BILHETE PARA A VIDA

SÃO PAULO (não tem jeito) – Registre-se: ontem, no dia da graça de 5 de outubro de 2011 da era cristã, o mais velho andou de ônibus sozinho.

Pode parecer algo banal, é banal. Bem, seria mais banal ainda alguns anos atrás, eu mesmo andava de ônibus sozinho aos 10, mas estamos falando de 2011, vila de São Paulo de Piratininga, quase 20 milhões de habitantes, vila onde se explodem caixas eletrônicos, vaza gás metano, camaros e porsches atropelam e matam, balas se perdem, sequestram-se gentes, não é lá um lugar muito seguro e aprazível.

Mas apesar de não ser um lugar muito seguro e aprazível, como era um pouco mais quando eu tinha 10 anos, talvez nem tanto, talvez seja apenas nostalgia barata e fosse ainda pior, há uma vida pulsando lá fora, e não é justo que se prive ninguém dela só porque ela parece pouco segura e aprazível.

Ele fez 13 anos, puxa, como mudou neste ano… Ficou mais alto, ganhou forma, vai ao cinema às sextas, parece até que andou dando uns beijos numas meninas. Já não faz tantas perguntas, prefere procurar as respostas, começo a me achar menos útil e mais tolo.

Vou de ônibus, pai, me disse, e achei ótimo, mas disse que ia junto, e ele não se opôs. O trajeto era curto, de casa até a escola, o ponto fica ali na esquina, ele sabia o número da linha e o nome, ganhou até um bilhete único da avó, exibido de forma tão solene quanto será a chave do primeiro carro daqui a algum tempo, e não vai demorar demais, cinco anos passam rápido. Aquele bilhete, cuidadosamente guardado numa capinha plástica, é a chave que abriu as portas do mundo para ele ontem, no dia da graça de 5 de outubro do ano de 2011 da era cristã.

Não lembro das circunstâncias que cercaram minha primeira viagem-solo de ônibus. Acho que meu guia foi meu irmão mais velho, não meu pai, que nunca teve horários muito flexíveis e deve ter delegado tal função ao primogênito, dois anos mais safo que eu. A escola era a mesma, aqui é o metrô, pega assim para aquele lado, desce na estação tal, pega aquele ônibus bege e verde, Mercado da Lapa é o nome, desce lá na frente, atravessa a avenida com cuidado, boa sorte.

Eu tinha 10 anos, um passe de metrô magnético, um passe de ônibus de papel, aprendi rápido, creio, e já no segundo dia comecei a desenvolver meus truques, onde sentar, quando passar pela catraca, como lidar com a mochila, mudar a estação do metrô para pegar o ônibus mais vazio, observar se alguém puxava a cordinha para avisar ao motorista que era para abrir a porta porque eu nunca alcancei a bendita, trocar olhares com o cobrador quando isso não acontecia e ele batia a moeda no metal, código de ônibus para abrir a porta, me oferecer para segurar pacotes, qual o lado da estação para esperar o trem, qual a calçada melhor para chegar em casa, tudo se aprende muito rápido quando se é uma criança e por isso mesmo que datas como essa do primeiro ônibus se perdem no tempo.

A de ontem vai se perder também para ele, a partir do segundo dia deixa de ser uma novidade e um rito de passagem, mas para mim não, como não se perdeu o dia em que recebi seu primeiro telefonema, ou quando o mais novo viajou sozinho pela primeira vez na excursão da escola e eu fiquei lá, olhando para dentro do ônibus tentando encontrar seus olhinhos assustados, e assustado estava eu, ou quando participou da apresentação de Natal do outro colégio, vivo colecionando esses primeiros dias, esses marcos que meio sem querer apontam para onde cada um vai.

