NAS ASAS

SÃO PAULO (inaceitável) – Sempre me espanto com esses cemitérios de aviões em aeroportos brasileiros. Aeronaves imensas abandonadas esperando por decisões da Justiça, de uma lerdeza exasperante. Os pássaros ficam por anos apodrecendo ao sol e à chuva. E ninguém pode tirá-los de lá. O Fábio Amparo mandou a notícia do Terra sobre o cemitério de Viracopos. É inacreditável e melancólico. Morro de pena de avião abandonado. Lembro sempre do deserto de Mojave, aonde eles vão para morrer. Como as baleias, os elefantes e os dinossauros.

Inventei essa história dos dinossauros, das baleias e dos elefantes. Não sei se eles vão a algum lugar para morrer.

viracopos001

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walter cardoso assis
9 anos atrás

prezados srs.
sou maquetista e fabrico maquetes de aviões comerciais grandes,novos e antigos.peço entrarem no meu site walter-maquetes.webnode.com e qualquer informação po intermedio do meu email [email protected]
grato
walter cardoso assis

Germano José Lauria
Germano José Lauria
10 anos atrás

Até os aviões morrem…

Paulo Casagrande
Paulo Casagrande
10 anos atrás

Flávio, ontem estive em Viracopos e vi esses aviões destruídos e imediatamente lembrei-me de você. Realmente é um crime deixar estragar tudo, sem dar o devido destino às peças e equipamentos. Será que nada desses aviões é aproveitável? Ou será que há interesses escusos em manter esses ” cemitérios de aviões”?
abs,

Fernando Vieira
Reply to  Paulo Casagrande
10 anos atrás

Na verdade, muita coisa é aproveitada desses aviões. No avião da foto aí por exemplo, o motor de cauda não está mais lá, está só a nacele “oca” arrancaram todo o estabilizador da aeronave, a APU certamente não está mais ali…

Motores são valiosíssimos e já foram retirados. Os instrumentos de voo, computadores, sensores, sondas, rádios, antenas, etc também valem muito e são retirados e vendidos para uso em outros MD-11 (no caso da foto), pois a aeronave já saiu de linha. As superfícies de comando (flaps, ailerons, leme direcional, speed brake…) caem no mesmo caso. No caso de uma aeronave de passageiros, as janelas também tem seu valor.

O que sobra, é justamente o que ocupa mais espaço: A “lata”. Esse alumínio todo pode ser reciclado e virar desde lata de cerveja a novos aviões, basta dar o tratamento certo.

Uma vez o Discovery mostrou o fim de dois F-4 Phantom da Força aérea alemã. Um teve todas as peças retiradas e encaixotadas para uso no resto da frota (o F4 saiu de linha há um tempinho), e outro foi preparado para virar drone para ser abatido em um teste de mísseis.

É triste sim ver o fim de um avião, mas tudo tem que morrer um dia. Felizmente existem os museus para guardar um pouco da história.

Outra coisa triste é o fim dos navios. Procure pela praia de Alang na Índia. Um cemitério de navios. Foi pra lá que foi o Porta-aviões Minas Gerais para morrer: http://www.desenvolvimentistas.com.br/blog/carlosferreira/2011/10/12/fim-nael-minas-gerais-navio-aerodromo-ligeiro/

Rodrigo Deliberali Timbó
Rodrigo Deliberali Timbó
10 anos atrás

Você não está tão errado sobre as baleias, Flávio.
Em Rio Grande-RS, sempre existe ossos de baleias e também de alguns golfinhos, será esse o famigerado lugar que você citou?

RENE FERNANDES
RENE FERNANDES
10 anos atrás

Aqui, no “Aeroporco” de São Luis do Maranhoca, temos uns exemplares da Vasp e se não me engano, da Transbrasil, também…Deu uma ventania, no ano passado, que um Vasp, embicou a frente, como se, em um momento de angustia e esperança, conseguiria voltar ao seu elemento natural e vital, que é o ar…..Dizem que dava para ouvir seu vagir…( Canastrice de novela mexicana, para acompanhar as suas baleias e dinossauros…)

Tom SemFreio
Tom SemFreio
10 anos atrás

O avião da foto, é um McDonnell Douglas MD-11, número de série 48434, adquirido novo juntamente com outro do mesmo modelo, pela VARIG e entregues juntos em 1991. O da foto, recebeu a matrícula PP-VOP e o outro, PP-VOQ. O VOQ foi o que trouxe o corpo de Ayrton Senna para o Brasil. O PP-VOP foi o primeiro MD-11 a pousar em Curitiba e era usado nas linhas partindo de São Paulo (Guarulhos) para Londres e Paris.Convertido para cargueiro em 2000, foi vendido para a Gemini Cargo e depois para a Centurion. Em 2008, ele sofreu um acidente ocasionado por uma falha no trem de pouso direito no Aeroporto de Montevidéu. Recuperado, sofreu uma avaria no trem de pouso esquerdo em outubro/2012 ao pousar em Viracopos. Cogitou-se recuperá-lo novamente, mas os danos foram muito extensos e optou-se por retirar os componentes em bom estado, para usá-los em outros aviões da frota. Aos poucos, ele vai desaparecendo.

