ENCHE O TANQUE (68)

SÃO PAULO (hoje tá difícil) – O blog hoje enfrenta gremlins desconhecidos e, por isso, anda meio intermitente. No problem. Quando funciona, dá para colocar alguma coisa. Como o mais clássico dos postos cariocas, no texto sempre impecável de Jason Vôngoli.

O Postinho virou ponto de encontro da turma que gostava de carros no começo dos anos 50, época em que o Circuito da Gávea ainda era prova do automobilismo internacional e a área muito menos movimentada que hoje. O circuito acabou em 1954, mas o posto na praia de Ipanema continuou a servir de base para os bate-papos dos fãs da velocidade.

Veio a indústria nacional nos anos 60: Simca, Gordini, Karmann-Ghia, DKW e Fusca roncavam envenenados pela área, antes de partirem para pegas na Barra deserta.

No finalzinho da década de 60, com a chegada das motos japonesas, os apaixonados por duas rodas passaram a predominar nas noites do lugar. O pessoal se reunia no canteiro do Jardim de Alah, bem na frente do Postinho. Não era raro juntar cem motos no local. Nos finais de semana, ali era o ponto de partida para viagens e paqueras.

O declínio veio na metade dos anos 70, quando as motos nacionais (em especial, a Honda CG-125) começaram a ser fabricadas. A velha aura do círculo fechado acabou e o ponto de encontro passou a ser o Arpoador.

Mesmo com sua arquitetura neo-colonial da década de 40 mutilada, o velho Postinho – sempre com bandeira da Esso – ainda resistiu muito à fúria das imobiliárias. Foi demolido em 2006, dando lugar a um prédio com apartamentos que custam milhões.

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Fred Della Noce
Fred Della Noce
13 anos atrás

O Postinho foi um marco entre os que gostavam de automovel no Rio.Entre o inicio dos anos 50 e a metade doas anos 70,sucederam-se ao menos 2 geracoes .Alguns corriam e bem ,como Helio Mazza,Luiz Felipe da Gama Cruz,Ricardo Achcar, Amauri Mesquita, Jorge Mourao, Dr. Jivago entre tantos outros que simplesmente gostavam de falar de carros. Mas o Postinho destas duas geracoes, contava com personagens que iam do comico Castrinho ao presidente Toninho Romano, passando por Maron, que era ator de teatro infantil e o Barriga que foi um verdadeiro apaixonado por carros com um senso de humor mordaz.
Outros nome como Marcio Cambalhota,Quase Morto,Mirinho,Capitao Buracao,Biju Rangel,Dadado Simoes Lopes,Felipe Aro 13,Eduardo Villela,Redondo,Gumercindo Brunet (primeiro marido de Luiza),Eduardo Barbara’,Villarinho,Aberlardo,Gil Magro,Galfaquito,Joao da Rocha Lagoa e mais tantos que formavam um grupo de total heterogeinidade, que o mundo pasteurizado de hoje nao permite sequer que seja explicado a razao deste amalgama que ocorria no Posto que conheci.
A bissexta visita de um Anisio Campos e outros paulistas conferia o ar cosmopolita e espelhava a biodiversidade existente na fauna que frequentava o Posto.
Conversas interminaveis,que acabavam no Alpino ou na Prado Junior com o sol ja raiando,entremeados pela eventual guerra de ovos de madrugada e/ou pela aspersao de espuma branca de extintores e ovadas nas putas da Vieira Souto, sem falar das arrancadas entre carros do Posto e um camburao C1416 da Policia Civil, pilotado pelo detetive Fernando Beleza.
Voltas a Lagoa,tiveram suas largadas dadas em frente ao Bar Lagoa e chegavam a ter 10 participantes,alem de subidas e descidas enlouquecidas da Serra de Petropolis.
A riqueza e as idiosincrasias desses personagens nao existem mais.Se esvairam com o charme discreto da burguesia.
Quando comecaram os motoqueiros do outro lado da calcada,ja’ era outro mundo…

Johnny Angelo
Johnny Angelo
Reply to  Fred Della Noce
11 anos atrás

Um barato seu comentário e parabéns também a Flávio Gomes, q acompanho na ESPN..

Mauricio Victor
Mauricio Victor
13 anos atrás

Contra a especulação imobiliária são muito poucos que podem. Pra quem conhece o Rio e dirige na zona sul, sabe que do Leblon ao Leme, são raríssimos os postos de gasolina que ainda não viraram prédios. Só sobraram os BR no canteiro central na Atlântica e Vieira Souto, com preços exorbitantes.

hendrix
hendrix
13 anos atrás

esse posto já era, como TODOS os postos da zonal sul do rio de janeiro, TODOS tão sendo devorados pela especulação imobiliária, principalmente depois da copa e olimpíadas.
dos 3 postos q existiam aqui no Leblon existe apenas 1 e cobra quase 3 reais por um litro de gasolina comum, isso mesmo, comum.
esse posto era na esquina da praia de Ipanema e do canal do Jardim de Alá, o apartamento + baratinho desse novo empreendimento imobiliário é de apenas 13 milhões de reais, isso “mermo” milhão cabloco.
os imóveis aqui no rio (zona sul) valorizaram em 1 ano nada + nada menos q até 250%, tem algo errado aí, olha a bolha especulativa.
adorei a mini-foto, bons tempo do rio.

Andre Decourt
Andre Decourt
Reply to  hendrix
13 anos atrás

Uma hora a bolha vai estourar, o mercado em breve se imobilizará por absoluta inviabilidade. Se antes para trocar-se de apartamento precisava de X agora são 2X, pois se o seu apartamento duplicou o que vc compraria duplicou também. É hora de não se trocar de imóvel, pelo menos na Z. Sul, finaciar um novo só em absoluta necessidade e É sim a hora de vender se você não irá comprar outro.
Mas a bolha estoura antes da Copa…..

GERALDO CASSELLI JÚNIOR
GERALDO CASSELLI JÚNIOR
13 anos atrás

Pena que não dá pra ver a foto !!!!