SENNA
SÃO PAULO (verei) – Não pude ir, infelizmente, às pré-estreias para as quais fui convidado, todas na semana do GP do Brasil, muito atarefada. Mas, claro, assim que der vou. Amanhã estreia “Senna” nos cinemas, o documentário de quase duas horas que conta a história de Ayrton com imagens inéditas e tal. O colega Rodrigo França pingou uma resenha aqui. Gostou do que viu. Outros amigos que assistiram também falaram muito bem. Me contaram que é de chorar no fim. Imagino que seja, mesmo. A história de Senna, no fundo, é triste. Cinematograficamente falando, o herói morre no final. E de uma forma trágica, dramática. Morre de verdade. Não tem sangue de catchup.
Dia desses, revirando coisas antigas, encontrei um gravador, um pequeno gravador que eu usava nas coberturas das corridas lá nos anos 90. Daqueles de fitinha pequena. Coloquei pilhas e dei “play”. Surgiu a voz de Senna. Uma entrevista em Aida, uma corrida antes de sua morte. Falando de como os carros estavam perigosos com o fim da eletrônica embarcada, prevendo que “alguém vai se machucar”, e depois celebrando o primeiro pódio de Barrichello, “é muito legal ver a molecada chegando”.
Logo depois, Rubinho falando dessa corrida, o GP do Pacífico. Mais para a frente, um diplomata brasileiro em Bolonha, já sobre o envio do corpo de Ayrton para o Brasil. Eu ia gravando, uma coisa em cima da outra. Um pouco adiante, o mesmo Rubinho no sábado de Imola, assim que chegou do hospital, assim que soube da morte de Ratzenberger. No outro lado da fita, uma longa entrevista de Senna assim que saiu do carro depois do primeiro teste que fez com a Williams, no Estoril. Desanimado e preocupado. E tem também uma de 1993, no final da temporada, ainda em Portugal.
É um conteúdo interessante, bem interessante. Porque não há registros em vídeo, eram as coletivas para jornais, e ninguém gravava, acho que só eu. E é incrível que a fitinha não desmagnetizou, o som é bom, claro, límpido. Mostrei para meus alunos do curso de pós em Jornalismo Esportivo lá na faculdade. Não sei se ficaram muito empolgados, são muito jovens, eram crianças quando Senna morreu. Mas foi o material que usei para uma aula um pouco de história, um pouco de jornalismo, sobre como eram essas coletivas, como os pilotos falavam mais, como Senna era um cara capaz de gerar três, quatro manchetes por entrevista. Era só escolher a melhor frase e correr para o abraço. Também não sei se serviu para ensinar alguma coisa. Sou um péssimo professor.
Bom, um dia digitalizo isso para não correr o risco de se perder.
Ah, e sobre o filme, que fique este post à disposição para a blogaiada, a partir de amanhã, dizer aqui o que achou.
Putz esqueci, mas em tempo faço o coro com os amigos do blog:
Digitalize já!! Prof Flavio Gomes.
Bom vamos lá.. tenho 51 anos, na época áurea do Áirton tinha vonte e poucos anos. Logo acompanhei tudo aquilo, realmente que não vivenciou tudo o que aconteceu naqueles anos de crise não pode sequer imaginar a merda que era o Brasil naquela época. quando chegava o dia do pagamento, os supermercados abriam as portas e o que se via era muito parecido com liquidações de fim de ano das lojas em Londres.
Imaginem os mais jovens o preço do litro de leite subir 2 reais por dia.. Era uma zona.. inflação galopante.. supermercados com gondolas vazias, farmácias sem remédios.. FMI daqui.. FMI de lá divida de bilhões etc.. Parecia que um asteróide iria cair no Brasil a aqualquer momento e que todas as pessoas faziam estoques de sobrevivencia..
No futebol… a seleção Brasileira ia mal.. Argentina 1978
a humilhação.. Espanha 1982 paoolo Rossi acabou com a nossa festa.. pesadelo que levamos até 1994 e graças ao “Brasiliano” Roberto Baggio fomos campeões finalmente.
Resumindo.. O povo Brasileiro não tinha algo para alegrar a alma, como aplacar o espírito, ludibriar o descontentamento pela incopetencia economica do sindico de Brasilia. Não havia nada para elevar nosso ego tão mucho na época como a cara do guitarrista Keith Richards.
Não tínhamos?? Tinhamos sim..
Tinhamos o Aírton, o cara que “botava” o Brasil no Mapa para todo o mundo ver…
maqueles fantásticos treinos de sábado..
Naquelas etéreas manhas de domingo..