Giovani Avila - Blumenau
Giovani Avila - Blumenau
10 anos atrás

“Como as baleias, os elefantes e os dinossauros.”

Experiência própria?

Mauricio Camargo
Mauricio Camargo
10 anos atrás

Viajo toda semana por Viracopos, de um lado a obra do novo terminal e do outro este cemitério. Este paradoxo não combina.

Rafael Ribeiro
Rafael Ribeiro
10 anos atrás

Baleias e elefantes eu não sei, mas dinossauros certamente não vão mais para lugar algum faz um tempinho…

Ton
Ton
10 anos atrás

Este é o MD-11 que teve um problema no trem de pouco em Viracopos no ano passado. Se não me engano Century Cargo.
Todos os meses passo em Viracopos e tenho acompanhado o processo de desmonte (Canibalização a céu aberto) desta aeronave.
É estranho…..

Paulo Koller
Paulo Koller
10 anos atrás

Kkkkkkkkkkk…..sua última frase é a melhor do artigo… Tava lendo todo sério o texto e vem o epílogo.. Muito bom…

Fuel
Fuel
10 anos atrás

Aqui no aeroporto de Brasília tem uns 737 da Vasp e, a maior judiação, dois 767 da transbrasil.

Jairo Birman
Jairo Birman
10 anos atrás

Flavio, esse gigantesco cemitério que você está se referindo não fica no deserto de Mojave e sim nas cercanias da cidade de Tucson, no Arizona. O lado militar faz parte da Base Davis-Monthan da Força Aérea Americana. O lugar é escolhido em função do clima extremamente seco do lugar, que favorece a preservação das aeronaves (algumas ficam lá armazenadas por muito tempo e outras são desmontadas/canibalizadas para aproveitamento das peças).
Abraços

Hugo Borges
Hugo Borges
Reply to  Jairo Birman
10 anos atrás

Este local ao qual você se refere é um cemitério somente de aviões militares. Mojave, Victorville, Pinal Air Park, Goodyear e Kingman Field são os que realmente abrigam os aviões comerciais e civis quando esses vão “morrer”.

Fabio Amparo
Fabio Amparo
10 anos atrás

Flávio

Sem falar na estrutura enorme da VASP que ainda habita o aeroporto de Congonhas…

Rids
Rids
Reply to  Fabio Amparo
10 anos atrás

Essas estruturas não podem ser substituídas pois o solo está todo contaminado pelos reservatórios de combustível de estocagem que se romperam ao longo da “hibernação”. Vão continuar lá simplesmente porque não adianta a Infraero demolir para não usar o espaço.

Fabio Amparo
Fabio Amparo
Reply to  Rids
10 anos atrás

Então que, pelo menos, reutilizem, alocando uma nova companhia aérea, ANAC, etc…

Bem mais útil do que como está.

Rids
Rids
Reply to  Fabio Amparo
10 anos atrás

O problema é que justamente só será possível ocupar os prédios e o respectivo terreno em um par de décadas. Obrigado, Canhedo.

Fabio Amparo
Fabio Amparo
Reply to  Rids
10 anos atrás
Rodrigo Mota
Rodrigo Mota
10 anos atrás

Aviões morrem somente de 2 jeitos…

Destruidos: acidente, guerra ou outro acontecimento que de perda total…

Cemitério: acontece cedo ou tarde, a aeronave se torna anti-economica, o dono tem pendencias na justiça, a empresa fecha ou simplesmente a aeronave se torna ultrapassada demais ou cara demais para ser operada em relação a uma nova…

é triste. mas cedo ou tarde o Avião vai ser destruido em algum acidente ou simplesmente vai pro pátio de algum lugar e vai “apodrecer” até depois de muitos anos alguém ir lá e desmontá-lo e vender as peças…

curiosamente nestes casos as aeronaves menores vivem mais tempo porque costumam ser versateis e ocuparem pouco espaço. você dificilmente vai ver um Seneca apodrecendo porque sempre tem gente que queira ele, já um Boeing é grande e caro de manter e nem sempre tem quem banque…

ha mas tem os museus. sim os museus. mas são pouquissimos Aviões que vão pro museu. são aqueles que serão mantidos até os fins dos tempos e voarão em shows aéreos mas não farão mais suas funções as quais foram projetados…

Paulo Eduardo
Paulo Eduardo
10 anos atrás

“Inventei essa história dos dinossauros, das baleias e dos elefantes. Não sei se eles vão a algum lugar para morrer”.

