FORÇAS OCULTAS, 50

SÃO PAULO (ou: matou o país e foi andar de DKW) – Jânio Quadros renunciou há exatos 50 anos, no dia 25 de agosto de 1961. Achou que o povo iria carregá-lo de volta ao Planalto, mas caiu do cavalo. Deixou Brasília para a Base Aérea de Cumbica e, de lá, foi para o Guarujá. De Vemaguet. Essa foto aí do lado já saiu aqui, enviada pelo Jason Vôngoli. É sensacional. O carro está maravilhoso. Tem cara de ser verde com capota branca, talvez cerâmica. Por onde andará?

(Para o bem da precisão da informação, se for mesmo um modelo 1961, e é impossível saber porque não dá para ver os parachoques, nem a tampa do portamalas, é mesmo uma Vemaguet. Se for anterior a isso, é ainda uma caminhoneta DKW-Vemag. A calota dá uma pista de que pode ser 1959 ou 1960, mas não é um indício conclusivo. Fiquemos com Vemaguet, pois, nome adotado no ano da renúncia.)

A culpa de tudo que aconteceu no Brasil nos 25 anos seguintes é do Jânio. Ele era um fruto da democracia, no que diz respeito aos cargos que ocupou. Foi eleito para todos: vereador, deputado, prefeito, governador, presidente. Seu vice era João Goulart, que naquele tempo se votava em vice, também.

Eles não tinham nada a ver um com o outro. Embora popular e capaz de coisas como condecorar Che Guevara, Jânio era um reaça amalucado. Jango era de esquerda. Quando Jânio renunciou, os quartéis e o Departamento de Estado dos EUA ficaram ouriçados. Porque o vice era comuna.

Jango estava na China, na ocasião, em viagem oficial. Não queriam permitir que voltasse e assumisse. Há quem diga que havia planos para derrubar seu avião. Só foi tomar posse no dia 7 de setembro. Isso depois de uma intrincada negociação que resultou num parlamentarismo manco, com Tancredo como primeiro-ministro. Menos de três anos depois os militares deram um golpe e aí aconteceu o que aconteceu. O país caiu nas sombras.

Mais de duas décadas depois, Jânio enfrentou um filhote da ditadura, Fernando Henrique, na disputa pela Prefeitura de SP. Filhote da ditadura, entendam, porque figuras como ele e muitos outros que ocupariam posições importantes no Brasil surgiram do combate à ditadura militar. Aquele Tancredo que virou primeiro-ministro acabou sendo o primeiro presidente civil depois do regime dos quartéis. Outro filhote da ditadura. Outro filhote da renúncia de 25 de agosto de 1961.

Jânio ganhou de FHC porque o sociólogo se deu mal num debate na TV, quando Boris Casoy perguntou a ele se acreditava em Deus. Nossa cidade carola não admitiria nunca um ateu no Ibirapuera. Ganhou o beberrão, histriônico, enlouquecido homem da vassoura. “É isso aí”, foi a manchete do “Jornal da Tarde”, o que eu lia na época, no dia seguinte à eleição. A capa era toda tomada por uma foto de Jânio com cara de doido.

Sua passagem pela Prefeitura, já na transição para a democracia plena, resultou em pouco mais que alguns ônibus de dois andares que não passavam por certas ruas, porque eram muito altos, e em factoides como sair multando pessoalmente motoristas no seu caminho de casa para a sede do Executivo, no meio do parque. Seu governo foi tão ruim e excêntrico que SP, a cidade carola, elegeu o PT pela primeira vez no pleito seguinte, na primeira vitória expressiva do partido.

Jânio, sejamos sinceros, fodeu a porra toda. Mas pelo menos saiu de fininho com estilo, numa Vemaguet.

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Julio Leone
Julio Leone
12 anos atrás

Muito simplista essa sua convicção! E as forças eram ¨terríveis¨e não öcultas¨.

Eduardo Britto
Eduardo Britto
12 anos atrás

Não teve também um lance envolvendo declaração do FHC de ter fumado maconha?

