles que não compreendem que a vida é um caos, não tem ordem nenhuma, viver não é preciso, futebol também não, se é que me entendem.

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Francisco Araujo
Francisco Araujo
12 anos atrás

O que todos que criticam o brasileirão deixam de lembrar é que existe sim um campeonato nacional feito 100% segundo o mata-mata: Copa do Brasil! Acho que a falha de todos é virar as costas e criticar o nacional por pontos corridos.

Não há nada mais inteligente e interessante do que ter dois campeonatos com formulas distintas, cada um coroando um campeão nacional. O que devemos buscar são melhoras no campeonato que já existe: mudanças nos critérios de classificação, mudanças no calendário, decisões em jogo único… o que for possível para que o campeonato seja o que os torcedores merecem ter.

É impossível afirmar que o campeonato por pontos corridos deixa de oferecer emoções, bons jogos e momentos memoráveis. São inúmeras surpresas e confrontos importantes durante todo o campeonato, especialmente nas rodadas finais, quando a maior parte das partidas é decisiva para o resultado final. Quanto aos momentos marcantes, quem irá se esquecer do rebaixamento do Corinthians, do vice do Atlético Paranaense, das campanhas do Fluminense, pela salvação, e do Flamengo, campeão, em 2009? Quem gosta de futebol não esquecerá, está tudo lá, basta enxergar um pouco além da lógica simples da eliminação.

Qual das fórmulas é melhor? As duas!
Não é saudável confundir o amor pelo futebol com o amor pelos títulos. O que precisa-se fazer pelo futebol é cuidar do campeonato por mata-mata que já temos para que se torne o campeonato que queremos.

André
André
12 anos atrás

Eu não entendo essa choradeira. Existe uma pá de campeonatos mata-mata (Copa do Brasil, Estaduais, Libertadores Sul-Americana). Porque diabos o campeonato nacional não pode premiar o time de mehor futebol do país, não aquele que capengou 19 rodadas, mas foi bem em dois, quatro jogos. Quem vence não é que é mais organizado, mas sim o que “esteve” mais ajeitado, contratou certo. Pontos corridos pro Brasileirão é uma ode ao jeitinho. E não é essa fórmula que vem exterminando os times fora do Sul-Sudeste.

Dannyel
Dannyel
12 anos atrás

disse tudo!

rdish
rdish
12 anos atrás

Se alguém quiser exemplos de como se usar a tática argumentativa da falácia, é só ler esse post do Flávio Gomes…

gutierrez
gutierrez
13 anos atrás

Brilhante, você me convenceu. Nada de pontos corridos, situação que nos remete aos campeonatos inglês e espanhol, em especial, onde todos os anos os mais ricos e fortes sempre chegam na frente e sim ao “mata-mata”, onde impera o caos. Aliás, sua menção ao caos da vida literalmente “matou” a questão. Ao caos futebolístico, portanto, nada de regularidade e previsibilidade num jogo, por si só, caótico
Parabens pelo artigo

Márcio Costa
Márcio Costa
13 anos atrás

Flávio,

até que enfim alguém conseguiu traduzir, em um excelente texto o que sempre pensei e defendi: o modelo dos mata-mata no Brasileirão.

E acrescento um detalhe que me parece vc deixou escapar.

O antigo modelo do Brasileiro, com primeiro turno em pontos e o segundo em eliminação, conseguia selecionar o melhor de verdade, pois media e premiava a regularidade no primeiro, com vantagens para os melhores colocados, mas media também a capacidade de decidir sobre pressão no segundo, em jogos mata-mata e em sequência.

A ponderação destas duas excelências é que define o verdadeiro campeão, mantendo ainda a imprevisibilidade do futebol, que é o seu grande diferencial em relação a outros esportes, como bem vc define neste.

Parabéns pelo excelente post.!

Vc é dono de um dos melhores textos do jornalismo brasileiro. Não é a toa que este post teve até agora 776 comentários!

Abc,

Alexandre [SEP]
Alexandre [SEP]
13 anos atrás

Eu sou a favor de sistema classificatório em grupos para posterior disputa mata-mata. Quem falou que isso é ruim para os clubes em geral então precisa passar essa informação para os norte-americanos, pois tudo lá tem play-off melhor de sete. Como ouvi de um ex-melhor narrador televisivo, americano faz até campeonato de bolinha de gude ser lucrativo.