Ouvi dizer que os elefantes vão. E os aviões também.

Helio
10 anos atrás

Não me recordo se era o de Mojave, mas uma comitiva da FAB já está quase escolhendo F16 encostados em um desses depositos de aviões no deserto pra trazer pra cá, enquanto a novela dos caças não se define… Pois é: jatos meio mortos, meio moribundos, velhos, sem dúvida:

http://www.aereo.jor.br/2013/09/04/saldao-do-deserto-ultima-grande-leva-ocorreu-em-2010-e-eram-cacas-block-3032/

Rids
Rids
Reply to  Helio
10 anos atrás

Os F16 Block 30 são facilmente atualizáveis pela Embraer e, depois disso, serão os vetores mais poderosos da América Latina. Além de serem baratíssimos em comparação aos licitantes do FX2 e poderem ser comprados num pacote interessante que inclui um reabastecedor KC135 compatível.

Maxwell
Maxwell
10 anos atrás

Os Elefantes vão. Tanto é que existem cemitérios de Elefantes, que são muito cobiados por caçadores de marfim.
Assim como os humanos, eles velam seus mortos.

Luiz
Luiz
10 anos atrás

Quanto aos dinossauros não sei, pois não sou desta época. Das baleiras não sei nada, mas quanto aos elefantes, quando sentem que esta chegando o dia derradeiro, se afastam do armento (antes que perguntem, é o coletivo de elefantes), para morrer.
Todo metal oxida, por causa da ação do oxigênio. O ferro também, só que no caso específico do ferro, chama-se enferrujar.

Eric Ohtake
Eric Ohtake
10 anos atrás

Nossa que dó. Pra quem gosta de avião é realmente uma tragédia.
Em tempo, a combinação abaixo faz com que deixe quem é apaixonado por aviação, ser mais apaixonado ainda.

flightradar24.com (para ver os aviões “ao vivo) e esta dica vc já deu.
http://www.liveatc.net/search/?icao=gru (a torre de GRU “ao vivo”)

Dá para acompanhar a comunicação e a movimentação das aeronaves. Muito bacana.

Rafael Klein
Rafael Klein
10 anos atrás

Esse da foto é o MD-11 da Centurion Cargo que travou Viracopos por 2 dias em outubro do ano passado…
Depois de fazer as contas, a empresa decidiu sucatear ele e reaproveitar motores e outras peças principais no resto da frota e vender a carcaça….uma pena, pq ainda tinha salvação.
Detalhe que o mesmo avião já tinha passado pela mesma coisa no Uruguai uns anos atrás e já foi da Varig!!!

RDV
RDV
10 anos atrás

…Dinosauros e baleias, possivelmente, elefantes com certeza…aqui=http://www.fanpop.com/clubs/cemeteries-and-graveyards/images/1184320/title/elephant-graveyard-photo

Luiz
Luiz
10 anos atrás

Interessante ver estas fotos e sabendo que a administradora atual ou anterior do aeroporto nao pode tocar nestas aviões, agora pergunto, como alguns foram depenados e ninguem viu nada? Uma pessoa que nao faça parte do aeroporto ( funcionario direto ou indireto ) consegue entrar no local onde estao estas aeronaves e consegue subtrair partes de peças e sai sem ser notado? Duvido que estas aeronaves foram deixadas la sem estas pecas.Que segurança é este num dos aeroportos que está se mais modernos do País, pelo menos investimento existe. Será mesmo que depende da Justica ou depende algo mais( vontade e argumento ) , como pedido Judicial para liberacao da area, do bem etc…Por outro lado se depender da justiça a cada dia que se passa menor seá o valor a ser arrecadado com a venda dos bens deteriorados para possivel indeniaçao das vitimas( funcionarios , Estado e fornecedores) da massa falida , como no caso da Vasp que nem se já ultrapassa duas decadas, se a decisao fosse tomada a mais tempo aquela aeronave em Congonhas ainda poderia ser re-aprovitado naquela epoca, mas hoje …impossivel, deteriorado e tecnologia ultrapassada..Tudo isto é lamentavel, mas temos que mudar de baixo para cima..e nao esperar que as coisas venham de cima para baixo…

Christian - Do Niva
Christian - Do Niva
10 anos atrás

O irônico é que logo após a falência da VASP a Boeing quis comprar o PP-SMA que está parado em Confins, dado seu valor histórico por ser o primeiro 737-300, e a Justiça não permitiu a venda.

