GIRA MONDO, GIRA

FSÃO PAULO (agora vai, juro, um tema por dia, no más) – Lance Armstrong falou ontem durante mais de uma hora a Oprah Winfrey. Foi a coisa mais importante dos últimos anos no jornalismo e no esporte. Continua, ainda. A segunda parte vai ao ar esta noite. No Brasil, a entrevista está sendo levada ao ar pelo Discovery, a cabo. Nos EUA, pelo canal próprio de Oprah, que depois de décadas encerrou seu programa de entrevistas e resolveu montar uma emissora.

Armstrong é um dos maiores vencedores de todos os tempos em sua modalidade. Em resultados, equipara-se a Schumacher, Slater, Sampras, Nadal, Bolt, Loeb, a lista é imensa e coloquem nela quem vocês quiserem.

Com sete vitórias na Volta da França, renascido depois de um câncer, criador de uma fundação que arrecadou fundos de vários zeros, Lance pedalou dopado a vida inteira. Construiu uma carreira erguida sobre mentiras e trapaças. Processou quem o acusou, sabendo que poderia prejudicar gente que estava dizendo a verdade. Destruiu reputações, foi escroto, cínico, dissimulado. Intimidou pessoas, arruinou carreiras. Em sua defesa, frágil, alega que o ciclismo é um poço de doping e que sem trapacear não conseguiria vencer como venceu.

Em nome do mantra mais abominável da raça humana, vencer a todo custo, fez tudo que fez, sem se importar com ética, caráter, honestidade.

A Oprah, pede desculpas a todos, ao mundo, a todo mundo. Reconhece os erros, a canalhice, se mostra arrependido, envergonhado. Já é alguma coisa mas, obviamente, não é tudo e não conserta os estragos que deixou pelo caminho nas vidas de colegas, treinadores, jornalistas, amigos, fãs, crentes, patrocinadores.

Como passei a madrugada em vigília, lendo tudo que foi possível ler sobre a entrevista e sobre todas as reflexões que o caso suscita, creio não ser capaz de dizer nada além do que já foi dito. Sugiro três links, que dão um bom quadro geral de tudo. Este aqui resume o que foi dito na entrevista. Ele fala sobre a ânsia de ganhar, a necessidade de mentir para manter tudo sob controle (no fim das contas, perdeu o controle da única coisa que importa, o caráter), a admissão de que traiu todos que o apoiaram o tempo todo. Aqui, Mauricio Stycer dá umas pinceladas sobre a competência de Oprah como entrevistadora, e não inquisidora. E, aqui, uma bela e sensível “pensata” do Victor Martins sobre doping, esporte, comportamento.

Mas quem tiver tempo e paciência deverá ler este texto aqui, também, indicado pela Juliana Tesser, do Grande Prêmio. Trata-se de um doloroso, amargo mesmo, desabafo do jornalista Rick Reilly, premiado colunista da ESPN que durante anos cobriu ciclismo e acompanhou toda a carreira de Armstrong.

Reilly foi um dos que sempre bancaram a lisura de Lance, por mais que dela desconfiasse, baseado em dois fatos: 1) ele nunca foi pego em exame algum; e 2) Armstrong negava tudo a ele, Reilly, olhos nos olhos. “Fui usado”, resume. E se pergunta: devo perdoá-lo?

Trata-se de trazer ao microcosmo do jornalista uma questão que é bem mais ampla, claro. Ele se sente traído, destroçado por ter, durante anos, enganado milhões de leitores e telespectadores, por ter defendido o que agora se sabe que é indefensável. Mas, muitas vezes, esses exemplos são os melhores para demonstrar as dimensões que certas escolhas pessoais acabam alcançando nas vidas de tanta gente (vejam esta entrevista de Mike Anderson, seu ex-mecânico; é estarrecedora). No caso de Armstrong, a decisão pessoal, única e intransferível, de ser um filho da puta no esporte.

Reilly acreditou no que sua intuição dizia. Com alguma pureza d’alma, fiou-se no olhar de quem falava para ele olhando nos olhos. Talvez tenha sido criado assim, para acreditar nas pessoas. Não sei se é um ingênuo, um bobalhão, ou se — sempre cabe a função de advogado do diabo — assumiu esse papel de defensor público do ciclista em troca de uma proximidade com o ídolo-fonte-celebridade de que outros jornalistas, possivelmente, nunca desfrutaram. Até onde o colunista se culpa, também? Por ter traído seu público e sua profissão em nome da intimidade com aquele de quem todos queriam ser íntimos? Uma amizade para proveito próprio, pois. Uma forma de doping, talvez.

