RUSH

bruhlrushSÃO PAULO (vejam) – Fui ver “Rush” ontem. Num cinema metido a besta, que tem poltronas enormes e dá até para deitar nelas. Contando comigo, havia três pessoas na plateia.

Isso não tem muita importância, era segunda à noite, ninguém vai ao cinema numa segunda à noite. Mas, de qualquer forma, fica o registro. Foi o filme com menor plateia que vi na vida num cinema.

Isso tem a ver com o gosto (ou a falta de) do brasileiro pela F-1? Não sei, pode ser. Vocês aí que devem ter assistido ao filme em dias menos esquisitos que segunda-feira, e em cinemas menos metidos a besta, devem ter uma noção melhor da aceitação do tema pelo público em geral. Se eu fosse julgar pelo que havia naquela sala ontem à noite, é zero.

Pelo tema, duvido que pelo filme.

Porque “Rush” é muito bonito. Encantador, eu diria. Menos pela Fórmula 1, mais pelos personagens escolhidos.

Deixando de lado todos os rigores de quem se acha entendido do assunto e fica procurando errinhos factuais aqui e ali, fui ver “Rush” como espectador de cinema, apenas. Tentei, pelo menos, não ser chato. E acho que é por isso que gostei tanto.

Lauda e Hunt não foram os maiores rivais da história. Mas o campeonato de 1976 talvez tenha sido, sim, o maior de todos pelo drama do austríaco e pela maneira como terminou. É difícil imaginar algo mais cinematográfico. O cara quase morre, recebe a extrema unção, volta a correr todo estropiado depois de 40 dias e abre mão do título por uma convicção rara naquele e em qualquer tempo. Ainda assim, perde por um ponto, arrancado pelo rival nos instantes finais de uma prova inesquecível.

Na verdade, Lauda e Hunt foram personagens muito ricos, e é isso que justifica a escolha dos dois como protagonistas de um filme que tem a F-1 como pano de fundo. Há quem considere que os dois foram estereotipados ao longo das duas hora da fita. É impossível não ser assim. Todos estereotipamos figuras públicas. Prost era o professor frio e calculista. Senna, o herói arrojado e destemido. Piquet era o malandro agulha e genial. Mansell, o bobalhão veloz e irresponsável. Schumacher era o vilão maquiavélico e desonesto. Barrichello, a vítima desamparada e injustiçada. Pode-se fazer uma lista interminável de esportistas, políticos, artistas, cantores, escritores, de gente conhecida, enfim, a quem atribuir duas ou três palavrinhas para defini-los. Vivemos estereotipando todo mundo.

Hunt e Lauda eram, de fato, personalidades opostas. O que não quer dizer que se odiavam, como viria a calhar numa história de opostos. Niki chega a ser caricato e engraçado, em algumas cenas. Bem, quem o conhece sabe que ele é mais ou menos assim, mesmo. E a atuação de Daniel Brühl é extraordinária. O ponto alto do filme, acredito, que tem várias outras qualidades e algumas bobagens irrelevantes, como aquela escola de samba no grid do GP do Brasil de 1976.

(Nem sei se naquela corrida, da qual não me lembro, havia passistas de bunda de fora no grid. Mas me irritam essas representações do Brasil como terra do samba e do carnaval. Nos tratam como uma tribo exótica.)

É a trajetória de Lauda naquele ano que sustenta o roteiro. A história está bem contada, no fim das contas. Difícil não carregar nas tintas quando se faz um relato do acidente e da inacreditável recuperação do austríaco. Se há rivalidades na história da categoria bem mais sangrentas, não há paralelo nos quesitos sofrimento e superação — o que, no final das contas, é o que comove as multidões no esporte.

Não se pode assistir a “Rush” como um documentário. Não é. É a história de duas figuras de personalidades extremas e muito diferentes, mas unidas por algo. Não sei se os diálogos entre os dois, especialmente no início de suas carreiras e no final, depois da conquista de Hunt, existiram de fato ou foram imaginadas pelo diretor. Suponho que possam ter ocorrido. Lauda foi consultado, afinal, para que a história fosse o mais fiel possível. Pode ser que ele mesmo tenha fantasiado um pouco, o tempo faz isso com as pessoas — tendemos a dramatizar nossas próprias histórias pessoais. De qualquer maneira, a essência do que eram esses dois pilotos está ali, na tela. A F-1, assim como a vida, une gente muito diferente em algum momento. Gente muito diferente em busca da mesma coisa.