Eduardo Britto
Eduardo Britto
12 anos atrás

Só tem um crime para o qual se justifica a pena de morte: renunciar à presidência da república de um pais, sem dar satisfação a ninguém. Que direito tem uma pessoa a renunciar, depois de soberbamente prometer esperanças a milhões de pessoas? Mas não, nada disso: foi é premiado com um sabático de 20 anos (parece que cercado de mordomia em Londres, onde tinha base) até ser eleito prefeito de São Paulo. Não foi culpa minha, mas devemos ter merecido aquilo: um político de 3ª qualidade…

galileu
galileu
12 anos atrás

essa dica dele andando de dkw foi m inha, saiu na veja, aquela revista que voce adora. rsrsrsrsrsrsrstr.

Flavio Gomes
Flavio Gomes
Reply to  galileu
12 anos atrás

Publiquei essa foto anos atrás.

Dino Dragone
Dino Dragone
12 anos atrás

Na época q ele foi prefeito eu era um completo e duplo fora-da-lei: skatista e grafiteiro. Fui preso , apanhei e tive vários skates quebrados pela milícia que ele criou. Foi tarde.

Sérgio Cabala
Sérgio Cabala
12 anos atrás

Cara, por textos como este eu estou sempre por aqui.

Nilton Lopes
Nilton Lopes
Reply to  Sérgio Cabala
12 anos atrás

Por textos como este e por comentários como o do Ricardo Lou que garantem uma boa risada e as vezes uma resposta atravessada do Gomes, é uma diversão só.

Ricardo Lou
Ricardo Lou
12 anos atrás

Que matéria mal escrita! O final então, nem se fale! O último parágrafo é um atentado ao bom jornalismo.
Como o IG deixa passar isto? Quem sabe este “jornalista” não deveria atuar somente como dublet de piloto, sem ter a pretensão de ser comunicador…?

Meu repúdio este mal jornalismo que nos apresentam e que atinge várias camadas da sociedade, influenciando, com este linguajar chulo, todos aqueles que tem a má sorte de estudar nestes tempos em que o aluno não é obrigado a aprender e que chega -se chegar- à universidade mau escrevendo seu nome.

Não estou a defender Jânio, mas ao menos, não se pode negar que ele sabia escrever e falar como poucos!

Lamentável

Flavio Gomes
Flavio Gomes
Reply to  Ricardo Lou
12 anos atrás

Mau jornalismo, no caso. Não mal.

Roberto Antonio
Roberto Antonio
Reply to  Ricardo Lou
12 anos atrás

Uma sugestão ao amigo, sem querer ofender. Você poderia pegar alguns discursos do Jânio para melhorar sua escrita. E tome nota desta dica: mal é contrário de bem, e mau (com U) é contrário de bom, ok? Essa sua má (feminino de mau, ok?) escrita é um mal para quem realmente teve o privilégio de estudar um pouquinho. Agora, quanto ao linguajar chulo, concordo com você. Vê se para com essa “porra” de linguagem Flávio!!!!! (rs)

rafael v8
rafael v8
12 anos atrás

O conteúdo histórico está meia boca. É complicado ler sobre a renúncia de jânio quadros e não ver nada sobre brizola (apoiado pelo III exército) e a campanha da legalidade.

Andre Decourt
Andre Decourt
12 anos atrás

Sabe quem foi o grande cuplado desse merdelê todo ??? Os lesgisladores constituintes de 1946 que permitiram o absurdo de o vice e o presidente serem votados de forma independentes, isso criou uma tremenda instabilidade no país, desde JK pois no próprio seio do poder havia interesses polítcos espúrios.

O que teria sido do país se Lott o militar legalista tivesse sido eleito, ele mataria o golpe que estava na chocadeira desde 1954, dez anos antes de 64, ou seria liquidado pelos colegas de farda linha dura e de extrema direita que ele sufocou diversas vezes desde o suicídio de Vargas passando por todo o governo JK ????

José Brabham
José Brabham
12 anos atrás

Texto bacana. Claro conciso e coloca as coisas bem no contexto. …e bem humorado!