Subimos no ônibus, ele passou seu bilhete no leitor da catraca eletrônica com certa desenvoltura, conferiu o valor debitado, calculou quantas viagens ainda poderia fazer, sentou, procurou demonstrar naturalidade, misturar-se à multidão. Trocamos uma ou outra observação, evitei ficar dando conselhos e dicas de como-se-dar-bem-como-usuário-de-transporte-coletivo-na-vila-de-São-Paulo-de-Piratininga, sua única dúvida foi sobre quando apertar o botão para solicitar a parada, algo simples, sem mistério. Uma moça observava a gente sorrindo, acho que entendeu a solenidade daquele momento. Talvez seu pai tenha feito o mesmo com ela um dia, não sei.

Chegamos no ponto final, a escola logo ali, fui até a porta com ele, ficou decidido que voltaria sozinho e que me avisaria pelo telefone quando terminasse a aula de futebol, quando entrasse no ônibus, quando descesse no ponto perto de casa, quando estivesse em segurança lá em cima, quatro telefonemas programados, pois, mas eles não foram necessários, dois resolveram, estou saindo, pai, já cheguei na praça, pai, passei um ponto, me confundi, mas está tudo bem, o ônibus estava vazio, por mim pode dispensar a perua amanhã mesmo.

O mundo passou a ser outro para ele desde ontem. A cada dia a dependência dos carros velhos do pai vai diminuir, aos poucos a descoberta das linhas e dos itinerários será como encontrar o caminho das Índias, uma reedição das Grandes Navegações, em pouco tempo acontecerá o mesmo com o mais novo e a cidade pouco segura e aprazível ganhará mais dois cidadãos que aos poucos vão se incorporar a ela, dela receberão as bênçãos e as tragédias em doses mais ou menos iguais, suas ruas e avenidas serão deles, e aos poucos vamos saindo de cena.

No que me diz respeito, deixarei dois bem melhores que eu, minha modesta contribuição à humanidade.

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Claudio Antonio Cesario Da Silva
Claudio Antonio Cesario Da Silva
12 anos atrás

A minha primeira viagem e ônibus foi um estopim para conhecer minha cidade tinha 9 anos, depois tive curiosidade de saber mais sobre São Paulo, como era andar de trem de metro,de conhecer lugares como Parelheiros Marsilac ou seja de saber como viviam os outros paulistanos.Olha o guia da cidade e ficava curioso depois descobri que em 1985 cada região da cidade tinha um cor de ônibus diferente e que na numeração das linhas havia informação sobre seu itinerário .A primeira viagem sozinho de ônibus dá uma sensação de liberdade que não tem preço

J.A.A.
J.A.A.
12 anos atrás

Achei, só hoje, dia 12 teu texto, parabéns. Tenho 55 anos e aprendi a andar sozinho de ônibus aos 7 anos, na minha querida Taubaté. Vejo, infelizmente que o mundo mudou para pior,pois não podemos ensinar nessa pequena idade quando comecei a descobrir esse mundo novo.Mas,espero que vamos, um dia, melhorar essa situação e as crianças poderão desde cedo a usar o tranporte público, o mais democrata que há, onde todos são iguais. Essa lição me ficou, pois lá dentro é isso.

vwsp2
vwsp2
12 anos atrás

FG
Obrigado por recordar a 1ºvez em que viajei sozinho em um ônibus. A minha mãe tinha que entregar uma calça para meu tio que trabalhava na rua XV de Novembro. Com 12 anos ela confiou em mim, foi até o ponto final do 5391- Jd.Angela-Largo São Francisco – onde me aconselhou a ir direto ao trabalho do meu tio. Foi um momento de total felicidade, onde comecei a ter a noção de liberdade, responsabilidade e principalmente de confiança. Na volta, pude ver a satisfação dos meus pais em realizar esta tarefa.

Guto
Guto
12 anos atrás

Não imaginava que você fosse capaz de escrever algo assim… você me surpreende. Só não consigo escrever mais porque meu filho de três meses tá me chamando.

Silvio Mascarenhas
Silvio Mascarenhas
12 anos atrás

Olá, Flávio!