Carlos Eduardo
Carlos Eduardo
13 anos atrás

Concordo interamente…
Futebol esta cada vez mais perdendo a emoção…
Cada vez menos torcida indo a estadio…
Senao acontecer uma reforma na formula de disputa do campeonato brasileiro, entao nao vejo soluçao para esses problemas…

Lincoln
Lincoln
13 anos atrás

Flávio,

Foi o melhor post que li sobre futebol nos últimos anos. Sou baiano, 32 anos. Portanto, vi a final Inter e Bahia do Brasileiro de 88. Tinha 10 anos. Se fosse hoje, o Bahia nem iria a Libertadores, o Campeão naquele ano seria se não me engano o Vasco, que nem nas semi-finais chegou. Perdeu para o Flu, que foi depois eliminado pelo Bahia. Na década de 80 o Bahia foi para os mata-matas algumas vezes, em 90 e 94 perdeu o título no mata-mata também para Corinthias de Neto (1º título do “Poderoso Timão”) e Super Palmeiras Parmalat. Agora quem no norte-nordeste-centro-este será campeão brasileiro? Ninguém. Só brigam uns 8 clubes no máximo: de SP, MG, RS, RJ. O querido Galo, que tanto ia as semi-finais não é campeão há 40 anos. Imagine nos outros estados. Todo garoto do Brasil hoje é Fla, SP, Corinthias, Inter ou Pal. Senão Barça, Real, Chealse, etc. Estão acabando com a cultura, com o direito de outras regiões terem alegria e, principalmente, identidade. Nossos jovens estão pensando e agindo como os paulistas ou cariocas, até as gírias, aqui, são de corinthianos com seus erros de concordância verbal. Até os estádios, tem regras, não pode isso nem aquilo. Daqui a pouco a arbitragem será eletrônica como no tênis e etc. E os estádios estarão vazios e melancólicos com suas guangues. Assistirão jogos em pay-per-view do Manchester ou São Paulo. Nem na NBA é assim. Tem mata-mata e o time de Oklahomma enche o ginásio (melhor média de público que o campeonato brasileiro) para torcer por seu time contra a pontência L.A. Lakers.

Valeu, repassarei para os chatos daqui.

Lincoln

Andre
Andre
13 anos atrás

Cê num deve ter visto a última rodada do ano passado, só pode.

Iorque
Iorque
13 anos atrás

Vice pós 2003 só será lembrado o Inter de 2005, provavelmente porque foi o campeão de fato. O campeão de direito, que recuperou os pontos que precisava jogando de novo, só foi legitimado pela imprensa omissa, que preferiu alçar o argentino Tevez a condição de craque a denunciar a armação.

camini pr
camini pr
13 anos atrás

Os pontos corridos deu para se notar a tamanha corrupção e fabricamento de resultado a cada partida realizada, com uma conivencia planejada pela CBF, STJD, Clube dos 13 e Comissão de Arbitragem em prol dos Clubes de São Paulo e Rio de Janeiro. Outra questão que deve ser visto urgente é o televisionamento dos jogos para que não aconteça transmissão dos times do RIO e São paulo para o resto do PAÍS, eless devem passar para eles estes jogos. Venho manifestando de que o Orgão de DEFESA DO CONSUMIDOR e ADMINISTRAÇÃO FEDERAL INTERVIR NESTA QUESTÃO em prol da defesa do consumidor. o Resto do PAÍS não é obrigado consumir FUTEBOL que não interessa, ele quer ver o seu time na TV. E CBF precisa desencadear dinheiro para transmitir jogos dos times pequenos em rede Nacional.

Devemos protestar cada ves mais.

niko
niko
13 anos atrás

mas a FORMULA 1 é pontos corridos, você queria que fosse MATA-MATA igual na NASCAR?

Edmilson
Edmilson
13 anos atrás

O que tem que acabar é essa tal de sul americana e mudar a Copa do Brasil para on 2º semestre com a participação dos clubes que participaram da libertadores no 1º semestre.

Natália Jonas
13 anos atrás

Isso vai ser uma discussão eterna.. sexta a noite.. meu time com um empate ridículo na B… e a discussão da mesa é o eterno mata-mata x pontos corridos.
O mais mais engraçado nisso tudo é que os eternos defensores dos tais “tão ótimos pontos corridos” são os são paulinos que conseguiram “oh meu deus! temos três brasileiros”.. ai eu me pergunto: E??!! grande coisa…
Muito mais ter a emoção.. ficar até o fim dos fins sofrendo.. torcendo..fazendo contas…
É muito conformismo. Sem mais.

