FILME TRISTE

SÃO PAULO (tudo acaba) – Não seria honesto dizer que fecharam meu cinema. Tenho um escritorinho neste prédio há 14 anos e fui uma única vez ao Gemini nesse tempo todo. Nem lembro o que fui ver. Mas antes, bem antes, costumava, sim, assistir a uma fita ou outra numa das duas salas. Confortáveis, grandes, com cheiro de pipoca. Gemini. É um ótimo nome para um cinema. Na porta do prédio na Paulista e na outra entrada da galeria, pela Joaquim Eugênio de Lima, havia sempre um letreiro com as atrações em cartaz. Sempre dois filmes. Foi assim desde 1975, quando o edifício Sir Winston Churchill foi entregue à cidade, com sua fachada de mármore e aparelhos de ar-condicionado espetados nas janelas. Um belo prédio, que atravessa o quarteirão e tem uma terceira entrada, pela alameda Santos. No coração da metrópole. No centro do universo, bem no meio da Paulista, onde tudo acontece. Onde se comemoram títulos de futebol, onde Lula fez seu primeiro discurso, nas escadarias da Gazeta, depois de eleito em 2002. Onde acontecem manifestações, passeatas, carreatas, quebra-quebras. O centro do universo.

Não, não seria honesto dizer que fecharam meu cinema. Eu não era um habitué. Mas sempre foi reconfortante chegar todos os dias para trabalhar e observar os cartazes na porta, para prometer a mim mesmo que aquele filme eu veria amanhã, ou depois, e nunca via, mas eles estavam sempre lá. Era reconfortante ver na bilheteria as meninas quase sempre mal-humoradas esperando pela plateia que também nunca chegava. Era reconfortante ver, no meio da tarde, casais clandestinos esgueirando-se pelo saguão e subindo as escadas rápido para sessões quase particulares ao cheiro da pipoca e com gosto de drops Dulcora. Existem ainda os drops Dulcora?

Foi ontem, não sei bem com quantas pessoas em suas poltronas já puídas, assim como o carpete colorido, anos 70 na veia, psicodélico, moderno, que o Gemini fechou. Eram duas salas para 379 pessoas cada. Um sobrevivente da era em que os cinemas ficavam nas ruas. Na verdade, de uma segunda leva, já. O Gemini não era propriamente um cinema de rua. Ficava na galeria comercial de um prédio, assim como havia alguns outros em shoppings da Paulista, assim como ainda sobrevivem algumas salas no Conjunto Nacional. Quando foi inaugurado, os cinemas de rua do centro da cidade já viviam seu ocaso. Hoje, os cinemas estão nos shoppings monumentais com seus sistemas de som Dolby, imagens em 3D e combos de pipoca e refrigerante que custam mais que a entrada. Veja o filme e compre a calça jeans na saída.

Parece que havia anos que os donos das salas não pagavam aluguel, ou contestavam valores na Justiça, ou tentavam expulsá-los do prédio, queriam fazer uma igreja, uma dessas brigas sem fim. E enquanto os tribunais não resolviam as questões, o cinema permanecia aberto para quase ninguém, e uma hora a conta não fecha, mesmo. E se a conta não fecha, que se feche o cinema. Vão-se as moças da bilheteria, o cara da pipoca, a menina que vendia drops Dulcora, o operador dos projetores. Cinema Paradiso.

Passei por lá agora. Há um cartaz feito numa impressora de computador. ATIVIDADES ENCERRADAS, diz o papel fixado pelo lado de dentro do vidro fumê da bilheteria, com um endereço de e-mail embaixo para quem quiser alguma informação.

Desconfio que ninguém vai querer informação nenhuma. Desconfio que só eu me importo com essas coisas.

Subscribe
Notify of
guest

88 Comentários
Newest
Oldest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments
V. Maghetti
V. Maghetti
13 anos atrás

Eu morei próximo ao Gemini durante meus primeiros trinta anos de vida (tenho 58), e lembro-me de sua inauguração e do sucesso que fazia no bairro, com suas paredes e poltronas revestidas em tecido listrado de tons fortemente coloridos, bastante modernos em uma época de cinemas com poltronas revestidas em tecido monocromático. As poltronas atrás do acesso, duas em cada fileira, eram disputadas pelos casais, pois permitiam certo isolamento.
Frequentei o Gemini desde sempre, mesmo nos últimos tempos, quando ele exibia filmes que estavam saindo de cartaza, o que era ótimo pasra quem os havia perdido no circuito “principal” de cinemas.