As confissões de Lance, como se vê, atingem no queixo muita gente que o cercou ao longo de anos. Gente que fechou os olhos para as acusações porque, de alguma forma, era possível faturar algum — muito — em cima de seu sucesso. Até que ponto essa multidão que se apropriou das vitórias de Armstrong desconfiava de alguma coisa, mas virava a cara para seus acusadores e os desqualificava porque era mais lucrativo ficar com ele?

O doping em si, nessa história toda, é quase o de menos. O esporte de alto rendimento é infestado de substâncias proibidas, a batalha dos bons contra os maus é o famoso enxugamento de gelo. O doping, no mais das vezes, serve quase que exclusivamente para desequilibrar as coisas em termos de desempenho. Ninguém, na Alemanha Oriental, ficou rico por doping. No máximo, se trabalhou no campo da propaganda política. A novidade, e grande diferença, no episódio Armstrong é que o doping foi o detonador de uma indústria bilionária montada em torno dele, envolvendo empresas gigantescas que ganharam muito dinheiro com o ciclista, e tenho certeza que muita, mas muita gente mesmo, sabia com quem estava lidando. Revista-se esse perfil vitorioso com a sempre comovente luta contra o câncer e com a filantropia do personagem, e tem-se um herói americano incontestável. E ai de quem contestá-lo, ainda mais na América dos heróis que se superam. É atropelado sem dó.

Volto ao microcosmo do jornalista e do jornalismo. Escreve Reilly:

It’s partially my fault. I let myself admire him. Let myself admire what he’d done with his life, admire the way he’d not only beaten his own cancer but was trying to help others beat it. When my sister was diagnosed, she read his book and got inspired. And I felt some pride in that. I let it get personal. And now I know he was living a lie and I was helping him live it.

Para o colunista da ESPN, em algum momento Lance deixou de ser apenas um atleta a quem ele deveria tratar como objeto de suas reportagens e comentários, com a isenção e o distanciamento que qualquer jornalista deve ter. “I let it get personal.” A devoção embaçou sua visão.

É um pecado capital neste ofício.

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MAL-HUMORADO
MAL-HUMORADO
11 anos atrás

.
Apesar de ter sido chamado de viúva (não sou torcedor do Senna) pergunto novamente:
.
E se Oprah tivesse entrevistado Michael Schumacher?
.
O que ele diria de sua Benetton-Ford anabolizada de 1994??
.
Ciclismo e Automobilismo são diferentes?
.
Não são os dois corridas, uai??

Pdr Rms
Pdr Rms
11 anos atrás

Belo texto. Deveria ser distribuído (junto com os links indicados) ao pessoal que faz cobertura esportiva, principalmente na TV aberta, para suscitar reflexões.

Maurício Meireles
Maurício Meireles
11 anos atrás

Quando discuti com uma colega os resultados de Phelps ela me disse que o que criou Phelps foi o apoio ao esporte nos EUA. Eu retruquei que apoio ao esporte transforma os EUA na potência olímpica que ele é, mas nunca criaria um monstro como o nadador. Caiu a máscara de Lance. Não se surpreendam quando cair a do Phelps também. Esses “super atletas” são produtos do dopping e quem nega isso é tão ingênuo quanto foi o Reilly ao ter acreditado em Lance. Os resultados conquistados por esses caras, são tão assombrosos que fazem as pessoas torcerem para que sejam verdadeiros e nunca questionar de onde vem tanta “força”. Repito, apoio ao esporte, por mais intenso que seja, não gera atletas como Lance e Phelps. A necessidade de os EUA serem superiores produz esse tipo de coisa.

Elaine
Elaine
11 anos atrás

Flavio, o Victor Martins quis dizer que entre os pilotos trapaceiros com carros alterados levando vantagem Schumacher foi o melhor? Foi isso que entendi, já que o L. A. foi considerado pelo autor como o melhor dos dopados.

O melhor dos dopados não foi Maradona?

Eu assisti sua bela entrevista ao Juca Kfouri certa vez, onde você dizia considerar o Schumacher o melhor piloto de F-1 em todos os tempos. Considera pelos feitos ou como “o melhor entre os trapaceiros”?