O acompanho, silenciosamente, há vários anos. Por diversas vezes, ao longo de todo esse tempo, tive vontade de deixar algum comentário sobre o que você, com maestria singular, havia nos brindado. Nunca passei da vontade… Hoje, no entanto, não pude me conter. As lágrimas não me deixaram ficar em silêncio… Senti cada palavra do que disse, cada ponto, cada vírgula, cada estação… O meu filho tem 12 anos e, logo ali, em dezembro, fará 13 e “aos poucos vamos saindo de cena.”

Flávio, quero agradecê-lo pela forma tão brilhante com a qual você compartilhou mais um pouco de sua alma. Muito obrigado!

Silvio Mascarenhas
Salvador/Bahia

Harry
Harry
12 anos atrás

FG
Um otimo pai, voce
Abs
Harry

André Mendonça
André Mendonça
12 anos atrás

Lindo demais.
Me fez fazer meu primeiro comentário aqui, sob lágrimas.
Parabéns e grande abraço.

Pedro do Opala, da Caravan e do Kadett
Pedro do Opala, da Caravan e do Kadett
12 anos atrás

Excelente texto!
Minha primeira viagem solo de onibus foi na linha 04 – Terminal bandeiras centro via T9, em 92, eu com 12 anos.
Era um Thamco Aguia com chassis 1318, quadradão e sem graça. O bom era quando vinha antes desse um TerminalBandeiras-Universitario, esse um O-364, esse sim um buzu gostoso de andar.
Mas eu gostei muito quando trocaram os 1318 nuns Busscar sobre chassis Scania 113, no meio do mesmo ano.

Mauri Pereira
Mauri Pereira
12 anos atrás

Mais uma das crônicas autobiográficas que traduzem à perfeição o que sentimos quando saimos do ninho protetor da família e damos o nosso primeiro voo solo.Todas as pessoas que podem oferecer aos seus o conforto de ter carro particular com motorista e outras mordomias deveriam provocar esse batismo aos seus rebentos.Até pra sentir como é a vida real da grande maioria da poulação.Dizem que o transporte público é ruim no Brasil porque quem paga não usa e quem usa não paga graças a lei que obriga o empregador a acrescentar ao salário do empregado o benefício do transporte.Como o cara que paga jamais vai usar logo nunca levantará a bandeira para lutar por melhorias no sistema mesmo que signifique uma melhor produtividade do empregado.E vamos combinar, o transporte público em São Paulo é de lascar,e pior,quando estamos espremidos nos buzão nos horários de pico ouvindo rádio pra amenizar, o que vem de minuto em minuto é propaganda cantando loas ao melhor metrô do mundo,aos corredores com melhores fluidez,etc…

Eduardo Messias
Eduardo Messias
12 anos atrás

Cara, escrever bem quase sempre é dizer não o que acontece, mas o que se sente, e, amigo, você invariavelmente mata a pau. Me lembro do seu texto sobre a Portuguesa e os meninos, putz, vá escrever assim lá no Canindé!
A sorte é que esse mundo também dá a chance de registrarmos para uma posteridade nebulosa o que significa andar de ônibus com o filho pela primeira vez.
Estarei aqui para ler o seu texto sobre a primeira volta do moleque em seu carro.
Abraço!

Ron
Ron
12 anos atrás

Caramba! Que texto é esse, meu irmão?!
Conseguiu com que eu me lembrasse da primeira vez que fui ao colégio de ônibus, sem minha mãe, ali pelos meus doze para treze anos. Uma aventura.

PS. “Cabra bom” esse seu menino.