Roberto Antonio
Roberto Antonio
12 anos atrás

Flávio, só para acrescentar. A insanidade de Jânio era tamanha que produzia certas atitudes folclóricas. Uma delas, marcante na eleição de 1985 para a prefeitura foi que FHC sentou-se na cedeira de prefeito, que até então era ocupada por Mário Covas, dias antes da eleição. Jânio, após eleito, convocou a imprensa e esborrifou inseticida na cadeira, afirmando que “nádegas indevidas ocuparam esta cadeira”. Alguém se lembra dessa? Pois, é Flávio, um cara que se prestou a isso só poderia, como você bem disse, foder a porra toda!

galileu
galileu
Reply to  Roberto Antonio
12 anos atrás

e quando ele fechou uma das cantinas m,ais famosas de são plaulo?
conta-se que durante umas de suas famosas blitz ele chegou a esse estabelecimento, que pendurava enormes peças de queijo provolone na porta, estranhou um pózinho que havia embaixo da mesma, mandou examiná-la e descobriu-se um furo que foi ficando maior a medida que se avançava o corte, até chegar ao gordo rato que estava à muito se fartando da iguaria.
o janio chegava em um bar muito conhecido na v maria e pedia um café na xicara, mas não era café, era a caninha mesmo.
seu calcanhar de aquiles foi o mesmo do getulio, chamava-se carlos lacerda, que só tinha medo de um cabra: tenório cavalcante e a temida lurdinha, (metralhadora que o mesmo usava embaixo da capa).
dizem que uma vez lhe perguntaram por que bebia: bebo porque é liquido, fosse sólido, comia-o, respondeu.

Andre, o Amaral
Andre, o Amaral
12 anos atrás

Tá limpo, vamos concordar: Jânio fodeu a porra toda e a Erundina foi uma (sem trocadilhos) senhora vitória do PT e mandou muito bem na prefeitura, mas o partido meio que ficou devendo depois disso, ao meu ver.
Eu tenho só 31, vivi o restolho do governo miltiar (já linha branda e o car’v’alho a 4), lembro do Tancredo morrendo (coitado, nem prcisava e provavelmente seria menos maléfico que o Sarney e seus planos e Zelias)
Muita putaria passou por esses anos de politica e democracia no Brasil, mas até quando a gente vai “levando”?
Eu sempre fui mais PSDBista do que qualquer outra coisa mas votaria em qualquer pessoa (como a Erundina nos 80) que tinha uma base sólida e era afins de fazer acontecer. Sem pestanejar.
Sei lá, mas falta gente afins de fazer acontecer…

regi natrock
regi natrock
12 anos atrás

Qdo seus posts são políticos, os leio e geralmente fico irritado com a vertente “esquerdopata”. Paciência; faz parte da democracia.
Esse, além de bem humorado (mesmo!) só pecou num detalhe. Janio podia ser chamado de qualquer coisa, e geralmente “qualquer coisa” cabia para defini-lo,, menos “reaça”. Isso, meu caríssimo amigo comuna, ele nunca foi.
Cabelo seboso e areia nos ombros imitando caspa e um sanduba de mortadela no bolso eram marcas registradas que o povão entendia. E o discurso agradava gregos, “baianos” e paulistanos. Conta-se (contava-se) que na primeira eleição pra vereador, acho que em 1948 por aí, o maior apoio veio dos alunos do Dante, que queriam tirar aquele intransigente, cultíssimo, severíssimo, inflexível e odiado professor de português do colégio a qualquer preço…. conseguiram…
ahahahahha.
Ironicamente, foi a chamada classe “A” conservadoríssima , que colocou o homem na política que, na sequência, fodeu com tudo, até hoje, quem diria…
As voltas que o mundo dá…
Quem não leva a sério a história, geralmente repete os mesmo erros. Basta ter olhos para ver.
E a capa do JT foi espetacular. Assim como muitas outras. Esse jornalismo, nunca mais. Pena.

Parabéns amigão, esse tá bem legal.

Edison Moraes
Edison Moraes
12 anos atrás

Só para esclarecer: o FHC perdeu naquele famoso debate pq respondeu ao Boris: “nós combinamos que isso não seria perguntado!” Aí caiu a máscara, né? Hoje eu penso que, se ele tivesse respondido, qq coisa que fosse, teria ganho a prefeitura!