Ele foi o ópio do povo até o instante de sua morte, e o que se viu quando ele morreu pelas ruas de São paulo, onde até a avenida marginal parou para reverenciá-lo, .
è isso que eu vi neste filme tão real,que me fez voltar no tempo. E com certeza fez voltar todos aqueles que vivenciaram aquela época. Estes cidadãos entendem perfeitamente o porque de todo o enredo deste filme.
Eu vivenciei.. eu entendo.. eu aplaudo
Assisti ao filme no feriado, e achei oba prima!
Tirando o fato de querer mostrar a pobreza do Brasil como sendo o retrato fiel do país, achei o filme belissímo, emocionante!
Realmente a parte do seu falecimento é de cortar o coração. Engraçado que ao meu lado estava senhora, que devia ter lá, uns 70 anos, juntamente com sua filha de uns 50. E como eu, com 25, ficamos todos emociados, com lágrimas no rosto. Talvez isso demonstre um pouco da dimesão que foi o nosso herói.
FG,
Senti sua falta no lançamento do filme. O documentário ficou muito bem feito, com qualidade e sem ser piegas. o final é triste, mas retrata a realidade (foi triste!).
Quanto ao seu “acervo”, engrosso o côro da turma: DIGITALIZA LOGO E COMPARTILHA ! ! !
Abraços,
“um dia digitalizo isso…”
Como assim?
Cê tá maluco?
Deve ser um material super legal, cheio de informações novas, detalhes e nuances daquele período de comoção nacional que foi 1994, sobre a vida de dois nomes brasileiros de monta no mundo da F-1.
Tenho certeza que vale um bocado para o seu futuro livro (sim, vcs todos que cobriram a F-1 TEM que escrever um!) ou pelos menos, é um belo material para a série Grandes Entrevistas desse blog, concorda?
Alías, enquanto vc digitaliza a fitinha, (com back-up, please) aproveita e dá uma busca nas outras que estão perdidas por aí.
Deve ter muita coisa boa, que vc VAI DIVIDIR com a gente, certo?
Flávio, precisamos desse material! Disponibilize esse seu acervo histórico! hehehe
Grandes abraços!
Flavio vi o filme e no final ele fala sobre um kartista, quem é ele?
Cara! Pelo menos põe a entrevista dele sobre o carro novo que ele pilotaria em 94! Seria bom ver o ponto de vista dele sobre aquela máquina, valeu! ;)
Estou aguardando o filme sobre o Piquet.Vai ser muito mais interessante.Cheio de declarações politicamente incorretas(essas são minhas preferidas).
Sem pieguices, o documentário é fantástico!
(texto publicado no blog gatosmucky.blogspot.com
2010 tem sido um ano interessante para mim, um cara que gosta de cinema. Vi filmes como Avatar, A Origem e Tropa de Elite 2. Ontem, pela primeira vez, um documentário entrou na minha lista de… bom, digamos na minha lista dos “dez mais”, envolvendo todos os gêneros de filmes que já vi na vida.
Não consegui encontrar um defeito sequer em Senna, documentário inglês que conta a trajetória do piloto brasileiro tricampeão mundial de Fórmula-1. Nenhum defeito!
A vida de Senna no esporte que o consagrou (ou ele que consagrou o esporte?) é adaptada para um roteiro típico de filmes totalmente de ficção. Vemos um personagem jovem, desconhecido e promissor que chega para ameaçar a supremacia dos mais experientes. Vemos um adversário que logo depois se torna companheiro que logo se torna adversário de novo (não exatamente um vilão, seria algo mais como um antagonista, uma nêmesis, o outro lado da moeda). Vemos o momento de glória, depois o momento da (talvez) injustiça. Vemos o momento da revanche e o momento da vitória mais dramática. O momento da reflexão sobre o valor da vida e o valor sobre o que fazemos. Vemos o medo. E vemos o momento em que o herói se tornou uma lenda.
Tecnicamente, o filme também é perfeito. Desde a trilha sonora até a edição, não peca em nenhum detalhe perceptível. O filme é todo mostrado em imagens de arquivo, muitas delas inéditas. Mesmo nos trechos comentados (Reginaldo Leme, Ron Dennis, Viviane Senna) as imagens são da vida de Ayrton. Os locutores não aparecem, são apenas ouvidos.
Não vou contar muito mais para não estragar a surpresa para quem não viu, embora todo mundo saiba como a história termina.
É filme para ver no cinema e para se ter em casa.