Beijos.

Gus
Gus
11 anos atrás

Perfeito Flávio! Tua coluna hoje reúne o que existe de melhor para acompanhar/refletir sobre esse triste caso; parabéns!

Vou ler e acompanhar!

Marcos Masiero
Marcos Masiero
11 anos atrás

Trazendo o assunto para o automobilismo, Flávio, o que voce tem de informações sobre os “comprimidinhos” do Fangio? Li que na época era “comum” a prática de tomar umas bolinhas para pilotar, tanto que Moss já deu entrevistas dizendo que o amigo argentino lhe apresentou esta novidade…

Isso é vero?

Abraço a todos.

Dionisio
Dionisio
11 anos atrás

Inocentes aqueles que acham que o esporte em alto nível é limpo e livre de tramoias .

Dug
Dug
11 anos atrás

O ponto mais desprezível dessa hostória toda é a forma como ele fodeu tantas pessoas para esconder suas pilantragens, sem nenhum remorso, sem nenhuma empatia. Um verdadeiro Sociopata, quase um vilão holywoodiano.

Eduardo Britto
Eduardo Britto
11 anos atrás

Ben Johnson (Seul/ 88) foi um primeiro grande flagra de doping que escrachou para o mundo os subterrâneos das “vitórias”. Armstrong será o último? Difícil acreditar, com a extrema mercantilização dos esportes globais, como já escreveram abaixo. Parabéns, FG, pela amplitude da análise. Poucos analistas fazem isso. Valeu!

Fernando
Fernando
11 anos atrás

É abominável o uso de má-fé para ganhar dos de boa-fé no esporte ou em qualquer atividade da vida, esses caras não valem nada. Só acho muito gozado quem mete o pau no ciclista como diz FG, “Em nome do mantra mais abominável da raça humana, vencer a todo custo, fez tudo que fez, sem se importar com ética, caráter, honestidade.” que a mesma não vale para o doping-politico-corrupto de seus “amiginhos” petistas como os vigaristas Lullas, Dirceus, Genoino, JPaulo e o resto da canalha desse governo petista-castrista-bolivariano-comuna…esses são santos do pau ôco…

Cassius Clay Regazzoni
Cassius Clay Regazzoni
Reply to  Fernando
11 anos atrás

Reinaldete detected…

Vai lamber sabão seu chupa saco hipócrita.

Andre
Andre
11 anos atrás

Parabéns pelo ótimo texto.

Ernesto Longhi
11 anos atrás

Até que enfim essa putaria acabou. Eita…

Fabiano
Fabiano
11 anos atrás

Sou ciclista amador e já participei de algumas competições há muitos anos atrás.
Tive o desprazer de fazer parte de uma equipe de ciclismo que alguns dos integrantes se dopavam. Não era regra, mas quem se dopava pegava pesado. Tanto que na corrida de 9 de Julho de 2001 (se não me falhe a memória) um dos integrantes teve alguma disfunção e quase morreu no evento.
Era uma equipe muito mal estruturada, sediada no Jardim Ângela, extremo sul da cidade de SP e que faz parte do “triangulo da morte” (Jd. Angela, Capão Redondo e Jd. São Luis). Se para uma equipe desse porte havia como se dopar, imagine em uma grande equipe. Infelizmente é uma constante sim.
Mas, não é só no ciclismo. Quando tinha 15 anos, ou seja, 17 anos atrás, entrei em um extinto centro esportivo da zona sul que hoje virou estação de metro. Participei do time de basquete de lá e o treinador oferecia substâncias dopantes para a gente “ganhar massa”. E não era suplemento algum, antes que alguém questione. Suplemento não vem com uma seringa junto.
Se em estruturas tão precárias há doping, imaginem aonde há profissionalismo de verdade.
Sinto muito em quem acredita em esporte profissional limpo. Isso não existe.
O que é patético na história do Lance é que ele acabou com a carreira de todos que falavam que ele se dopava. Lamentável! Espero que haja indenizações para essas pessoas que o Armstrong e seus advogados destruíram.

thiago
thiago
11 anos atrás

Esse escroto realmente não honra as bolas que não tem. Haja saco para ouvir o que ele tem a dizer em sua defesa.

