ARQUEOLOGIA

SÃO PAULO (bárbaro) – Algumas coisas resistem inexplicavelmente ao tempo. O blogueiro Ricardo Bigliazzi tirou esta foto dentro de um prédio na rua 24 de Maio, no centro de SP. Um dia, sabe-se lá quando, foi um escritório da Bloch. Bloch Editôres, com acento e tudo. Anterior à reforma ortográfica de 1971, suponho.

Demais, não? Quem haverá de explicar como essa porta de vidro sobreviveu assim?

Da Bloch, aqui, eu me lembro bem da Casa da Manchete, uma mansão na avenida Europa (ou Colômbia; ela muda de nome várias vezes) que devia receber gente importante, onde deviam fazer festas enormes, sei lá. Nunca soube direito o que acontecia na Casa da Manchete. Hoje é outra coisa, que também não sei o que é.

Como se vê, sei muito pouca coisa.

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MÍDIA_IMPRENSA
MÍDIA_IMPRENSA
9 anos atrás

O EDIFÍCIO MANCHETE FOI COMPRADO PELA BR PROPERTIES, QUE CONCLUIU UMA REFORMA GRANDIOSA EM 2013 POR MEIO DA RENTA ENGENHARIA.

JÁ O PARQUE GRÁFICO LOCALIZADO EM PARADA DE LUCAS, MAS PRECISAMENTE NA REGIÃO CONHECIDA COMO CORDOVIL. FOI TRANSFORMADO EM UM CONDOMÍNIO QUE ESTÁ SENDO CONSTRUÍDO PELA MRV ENGENHARIA. O NOVO EMPREENDIMENTO SE CHAMARÁ RETIRO DAS ROSAS. SOMENTE UMA PEQUENA PARTE DA ANTIGA GRÁFICA FOI DOADA A QUESTÃO DO MUNICÍPIO, DANDO LUGAR A ESCOLA MUNICIPAL JOSEPH BLOCH EM HOMENAGEM AO PAI DO NOTÓRIO GRÁFICO E JORNALISTA FUNDADOR DA BLOCH EDITORES DO BRASIL S/A.

O COMPLEXO DE TELEVISÃO DE ÁGUA GRANDE QUE FOI FECHADO COM O ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES DA EXTINTA REDE MANCHETE, TEVE UM DE SEUS ESTÚDIOS TRANSFORMADOS EM UMA DAS FILIAIS DOS SUPERMERCADOS INTERCONTINENTAL. O SILVIO SANTOS CHEGOU A IR EM 2011 AO ANTIGO COMPLEXO COM INTENÇÃO DE COMPRA, MAS AS NEGOCIAÇÕES COM A BLOCH SOM & IMAGEM NÃO AVANÇARAM. ALI A UMA GRANDE QUANTIDADE DE BENS QUE PERTENCIAM A MANCHETE, ENTRE ELES:

CARROS DE REPORTAGEM
CENÁRIOS
CÂMERAS
ANTENAS

O EDIFÍCIO MANCHETE 2 QUE ERA SEDE DA TV MANCHETE SP, SERVIU DE SEDE ATÉ 2012 PARA A EDITORA ESCALA. A PARTIR DESSE ANO, O EDIFÍCIO FOI ALUGADO PELA EDITORA PARA UM BRAÇO DO CONGLOMERADO EMPRESARIAL CHAMADO TV SINGULAR. ESTÁ TRANSMITE SINAIS TELEVISIVOS ATRAVÉS DO CABO DIGITAL.

A TORRE DE BRUXELAS LOCALIZADA NO SUMARÉ FOI HERDADA PELA REDETV!, QUE SE UTILIZA DA ANTENA PARA EMITIR SEU SINAL NA CAPITAL PAULISTANA. A TORRE DO RIO TAMBÉM FOI DADA JUNTO COM A CONCESSÃO DA EMISSORA.

JÁ A CIDADE CENOGRÁFICA CONSTRUÍDA EM 1994 PELA MANCHETE EM MARICÁ, FOI DESATIVADA AINDA EM 1998 APÓS O FRACASSO DE MANDACARU. A MESMA SE LOCALIZADA NA ESTRADA DENOMINADA DE CAJUEIROS EM UMA DAS ENTRADAS DA CIDADE. APÓS BUSCAS NO GOOGLE MAPS ACHEI UM CONDOMÍNIO CHAMADO JARDINS DO LAGO QUE BATE COM A INFORMAÇÃO DE ENDEREÇO QUE TENHO EM MÃOS. MAS, NÃO É ALGO PRECISO E NECESSITA DE INFORMAÇÕES EXATAS DE QUEM CONHECEU A LUGAR ONDE ERA GRAVADO AS TRAMAS DA EMISSORA.