Vi o documentário hoje, gostei…. mas podia ter mais cenas das corridas em si. E quem não for fã do Senna, melhor passar longe. Tem muita coisa – boa e ruim – sobre a mania de perfeição, a religiosidade. E achei escroto e manipulador, como sempre, o uso de cenas de “Brasil miserável” pra cair naquela história de sempre do “Senna heroi do domingo de um país de merda”. Mas fora isso, dá pra curtir bem.
E se alguém explicar como Otto e Chico Science foram parar na trilha sonora…
Concordo contigo. O que tem a ver aquelas cenas de saques às lojas? Passa a impressão de que o país se resumia somente aquilo, que viviamos numa enorme favela e só tinhamos corridas ao domingo. Visão estereotipada demais.
Poderiam ter mostrado ele pilotando o Mercedes em Nurburgring, por ex. ou ter dito o que aconteceu com o piloto de kart que ele (senna) afirma te sido o melhor oponente com o qual competiu.
Achei razoável. Muitas cenas são facilmente localizadas no youtube.
Devem ter colocado o chico science porque ele também morreu num acidente de carro….também achei “nada a ver”
DIGITALIZE JÁ, DIGITALIZE JÁ!!! LA LA LA LA LA LA
Dá pra tirar a verborragia daquela anta global?
Sobre o filme, infelizmente não deu para ver. Aqui em Santos, não teve pré estréia.
Vou ver amanhã.
Flávio,
Digitaliza esta preciosidade e manda pra gente!
Abs
Flávio, bom filme-documentário. Sóbrio, sem descambar para sensacionalismo. O final é inevitavelmente triste, mesmo. Afinal, foi a realidade. Enfim, aproveito para fazer coro com o pessoal aqui: por favor, dê um jeito de disponibilizar o material! Em tempo: cara, não sabia que você AINDA dá aulas em pós. Produziu clones para dar conta de tudo? Abraços e parabéns pelo blog!
Kra, vc tem que colocar essas materias em disponibilidade!
A turma do Grande Prêmio não pode digitalizar isso não ?
É de arrepiar esse trailer.
A Formula 1 sobreviveu sem o Senna, mas perdeu muito da graça que tinha na década de 80 e início de 90
Flavio
A sua responsabilidade perante ao mundo é grande tendo esse materia na mão, e não digo só referente ao Senna não, as passagens que você salientou são importantíssimas, minha primeira atitude seria EXIGIR que você disponibilizasse, mas,humildemente peço…o mais rápido possível…valeu
“Perante ao mundo”? Pirou? Menos, pessoal, menos.
Flávio,
Na mídia em que quiser, FAZ O BACK UP PARA ONTEM!!!!!!!!
Flávio, é de extrema importância a digitalização dessses dados. Nós amantes de automobilismo necessitamos delas!!!
Um abraço!
Se seus alunos não se empolgaram com isso, acho que infelizmente nenhum deles possui o “faro” jornalístico que a profissão tanto necessita.
Mesmo com áudios antigos, sempre se consegue ótimos trabalhos jornalíticos no presente.
Será que estes alunos só se empolgam com imagens numa tela LCD de 51 polegadas e não prestam atenção mais nos sons de pessoas e nas idéias lá ecoando?
Serão estes os jornalistas do futuro?
Fiquei triste agora.
Posso estar enganado. Vai ver se empolgaram e não manifestaram. Mas compreendo, até. São fatos que eles não viveram à plenitude. Não os culpo, longe disso. São ótimos alunos.
Como diz o ditado, grandes perfumes em pequeninos frascos. Vc tem um tesouro aí. Disponibiliza prá gente quando puder. Abraço….
Eu tinha uma em que o Edgar Mello Filho entrevistava ele gravei da radio bandeirantes, não digitalizei nem fiz copia perdi.
Eu tinha sete anos quando o Senna morreu, mas lembro de muita coisa das corridas dele. Faço jornalismo e nunca um professor levou um audio desses. Droga
Vai ter viúva desidratada…..
Seria um prazer assistir uma aula do Flavio.
Ouvi uma crítica do documentário sobre o Senna hoje, na CBN.
Tem uma coisa errada: os vilões são apenas o Prost e o Balestre.
Ironicamente o Piquet, numa única pequena participação, aparece apoiando o Senna (no episódio da desclassificação que deu o título ao Prost, depois daquela corridaça do Ayrton)
Por favor, em sendo possível, digitaliza e disponibiliza a nós, pessoas que, muito embora admiremos muito este mundo do automobilismo, por não transitármos tão profundamente quanto tu naquele, não temos a oportunidade de ouvir entrevistas tão interessantes.