Daniel Mendes
Daniel Mendes
13 anos atrás

Sou contra um campeonato nacional com mata mata e msm assim foram dois brasileirões(2003,2006) q foram decididos no final. Gst de pontos corridos em tdas as outra competições mas brasileirão deve visar a vitória do melhor ou de um dos melhores q se planejou para isso! O campeonato é bom sim só gst do ingles do espanhol e do nosso

Francisco de Paiva
Francisco de Paiva
13 anos atrás

Se a série B terminasse hoje a LUSA estava na série A ano que vem!

rafael
rafael
13 anos atrás

flavio gomes, vc falou tudo que tava engasgado, sou vítória, só posso botar uma estrela agora ganhando uma copa do brasil, porque é matamata, esse campeonato de pontos corridos é uma merda

José Renato de Morais Miarelli
José Renato de Morais Miarelli
13 anos atrás

PQP…FALOU TUDO. 100% APOIADO.

Marcelo Souza
Marcelo Souza
13 anos atrás

Queria ter a chance de sentar numa mesa de bar e conversar meia hora sobre este post. Na boa, horroroso! Mas é um ponto de vista.
Seriam 30 minutos para discutir cada frase (acho que 30 é pouco). Se aceitar o convite, estamos ai. São Cristovão, quem sabe?

Marcus Aurélio
Marcus Aurélio
13 anos atrás

Isso é argumento de torcedor de time que nunca ganha. É o mesmo que administrar sua casa gastando mais do que ganha sonhando em conseguir um bico pra cobrir o buraco. Desta maneira perpetuamos a cultura do jeitinho brasileiro, do levar vantagem em tudo. Pois o jogo é de seres humanos que podem errar e vão errar. Por causa de uma noite infeliz toda uma temporada se perde. E todas outras de superação, não conta? Não concordo.

vanderlei
vanderlei
13 anos atrás

tambem pudera pra quem se diz comentarista de automobilismo e torcedor da portuguesa

Daniel
Daniel
13 anos atrás

O Campeonato Brasileiro sempre teve final… Vc fala sobre uma final qualquer há mt tempo atrás e mta gente vai lembrar. É verdade que no Brasil os pontos corridos tem mt mais emoção do que têm na Italia, Espanha… etc. Mas mesmo assim faz mta falta aqueles jogos finais, onde aparecem rivalidades, surpresas.. O país parava pra ver aqueles jogos.

Cristiano Soares
13 anos atrás

Meus parabéns. Esse foi, sem dúvida, um dos melhores textos que já li.

Acho que os pontos corridos são a coisa mais chata do mundo. O senhor esqueceu de colocar a bobagem que a maioria dos cronistas defensores dessa fórmula falaram no ano passado. Depois daquela série de jogos, eles começaram a falar: “quem disse que pontos corridos não tem emoção?”.

O curioso é que um jogo acontecia numa hora, e o outro em outra. Aí vem aquela palhaçada. Mala branca… E daí? Isso sempre existiu. Sem contar os adversários: o santo andré era massacrado, e o povo já me vinha com o argumento: “isso é emoção.”

Me poupe.

E parabéns pelo texto.

Se poder, visite meu blog.

André
André
13 anos atrás

Concordo com tudo Flávio, esse atual modelo é estúpido e serve pra perpetuar certos poderes que mandam no futebol brasileiro.

Eu, que sou Paraense e fanático torcedor do Paysandu, se quiser ver um jogo na tv sou obrigado a assistir Corinthians e Grêmio Prudente, ou qualquer outro jogo do Flamengo com a espetacular narração do Cleber Machado. Desgraça maior é ver a copa pela televisão em cidades sem futebol, como Manaus e Natal.

O Parreira disse certa vez que se o Brasil se organizasse, podia ter a NBA do futebol. Pode ser, mas com certeza o atual modelo CBF/Globo/Clube dos 13 não é o caminho.

Legal seria ver algo parecido com a NFL ou a NBA, talentos espalhados pelo País, divisões regionais, play-offs e uma emocionante final (cuja transmissão todo ano é de uma rede diferente).

Quem sabe depois do Ricardo Teixera.

Junior
Junior
Reply to  André
13 anos atrás

A única coisa do modelo americano que defendo é o sistema de recrutamento (draft) – isso provoca viradas incríveis nos campeonatos. Imagina por exemplo o Paysandu poder contratar o Neymar vindo da divisão de base por ter sido o pior time da Série D, por exemplo. Fora isso, o modelo americano impõe horários horríveis (para atender as emissoras), além de inúmeros intervalos. Imagine que a cada lateral tivesse um timeout, fechasse em intervalo com 3, 4 minutos de propaganda da Vivo, Schin, Hyundai e Bradesco. É isso que o esporte brasileiro vai virar se seguir o modelo americano.