Só posso lamentar o seu fechamento, vai fazer muita falta!

Johnny Menacci
Johnny Menacci
13 anos atrás

Fui ao Gemini uma única vez em 2001 para ver “Gladiador” com uma amiga. Era um domingo à noite, chuvoso. Cheguei em cima da hora. Subimos as escadas correndo e chegamos na sala já com o filme nos letreiros iniciais. Nem deu tempo de reparar na decoração, nos detalhes. Infelizmente não terei mais a oportunidade de ver algum filme e de reparar nos detalhes, pois o Gemini fechou, que pena…

Ivan
Ivan
13 anos atrás

Esse caso me lembrou outro parecido em Salvador…

O ART era um cinema (na verdade eram 2 geminados) que fez parte da minha adolescencia. Pra mim era o melhor que tinha, até hoje nenhum “multiplex” conseguiu chegar perto do conforto e da qualidade do ART.
Ar condicionado gelando, tela de boa qualidade e sim excelente. A pipoca era baratinha e o pessoal super simpático….

Era bem localizado, no centro de Salvador e ainda tinha uma espécie de praça na frente, lugar para estacionar, tudo muito bem organizado.

Mas o ART perdeu espaço para os cinemas de shopping, e assim como o Gemine, foi caindo aos poucos, sessões cada vez mais vazias até o fechado e a relocação para a Igreja da Bispa Sonia (aquela mesma).

Triste

Anderson
Anderson
13 anos atrás

Pode-se dizer que tenho sentimento parecido com esse do Flávio….por qse 5 anos trabalhei no mesmo prédioe dps mais um ano na Alameda Santos qse na entrada da galeria…e todos dias via os filmes a serem exbidos…essas salas não deveriam fechar,eu acho um porre assistir filme em shoppings,muita gente mal educada,aborrescentes que não fazem silêncio e assim por diante!

Egon Kniggendorf Jr.
Egon Kniggendorf Jr.
13 anos atrás

Ah Flavio… você fala que “acho que só eu me preocupo com essas coisas” já sabendo que vai ser uma choradeira danada aqui entre os posts.
Como pode alguém nascido antes da década de 70, que more em São Paulo e que nunca tenha ido ao Gemini???…
Eu ia muito com minha namorada atual esposa, de moto e depois sentávamos nos diversos bares na calçada, pra tomar chopp e conversar.
Ah que saudade… como os gostos e pequenos prazeres eram mais românticos e simples que os de hoje.

Realmente dá saudade. Muita.

Willian
Willian
13 anos atrás

Voltei para fazer um adendo. Por que será que não fizeram para o Gemini o mesmo esforço que fazem para salvar o Belas Artes?

http://patrocineocinemabelasartes.blogspot.com/2010/05/ajude-me-conseguir-um-patrocinio.html

http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/diversao/2010/06/09/251026-campanha-na-web-busca-patrocinio-para-cine-belas-artes-ameacado-de-fechar

http://vejasp.abril.com.br/blogs/cinema-filmes/cine-belas-artes-mobilizacao-twitter/

Enfim, fica aqui meu questionamento, que provavelmente não será respondido por ninguém…

Adriano Silva
Adriano Silva
13 anos atrás

Lembro de ter feito um curso de Banco de Dados Oracle no prédio, em 2004.
Era todo sábado e o dia inteiro; quando voltava do almoço sempre olhava o que estava em cartaz no Gemini e sempre prometia ver algum filme lá, e nunca fui.
Cá estou em Fortaleza há 2 anos, praticamente, e fiquei arrepiado com esse relato do FG.
Às vezes, sinto como se a vida fosse piorando com o tempo, mesmo com a sensação de que ela está melhorando.