Tambem achava os draminhas que ele fazia meio irritantes. Mas, a peleia contra o Balestre e pra conseguir os motor Ford melhor que a Beneton tinha que ser assim. Valia qualquer esforço(de ator). Acho que a unica maneira de fazer um filme a altura do Ayrton Senna da Silva, é exatamente da maneira que foi feito. Com cenas reais. Não tem nada mais interessante que a vida real do Senna. Imagina o Stalone fazendo o papel do Senna… Iria levar a Xuxa (usando uma atriz americana grandona, cheia de silicone) para Jantar em Monaco de F1, com ela sentada no Aerofolio, mostrando a calcinha…..
Vi você falando isso no programa desta semana (aliás ótima matérias sobre os Pumas!) e pensei na hora: Como isso ainda não tá digitalizado e durando tanto assim!!??
Digitaliza logo isso, pelo amor de Deus!!!!
Flávio, gostaria muito de ouvir essas entrevistas ! Teria como disponiblizá-las no blog ?
Abraço
Fez bem em gravar esse material Flavio Gomes!
Pode digitalizar ate com esses MP3 chineses conseguem gravar bem(ou um celular) deixando bem perto do Mini Gravador de Fita e em um local silencioso
Senna morreu e nós continuamos a enterrar gerações de bons pilotos na procura de um gênio que não vem.
Um dia??!!! Faz isso já! E bota numa mídia ótica também. Vai que dá uma tempestade solar e apaga tudo. rs.
Não sou “viúva” mas isso é história, e crua! Coisa boa.
E depois bota na web pra gente ouvir.
Emocionante só de ler … Gostaria muito de ter a chance de ouvir.
Flavio … se for possivel disponibilize para todos…
Ou coloque os trechos na Warm Up.
Abracos
Estou digitalizando todos os meus arquivos: fotos, áudios e video. Tem cópia digital duplicada aqui em casa e outra na casa do meu pai. Fora o que está nas matrizes antigas, que não vou jogar fora. Quer dizer, é melhor sobrar do que faltar. Só perco material se o mundo acabar!
Realmente, um podcast seria muito interessante…
Vou engrossar o coro dos que clamam pela digitalização do material. Para não soar tão repetitivo, serei enfático e abusivo: Flavio, você tem o DEVER JORNALÍSTICO de disponibilizar esse material!!!!!!!!!!!!!!!!! rsrsrs
FG, por falarr em Senna, convido vc e sua blogaiada a participarem da campanha: “MUDA ESSE SOBRENOME, SOBRINHO!!”. Esse individuo estah manchando o nome Senna. A Viviane devia mais eh mais acionar o Procon!!!! Ruim demais esse sujeito!!
Manchando? Você é da família? Tá se sentindo “manchado”?
Disponibiliza Flávio, obrigado!!!
Senna teve uma carreira brilhante, mas sempre foi um cara dramático, esse seu lado me incomodava um pouco.
Flavinho no mesmo dia 3 de novembro e hora que vc estava lançando o Almanaque Warm Up tava tendo a pré estreia no Shopping Cidade Jardim do filme do Senna com a Viviane, Xuxa, Bruno Senna, Felipe Massa ao vivo e o Senna sempre foi very special, por isso hey teacher don’t leave those kids alone porque eu tenho certeza que vc desperta neles um grande espírito crítico!!!
Não deixa isso se perder, seus alunos podem até não ligar muito, mas tem muita gente aqui que gostaria de ouvir a fita toda.
valeu galera, até amanhã, e aí flavio já preparou o meianov, vai aceitar a oferta de correr junto ao petrov na nova virgin, ou vai aceitar o desafio e tomar pau do chevette?
enfim uma homenagem justa para um grande campeão.
sei não mas tem gente roendo a unha do pé de ciumes, já que nunca fizeram homenagem alguma para ele, bem feito quiemmandou dizer tudo o que pensa, querer ser o dono da verdade, não ser,humilde, para que conheceu o caipira que ele era quando começou na su,per vê e no cara arrogante que se torn ou hoje, eu digo voce mereceu neson piquet
e ainda mais queimou a lingua, o briatore entregou o nelsinho de bandeija.
O Piquet esta “vivo” e milionário !!!
Duvido que ele sinta inveja de qualquer homenagem póstuma.
Bobão esse tal de Galileu…
Para “galileu”: mimimimimimimimimi
Manda pra mim, digitalizo e dou um tapa no Sound Forge… Abraço.
É MUITO SIMPLES: HE IS SIMPLY THE BEST!!!
E quem quem não concorda, ou ainda ousa duvidar, não sabe a simples diferença entre um GÊNIO, e um “piloto fora de série”, que foram muitos, tais como, Prost, Piquet, Clark, Villeneuve, Pace, Alemâo Aposentado ainda na Ativa, dentre outros…