Como qualquer esporte, a F-1 é um pouco uma metáfora da vida. Bons personagens, tendo tragédia e sexo como eixo narrativo, produzem boas histórias. “Rush” é bom porque Lauda e Hunt eram personagens que na F-1 a gente não vê mais. Quem é o Lauda de 2013? Quem é o Hunt de 2013? Quem é a Martina Navratilova de hoje? Quem é o novo John McEnroe? Quem é o novo Cassius Clay? Onde estão os gênios, os loucos, os que aceleram quando a maioria breca?

A vida, como a F-1, perdeu riqueza e graça nos últimos tempos, com comportamentos tão padronizados e patrulhados. São tempos, os nossos, medíocres e de gente medíocre. Qualquer história dos anos 70 será sempre melhor que qualquer uma de hoje. Hamilton, Vettel e Alonso não serão nunca personagens de um filme de cinema capaz de emocionar alguém.

Por isso “Rush” é legal.

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Camarão
Camarão
10 anos atrás

O cara nem se deu ao trabalho de verificar a audiência do filme do país e sai lançando críticas, dizendo que a vida é chata. Sem contar o saudosismo característico de gente que não faz o que gosta. Sai pra lá.

Rodrigo Pupo
Rodrigo Pupo
10 anos atrás

Assisti ao filme na semana de estréia lá no Marabá, em uma cópia dublada. Havia cinco pessoas, contando comigo e minha esposa. Ela gostou do filme, mas só foi para me acompanhar. Indiquei para um amigo que gosta de F-1, mas como ele mora em outra cidade, duvido que tenha ido.

Vanderlei Silva
Vanderlei Silva
10 anos atrás

Flávio, assisti ontem ao filme, finalmente, já tava até lamentando não tê-lo visto no cinema mas eis q leio o encarte cultural com o que está em cartaz e lá estava, a última sala com o filme em cartaz na cidade (do outro lado da cidade), 25 km. Já é alguma coisa, pois ao todo eram apenas 2 salas de cinema de toda a Grande Belo Horizonte que mostravam o filme em sua estreia nacional. Achei muito legal, mas assim como você, reparei que haviam apenas 7 pessoas além de mim na sala de cinema, nunca tinha assistido a um filme num cinema com um grupo de pessoas que cabiam na minha sala de casa. Gostei da parte do “Fuckpaldi” e “Fucksucar”. A dramatização é necessária pois não é documentário e a interpretação do ator na personagem de Lauda é muito boa. Valeu a pena também pelo retorno com a BR-356 e o Anel Rodoviário completamente vazios e eu poder voltar ouvindo o ronco do motor do meu Gol 98 às 11 e meia da noite.

Mario Gasparotto
Mario Gasparotto
10 anos atrás

Lendo a visão que você teve sobre o filme, me lembrou de outro filme, mais ou menos nesta linha, sobre um possível encontro entre John Lennon e Paul McCartney em meados dos anos 70, em Nova Iorque, no filme “Tudo entre Nós” Two of us em inglês.

Paulo Pinto
Reply to  Mario Gasparotto
10 anos atrás

Título da música que abre o disco “Let it Be”.

Hamiltton Luiz
Hamiltton Luiz
10 anos atrás

“A vida, como a F-1, perdeu riqueza e graça nos últimos tempos”… Pelo menos no que diz respeito à F1, podemos incluir também dentro dessa ideia a pretensa mídia especializada, pelos inúmeros textos produzidos com base no achismo inútil…

André Peragine
10 anos atrás

Caro Flávio, acho que a falta de público foi porque assim como eu vc deixou para ir na última semana… não sei se você foi do lado de cá ou de lá da ponte, mas tb tive que ir num cinema metido a besta. Gostei do filme, embora tenha alguns poréns. Mas em suma, qualquer filme sobre a época teria sido bem vindo, mas a história do Lauda realmente impressiona e torna pequenos os poréns.

Gilberto Cascales
Gilberto Cascales
10 anos atrás

No GP do Brasil em 1.976 eu estava na arquibancada, em frente ao grid e não vi nenhuma escola de samba. O que vi, embora de longe, foi a magnífica ultrapassagem de Niki Lauda sobre Clay Regazzoni, no final do retão, a 320 km/h.