Gosto muito da NBA mas ODEIO ver o jogo interrompido toda vez que a bola sai de jogo pra ver uma propaganda da Hyundai ou da Autotrader. Tudo bem que a TV depende de publicidade pra sobreviver, mas aquilo é EXAGERO.

Marcelo Zuca
Marcelo Zuca
13 anos atrás

A minha solução é simples…!!!

38 rodadas = 20 times…
30 rodadas normais… e 8 no esquema de uma Super Final.
Ou como se diz na Nascar – Chase for the championship ou em bom portugues – Caçada pelo campeonato.

Os 8 melhores colocados até a 30ª rodadas são dados + 100 pontos, se são reposicionadas do 1° ao 8° com uma diferença de 1 ponto entre eles. ou seja, se o 1° colocado chegar a 30ª rodada com 65, então na 31ª rodada começaria com 165 pontos, o segundo 164, terceiro com 163 assim até o oitavo…

Bem o resto dos 12 times… vão lutar pelos restos das migalhas do campeonato.

O oito melhores… terão 8 rodadas para se pegarem,
24 pontos em disputa e jogando em rodadas normais com os outros 12 times… como na tabela normal!!

Seria exitante e bem legal.!!!

Abs..

Marcelo

Ivan Ribeiro
Ivan Ribeiro
Reply to  Marcelo Zuca
13 anos atrás

Chama isto de simples ?!!? Socorro.

Ricardo
Ricardo
13 anos atrás

Flavio, parabens, sua coluna expressa toda a mágica que o futebol precisa, para levar 30 mil pessoas pro estádio, mesmo sabendo que seu time não é favorito (o santos de 2002 se classificou em 8 e foi campeão). É esse tipo de pensamento que os dirigentes brasileiros precisam ter, apoiados pela esmagadora maioria de torcedores. Uma final é lembrada e repassada de geração em geração,EX: mesmo que eu não tenha assistido a final de 50 no maracana, sei quase todos os detalhes daquela final, em muito ouvida pelos mais velhos.

Vander Silva
Vander Silva
13 anos atrás

Flavio, agora que a poeira baixou, meus dois centavos.

1) A UCL so é a melhor competição do planeta por que reune os melhores times da europa. Esses saem de campeonatos de pontos corridos.

2) Acho que o principal problema do calendário é que as competições de mata mata estão concentradas no primeiro semestre, ficando o segundo semestre apenas para o brasileiros e a sul americana. Ai fica a saudade dos mata matas.

So um ponto de vista.

Alfredo
13 anos atrás

desculpe amigos nao e que eu nao goste de fute-b mas odeio ,,,,,,,por mim mandaria destruir todos os etadios e construiria ali Kartodromos pr criancas carentes , mais uma vez me desculpem mas culpo o fute-b por todas as maselas socio cultural economicas de nosso Br ,,,,,,,,,

Alfredo
13 anos atrás

desculpe amigos nao e que eu nao goste de fute-b mas odeio ,,,,,,,por mim mandaria destruir t

Elaine Limongi
Elaine Limongi
13 anos atrás

otimo…

Antonio VK
Antonio VK
13 anos atrás

Rendeu o assunto ein!?

antonio
antonio
13 anos atrás

Respeito, mas discordo integralmente. Mata-mata é uma competição secundária. Se ganhar bem , se desclassificado for, amém. Não dá pra montar um time de R$80 milhões/ano e correr o risco de disputar 4, 6, 8 partidas nacionais ( o que acham que ficarão fazendo os times eliminados? ) além das modorrentas 15 partidas do estadual. O que aconteceria inevitavelmente seria o exodo muito mais intenso de jogadores, pois os clubes teriam de ‘se virar’ com orçamentos de R$10/15 milhões ano. Quem gosta de futebol, e não apenas do seu time, se diverte vendo qualquer jogo que envolva 2 times do porte de São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Gremio, Inter, Cruzeiro, Atletico, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo ( eventualmente uns 3 ou 4 destes ficam ‘uma merda’, mas sempre tem um Goiás, um Barueri, um Avaí que os substitui ). Só em partidas envolvendo estes times teremos quase 100 jogos. Mata-mata não geram mais do que 20 jogos deste calibre. Além do mais, já temos a Copa do Brasil, a Libertadores e a Sulamericana no formato mata-mata. Vida longa ao Brasileirão de pontos corridos !!!