Roberto Antonio
Roberto Antonio
Reply to  Edison Moraes
12 anos atrás

Concordo. Se ele tivesse respondido um “Não” entre os dentes, seguiria o debate e FHC teria ido para o Ibirapuera.

Irinaldo Barros
Irinaldo Barros
12 anos atrás

Depois da renúncia, ficamos com Jango que, naminha opinião, foi fraco e covarde, pois não quis que o POVO fosse as ruas lutar pela tal democracia e assim disse: “Não quero ser o responsável pelo derramamento de sangue do povo”. Ora, por pior que a democracia seja, ela só será real se “LUTARMOS” por ela. Caso possamos ver/ler a história dos países Europeus, veremos que seus povos (os mais variados possíveis) lutaram e muito por essa tal democracia e, muitas vezes, por liberdade. Hoje vivemos num país que se declara democrático, mas que na essência não vive o regime em sua plenitude,pois enquanto tivermos preconceitos, miséria, concentração de renda, falta de educação escolar, essa discussção ridícula entre BRASILEIROS das mais variadas regiões, não vivemos democraticamente.

Luis Nunez
Luis Nunez
12 anos atrás

Se formos comparar a administração de Janio Quadros na prefeitura de São Paulo, com a atual administração do criador de partidos políticos Gilberto Kassab, a de Janio Quadros ganha de 10 a zero.

Jason Vôngoli
Jason Vôngoli
12 anos atrás

Eloá!
Eloá!!!

Luis Mattos
Luis Mattos
12 anos atrás

E na foto, ele já tava parado no pedágio, né???

Roberto Fróes
Roberto Fróes
12 anos atrás

Aliás, a posição dos logos remeteria a um modelo 1961, por isso, em conjunto com as rodas e o parachoque traseiro, acho que se trata de uma 59 ou 60.

Roberto Fróes
Roberto Fróes
12 anos atrás

É uma Universal, antecessora da Vemaguet.
Deve ser 1959 ou 1960, logo do início do ano, ainda do modelo anterior.
Veja, além das rodas e calotas, a ponta do parachoque traseiro, ainda com a larga faixa central (1958 e 1959). Em 1960, mas não no início, o parachoque mudou para o modelo com poleiros, basicamente o mesmo até 1964.
E a posição dos logos “Vemag” e “1000” no paralama dianteiro também indicam tratar-se de uma 1959 ou 1960.
Além de ser um carro maravilhoso por naturesa, era bem novinho… Onde andará hoje?

João Carlos Bifulco
João Carlos Bifulco
12 anos atrás

Flávio.

Na sua retrospectiva, muito boa por sinal, tomo a liberdade de acrescentar um detalhe que foi comentado na época, de forma velada, como a situação impunha.
Comentava-se que Jânio, quando chegou de Brasíla, desceu no aeroporto Campo de Marte, onde esperava-o, o então governador de São Paulo, o saudoso Carvalho Pinto.
Jânio apostou todas as suas fichas numa revolta da parte do povo paulista, visando reconduzi-lo à presidência, mas como sabemos, tal não aconteceu e este fato deixou-o mais louco do que já era.
Dirigindo-se a Carvalho Pinto, tratou-o como um traidor, ofendendo-o de todas as maneiras, chegando mesmo a agredi-lo com pontapés.
Este fato foi “abafado” na época.

hendrix
hendrix
12 anos atrás

quando eu era aborrecente meu avó ainda tava vivo, ele era almirante e tinha uns amigos milicos. tinha um o coronel q fez parte da historia do brazil e esse coronel disse-me várias historias legais da época do janio e vargas. a do janio era a seguinte:
janio ficava em brasilia num tédio da ôrra, ficava o dia todo (literalmente) assistindo filmes preto e brandos dos anos 40/50 com uma garrafa de pinga ao lado, bebendo só no shotezinho.
quando acabava os filmes e o goró o janio pegava um papelzinho e mandava os famosos bilhetinhos pros ministros
kkkkkkkk