Alexandre
Alexandre
12 anos atrás

Sensacional voltei 30 anos no tempo lendo seu post , também ia de perua pra escola no meu caso uma veraneio, quando decidi ir pela 1º vez de ônibus porque morava em interlagos e estudava em santo amaro e era sempre um dos últimos a ser entregue, para minha mãe e pra mim tinha um grande obstaculo passar pelo largo 13 já naquela época uma loucura não tive a presença de ninguém comigo na minha 1º viagem mas o ônibus era especial parava onde vc pedisse o chamado executivo mas logo abandonei essa viadagem do ônibus especial mais caro e compramos varias cartelas de passes escolares naquela época eram dois tipos de passes os dos ônibus da cmtc e dos contratados cada um com seu respectivo passes e pagando metade do preço, lembro que minha velha carteira de nylon com fecho de velcro da OP poderia não ter um tostão mas passe de ônibus e ficha de orelhão não faltavam, e logo já comecei a parar no largo 13 atras de velhos discos e novos fliperamas …eita o tempo bom de São Paulo de Piratininga….oh laia

Ricardo
Ricardo
12 anos atrás

que belo texto, flávio.

parabéns mesmo. para nós que temos filhos nessa ou chegando nessa idade, é um relato muito interessante, quase poético.

muito legal.

um abraço

Ricardo
Recife-PE

Fabio Santiago
Fabio Santiago
12 anos atrás

Flávio Gomov, você é foda, fica fazendo um monte de marmanjo chorar.

Lusitano XXX
Lusitano XXX
Reply to  Fabio Santiago
12 anos atrás

É mesmo, Fabio… ia escrever o mesmo, mas aí, achei seu comentário. Nada mais a dizer.

Pdr Rms
Pdr Rms
12 anos atrás

Me identifiquei muito com o texto, assim como imagino que outros também tenham feito. Tenho 31 anos e tinha também 13 quando entrei pela primeira vez num onibus. Em 1993 as coisas talvez nao estivessem tao perigosas quanto hoje, mas para mim, um garoto já criado em apartamento e playground, e os meus pais essa primeira volta no ônibus foi o primeiro sinal de emancipação, de que já nao era mais tão dependente deles. Acho que esse feito também marcou os meus pais, tanto que as vezes minha mae comenta que nesse dia ela deu um jeito de me seguir com o carro, sem que eu percebesse.

Imagino como deve passar rápido para um pai o crescimento de um filho.

Tatiana de Queiroz
Tatiana de Queiroz
12 anos atrás

Um belo texto, como sempre. Mas quando é sobre um acontecimento na vida dos Gominhos (daqui a pouco o diminutivo terá que sair) fica muito mais leve, mais bonito, como deve ser a relação entre pais e filhos, como deveriam ser as relações entre as pessoas. Parabéns ao mais velho e à vc.

Dan
Dan
12 anos atrás

Parabéns, belíssimo texto.

Alexandre Furtado
Alexandre Furtado
12 anos atrás

Legal mesmo, FG! Meu filho tem 11 anos e logo será minha vez…
Me emocionei lembrando quando meu pai me levou pra assistir uma corrida de Marcas e Pilotos em Interlagos, acho que em 1987. Foi, literalmente, uma viagem do Horto (Zona Norte) até lá… aquele garoto com 12 ou 13 anos com o pai pegando ônibus para realizar um sonho de assistir uma corrida. Ver os Passats, Voyages e Escosts, na pista antiga, passando por nós naquele dia eram as únicas coisas que interessavam. Mas a viagem de pai e filho fica pra sempre.

Wilder
Wilder
12 anos atrás

Flavio, é o que chamam de segundo parto, o cordão é cortado.Com certeza você não participou do 1º, mas para todo pai presente este é inevitável e é a vida.
Estou passando pelo mesmo, meu filho tem 12, às quartas volta à pé depois da capoeira, pouco mais de 1 km, p/ um pai é uma viagem e p/ nossa megalópole é muito pouco.
Grande abraço e que Deus os proteja.

nilton
nilton
12 anos atrás

Eu aposto Flavio que até hoje vc ainda não alcança a cordinha do ônibus.

Pedro Gryschek
Pedro Gryschek
12 anos atrás

Andar de ônibus na cidade grande é um passo de maturidade. Parabéns pelo filhão! E peça para ele pedir o bilhete único de estudante na escola. Aí calculará o dobro de viagens.