Andre Decourt
13 anos atrás

Os que acompanharam o fechamento de quase todos os cinemas de Copacabana sabem muito bem o que é isso. Até hoje para mim é inconcebível pegar um carro para assistir um filme num shopping lotado, ou até mesmo em um bairro vizinho, que tem alguns cinemas “cabeça” na rua. Se todos fossem iguais a mim os cinemas de shopping já teriam fechado e os de bairro voltariam

Waner Jr
Waner Jr
13 anos atrás

Certeza que alguma Igreja Evangélica comprou; na minha cidade 2 Cinemas no centro foram comprados pela Universal

Luis Filipe
Luis Filipe
13 anos atrás

só mais uma coisa … minha primeira vez vingou depois de uma seção no gemini …

Luis Filipe
Luis Filipe
13 anos atrás

pou … que pena …. é uma parte da minha historia que se fecha … lembro de assistir filmes por lá , Pela facilidade de quando se é garoto … Marcava-se com a namoradinha por ser fácil de chegar; dinheiro contado, tinha o certo para a entrada minha, o da menina e ida e volta do onibus. no máximo sobrava para um refri … mas era muito bom ir ao gemini , trocar os primeiro beijos, amassos …

Carlos Romero
Carlos Romero
13 anos atrás

Flavio eu queria saber o end. de e-mail que estah no aviso! Seria possivel informar?

Bem comentando sobre o Gemini…

Eu sou mais um dos poucos que se interessa por coisas que fizeram a “historia” do nosso cotidiano paulistano!

Sinto pelo Gemini ter encerrado as atividades. Esse cinema era um dos poucos antigos e tradicionais cinemas, dos anos 70, que costumava a frequentar.

Enfim tudo tem seu ciclo e um dia esse ciclo se encerra!

Por favor se puder nos informe o end. de e-mail!

Grato!
Carlos

Murilo
Murilo
13 anos atrás

Juro que tentei escrever algum texto que se aproximasse da sua definição do Gemini…Mas não consegui….O Gemini foi o cinema onde aprendi a namorar em cinema, a comer pipoca da velha pipoqueira, a levar moleton para alcochoar o braço da cadeira na hora do amasso (alguém lembra ainda o que é um amasso?) mas não consegui. Obrigado por descrever o que senti ao fechar este cinema. Um pedaço do meu coração que se foi….Não engulo esta balela que cinema na Av.Paulista não dá lucro, claro que se não se modernizar não vai prá frente, mas só cinema em shopping???? Lamentável…..
Mais uma vez, obrigado Flavio pelo Texto e OBRIGADO GEMINI….

Pedro Paiva
Pedro Paiva
13 anos atrás

Nasci em SP e durante muitos anos cinema pra mim era Gemini, Center 3 e Astor. Todos na Paulista. O Astor era o melhor de todos. Além de enorme, tinha uma armadura medieval “de verdade” no saguão!

Pedro Paiva
Pedro Paiva
Reply to  Pedro Paiva
13 anos atrás

Ah, lembrei também do Belas Artes e do Gazetinha e Gazetão!

Ze Augusto
Ze Augusto
13 anos atrás

Fiquei chateado com essa noticia,pois estudei no objetivo nos anos 80,ia sempre no cinema,vezes pra namorar e outras pra matar aula.
Qto ao Vitor só é nostalgico quem tem passado,vc é novo ainda um dia entenderá!

Rodrigo Duarte
Rodrigo Duarte
13 anos atrás

Eu me incomodo. Já fui ao Gemini algumas vezes, para mim sempre foi mais fácil, pois meus pais moram na Joaquim Eugênio de Lima e podia ir a pé ao cinema. Mas reconheço que nem me lembro da última vez em que frequentei este cinema tão simpático e acolhedor. É uma pena.

Fernando Gilliatt
Fernando Gilliatt
13 anos atrás

Tb fiquei triste… Sempre que algum filme legal saia de cartaz antes de eu ter visto, ficava de olho na programação do Gemini que lá aparecia!!! Os dois últimos que vi foram assim… O Segredo dos Seus Olhos e Tudo Pode Dar Certo… Enfim, eu já tava meio preparado pra isso… Todas as sessões eram muito vazias e uma hora ia acontecer… Uma pena pois era dos poucos lugares em que o cinema era o principal, sem a barulhada das pipocas e celulares e falatórios imbecis típicos das salas big blaster dos shopings….

Roseli Lopes - São Bernardo do Campo
Roseli Lopes - São Bernardo do Campo
13 anos atrás

Esse cinema Gemini era muito aconchegante. O que eu mais gostava nele eram as fileiras das pontas. Tinham somente duas poltronas. Perfeitas para os namorados assistirem sem ninguém ao lado. Nessa época (anos 80) você pagava a entrada e assistia a todas as sessões, se quisesse. E escolhia o lugar. Bons tempos em que assisti “Os caçadores da arca perdida”, “ET”, “Goonies”, “A cor púrpura” e outros, mais de uma vez com o mesmo ingresso.