Will
10 anos atrás

Sobre o filme, havia muita gente no dia que assisti e se não me engano era uma 2ª feira. Havia ao menos 60 pessoas. O filme é muito bom, pois retrata bem uma F-1 totalmente diferente do atual. Além disso, é um dos raros filmes sobre o esporte e principalmente sobre 2 campeões mundiais em disputa. Seria legal ver filmes sobre outros duelos, como Fittipaldi e Stewart e Senna e Prost.

Francisco Fallara
Francisco Fallara
10 anos atrás

E então meu caro Flavio democrático, não vai publicar meu comentário anterior não, tem algo de ofensivo nele?

CLAYTON GUIMARÃES
CLAYTON GUIMARÃES
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

Flávio,

Você não só tem o direito como o dever de moderar os comentários, porém seria apropriado você dizer o motivo pelo qual você não publicou o comentário do Francisco ao invés de ficar ofendendo o mesmo. Essa não é uma boa conduta para um jornalista.

Clayton

Cuca Beludo
Cuca Beludo
10 anos atrás

Esse site que é citado no texto por botar defeito até no maquiador dos atores é o Nobres do Grid certo ?

Rodrigo Borin
Rodrigo Borin
10 anos atrás

Segue uma comparaçao do que aconteceu com o filme:
http://www.historyvshollywood.com/reelfaces/rush.php

Bernardo Oliveira
Bernardo Oliveira
10 anos atrás

O filme é legal, sim. Mas é um filme para espectadores “comuns” não para aficionados em F1. É minha opinião.
As cenas de computação gráficas são bens ruins. Na cena do acidente do Lauda, por exemplo, os efeitos chegam a ser toscos. O carro branco que bate na Ferrari é totalmente fora de escala; mais parece um barril de cerveja com rodas. Melhor seria mostrar a cena real.

Alias, as cenas reais do final da película são geniais. Talvez as melhores, junto com as tomadas de pistas reais.

Rômulo Rodriguez Alboreto
10 anos atrás

Entrelinhas F1 – Rush – “Queria que James estivesse aqui, ele teria adorado…” Niki Lauda

http://entrelinhasf1.blogspot.com.br/2013/09/f1-rush-queria-que-james-estivesse-aqui.html

Fábio Burian
Fábio Burian
10 anos atrás

Fui assistir ao filma em um domingo a noite aqui em Bauru. Tinha fácil mais de 50 pessoas.

Aliás, muito bom o filme. Atuação digna de Oscar para Daniel que ao que parece será indicado.

Hurricane
Hurricane
10 anos atrás

Flavio, assisti Rush na quinta feira uma semana depois do lançamento e a sala estava lotada.

Sobre o GP do Brasil ter carnaval, é a imagem que os gringos tem do Brasil, qualquer showzinho la fote sempre aparece um sambinha :(

Algo que me marcou no filme foi ver o EMMO ajudando tirar o Lauda do carro em chamas. Fui assistir o filme com meu pai, diz ele que isso realmente aconteceu.

abs

Marcelo Liberatori
Marcelo Liberatori
10 anos atrás

Concordo, concordo, concordo, não assisti mas o farei!

marcos andre rj
marcos andre rj
10 anos atrás

O filme é muito bom, o melhor que ví até hoje, tendo corridas como pano de fundo. Aquele filme do rambo tendo a indy como tema foi pra lá de ridiculo, a unica parte boa foi quando apareceu os bastidores com os pilotos sendo filamados sem script, apenas acenando e tal…

A caracterização do Rush foi otima, todos os personagens bem parecidos.

Lio campos
Lio campos
10 anos atrás

A explicação d epouca gente seria duas : 1) Vc foi num cinema super caro para os padrões brasileiros atuais o povo esta durissimo.e
2) Os politicos com passar dos anos atraz foram acabando com o entusiasmo do torcedor aumentando os ingresos em Interlagos a preços proibitivos, recebi faz umas 3 semanas atraz um pacote de uma semana com hotel entrada para os tres dias acho que tinha umas refeiçoes translado hotel ate o circuito e um monte de coisas para assistir nos Estados Unidos $1.200 reais UMA SEMANA LA NOS EUA aqui no setor B só entrada da $2.500, sendo que o salrio minimo la é US$ 1.000 dolares e aqui ?

Alan Bandeira Preta!
Alan Bandeira Preta!
10 anos atrás

Fui assistir no fim de semana da estréia num cinemark comum, e estava com no minimo 80% dos lugares ocupados, deu pra reparar pelo burburinho do pessoal que todos gostavam bastante de F1 e alguns tambem comentavam sobre o que lembravam dáquela época…

Paulo Vargas
Paulo Vargas
10 anos atrás

“Hamilton, Vettel e Alonso não serão nunca personagens de um filme de cinema capaz de emocionar alguém.” …..Parabéns Flavio, até que enfim simpatizei com algo escrito por vc. Belo texto!