O TEATRO MANCHETE FECHOU EM 1998 DEBAIXO DE PROTESTOS DE DIVERSOS ARTISTAS, ENTRE ELES DA ATRIZ CHRISTIANE TORLONI. EM 2011 COMEÇOU A SE PENSAR NA REVITALIZAÇÃO DO ESPAÇO A FIM DE PREPARÁ-LO PARA OS FUTUROS EVENTOS SEDIADOS NA CIDADE, TENDO SUA INAUGURAÇÃO MARCADA PARA 2014. O CENTRO CULTURAL TAMBÉM É CONHECIDO COMO TEATRO ADOLPHO BLOCH EM HOMENAGEM AO MAGNATA DO GRUPO BLOCH.

A MANCHETE FM FOI VENDIDA EM 1997 AO GRUPO CENTRAL DE COMUNICAÇÃO, QUE A ARRENDOU E DEPOIS VENDEU PARA A IGREJA APOSTÓLICA RENASCER EM CRISTO. EM 1999 A IGREJA MUDOU O NOME PARA MANCHETE GOSPEL FM, E ATUALMENTE SE CHAMA APENAS GOSPEL FM. JÁ A MANCHETE AM CONTINUA SENDO DE PROPRIEDADE DE PEDRO JACK KAPELLER, QUE CONTINUA SOBREVIVENDO GRAÇAS AOS SUCESSIVOS ARRENDAMENTOS A INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS.

A MAIORIA DOS PRODUTOS FORAM COMPRADOS POR EDITORAS PARTICULARES, TENDO A MAIORIA DAS SUAS NOVELAS VENDIDAS PARA OUTRAS EMISSORAS COMO:

A HISTÓRIA DE ANA RAIO & ZÉ TROVÃO – SBT
AMAZÔNIA – SBT
CARMEM – SBT
CORPO SANTO – SBT
DONA BEIJA – SBT
HELENA – SBT
MANDACARU – BAND
MARQUESA DE SANTOS – SBT
PANTANAL – SBT
TOCAIA GRANDE – BAND
XICA DA SILVA – SBT

O FAMOSO M QUE ESTAVA NO ALTO DO EDIFÍCIO MANCHETE, NÃO É AQUELE QUE ESTÁ EM UM FERRO VELHO EM SEROPÉDICA. EM 2004 QUANDO O PRÉDIO FOI ALUGADO PELA UNIVERSO, O M QUE ESTAVA LÁ EM CIMA FOI RETIRADO POR UM CARVALHÃO E LEVADO PARA TRANSFORMAR A PRATA NUMA SIDERÚRGICA. O OUTRO M QUE ESTAVA NO PÁTIO DO COMPLEXO DE TELEVISÃO DA ÁGUA GRANDE QUE ERA DOURADO ASSIM COMO O DA FOTO, ESSE SIM FOI RETIRADO DA PAREDE DE UM DOS ESTÚDIOS DO EXTINTO CENTRO DE PRODUÇÃO DA MANCHETE.
POR ISSO, ACHO DIFÍCIL QUE AQUELA MESMA BANCADA TENHA SIDO VENDIDO A TERCEIROS, E SIM RETIRADA SEM ORDEM JUDICIAL POR ALGUM FUNCIONÁRIO.

cristiano
cristiano
Reply to  MÍDIA_IMPRENSA
6 anos atrás

Boa noite, essa gráfica no cordovil não foi arrendada pela impressores de américa em 2001/2001?

Sergio Jorge fotografo
Sergio Jorge fotografo
12 anos atrás

Dei meu sangue durante 12 anos trabalhando como fotografo ai na tal sede da Rev Manchete na sucurssal de SPaulo. Posso dizer com muito carinho que foram anos de muito trabalho e com bons reconhecimentos da diretoria da sede no Rio. Saí muito antes dos GALHOS que ocorreram depois da TV, quando se iniciou o fim da empresa Bloch. Hoje, apos muitos e muitos anos, ainda dedicados a fotografia, estou no momento tentando localizar e por as maos em meus trabalhos fotograficas (arquivos da Bloch que sumiram) que hoje podem contar inumeras historias de nosso pais… dos tempos passados de 60/72. Vamos la… continuando a tal luta pelas minhas fotos… Sergio Jorge

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
12 anos atrás

Grande Flavio!!