Willian
Willian
13 anos atrás

Assisti dois filmes no Gemini e me arrepiei ao ler esse relato… Grande perda para a cidade de SP.

RCRG72
RCRG72
13 anos atrás

Olha, também tenho uma estória. Um dos mais antigos cinemas de Teresópolis-RJ, minha cidade natal, fechou há alguns anos quando eu ainda morava lá. Em seu lugar abriu uma igreja universal, PQP!

E pasmem, Teresópolis ficou por pelo menos uns 5 ou 6 anos sem salas de cinema, se não me engano.

Incrível heim! E quando inauguraram um novo shopping, veio o novo cinema. Mas o novo não tinha as grandes lembranças do antigo.

Fábio Peres
13 anos atrás

Bom, tempos modernos: hoje não se comemoram mais títulos na Paulista, nem Lula faria mais discursos por lá porque não pode; os cinemas dos shoppings ganham espaço sob os antigos, que se tiverem sorte virarão igrejas neopentecostais modernosas; e as ruas do Centro e proximidades ficam cada vez mais degradadas, abandonadas pelas novas gerações que vão, de lugares fechados em lugares fechados, deixando as ruas à sua própria sorte.

Pois é … que sina …

@ndrebz
@ndrebz
13 anos atrás

O Gemini fechou, com o drops Dulcora não sei o que aconteceu, mas as lembranças ficam para sempre, com certeza.

http://www.youtube.com/watch?v=Efe20Mz2AQU

Mauricio
Mauricio
13 anos atrás

Poxa , todo santo dia passo em frente vou jantar no top center e cruzo a galeria, uma pena mesmo , mas To achando que vai virar praça de alimentação , sei não!

Daniel Médici
13 anos atrás

A última vez que fui no Gemini foi já há bastante tempo, para ver “A Última Noite”, que viria a ser o último filme do Altman. Acho que não poderia ser mais apropriado…

Rodrigo Lamonato
13 anos atrás

Trabalho há 03 meses no prédio em frente à porta da Al. Joaquim Eugênio de Lima.

Desde o primeiro dia estava querendo ir conhecer este cinema. Cheguei a perguntar pra namorada qual filme gostaria de ver.

Fechou antes de eu ir assistir.

Cesar
Cesar
13 anos atrás

Poxa, Flavio, em 14 anos vc poderia ter ido mais de uma vez ao Gemini. Quem sabe os caras não teriam quebrado. Lamentar agora é tarde.

João Jesus Teixeira Junior
João Jesus Teixeira Junior
13 anos atrás

É Flavio…..parece que de antigo apenas vamos ter a CC e a CCC. Ninguém tem respeito pela história ou pela memória do passado. Vamos em frente. Não adianta reclamar.

abraço

Jeambro
Jeambro
13 anos atrás

Nâo tenho paciência para ir em cinemas nos shoppings, coisa mais chata, em vez de diversão você tem só aborrecimentos, trânsito, fila para entrar no shopping, estacionamento, fila para comprar ingresso, fila para entrar, cinema apertado, fila para sair, mulher falando na cabeça para jantar por ali mesmo, fila pra comprar comida. Não, sinto muito não dá mais. Cinema na rua era muito melhor, ia toda semana.
Agora só assisto filme em casa.

Batista Lara
Batista Lara
13 anos atrás

Me deu saudades do tempo que morava em Sampa. Saí daí em 1990 e voltei pro sul de minas. Curti bastante esse pedaço, pois trabalhava na Alameda Santos. Praticamente todo dia eu passeava por aí, na galeria do Gemini. Tinha um restaurante alemão em frente a entrada do cinema, que de vez em quando eu comia joelho de porco (se não me engano o nome era einsbein) ou panqueca de palmito. Outro lugar que almoçava era no Grajaú na esquina da J. E. Lima com Al. Santos. Depois dava um rolê na Guedes, na Paulista, e sempre comprava um LP nessa loja. Depois outro rolê no Top Center e voltava para o trabalho. À noite, um cineminha no Gemini ou Gazeta ou Top Cine e depois um chopp na prainha. E a pé voltava pra casa , na AL. :Jaú com Pamplona. Que delícia de época. Passou, agora, um filme na minha cabeça.
O cinema da minha cidade também fechou, infelizmente.