Ricardo
Ricardo
11 anos atrás

Essa historia por aqui tem deixado as pessoas perplexas, (eu moro em Beaverton, OR) bem perto da Nike, onde tem os nomes dos esportistas nike na faxada do predio.
O nome dele ja foi retirado assim como o patrocinio da nike, e pelo noticiario local todos os outros patrocinios que ele tinha foram cancelados.

Murilo Rangel
Murilo Rangel
11 anos atrás

E o pior, é que o doping pode ter causado o cancer dele……

Luiz G
Luiz G
11 anos atrás

Esse tipo de situação gera muita polêmica, mas não importa o quanto se diga, se escreva, se grite ou esperneie, pois nada vai mudar que já aconteceu.

Ninguém gosta de um cínico ou de um mentiroso, mas a verdade é que sempre haverá cínicos e mentirosos, especialmente no esporte onde o ego do atleta fica exacerbado por se tornar um “mito” só porque ganha corridas ou faz gols.

Essa necessidade de transformar atletas em “herois” só porque o sujeito é “bom jogando bola”, é a raiz do problema que faz as pessoas perderem o caráter.

Será que adianta ser um atleta exemplar e não ter nenhuma vitória na carreira?

Um atleta busca exposição para ter ganhos($).
Se o atleta for um exemplo de caráter, mas nunca vencer nada na vida, de que adianta seu belo caráter na exposição do esporte?

Existe “Prêmio para honestidade”?

Vários pilotos de Formula 1 jogaram carros em cima de alguém pra ser campeão. Foram criticados, mas estão na lista dos campeões do esporte.

Quantos pilotos de F1 que nunca venceram, tiveram um grande cráter e hoje nem são lembrados?

A argentina comprou a copa de 78 e Maradona fez gol de mão em 86. A argentina e Maradona foram criticados, mas os títulos ficaram.

Armstrong teve seus título cassados, mas ele não teria nada se nunca tivesse vencido uma corrida. Alguém aí sabe quem foi o terceiro colocado do Tour de France?

Não defendo o que Armstrong fez.
Foi errado, mas a filosofia do esporte é errada.

Um sujeito não deveria ganhar 50 milhões de dólares porque anda bem de bicicleta ou joga bem futebol, enquanto médicos ganham uma miséria.

Mas….esse é o mundo que criamos e discursos moralistas não serve de nada. Todo mundo ficou feliz com as vitórias de Armstrong e todo mundo está desapontado na mesma proporção só porque ele foi descoberto, mas aquele momento não pode ser desfeito.

A meu ver, o problema não é “quem mentiu” ou “quem teve caráter”, mas a forma como conduzimos o mundo.

Enquanto o egolatria do esporte for exacerbada, as trapaças para ganhar a qualquer custo não terão fim.

Lance Armstrong é o assunto do momento até aparecer outro.

Luiz G
Luiz G
Reply to  Luiz G
11 anos atrás

Putz…escrevi demais.

Perdoem-me pelo excesso.

Eduardo_SC
Eduardo_SC
Reply to  Luiz G
11 anos atrás

Concordo com o teu pensamento. Continuam os momentos bons e realmente poucos o defenderão, não por que se dopou, mas por sua coragem de admitir. A verdade é que a sociedade é hipócrita e prefere seguir o senso comum ao invés de analisar a situação. Este jornalista que levou para o lado pessoal é um hipócrita. Que exalte a coragem de Lance se ele tem alguma gratidão ao ciclista ao invés de fazer o papel patético de corno e de que não sabia de nada para não ser mais um réu deste linchamento moral

Luiz G
Luiz G
Reply to  Eduardo_SC
11 anos atrás

Eu não consigo recriminar Armstrong, nem seus treinadores, nem os organizadores do esporte, nem os caras que inventaram o dopping e, muito menos, os jornalistas…

Acho que os maiores culpados são os fãs, que dão maior valor ao esporte do que deveriam dar.

O esporte (qualquer esporte) é pra ser divertido e legal, uma forma de integração entre as pessoas…..mas como sabemos, não é assim.

Esportes envolvem muito dinheiro e interesses e isso não terá fim enquanto acharmos que alguém é “especial” porque joga bola ou pilota bem um carro.

Na minha opinião, ser forte, andar de bicicleta, pilotar um carro ou jogar bola são talentos tão bons como qualquer outro.