Nelson Weiss
Nelson Weiss
12 anos atrás

Para quem gosta de LADA até que escreve bem.Brincadeira……Flávio voce consegue nos transportar para dentro do nosso dia a dia.São fatos simples como estes que marcam nossa vida e mostram a diferença entre PAIS e simples aprovisionadores.Lindo texto e parabens.Abraços,Nelson.

Walerson Alves
Walerson Alves
12 anos atrás

Muito bom o seu texto. Tenho uma menina de 14 anos que já pegou o seu 1º ônibus, e vejo que sensação linda deixei de ter, ao não estar do lado dela neste dia, uma pena para mim, mas certamente quero estar perto dela em cada momento novo, como na 1ª vez que a levei pra conhecer o mar. Lindo esses momentos. Parabéns.

cmtc33
cmtc33
12 anos atrás

Minha primeira viagem solo num ônibus foi em 1973. Peguei o avenida circular 33 (cmtc) na avenida angélica e fui até o conjunto nacional na paulista para encontrar minha turma e ir ao cinema (só não consigo lembrar que filme porque acho que a viagem no ônibus me anestesiou). Tinha 12 para 13 anos e foi meio que um grito do ipiranga pra mim. Dai pra frente o busão era minha asa e andei quase que toda sao paulo neles. Sei exatamente o que o seu filho sentiu mesmo que tenha andado um quarteirão.

Neto brucutu
Neto brucutu
12 anos atrás

Caro THEO, bom dia !!
Parabens, ser pai é……………
Não tem como explicar, Só sendo !!!!
AH, e você vai se emocionar e chorar muito ainda,

Felicidades vc e a familia ..

José Brabham
José Brabham
12 anos atrás

Uau!! Belíssimo texto. Melhorou minha manhã de sexta-feira… Também peguei meu primeiro ônibus coletivo sozinho com 13, embora já com 8 já andasse sozinho um quarteirão até o ponto para pegar o ônibus escolar.

Também guardo esses momentos únicos de minha filhota. E ainda não chegou a hora dela pegar um ônibus.

O primeiro ônibus intermunicipal, o primeiro avião, a primeira saída de carro, o primeiro passaporte carimbado… tudo isso começa com o primeiro ônibus coletivo. Gostei.

o Caio de Santos
12 anos atrás

Um pouco de nossa vida, quando saímos pra rua. Mais um pouco da vida de pai, quando nossos filhos batem azas! Exato e leve. Parabéns e obrigado!

Eu
Eu
12 anos atrás

Aplausos.

Carlos Preto
Carlos Preto
12 anos atrás

Inspirador, lindo texto… Mexeu com meu sentimento de pai, tenho filhos gêmeos de 12 anos que querem fazer a mesma coisa, voltar sozinhos do colégio… Vou seguir seu exemplo para abrir as portas do mundo para eles e que Deus proteja nossos filhos… Obrigado Flavio!

Ricardo Arcuri
Ricardo Arcuri
12 anos atrás

Que legal isso Flavio! É um daqueles momentos de pai e filho que ficam pra eternidade. Pelo meu lado, ainda nos tempos de RJ, nem precisei algo assim. Sempre fui meio loucao e sabia o intinerario de praticamente todos os onibus da ex-capital federal. Sendo assim, esse processo foi ainda mais facil. E eu ja alcançava a cordinha :P

Carlos Pimenta
Carlos Pimenta
12 anos atrás

Bom fim de semana Jovem,

Adauto
Adauto
12 anos atrás

Roubartilhei seu texto: http://www.projeto676.com.br :-)

adelson travassos
adelson travassos
12 anos atrás

muito bom irmão, mas me preocupa o futuro de nossos grandes centros urbanos…já lhes passei uma mensagem dos nossos irmãos do espaço…ñ o link, mas o endereço…seja previdente, dizem “eles”, q somos nos no futuro, assim como somos o passado “deles”…se ñ “publicarem esse contato posso dar os nomes, jah q ñ domino o pc….rs,a mensagem chama-se “contagem regressiva” do medium luiz gonzaga scortecci de paula, parabéns pela coragem do texto, e pelos filhotes q tem…obrigado…a referida mensagem, ñ deveria circular amplamente no meio da imprensa, tenho a sensação q como se estivéssemos em guerra, quando se trata desse assunto, “teoria conspiratória e tudo o q o chamado governo do mundo faz com todos nos….