Andre Soares
Andre Soares
13 anos atrás

Quem viveu na região fica com o coração partido de ver os cinemas se acabando. O Gemini e o Top Center eram meus cinemas preferidos. Sempre dava uma escapada a noite, no meio da semana mesmo, pra pegar um filme neles. Ter tres salas de cinema, passando filmes diferentes a dois quarteirões de casa era muito bom.
E o Gemini tinha personalidade.
Muito melhor que a padronização estéril dos cinermak. Eu odeio o cinemark. A verdade é desfrutar uma ida ao cinema e um bom filme, vai muito alem da qualidade técnica da exibição.
Enfim, o mundo vai ficando mais sem graça…

MarceloPOA
MarceloPOA
13 anos atrás

Isso me cheira a humilhação. Sim, humilhação!!! Escrever tão bem de uma coisa tão sem importância e fazer com que todos fiquem bobos, parados, lendo e pensando num sentimento tão íntimo em relação a algo que sequer a maioria das pessoas conhecem é, sim, humilhação. Parabéns

João Paulo
João Paulo
13 anos atrás

Confesso que minha namorada e eu, talvez, tenhamos assistido umas das últimas apresentações do “saudoso” Gemini há 3 semanas. Uma pena, gostava do lugar, ambiente agradável, fora que após as sessões podiámos andar pela Paulista numa boa…

É, é a vida, uma pena que tudo tenha que acabar, abraço sua desolação, mas reclamar do fechamento sendo que não ia para o local há uns 14 anos….

Enfim, uns vem outros vão e assim continuamos nossa vidinha…

Cristiano
Cristiano
13 anos atrás

Pois é, alguns anos atrás fecharam os cinemas do centro em Londrina, cada um com uma história diferente.
O Cine Vila Rica/Cine Londrina (um cinema, cada sala com um nome) fechou porque o do maior shopping da cidade o comprou exatamente para fechar. Estava um tanto degradado, mas cobrava mais barato pela entrada pelos mesmos filmes. Virou cursinho pré-vestibular, agora nem sei se o espaço está ocupado;
O do calçadão, que é o Cine Teatro Ouro Verde, pertencente à Universidade Estadual de Londrina, em uma “restauração” do projeto “Velho Cinema Novo” teve o equipamento (antigo) danificado, parou de funcionar. Só passava filmes alternativos, e exigia ao menos 7 entradas para iniciar a exibição. Agora reabriu em um pequeno shopping de bairro, passa filmes altenativos. Nesse mesmo shopping anteriormente havia um cinema pornô.
Me deu vontade de assistir novamente “Tapete vermelho”

Rael Gugelmin Cunha
Rael Gugelmin Cunha
13 anos atrás

Flávio, você foi uma vez em 14 anos, e depois reclama quando fecha? Não percebeu que você mesmo é um reflexo das pessoas que ajudaram o cinema a fechar?

TOM SEM FREIO
TOM SEM FREIO
13 anos atrás

Como se diz, esse é o preço do progresso. As pessoas hoje em dia preferem ir ao shopping, do que caminhar pela Av. Paulista, mas fazer o que. Agora creio eu, que a faixa de idade dos participantes desse blog, deve girar entre os 40 e os 60 anos. Nós dessa faixa etaria, nao somos saudosistas e sim, vivemos em tempos bem melhores que o de hoje.

Renato Ribeiro
13 anos atrás

É uma merda. Há alguns anos atrás fecharam o Jangada, no Centro de São Vicente. Em Santos, sobrou apenas o Cine Roxy, no Gonzaga, que mesmo assim é menos frequentado.

Trabalho do lado do Gemini. Fui tantas vezes no cinema. E mesmo sem a qualidade dos outros, tinha um certo charme entrar nesses cinemas de rua ou de galeria.

Uma merda. A evolução tem as suas bostas. Essa é uma delas.

André Peragine
13 anos atrás

Nunca fui ao Gemini, mas odeio cinemas de Shoppings, ainda bem que o Marabá foi reaberto, prefiro mil vezes sair de lá e ir para uma churrascaria nas redondezas!

Victor
Victor
13 anos atrás

Me incomoda esse saudosismo.

As novas salas de cinema esmagam as antigas porque tem o som, a imagem e a disposição das poltronas melhores do que as salas antigas. Sem falar no custo para manter essa estrutura, que é muito menor.