Se as pessoas ficassem histéricas de admiração por um médico que consegue perceber o problema de um paciente sem exame ou um psicólogo que consegue acalmar um paciente com poucas palavras, ou um bombeiro que já salvou 150 pessoas, provavelmente eles seriam milionários.

mas as pessoas admiram um cara que ganha corridas de bicicleta. Por isso, esta pessoa recebe 50 milhões de Euros e faz de tudo, certo ou errado, justo ou injusto para vencer a corrida.

A culpa é de cada pessoa que admira os feitos de um esportista, mais do que outros feitos.

Giovanni
Giovanni
11 anos atrás

Esse cara é tão mau caráter que pode estar acontecendo o que eu li num comentário de algum site sobre essa história toda: Armstrong deve tá perdendo muita grana por causa do dopping, então ele conta o que todo mundo já previa num programa com super audiência, essa Oprah paga UMA GRANA VIOLENTA pra ele contar no programa dela, ela ganha ainda mais com os patrocinadores no programa, os patrocinadores ganham ainda mais pela publicidade gerada, e assim ele compensa todo o prejuízo gerado e vai viver a vida dele feliz para sempre!

Se aquele gordo ronaldo levou R$ 6 milhões pra emagrecer no fantástico, imagina o que não ofereceram pra esse loko contar em programa de TV que se dopou, num caso de proporção mundial?

Eduardo-SC
Eduardo-SC
11 anos atrás

Sinceramente que tirem tudo dele, físico e moral, até a monocueca que ganhou de presente de algum eventual fã mas deixem apenas sua bicicleta. Até mesmo ele que espalhou dor de corno pelo mundo em função de suas revelações , tem direito ao perdão e de recomeçar de forma digna.

Pedro Paes
Pedro Paes
11 anos atrás

Acho que coloca-lo atrás das grades nao será o maior sofrimento que ele poderá ter. Minha pena, se eu tivesse algum poder, seria trancafiá-lo numa casa com o José Serra e uma TV que passasse Big Brother todos os dias.
Isso seria um castigo justo. Quer dizer, talvez fosse pesado demais, afinal, ninguém merece tais penitencias.

Enko
Enko
11 anos atrás

meu tio foi 4 vezes campeão paulista de ciclismo na década de 60, nunca o vi tomar nada ilícito para conseguir tal feito,
acompanhava o seu treinamento até altas horas da madrugada, e há pouco tempo vi uma plataforma de treino feita em alumínio, que o meu tio já usava na época feita em madeira.
tratra-se de uma prancha com 4 rolos onde se coloca a bicicleta, (como um dinamômetro de rolos), e pedala-se o tempo que quiser.

Virso
Virso
11 anos atrás

Só eu que estou achando essa historia estranha e bem mau contada?

Giovanni
Giovanni
Reply to  Virso
11 anos atrás

Provavelmente esse cara deve tá ganhando uma boa grana pra contar. Assim, ele paga o que tão cobrando e o que vai deixar de ganhar, a Oprah fatura o dela e os patrocinadores também. E quem paga a conta? Nós, comprando os produtos dos patrocinadores apresentados no programa dela.

Mário Sérgio
Mário Sérgio
11 anos atrás

Oi flavio, tudo bom?
Eu li a alguns dias um belo texto do Lino Castellani Filho lá no blog do Juca Kfouri. Fala sobre doping e hipocrisias. posso compartilhar?
Boa corrida pra vocês amanhã.

Edson Zubizarreta
11 anos atrás

Olá Flavio,

GIRA MONDO, GIRA, tava com saudades…

Só para parabenizar, opinião forte e com ótimas indicações de colunas e entrevistas.
Hoje o comentário de seu colega na ESPN no BB2 o Fino retrata o outro lado, o do atleta vencido por trapaceiro dissimulado sem nenhum pudor. E ainda vejo gente que diz “tão pegando pesado com o cara, afinal sua fundação levantou zilhões e ampara sei lá quantas pessoas”; como se dois erros valessem por um acerto. Eu jogo tennis, pedalo e adoro ciclismo esportivo, nestes e quaisquer outros meios esportivos é nojento pensar em dopping; e´a antítese do Esporte.

Abraço, Edson Z.

Bruno
Bruno
11 anos atrás

Continuo achando que a trapça é o que causa mais indignação, seja nos Estados Unidos ou Almenha Oriental.

Andre Almeida
Andre Almeida
11 anos atrás

Aparentemente, o Lance anda meio sem saco para essas críticas…

Tátatatatá… Piada sem graça.