Issac Nemach
Issac Nemach
13 anos atrás

Olá Gomes,

E na F-1, vc gostaria que houvesse um mata-mata? O que você acha da regra da “Estoque” e da Nascar?

Sou a favor dos pontos corridos, mas também deveria haver torneios parelelos, como a Copa do Brasil, que deveria durar a temporada inteira e não ficar somente em um semestre. O mesmo vale para a Libertadores e a Sul-Americana.

Quem no final do 1º turno de 2009, apontaria o Flamengo o campeão do ano passado?

O Campeonato de pontos corridos tem que ter algum prêmio para times que fiquem em posições intermediários, senão realmente pode perder a graça. Por isso, temos as vagas para a Libertadores e Sul-Americana.

Brasileirinho
Brasileirinho
13 anos atrás

O campeonato por pontos corridos reflete a realidade da competição pois vence aquele que foi melhor o campeonato inteiro e quando um time está na frente todos os outros querem vencê-lo, não é tão fácil ser campeão. Já o mata-mata já deu problema do oitavo ganhar o primeiro colocado na final, aí é muita injustiça.

Telson
Telson
13 anos atrás

Brasileiro tem memória curta. O que não faltou no último brasileirão foi emoção. Houve trocentos jogos com clima de final, onde o imponderável, ponderou.

karkara
karkara
Reply to  Telson
13 anos atrás

“clima” de final… não é final!

karkara
karkara
Reply to  Telson
13 anos atrás

Exatamente… trocentos jogos com clima de final… não são mais emocionantes do que UMA única final. A final só é final porque só tem uma! Ou duas… ida e volta. Trocentas finais dentro do mesmo campeonato que é a merds!

William
William
13 anos atrás

Pontos corridos é muito melhor! Muito mais emocionante e justo. Imagina como os times eliminados no início vão perder em receitas, e quantos deixarão de ser sócios devido a ausência de jogos em uma eliminação prematura…

Mata-mata também abre muito mais espaço para que manipulações de resultados e erros dos árbitros sejam decisivos, já que apenas dois jogos definem tudo, como no gol mal-anulado do Santo André sobre o Santos na final…

Acho que houve um tendenciosismo no texto, falando como se o sistema de pontos-corridos do Brasil fosse único no mundo, e por isso o mais chato, o que é mentira, quase todos os países do mundo adotam esse sistema…

Lucas Mx
Lucas Mx
13 anos atrás

Parabéns Flavio
Disse tudo

Fabrício
Fabrício
13 anos atrás

Com todo o respeito e admiração por seus posts aqui, sejam de automobilismo ou de futebol (raros)…Discordo…
O Campeonato Brasileiro deve ser pontos corridos mesmo…como é no mundo inteiro.
O que deveria ser mais valorizada é a Copa do Brasil, com a entrada dos times participantes da Libertadores do mesmo ano, jogada no segundo semestre, não no primeiro. A Copa do Brasil deve ser um dos únicos torneios de primeira divisão que o campeão não pode jogar no ano seguinte…A Copa do Brasil, com todos os times seria a competição de futebol com mata-mata…e pronto…

O Campeonato Brasileiro tem muita emoção o ano inteiro, todos os times tem algo a conquistar: título, libertadores, sul-americana, fuga do rebaixamento…quem não lembra das últimas rodadas do ano passado? E a torcida gosta sim deste tipo de campeonato, haja visto que as médias estão aumentando ano a ano, e são sempre maiores do que os campeonatos antes da era dos pontos corridos…

Abraços

Neto Guido
Reply to  Fabrício
13 anos atrás

Idem

Gustavo
Gustavo
Reply to  Fabrício
13 anos atrás

no mundo inteiro uma ova, na Europa inteira, não fala merda!

João Carlos Bifulco
13 anos atrás

Puxa vida!