Obrigado pelo crédito. Obrigado também por essa minha segunda inserção no Blog.

Quando vi a porta de vidro logo pensei em tirar a foto (pelo celular) e encaminhar a voce.

O centro de São Paulo é um lugar que realmente precisa ser pesquisado por alguns arqueólogos… rs!!

Segue o jogo!!!

Imperador

Paulo R. Filomeno
Paulo R. Filomeno
12 anos atrás

Uma inscrição ainda preservada em vidro, que está lá no mínimo há 50 anos, é o da “Companhia Paulista de Estradas de Ferro – Passagens e Excursões”, no edifício Saldanha Marinho, rua Libero Badaró 39, agora sede da Secretaria de Segurança Publica. Os vitrais com temas ferroviários existentes no prédio também são demais. Detalhe: A Companhia Paulista deixou de existir em 1971.

Eduardo Britto
Eduardo Britto
12 anos atrás

Falaram aí do prédio onde era a TV Manchete (do grupo Bloch), onde hoje está a editora Escala, na Casa Verde, Zona Norte de Sampa. Pois é, acompanhei os oficiais de Justiça que foram retirar todos os móveis da falida, comprados por um arrematante em leilão judicial. Foram dois dias de caminhões entrando e saindo, retirando móveis luxuosíssimos, arrancando os tais lambris de jacarandá que forravam os diversos andares. Só não tiraram os do andar da diretoria, por acordo feito na última hora. Tudo nasce, “fale” e morre, ou se transforma. A lei do mundo empresarial. Resta cultivar as memórias…

Lionel de Campos Jorge
12 anos atrás

Eu sei …na realidade as enormes festas eram feitas neste prédio na 24 de maio e a Casa da Manchete ficava vazia o tempo todo acreditam….???? só para fustigar ( esta palavra existe ? rsrsrrsr ) a mente das pessoas que passavam lá como o Flavio e Eu…..e ficavam imaginando…rsrsrs. abs Lionel e saudades do Dr Adolfo Bloch

Renato Rodrigues
Renato Rodrigues
12 anos atrás

Putz…. Trabalhei na Editora Manchete no ano passado…. Agora eles só tem a revista Pais&Filhos….. Abraços…

Thiago da Matta
Thiago da Matta
12 anos atrás

Se o Adolpho Bloch fosse o Silvio Berlusconi, vocês podem imaginar o que aconteceria na Casa da Manchate.

Thiago Vinholes
12 anos atrás

Vários equipamentos da TV Manchete ainda estão no prédio antigo do canal, que hoje é a Editora Escala (que faz a revista Car and Driver). Tem de tudo por lá. Câmeras antigas, gruas, cenários, cabos, luzes. Dá pra fazer um museu

André Grigorevski
12 anos atrás

Muito legal terem preservado esses vidros com as inscrições.

Deviam ter preservado também o grande “M” que ficava em cima do prédio da Manchete, no Rio.

luiz oliveira
luiz oliveira
12 anos atrás

Lembro do teatro, no edifício Manchete, na Glória. Um teatro de primeiro mundo. Hoje os ratos, os de rabo e os pseudo humanos, acabam com um patrimônio de milhões.

Felipe Menhem
12 anos atrás

Por outro lado, outras coisas não resistem mais ao tempo. A Mansão Matarazzo, por exemplo. Como se já não bastasse o fim da Mansão, descobri hoje que fecharam o estacionamento que funcionava no local.

Acho que a tal torre de escritórios/hotel/shopping/estacionamento vai subir mesmo.

Serão três anos de barulho e poeira na Paulista e na janela da minha casa. :(

MÍDIA_IMPRENSA
MÍDIA_IMPRENSA
Reply to  Felipe Menhem
9 anos atrás

NO LOCAL SERÁ A TORRE MATARAZZO, QUE PROMETE SER O NOVO TEMPLO DO LUXO PAULISTANO. A MAIORIA DAS FÁBRICAS QUE PERTENCIAM AS INDÚSTRIAS REUNIDAS FÁBRICAS MATARAZZO OU INDÚSTRIAS REUNIDAS FRANCISCO MATARAZZO, FORAM APÓS O FIM DA CONCORDATA OCORRIDA EM 1992 VENDIDAS OU TRANSFORMADAS EM PEQUENAS COOPERATIVAS DADA A ANTIGOS FUNCIONÁRIOS COMO FORMA DE PAGAR DÍVIDAS TRABALHISTAS.