Lucas Abramo
Lucas Abramo
12 anos atrás

Acho que nos tornamos escravos, escravos de um mundo que lemos e vemos, mas que esta longe de ser o que achamos que é. A informação de baixa qualidade que nos inunda dia e noite nos faz acreditar de forma cega e tola que vivemos em uma arena romana. Somos escravos da informação com o telefone a tira colo. Vinte anos atrás quando alguém saia para passear (ou ir a escola, trabalhar, ir ao bar) nos preocupávamos caso o telefone tocasse. Hoje se ele não tocar quase temos um infarto. É um pouco deprimente pensar que somos escravos disso. De um aparelho que na verdade é uma coleira. Uma coleira que é vendida entre uma notícia de explosão e outra de arrastão.

Acho que meu pai nunca andou de ônibus pelo menos depois que eu vim ao mundo. A única vez que isso fui preciso ele preferiu pedir carona à policia (recebeu um categórico não). Chegou em casa reclamando que o papel da policia ela ajudar o cidadão (voltou a pé).

Roberto Fróes
Roberto Fróes
12 anos atrás

Você sempre escrevendo bem, aliás, muito bem, meu amigo…
Caramba, tem tempo que não vejo seus filhos, quantos anos, uns 3 ou 4?
Mas o mundo é este mesmo, cara.
Lembro-me quando tinha a idade deles – e já andava sozinho a algum tempo – de escutar meus pais e tios, preocupados, a dizerem que ‘o mundo atual está muito perigoso, seguro era no nosso tempo, e já havia seus perigos…”
è a passagem do tempo…
Os padrões de hoje valem apenas para hoje, nunca para amanhã…
Pensando nos carros, que são nossas paixões:
Os carros modernos lançados – mesmo me agradando muito pouco por causa da extrema semelhança entre todos – parecem impossíveis de serem atualizados. Veja 2 ou 3 anos depois…
Lembra-se quando surgiram os CD’s? A ultima palavra em som, é equipamento para sempre, etc…
Durou pouco…
O que mais estranhamos hoje é a extrema VELOCIDADE das mudanças…
O mundo passou milênios andando de barco à vela. Lua? Coisa de Deus, mandou gente para a fogueira…
Semana passada ouvi de longe uma notícia na TV, de alguma pesquisa em que cientistas superaram a velocidade da luz.
Mais uma barreira que cai…
E essa, nem o Eistein acreditava ser possível…
Minha unica dúvida sempre foi “quando”, e não “se”…
Grande abraço, meu velho amigo velho!

Sergio Teodoro
Sergio Teodoro
12 anos atrás

Nunca me esqueço dos meus 15/16 anos;eu e mais um amigo saindo de Tatuí – SP 130km da capital pegando o Famoso COMETÃO às 04:45 de sábado rumo São Paulo depois Metrô até o terminal jabaquara e mais um ônibus para o Guarujá lá chegando 10:30 e fazendo o caminho inverso à partir das 20:00 retornando para a capital e depois o ultimo COMETÃO de volta para Tatui. Era como se fosse a viagem mais maravilhosa do mundo. isso para passar uma tarde na praia ……

CarlonePapa
CarlonePapa
12 anos atrás

Que texto lindo…
Caraca.

altair
altair
12 anos atrás

Depois de muito me emocionar ao ler seu texto para minha esposa e para meu filho, só posso dizer: Parabéns e muito obrigado por nos brindar com um texto tão bonito.