Até que enfim um jornalista escreveu o que boa parte dos torcedores de futebol pensam à respeito do campeonato por pontos corridos.
E tinha que ser um jornalista de automobilismo!
Concordo com tudo que foi escrito.
O Campeonato Brasileiro é muito longo, depois da 6ª rodada, resume-se à poucos times com condições de vence-lo.
A sucessão de jogos e constantes viagens que os clubes são obrigados a enfrentar, dificultam os treinamentos, condenando os clubes que vão mal no início a irem mal até o fim do campenato, com pouca chance de recuperação.
O resultado é o de sempre, muitas contusões de jogadores, queda de técnicos, jogadores e técnicos são hostilizados pela própria torcida, queda nas rendas, clubes menores desaparecem do cenário nacional, etc.
O campeonato por pontos corridos, logo de início, perde interesse. O time que perde 9 pontos nas 3 primeiras rodadas, dificilmente consegue recuperá-los, porque passa a depender da perda de pontos dos outros times para poder avançar no campeonato. Resultado: o time fica “enchendo linguiça” no meio da tabela até o final ou fugindo do rebaixamento.
A falta de jogos finais é deplorável. Falta emoção!
É numa final de campeonato que você percebe do que os jogadores e técnicos são feitos. Você percebe se as “promessas” vingam, aguentam a pressão, tornam-se jogadores maduros, prontos para disputar o “mata-mata” de uma Copa do Mundo.
Dou uma sugestão: “rachem o campeonato em dois “mata-mata” para aumentar as chances dos clubes e manter o interesse dos torcedores no campeonato.

Falei! ou melhor, escreví!

João Carlos Bifulco.

Marcio
Marcio
13 anos atrás

Fantástico, quase chorei. Concordo plenamente. O mundo ta ficando uma merdes!! Não pode mais fumar em restaurante, não pode mais ter carro de corrida com propaganda de cigarro, vai dizer que a JPS, a gitannes e a Mild Seven não eram bem loucas. Não pode mais ter só gostosa tomando cerveja nas propagandas de cerveja. E não pode mais ter timinho fiadaputs ganhando campeonato.
Tá tudo ficando chato.

Carlos
Carlos
13 anos atrás

O jogo do São Paulo e Universitário ontem mostrou como o mata-mata é emocionante, que jogo fantástico, cheio de alternativas, cheio de futebol bonito e com o resultado mudando toda a hora. O torcedor foi premiado com um jogo fantástico.

Garanto que se fosse um pontos corridos o jogo não teria sido tão emocionante assim.

(Para quem não percebeu, fui irônico, e agora Flavio Gomes?)

George Melissopoulos
George Melissopoulos
13 anos atrás

Flávio, bom dia!!
Parabéns pelo post. Expressa exatamente a verdade do futebol brasileiro.

Um abração!!

Marcelo CPS
Marcelo CPS
13 anos atrás

Menos, Gomes.
Entendo que deve ser chato pra caramba quando se torce para um time que não tem expressão e não ganha nada.
Mas, para um Flamenguista, não tenho do que me queixar.
Favoritismos à parte, entendo que se poderia muito bem aplicar um misto de pontos corridos, numa fase classificatória e depois partir para o tal mata-mata.
A série B do Brasileiro já adotou, ou adota, formula parecida.

Abraços.

Rafael Chinini
Rafael Chinini
13 anos atrás

a F1 é pontos corridos…

Dan Lemes www.nilodan.blogspot.com
13 anos atrás

Nada mais a declarar, falou tudo o que penso sobre essa palhaçada de pontos corridos. Perdeu-se a essência!!!

Abraço

Marcello
Marcello
13 anos atrás

Achei a argumentação fantástica, não obstante o fato de considerar o sistema de pontos corridos o mais justo, e também o que mais incomoda nossa rede “grande irmão(a)”. Contudo, o que me chama atenção é que uma ínfima minoria reconheceu o fecho do comentário. Estou falando outra língua ou Fernando Pessoa não é mais lido. (Quem? Foi eliminado do BBB10?- verdade, comentário de um conhecido).

Marcello
Marcello
13 anos atrás

Achei a argumentação fantástica, não obstante o fato de considerar o sistema de postos corridos o mais justo, e também o que mais incomoda nossa rede “grande irmão(a)”. Contudo, o que me chama atenção é que uma ínfima minoria reconheceu o fecho do comentário. Estou falando outra língua ou Fernando Pessoa não é mais lido. (Quem? Foi eliminado do BBB10?- verdade, comentário de um conhecido).

Marcelo C.
Marcelo C.
13 anos atrás

Finalmente, um comentarista esportivo com cérebro. Os pontos corridos estão acabando com o futebol brasileiro. Futebol é entretenimento puro, e vem esse pessoal e acaba com toda a diversão.

Pedro
Pedro
13 anos atrás

Eu definitivamente prefiro pontos corridos, e acho que o último campeonato brasileiro, quando 4 times chegaram à ultima rodada com chances de titulo, demente totalmente a hipotese do articulista quando diz que não há emoção. Entretanto, devo admitir que o texto é divertido