Só acho triste porque esses cinemas como o Gemini tendem a exibir filmes alternativos. E é complicado ver o espaço para esse tipo de filme sumir. Infelizmente o Gemini não foi planejado para esse tipo de coisa. Salas grandes não combinam com filmes complicados.

Gente que não vê esse tipo de filme e nunca ia no Gemini lamentar o fechamento do cinema é, na melhor das hipóteses, hipócrita.

Menos, muito menos. Aposto que uma parcela que lamenta o fechamento do Gemini nem gosta de cinema.

E atacar a Hyundai (!) como símbolo de novos tempos é pior ainda. Prefiro um i30 coreano com engenharia nova do que um Golf frankenstein versão terceiro mundo que temos por aqui. Ou um Vectra GT que é um velho Astra por baixo.

Paulo F.
Paulo F.
Reply to  Victor
13 anos atrás

Questão de sensibilidade. Eu gosto de Morgans.

Verde
Reply to  Victor
13 anos atrás

Um pouco de nostalgia sempre faz bem para perceber que nem todo cinema é Cinemark passando Harry Potter e Crepúsculo e nem todo carro é i30 prateado “mamãe-quero-ser-alemão-mas-sou-coreano”.

Mas tudo bem, há quem goste de andar de carro cinzento, pagar 15 reais por uma pipoca, assistir Transformers, morar em condomínios cor de gesso e ler A Cabana. Gosto ruim não se discute, só se lamenta e muito.

DURVAL PEREIRA
DURVAL PEREIRA
Reply to  Victor
13 anos atrás

…VERDE FOI PROFUNDO

Roberto Hackmann
Roberto Hackmann
Reply to  Victor
13 anos atrás

Prezado Victor,

questão de ponto de vista. Eu quando morava em São Paulo fui muitas vezes ao Gemini, apesar de preferir outros cinemas do centro como o Commodoro e o Cine Espacial. Não tem nada de saudosismo é apenas parte da minha historia pessoal.

Os cinemas de hoje com certeza são melhores que o Gemini mais bem localizados, confortaveis etc, mas passear na Paulista de domingo ou no Centro no sabado a noite para mim não tem igual. Prefiro 1000 vezes um bom passeio ao ar livre a um Shopping por mais maravilhoso imponente etc que seja. O Centro tem historia um Shopping não !

Quanto a Hyundai, ate concordo com voce um I30 é mais moderno etc, mas não se compara a um BMW como a Hyundai quer fazer parecer.

Ah e outra coisa, o Golf antiquado ou não, ou melhor a VW gera emprego, tecnologia etc aqui, a Hyundai não e vai demorar muito para chegar lá !

Enquanto não tiver fábrica de motores, cambios e engenharia por aqui esqueça e depois vamos ver o que nos oferecem. Por enquanto só o Tucson velho que saiu de linha lá e mandaram para cá, mas ainda prefiro ele ao I30 pelos motivos citados.

Não quero te convencer de nada, apenas pense nisto.

Valeu !?

Abraço e nos encontramos por aí ou por aqui…

Andre Decourt
Reply to  Victor
13 anos atrás

Cara vc nunca entrou num Roxy, Rian, Condor ou Metro, acho esses multiplex uma merda, quem viu filmes como a trilogia de Guerra nas Estrelas numa sala para mais de mil pessoas com pé direito de 7 metros, acha essas coisas que chamam de cinema hoje o cocô do cavalo do bandido ah sim e tinham som Dolby e DTS já nos anos 90. O Roxy teve Dolby Surround já na época do King Kong

Fernando Kesnault
Fernando Kesnault
13 anos atrás

É triste,…muito triste…é o encerramento de uma fase que tão cedo retornará e as salas de cinema de shoppings pelo país afora marca uma tendência de automatismo que impera nossas vidas pouco a pouco, nos fazendo meros consumidores de locais sem alma e com apenas no intuito de consumir por consumir…

Crotti
13 anos atrás

Às vezes fico pensando sobre sentimentos e nostalgia. Será que os jovens de hoje, quando atingirem por volta de seus 40, 50 anos, também sentirão a ausência do Cinemark quando ele se tornar obsoleto ? Ou realmente nós vivemos tempos inesquecíveis ?
Uma pena o fechamento do Gemini !
Abraços

Rodrigo Oliveira
Rodrigo Oliveira
13 anos atrás

Também me lembro do Cine Jamour, na rua Domingos de Morais, perto do metrô Santa Cruz; Cine Estrela, atrás do metrô Praça da Árvore; Gazetinha, é claro; E o Paramount, onde vi tantos filmes quando era criança.