PAULO EDUARDO
PAULO EDUARDO
12 anos atrás

Como professor de história acho que posso dizer que vc mandou muito bem no texto…diante de toda uma historiografia idiota que complica antes de explicar, e as vezes quer ser mais real do que o rei, seu texto foi massa, direto objetivo e bem humorado….parabéns…ensinar história é isso, ir direto ao ponto e foda-se as ideologias e os fisiologismos…a esquerda era esquerda mesmo e a direita era direita mesmo e o Jânio era um Asno mesmo…dizem que estava chapadão quando renunciou…JJJ
Parabéns mesmo…Paulo Eduardo

Flavio Gomes
Flavio Gomes
Reply to  PAULO EDUARDO
12 anos atrás

Esse é o tipo de comentário que me deixa contente. Valeu, professor!

Rogério Magalhães
Rogério Magalhães
12 anos atrás

O FHC não perdeu aquela eleição de 85 só por causa da tal admissão de ser ateu, certamente pesou – como sempre pesa nesses casos – a tremenda arrogância de achar que já era favas contadas, famoso salto alto no mundo do futebol… e a cena do Jânio entrando no gabinete e desinfetando a cadeira é antológica…

E pode ter gente que fala mal, mas que os ônibus de dois andares foram sensacionais, isso foram. Não à toa que ainda fazem parte da minha lista de ônibus que tanto amamos. Às favas se nossas ruas não comportavam, foi muito legal… e por conta deles que a CMTC passou também a ter seus ônibus todinhos vermelhos e com as letras e números em amarelo, o que casou perfeitamente com os MB O-371 que começavam a chegar à frota e que se tornariam minha paixão maior entre todos os ônibus…

Sem contar que Jânio era um expert em nossa tão maltratada língua portuguesa. O “clamoroso” Cláudio Carsughi, por exemplo, contou certa vez quem foi seu professor de português quando chegou da Itália para ser correspondente aqui no Brasil: Jânio…

Figura certamente emblemática, importante para o bem e para o mal…

galileu
galileu
Reply to  Rogério Magalhães
12 anos atrás

rogerio, que ver esses onibus rodando? vai até campinas, parece que estão em uso até hoje.

Mario Mesquita
Mario Mesquita
12 anos atrás

Sim, com suas loucuras fez uma bela cagada ao renunciar. Ficasse lá, fazendo o que era possível e o pais seguiria seu caminho, JK voltaria em 65 e talvez concluisse seu sonho progressista. Em verdade não sei se o governo militar deixou tão a desejar na condução do país. Claro que a parte visível foi a repressão e a supressão das garantias ao estado democratico. Mas vendo as merdas de 85 pra cá, imagino que nesse quesito, não mudaria muita coisa. Mas o fato é que com ou sem ditadura eramos “propriedade” dos EUA. Hoje, se não abrirmos os olhos seremos um satélite economico dos xing-ling com seus carros horríveis… Que merda, hein?

Verde
12 anos atrás

Um presidente divertido.

Rafael Falsetti
Rafael Falsetti
12 anos atrás

Se Janio tivesse perdido a eleição para prefeito, teríamos nos livrado para sempre de FHC, que ao sair da prefeitura de São Paulo não se elegeria nem para síndico de seu condomínio.

Quis o destino que sua arrogância o colocasse sentado na cadeira na véspera.

Perdeu para prefeito mas indiretamente garantiu sua eleição para presidente.

Primeiramente uma sorte para São Paulo, consequentemente um AZAR para o Brasil!!!!!

Samuel
Samuel
12 anos atrás

Fodeu a porra toda… fino!!! hehe

Sandro
Sandro
12 anos atrás

Não acho que ele fodeu a porra toda, apenas não o deixaram trabalhar como gostaria.O conheci e posso afirmar.

mario aquino
mario aquino
Reply to  Sandro
12 anos atrás

Além de foder a porra toda ainda saiu rico de toda a história, pinguço mequetrefe e maledento, meu pai conviveu muito com ele, nós eramos da Vila Gustavo e coisa toda aconteceu na Vila Maria, ele vivia lá pela Vila Gustavo.