O SHOPPING CENTER MATARAZZO LOCALIZADO NA POMPÉIA, FOI VENDIDO EM 1996 AO BOURBON SHOPPING QUE MANTEVE SUAS CARACTERÍSTICAS COMERCIAIS. EM 2000 HOUVE A CONSTRUÇÃO DE UM MODERNO EDIFÍCIO NO MESMO LOCAL, QUE PASSOU A ABRIGAR UM VASTO SETOR DE COMPRAS NA REGIÃO.

SONDAS MATARAZZO
MC DONALD’S

vitão
vitão
12 anos atrás

na antiga casa da Manchete funciona o museu Olga Klabin .

Júlio Lima
Júlio Lima
12 anos atrás

Não sabia que a “ele ela” era da Bloch!

Minha companheira inseparável na adolescência, especialmente o suplemento “Forum”.

Ê bons tempos!

Andre Decourt
Andre Decourt
12 anos atrás

Recentemente passando pela porta do prédio da Manchete no Rio, que foi leiloado para pagar dívidas, jogavam inúmeros lambris foleados de jacarandá fora num caminhão. Fiz uma vistoria rápida e infelizmente se aproveitava pouca coisa, as folhas são finas e já estavam estufadas possivelmente pelos anos de abandono do prédio. Inclusive nos fundos a natureza do Morro da Glória já começava tomar o seu espaço com samambaias nas fachadas, limo e trepadeiras. Pouco a pouco a meória da editora do seu Joseph vai sumindo, essa porta aí merecei ser retirada e levada para um lugar a ser conservada, antes que alguém retire as inscrições.

Já a primeira sede da editora na Rua Freia Caneca é um cadáver insepulto o prédio foi saqueado, transformando-se num esqueleto de concreto nú invadido por sem teto e viciados em crack.

Saiu na coluna do anclemo Gois ha pouco tempo uma estória de assombração no prédio, onde um vigia ao ouvir um forte barulho num dos andares do prédio vazio, foi na sala de onde o barulho surgiu, ao chegar no cômodo vazio só havia um objeto praticamente alinhado com a porta da entrada, um retrato do velho Adolpho.

rubem rodriguez gonzalez
rubem rodriguez gonzalez
12 anos atrás

Flávio, há quatro anos atrás estive dentro das instalações das oficinas gráficas da Bloch Editores em Fazenda Botafogo no Rio de Janeiro, na avenida Brasil.
Saí de lá com os olhos marejados, não existe nada mais triste e melancólico do que um lugar desses, as rotativas que pararam por ordem judicial de algum juiz desalmado ainda com a revista impressa e não cortada, tudo depredado e sendo vendido pelos abutres que foram colocados como dirigentes da masa falida, fui até o local com um amigo sucateiro por curiosidade e ´saí de lá com a sensação de quem sai do velório de um amigo. Tudo abandonado, refeitório para 500 funcionários, fábrica de tintas com as tintas preparadas e ressecadas, o prelo com material ainda em testes, o setor de encartes com milhares de embalagens de creme rinse e milhares de moedas de aço comemorativa -acho que da visita do papa e dessas peguei umas 30 como souvenir ou réquiem daquele defunto insepulto.
Havia inclusive uns quinze carros em um galpão, fiorinos, gols, unos e um caminhão. foi bloqueada por dívidas e parou de dar emprego e trabalho, depois do seu fachamento fez a fortuna apenas de meia duzia de larápios, desde os de terno e gravatas até os sorrateiros que como ratos e baratas roeram até o osso o que restou do gigante. triste fim………

cristiano
cristiano
Reply to  rubem rodriguez gonzalez
6 anos atrás

Boa noite, esse local não é o mesmo de parada de lucas né?

Flavio Bragatto
Flavio Bragatto
12 anos atrás

A porta deve ter durado graças à madeira de boa qualidade. Deve ser mogno legítimo.

Mas a história por trás delas que deve ser bem legal. Imagine atrás destas portas há 30 anos atrás, o barulho infernal de inúmeras máquinas de escrever batendo ao mesmo tempo.

Hj em dia tem gente que fica com dorzinha de cabeça só pelo estalar das teclas do teclado.

Flavio Bragatto
Flavio Bragatto
Reply to  Flavio Bragatto
12 anos atrás

E ah, nenhum datilógrafo daquele tempo tem problemas de audição.