Felizmente, o prédio que abrigava o Paramount permaneceu de pé. Se não tivesse virado o Teatro Abril, teria sido demolido, acreditem ou não.

Marcelo Barbosa
Marcelo Barbosa
13 anos atrás

Puxa vida, que má notícia.. Era uma boa alternativa ao Reserva Cultural ali em frente. Com suas salas amplas sempre tinha lugar. O mais legal era a sensação de voltar no tempo, mas à um algo de bom de outros tempos quando as coisas pareciam ter mais densidade, nos sofás, nas chapas dos carros e tudo mais. Assistí lá ao Das Leben der Anderen (em português A vida dos outros), um baita filme que se passa a algumas décadas atrás, e no tanto espetacular que achei o filme, certamente a sala teve sua percela de contribuição, com um espécie de contemporaneidade. Bem, ficará essa ótima lembrança…
abração Flávio

Verde
13 anos atrás

Dê-se por feliz, FG. Sampa ainda tem muita opção de cinema de rua.

Campinas, a pujante e tecnológica cidade do interior paulista, aquela de mais de um milhão de habitantes que se orgulha de ter o maior acelerador de partículas do Hemisfério Sul, não tem um único cinema de rua. O último, o Paradiso, fechou no início do ano. Hoje em dia, Severiano Ribeiro e Cinemark, seus blockbusters banais e seus sacos coloridos de pipoca caríssima comandam.

Pedro Navalha
Pedro Navalha
13 anos atrás

Agora não adianta ficar chorando pessoal. O Gemini fechou porque quase ninguém ia assistir filmes lá. Só isso!

O velho cinena até parece aquele integrante idoso da família que todos adoram e dizem que gostam, mas que acaba morrendo de inanição, pois não recebe mais a visita de nenhum parente. Infelizmente lembranças e nostalgia não enchem a barriga de ninguém…

Além do mais, quem tem coragem de ficar perambulando atualmente pelas ruas imundas e inseguras de nossa capital???

Luis Nunez
Luis Nunez
Reply to  Pedro Navalha
13 anos atrás

Imundas e inseguras, devido a administração municipal/estadual que elegemos, e tanto se vangloriam das benesses que tem feito para nós.

Orlando Salomone
Orlando Salomone
13 anos atrás

Não, vocé não é o único.

Marcio Ferreira
Marcio Ferreira
13 anos atrás

Sofri bastante quando fiquei sabendo que tinham fechado o Metro, na Av. São João há alguns anos. Fui algumas vezes no Gemini. Sempre gostei destes cinemas antigos, sombras de uma época que já não existe mais.

Flávio Bragatto
Flávio Bragatto
13 anos atrás

A grande merda de um cinema nos centros de cidades é a dificuldade de estacionar, pq ninguem vai ao cinema com a namorada ou uma garota que espera levar ao motel de onibus ou metrô.

Na minha cidade tem um cineminha no centro da cidade, mas à noite, ou vc pára o carro na rua sem iluminação e sem segurança nenhuma ou vai à pé, pois não tem nenhuma linha de onibus que pare próximo do local.

Nos shoppings, mesmo que não tivessem todas aquelas modernidades de hoje, ainda seria preferido, pois o estacionamento é mais em conta.

Outro dia estacionei meu carro na Faria Lima e paguei R$40,00 por 3 horas!!! Nem fudendo!!! Já pensou se eu tivesse pago isto só para ver 2h e meia de filme?

silvio macedo
silvio macedo
13 anos atrás

Caramba!
Assisti “Rollerball” aí em 76 ou77!!!!!
O filme era inesquecível? Nem me lembro.
Não, mas a “mina” que estava comigo era… rsrsrs

LBM
LBM
13 anos atrás

Eu assisti muitos filmes nos Gemini I e II. Final da década de 70, quando fiz 3º ano e cursinho no prédio da Gazeta. Vi a estréia de Tubarão II (não gostei…) numa dessas salas…

JT - link para a reportagem aqui
13 anos atrás

Quem sabe o Gemini possa reabir no Uruguai, só naquele país acontecem coisas do gênero:
http://blogs.estadao.com.br/jornal-do-carro/onibus-chega-ao-destino-apos-55-anos/