Maurício Freitas
Maurício Freitas
12 anos atrás

Vi Jânio Quadros pessoalmente. Em 1982 eu cursava o 1º ano de Direito na USP e durante a campanha para as eleições a governador ele lá esteve para debater com os estudantes. Conhecia o território porque estudou lá.
Fiz questão de ir não porque pretendesse votar nele, mas pelo simples fato de que se tratava de uma figura histórica que eu queria conhecer. A bem da verdade eu senti asco dele.
Ele chegou com o cabelo seboso em desalinho e o terno amarfanhado, como sempre. Foi recebido sob o coro de “Jânio, amigo, a canalha está contigo!” Era o pessoal da PICA – Partido Independente da Canalha Acadêmica – que lhe fazia as honras da casa. Ele firmou ambas as mãos nas abas do paletó e fez uma reverência aos estudantes.
Na platéia era distribuídos broches dourados de vassourinhas. O auditório da Sala do Estudante estava lotado de uma platéia curiosa, mas hostil.
Ele iniciou fazendo uma breve palestra sobre o Brasil. Eu o detestava mas, devo admitir, tinha uma oratória brilhante, as palavras fluíam com espantosa naturalidade.
Após aquele intróito surgiram as perguntas e todos queriam saber, por que raios ele havia renunciado. Fazendo jus ao cabelo seboso, ele tergiversou e não respondeu à pergunta fatídica. Era um bagre ensaboado.
Naquelas mesmas eleições, ainda compareceram na São Francisco para a campanha, Franco Montoro e Lula, que na época disputava uma eleição pela primeira vez. Reynaldo de Barros, candidato apoiado por Paulo Maluf, então no auge da impopularidade, nem compareceu. Sabia que se pusesse o pé lá seria linchado.
Os debates de Montoro e Lula foram interessantes, mas nenhum chegou perto da carga emocional que envolveu a presença de Jânio Quadros, porque ali todos sabiam, ele havia fodido com as nossas vidas.

Rick Wagoneer
Rick Wagoneer
12 anos atrás

Flávio, a popularidade de Jango caiu de 80 a 20% nos seis meses que antecederam o golpe (Revolução, segundo o site atual da ROTA) graças a percussão que a Revista Cruzeiro fez dos supostos modos de vida bolchevique, previstos como diretrizes do governo pelo periódico.

A falha na tentativa de repetição deste modus operandi da imprensa durante o governo Lula demonstrou que a população brasileira, apesar de não passar a limpo todos esses detalhes, os assimilaram profundamente.

Independente dos méritos dos governos (Lula, Jango, Janio etc.), isso demonstra o amadurecimento da democracia frente aos subterfúgios autoritários.

Fernando Ranzinza
Fernando Ranzinza
12 anos atrás

FÍ-LO PORQUE QUÍ-LO !!!

Valmir Passos
Valmir Passos
12 anos atrás

É, o Jânio ferrou tudo mesmo, ou abriu as portas para que os milicos entrassem. Só não concordo com uma coisa. É ingenuo achar que FHC perdeu para Janio na disputa para prefeitura porque a cidade é carola, porque FHC é ateu. FHC perdeu por 100.000 votos apenas porque tinha muito janista na cidade, e principalmente por conta da sua grande arrogância, coisa que ele sempre foi.

Altair
Altair
12 anos atrás

É o Maluf no banco do carona e a Dilma no banco traseiro.

JT
JT
12 anos atrás

Faltou contar o resto da história:

– Erundina, a primeira prefeita do PT em São Paulo, foi expulsa do partido por aceitar um cargo no governo de Itamar Franco (outro filhotaço da ditadura).
– Lula assumiu depois de FHC, cuja carreira sindical começou durante o combate à ditadura. Logo, Lula é filhote da mesma.
– Dilma foi eleita a primeira presidente mulher do Brasil, tendo iniciado a “vida pública” de forma bem clandestina, combatento a ditadura. Logo, Dilma é filhote da mesma.

Resumindo: graças às forças ocultas que fizeram Jânio renunciar, hoje temos uma presidente com a coragem de fazer uma bela faxina nos ministérios.