Sanzio
Sanzio
11 anos atrás

Galvão Bueno ficou preocupado… Já pensou se um dia ele se vê obrigado a publicar um “I let it get personal”? Tá fudido…

Alexandre Zamariolli
Alexandre Zamariolli
11 anos atrás

Além dos links mencionados pelo Flavio, recomendo mais um: o comentário do Juca Kfouri a respeito do assunto. Simplesmente imperdível.

Sergio
Sergio
11 anos atrás

Alguém se lembra de um caso de doping no ciclismo, em que era tirado cerca de 1 litro de sangue do ciclista, enriquecido de um dia para o outro via resfriamento e no dia da competição era retornado ao corpo do sujeito? Não me lembro quando nem qual país, mas na época deu um bafão danado…. perda de medalhas um monte de coisa. Considero uma das coisa mais nojentas que já vi em qualquer modalidade….

perna quebrada
perna quebrada
11 anos atrás

O que não entendo, é que o cara passou anos vencendo sem ser pego no doping. Depois que se aposentou, aparecem as acusações e a confirmação. O que deu errado?

Luiz Antonio
11 anos atrás

Gomes foi no cerne, a questão central não é o doping em sí, e sim o mau caráter de destruir vidas, carreiras processar gente que estava de fato falando a verdade. Sempre separei muito a pessoa do atleta, seja na F1 seja em qualquer outro esporte, sou entusiasta do ciclismo e continuo admirando o atleta Lance mesmo sabendo do doping (a geração dele tinha 9 entre 10 dopados) pois sempre acreditei que ele, Pantani entre outros dopavam-se, mas a pessoa…não vale uma nota de 3,00.

O doping mudou muito da era Lance para os dias atuais, enquanto naquela época o atleta só era monitorado em competições, depois do código da Wada em 2004 o atleta passou a ter de informar para agência onde estaria em um dia e horário estabelecido semanalmente onde os fiscais poderiam aparecer e colher amostras de sangue e urina. Isso mudou a concepção do doping, hoje o atleta que se dopa o faz nas categorias de base antes de ser profissional e portanto condicionado ao código antidopagem.

Ainda vem mais por ai no caso Lance, todas respostas dele foram meticulosas para tentar evitar processos, o caso do hospital e o da UCI (doação de U$150k) são os mais cabeludos, eu queria mesmo era ver escancarados os detalhes sórdidos envolvendo os dirigentes e chefes de equipe que encobriram não só Lance mas todos os outros dopados.

Eugenio
Eugenio
11 anos atrás

Uma das melhores “colunas” de seu blog está de volta. E com um belo texto sobre um tema importante de ser abordado. Obrigado!

Leandro Azevedo
Leandro Azevedo
11 anos atrás

O Rick Reilly tem se tornado, depois de ir para a ESPN, um cara totalmente focado em si mesmo e a grande maioria que escreve e sobre o impacto de tudo nele. Esse “mea culpa” dele mais parece um “estou chateado que ele escolheu a Oprah” do que qualquer coisa.

Max
Max
Reply to  Leandro Azevedo
11 anos atrás

tive a mesma impressão

MAL-HUMORADO
MAL-HUMORADO
11 anos atrás

Já pensou se um dia o Michael Schumacher for convidado da Oprah Winfrey?
.
O que ele teria a dizer???

Rafael Rodrigues
Rafael Rodrigues
Reply to  MAL-HUMORADO
11 anos atrás

Viúva detected.

Enko
Enko
Reply to  Rafael Rodrigues
11 anos atrás

amante de alemão também detected

Nelson
Nelson
Reply to  MAL-HUMORADO
11 anos atrás

Como tem idiotas no mundo!!!!!!!!!!!!!!!seriam suas primeiras palavras.

thiago
thiago
Reply to  MAL-HUMORADO
11 anos atrás

Provavelmente diria “ri mesmo no pódio no dia que aquele brasileiro morreu. Foda-se quem acha ruim”.