Agora que tem que “limpar” o aeroporto, vão meter o machado para virar panela.

Rids
Rids
Reply to  Christian - Do Niva
10 anos atrás

Christian, o Mike-Alfa não é um série 300 e sim um 200 e não foi o primeiro a ser construído, apesar de ter sido o primeiro 737 a voar pelo Brasil e no momento em que a Vasp parou de voar ser então o 737 mais antigo em operação por apenas uma só empresa. Mas mesmo isso já foi superado, pois enquanto hibernava outros lhe ultrapassaram.
Mais infos:
http://www.avioesemusicas.com/pp-sma-boeing-737-200-pioneiro-na-vasp.html

Fernando Vieira
Reply to  Christian - Do Niva
10 anos atrás

Esse PP-SMA ficaria lindo no museu da TAM ou no MUSAL. Mas aqui no Brasil não se dá muito valor a peças históricas.

Hugo Borges
Hugo Borges
Reply to  Christian - Do Niva
10 anos atrás

Lenda urbana! A Boeing nunca cogitou comprar o SMA pra nada, até porque essa aeronave era o 737 número 109 na linha de produção dos modelos -100 e -200. Foi sim, o primeiro 737-200 a operar no Brasil e só por isso tem um valor histórico pra nos, bazucas. Mas como aqui nesse País varonil o mote é, achar bonito dizer que, “quem gosta de coisa velha é museu”, o destino do SMA deverá ser, infelizmente, o do machado.

Araujo
Araujo
10 anos atrás
Tiago
Tiago
10 anos atrás

HAHAHA essa dos dinos e baleias foi ótima!

Kripuna
Kripuna
10 anos atrás

Essa foto que ilustra o post é daquele MD11 que quebrou o trem de pouso na pista e que fechou o aeroporto por 3 dias (e ferrou a Azul). Que eu saiba ele foi condenado e por isso está sendo desmontado

Daniel Patricio
Daniel Patricio
10 anos atrás

quase mudando de assunto, hoje é aniversário da primeira volta ao mundo em Dirigível (Zepelin)..

Rafael
Rafael
10 anos atrás

Esse nao é aquele MD11 que quebrou o trem de pouso no ano passado? Fizeram uma força tarefa para retira-lo da pista e agora terá este triste fim?

Lineu Carneiro Saraiva
Reply to  Rafael
10 anos atrás

É o avião que quebrou o trem de pouso sim. Está sendo desmontado aos poucos.

O curioso é que este avião foi operado pela Varig no passado e foi ele quem trouxe o corpo do Ayrton Senna da Europa para o Brasil.

Fábio Aguilera
Fábio Aguilera
Reply to  Rafael
10 anos atrás

Ele mesmo. No começo parecia que o estavam consertando, mas pelo visto mudaram de ideia.

Fabio Amparo
Fabio Amparo
Reply to  Rafael
10 anos atrás

Este mesmo.

Mauricio Camargo
Mauricio Camargo
Reply to  Rafael
10 anos atrás

Sim é o mesmo

Valente
Valente
10 anos atrás

Sempre o poder público, no caso a Justiça, a impor morosidade nesses casos. Acredito que com a informatização do Poder Judiciário esses assuntos devem ser resolvidos com mais agilidade.
Um recado para quem redigiu a matéria: aviões não “enferrujam” pois são feitos de alumínio. Na verdade, um metal “oxida” em contato com o ar, e no caso do ferro, enferruja.

Rids
Rids
Reply to  Valente
10 anos atrás

Nesse caso existe uma força-tarefa do Judiciário e do Executivo que está organizando leilões em todo o território nacional. Veja mais em:
http://caixapretadasolange.blogspot.com.br/2013/07/caixa-preta-95.html

Chico Luz
Chico Luz
10 anos atrás

esses aviões desmantelados são tristes mesmo.

Gomes, acho que tu vai gostar disso aqui – não sei se conheces: a Lufthansa voa com um Junkers 52 em algumas cidades da Alemanha

http://www.melhoresdestinos.com.br/avaliacao-junkers-lufthansa.html

Moacyr Lopes
Moacyr Lopes
10 anos atrás

Flávio,

Você que é aficionado pela Alemanha e por aviões, não deixe de ler isto: http://www.melhoresdestinos.com.br/avaliacao-junkers-lufthansa.html#more-31076

É um passeio num Junkers 52 de 1936 da Lufthansa.

Moacyr Lopes
Moacyr Lopes
Reply to  Moacyr Lopes
10 anos atrás

Eu quis dizer aficcionado. Desculpe. Também não sei se escrevi certo.