Paulo Henrique
Paulo Henrique
12 anos atrás

Lembro dessa capa do JT.Capa inteira ,só da face do Jânio ,com os olhos virados para cima.

Só um adendo Flavio, não concordo que o que elegeu Erundina foi uma administração catastrófica do JQ.Ele era até bem avaliado,apesar das maluquices.

O que elegeu Erundina ,na época terceira colocada nas pesquisas ,foi o voto de protesto da população em decorrência da morte de três operários durante uma greve na CSN em Volta Redonda,fato esse ocorrido dias antes da eleição e que causou uma comoção.

Aliás, a conservadora São Paulo elegeu para administra-la uma mulher nordestina e um negro carioca.São os paradoxos dessa cidade.Um abraço

MarceloPOA
MarceloPOA
12 anos atrás

História muitíssimo bem contada e com um ótimo senso de humor. Parabéns

Geraldo
Geraldo
12 anos atrás

O FHC perdeu a “eleição mais ganha” da história … todos os institutos de pesquisa davam sua vitória como certa (tal qual do Maluf sobre a Erundina no pleito seguinte), fez foto na véspera, sentado na cadeira do Prefeito e, depois, o Jânio até posou limpando a cadeira … Me lembro que o Jânio refez o Vale do Anhangabaú (expandiu o Buraco do Adhemar) e começou o túnel da Juscelino … que depois foi fechado pela Erundina e reaberto pelo Maluf …

Antes de tentar a Prefeitura, se não me falha a memória, o Jânio tentou o Governo do Estado em 82 e não obteve votação expressiva no Estado …

Outro detalhe interessante … Jânio Quadros é autor de uma Coleção de Livros da Língua Portuguesa (acho que dos anos 50 ou 60), que é uma das melhores já publicadas no País …

Homero Martins
Homero Martins
12 anos atrás

Jânio fodeu a porra toda, é verdade.

Mas é difícl imaginar, no contexto extremado da Guerra Fria e no meio de uma política ainda pré-institucional, histérica, muito personalista e cheia de figuras excêntricas, que alguém, em algum momento daquela ou da próxima década, não abriria precedente para um golpe militar. Foi esse, tristemente, o destino da América Latina no período.

Cinquenta anos depois, pelo menos, estamos (não só o Brasil, mas muitos dos países ceifados por sangrentas ditaduras) dando a volta por cima. Quanto aos ianques, bem, eles estão deixando os financistas de Wall Street foderem a porra toda…

Antonio
Antonio
12 anos atrás

É verdade,para carro tinha bom senso.

Cristiano Mendonça
12 anos atrás

” Vermelho Coral”

Cristiano Mendonça
12 anos atrás

É uma perua vemag 1960 Vermelho cora, como indica a foto pelo tom do cinza, as calotas e a ponta do para choque traseiro.

Samuca - Puma GTI
Samuca - Puma GTI
12 anos atrás

Síntese perfeita!!!! Salvou-se a linda Vemaguet, igual à 61 Azul marinho do meu pai, bancos vermelhos, com a qual aprendi a dirigir no Campo de Aviação em Assis!!!!

FTrack
FTrack
12 anos atrás

FG, parabéns pelo post. Historicamente rico e ideologicamente neutro. Essa neutralidade se destaca porque é uma raridade no Brasil dos dias atuais, onde o jornalismo se polariza entre o “petismo” e o “PIG”; o que é bom para um lado automaticamente é ruim para o outro e vice-versa, ou é aparelhamento do estado ou é neoliberalismo elitista. Parece que não existe nada que seja consensualmente bom e interessante para a evolução do PAÍS, que deveria ser o objetivo de se fazer política, independentemente de ideologia.

Toni Trombini
Toni Trombini
12 anos atrás

A história do Brasil é toda escrita por linhas tortas. Não importa se as linhas rumam para a direita ou para a esquerda, são sempre tortas .
Povinho de m. com seus governantes de m.

Neotenia
Neotenia
12 anos atrás

É por isso que acesso teu blog diariamente!
Sensacional!
E não é que no intervalo do jogo mesclaram as lotus e capacetes?!
Só perdi os olhares do casal pimpolho…droga!