Baratta
Baratta
11 anos atrás

O Lance vai ficar para a história como o estopim desta hipocrisia que assola o esporte…….ALTO RENDIMENTO = DOPPING. Virão próximos, mas do jeito que o Lance é ele vai derrubar todo MUNDO, naõ vai se ferrar sozinho. Olimpiada só existe pois não fazem exame de sangue ficam só no XIXIZINHO…………

Érico - BSB
Érico - BSB
11 anos atrás

Hoje eu acordei muito triste, como Cazuza disse, “meus heróis morreram de overdose” o meu morreu ontem com uma overdose de doping e mentira.
Por ser ciclista acompanhei cada uma de suas vitórias, comprei seus livros, tanto o do treinamento com o que conta a vitória contra o câncer. Só compro roupas da Nike modelos Livestrong e como o jornalista, também acreditava em sua inocência por conta de nunca ter sido pego nos mais de 500 exames antidoping realizados.
Que bosta…

Lui George
Lui George
11 anos atrás

Um dos fatos interessantes por trás da entrevista é perceber que podem existir empresas que lucram nos dois momentos do atleta, tanto na conquista quando na derrocada. O Discovery Network é sócio de Oprah na OWN, o canal de Oprah que transmitiu a entrevista nos EUA, e por isso a entrevista foi transmitida nos vários Discovery Channel ao redor do mundo. Curiosamente, um dos antigos patrocinadores de Lance foi a própria Discovery. Em 2005, ano da última conquista de Lance no Tour de France, a empresa foi a principal patrocinadora da equipe da qual o ex-ciclista fazia parte, como pode-se ver na foto http://www.rollins.edu/news/2012/10/lance-armstrong-net-worth.jpg.

Érico - BSB
Érico - BSB
Reply to  Lui George
11 anos atrás

Podes crer, não tinha pensado nisso…

JOANNIS LYKOUROPOULOS
JOANNIS LYKOUROPOULOS
Reply to  Lui George
11 anos atrás

CARO LUI

VC JÁ IMAGINOU QTO ELE GANHOU PARA FAZER A ENTREVISTA??? MILHÕES DE USD, PODE TER ESTA CERTEZA.
PARA MIM ELE SERÁ SEMPRE UM PULHA E NÃO ADIANTA ELE FICAR APOIANDO-SE COM O LADO FILANTRÓPICO DA FUNDAÇÃO CRIADA.

Carlos Salgado
Carlos Salgado
11 anos atrás

ele realmente não merecia as bolas!!!

Andre Ludes
Andre Ludes
11 anos atrás

Eu acho engraçado algumas pessoas criticando os Estados Unidos pela criação do herói e depois transforma-lo em diabo. Os americanos tem muitos defeitos, mas quem iniciou a investigação e o puniu primeiro foi a USADA, instituição de doping americana, somente depois a UCI e a volta da frança puniram o ciclista. Enquanto na Alemanha Oriental o doping era política de governo, ninguem até hoje foi punido esportivamente, embora vários destes atletas sejam hoje deficientes físicos e com problemas de saúde. Critiquem o homem Lance Armstrong (que merece ser criticado), deixem as paixões ideológicas de lado pelo menos no esporte.

Rodrigo Peixoto
Rodrigo Peixoto
11 anos atrás

Que o cara é um escroto, não há discussão. O que eu acho muito estranho, é que os caras mais prejudicados pelo doping, os atletas que perderam as provas vencidas por Armstrong, até agora não abriram a boca pra reclamar de nada. Não tem ninguém se declarando o campeão legítimo, moral, etc. Seria o famoso “telhado de vidro”? Muito estranho…

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
Reply to  Rodrigo Peixoto
11 anos atrás

Caro Rodrigo… é duro de achar alguem “limpo” no Tour… dos gregarios aos lideres de time não escapa um.

Todo mundo quietinho… se fingindo de morto… ontem o proprio Lance disse que o maior erro dele foi ter voltado a competir com quase 40 anos… foi mexer no que “estava quieto” e acabou “ouvindo esse barulho todo”.

Como já disse… ainda bem que só existe doping no ciclismo… (ironic mode ON).

Imperador

Rafael Travassos
Rafael Travassos
11 anos atrás

O que mais me irritou foi quando Oprah disse que ele havia chamado Betsy de “Louca, vadia e gorda”.
Ele fez uma cara de sapeca e mandou “Eu não chamei ela de gorda”.
A arrogância mostrou-se nesse ponto. E esse é o Lance. Frio e massacrante.
Vai pagar.

Ricardo
Ricardo
11 anos atrás

Para a nossa sorte isso so acontece no ciclismo, ainda bem que na natação, no atletismo, no basquete, no volei, no levantamento de peso, no automobilismo, no UFC, na NFL, na NBA, no futebol, no “Tiro Olimpico”, no Judo e nos demais esportes competitivos isso não acontece.