Alexandre Linhares
Alexandre Linhares
12 anos atrás

Todos manifestaram elogios ao cidadão e “escritor” FG! Muito bacana. Faço isso com minhas filhas também: acompanho!

Fabrizio Petecof
Fabrizio Petecof
12 anos atrás

Porra! Sei que 70 pessoas já disseram, mas faço questão de escrever que seu testemunho é maravilhoso cara! Tenho 31 e voltei à minha infância. Tenho um filho de 9 (piloto de kart na cadete já) e uma de 3, que coisa essa vida… Estou lendo isso há 3 mil km de casa, no aeroporto de Belem a caminho de casa em Alphaville São Paulo e fiquei “hipnotizado” lendo esse texto. Ele transmite um sentimento incrível e faz a gente parar o mundo pra pensar. Ainda mais louco pra chegar em casa logo pra ver as crianças, que logo estarão por aí independentes e fazendo o que nós estamos, buscando seus sonhos, seus objetivos. Parabéns pelo filhão!! Um abraço FG Vc é Foda!

cleber
cleber
12 anos atrás

Ah!O barulho da moeda no cano de metal para abrir a porta traseira.Tenho 50 anos e nunca vou esquecer esse barulho.

Rafael
Rafael
12 anos atrás

Que texto legal Flavio. Por isso que leio seu blog todo dia. Me fez lembrar de quando comecei a estudar em outra cidade e tinha que pegar ônibus todo dia.

Ale Meza
Ale Meza
12 anos atrás

E como é bom ser paulistano! Saudades de tudo isso q já passei…valeu pelo texto!

Fabio Mantovani
Fabio Mantovani
12 anos atrás

Meu pai é pai como você. Sorte de tê-lo, ainda. E, ao contrário do que você disse no post do asassino do camaro, nossa geração não está (toda) perdida. :)

Peter
Peter
12 anos atrás

O Flavio Gomes inspirado é bem melhor que a versão mal humorada… :0)

Plácido de Araujo SBCampo
Plácido de Araujo SBCampo
12 anos atrás

Você é fogo ! Faz a gente lembrar de coisas perdidas nos cafundós do cérebro. Lembrei de quando ia comprar, todos os meses, passe de ônibus na Galeria Prestes Maia. E a gente pedia pelo modelo. O da foto era um deles: Eu quero 25 Contratado, 25 CMTC. E eles carimbavam a carteirinha de estudante. Maior fila para comprar. Época em que somente um ônibus passava pela Av. Paes de Barros, o elétrico Vila Prudente – Praça João Mendes. Novinho e super moderno. Hoje não mais é exclusividade. E tinha o outro, os azuis e brancos, velhinhos, que saiam da Praça Patriarca até o Jóquei, por toda a Rua Augusta. E travava tudo antes de cruzar a Paulista, rumo ao Consulado do México, na rua Groenlândia, travessa da Av. Europa. Único que passava lá. Isso quando eu era office-boy. Bons tempos seu Gominho e sua história nos fez lembrar. Tchau.

Lubacris
12 anos atrás

Felizmente a cidade de São Paulo tem melhorado a segurança nos últimos anos! Agora é torcer para que continue com essa melhora!

http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/reducao-do-indice-de-homicidios-em-sp-surpreende-onu

juliodiaz
juliodiaz
12 anos atrás

Caraca… lindo texto. Acabo de lê-lo com meu filhote de tres anos dormindo aqui no sofá, olhei pra ele agora e senti um arrepio misto de apreensão com orgulho, agora estou com um sorriso besta na cara olhando pra minha obra perfeita.

Marcos Gaspar Carvalho
Marcos Gaspar Carvalho
12 anos atrás

Muito bacana parabéns a você e para o Gominho1

marcolla
marcolla
12 anos atrás

agora não basta mais ser pai, nem participar…. quando meus filhos andarem de onibus vou precisar escrever uma puta homenagem =D