Imperador
“Ironic mode ON”.

Enko
Enko
Reply to  Ricardo
11 anos atrás

vi no automobilismo alguns caras fumando ou cheirando substâncias ilegais antes das provas.
esses caras na minha opinião são pilotos frustrados e medrosos, além de irresponsáveis pois colocam a vida de outros em risco.

peter von wartburg
11 anos atrás

Calhoda eh vc… vai escrever bem assim la em vilnius.

Mauricio
Mauricio
11 anos atrás

Só um adendo: a meu ver, a equiparação com Schumacher ultrapassa o âmbito dos resultados, e entra no da ética esportiva (ou na falta dela, quando se age “em nome do mantra mais abominável da raça humana, vencer a todo custo”)

Edu
Edu
11 anos atrás

Quem viu o Tour de France 2012, deve ter ficado com uma pulga atrás da orelha novamente. A equipe Sky, inglesa, demoliu os oponentes, no plano, na descida, na subida, no sol , na chuva, Riggins, o camiseta amarela foi rebocado por um gafanhoto magrelo, que , limpo, não estava. Enfim, quem não se dopa no esporte? Em que modalidade? Se fizeram isso com Armstrong, façam com todos os outros atletas, principalmente no ciclismo.

JP
JP
11 anos atrás

Eu acho que o esporte, ao selecionar somente os mais altos, mais fortes, fazer as bikes mais fodas, a piscina com amortecedores de ondas, as roupas tecnológicas e tudo mais que está muito longe da realidade, tudo isso acaba funcionando como um incentivo ao dopping. O esporte perde sua essência já por aí. Não consigo ver nada de nobre no cara que nada com uma roupa de outro mundo, ou no ciclista montando na sua bike feita do mesmo material usado nos vôos espaciais. Pra mim é o mesmo que dopping. Talvez eu não esteja sabendo me expressar, mas acho que vocês entenderam.

perna quebrada
perna quebrada
Reply to  JP
11 anos atrás

Concordo plenamente.

MasterTimAX
MasterTimAX
11 anos atrás

Mais um texto sensacional do Flávio!

EduardoRS
EduardoRS
11 anos atrás

Numa coisa o Lance tem razão nessa entrevista, o ciclismo é puro doping. Obviamente isso não tira nada da canalhice dele, mas é fato. Outro esporte que vive de drogas é o tênis – já ouvi alguns treinadores experientes dizendo que, para um tenista jogar no nível de um Top-10 da ATP, ou ele se arrebenta fisicamente aos 23-24 anos, ou precisa de algum tipo de droga, pois é humanamente impossível manter esse nível, nenhum corpo humano aguenta o tranco. No automobilismo é mais raro haver casos de doping, mas a mentalidade do “vencer a todo custo” está aí. Vale até mandar o companheiro de equipe espatifar o carro no muro pra forçar um safety car. Qualquer atleta que use de meios obscuros para vencer pode até querer passar a impressão de ser um vencedor para as demais pessoas, mas no fundo eles devem sentir um vazio enorme. Se não sentiram, algum dia irão sentir, e isso será mais dolorido do que qualquer derrota.

Rodrigo
Rodrigo
11 anos atrás

A pergunta que fica ainda é: diante da construção do herói, e que a vitória em sua própria vida seria parte de um bom roteiro, será que ele teve mesmo câncer?

Rafael Travassos
Rafael Travassos
Reply to  Rodrigo
11 anos atrás

Sim, ele teve câncer e, como disse na entrevista, nos testículos. O que o “autorizava” a utilizar altas doses de testosterona. Aliás, a origem da doença foi o uso de substâncias químicas.

Enko
Enko
Reply to  Rafael Travassos
11 anos atrás

que ele então declarasse isso antes das provas e concorresse sem disputar o mérito do premio.

Jorge Miguel
Jorge Miguel
11 anos atrás

É de se pensar também quantos outros casos parecidos possam ter ocorrido ou ainda ocorrem em todos os esportes, afinal, percebe-se que é sempre necessário que existam os “mais mais”, aqueles que supostamente são diferenciados, fora de série, que despertem a atenção pela sua genialidade e capacidade acima da média, enfim, aqueles que possam ser considerados “ídolos”, “mitos”, “monstros”, em qualquer modalidade.