Daniel Medeiros
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

kkkkkkkkkkkkk, caralho Flávio, é massa quando a idade vai nos deixando mais a vontade para dizer exatamente o que pensamos, kkkkk, estou ficando mais ou menos assim e, as vezes, as pessoas se assustam, devíamos nascer assim, muito massa….. fd-s essa p.. toda…

Paulo Pinto
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

Podia dormir sem essa, Segafredo.

Segafredo
Segafredo
Reply to  Paulo Pinto
10 anos atrás

kkk…..dormi muito bem, hehe!

Segafredo
Segafredo
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

Na minha humilde opinião Flavio faltou acrescentar na listinha acima Schumacher! Esse, tbm ninguém se emocionaria…..

Paulo Pinto
Reply to  Segafredo
10 anos atrás

Estava demorando…

Ron
Ron
10 anos atrás

Ótimo texto.
Vi em um site onde alguém fazia umas constatações sobre diversos pontos do filme (eventos, discussões etc) onde o filme estaria certo ou não.
Quanto a mim: ainda não assisti e vai ficar para depois (TV, DVD, Internet) porque tenho a impressão de que já saiu de cartaz aqui em Fortaleza (aliás, não deve ter durado muito tempo). :(

Chinaski
Chinaski
10 anos atrás

Achei o filme bem fiel a história até, esperava mais fantasia.
Vejam que trata-se de um filme comercial. Se fosse usado um tom muito documental, atrairia apenas os aficcionados.
Todas os filmes “baseados” em histórias reais, usam os fatos principais como mote, mas lançam mão de muitas licenças poéticas como apelo para seduzir o público, que na maioria das vezes está interessado somente em entretenimento. O mais comum é uma dose de romance, sexo… que foi bem explorado em Rush, graças a personalidade de James Hunt. Se bem que até o Lauda pegou mulher.

Otavio Silva. Guisard Faria
Otavio Silva. Guisard Faria
10 anos atrás

Flavio

ainda não vi o filme, mas seu comentário do atual Festival da Medilcridade que Assola o País (FEMEAPA)* é uma verdade absoluta. Não existem mais loucos, genios, burros, estupidos ou imbecis e quase todas áreas. Piloto erra e não fica na brita, não estoura o motor porque errou a marcha, os motores não quebram e os Mecanicos quase nunca erram pit-stop. Está tudo tão perfeito que não para criar nada novo.
O complicado é uma pessoa que pensa no mundo a moda antiga ver uma corrida e se apaixonar por F-1.Se tem uma coisa não combina com vida e perfeição. Perseguir a perfeição é um dever, mas viver nela é acreditar nada é mutável, ou seja, é medilcre
Precisamos de mais gente louca, abaixo o lugar que comum que é esquina onde todos os idiotas se encontram

abraços
Otavio

*Analogia feita com nome do livros FEBEAPÁ I e II de Sergio Porto

Paulo Pinto
Reply to  Otavio Silva. Guisard Faria
10 anos atrás

Concordo. Abaixo os medilcres!

Giovanni
Giovanni
Reply to  Otavio Silva. Guisard Faria
10 anos atrás

Tuas idéias são até que boas, mas teu português é horrível.

Toninho F1
Toninho F1
10 anos atrás

Fui assistir num domingo deia 22 de setembro e talvez pelo horário, sessão das 13 horas, alem da minha esposa e eu havia mais 28 pessoas na sala! Este é o país do futebol mesmo, porque se fosse sobre a disputa do Romário e o Maradona eu teria que pegar senha!!! Lamentável

Ubaldir Jr.
Ubaldir Jr.
10 anos atrás

Bem, eu fui assistir numa quarta a noite, mais nos dias do lançamento. O cinema não estava cheio, mas também não se pode dizer que estava vazio. Público mediano, diria eu.
Quanto ao filme, minha opinião foi a mesma do Gomes. Muito bom, mas muito bom mesmo. Mas acredito que assisti-lo sem saber nadica de nada da história pode ser um fator que atrapalhe um pouco o entendimento das coisas ali. Digo isso porque um amigo meu foi comigo. Ele até sabe alguma coisinha de F1, mas nada da história da categoria. Volta e meia me pedia explicações sobre determinada situação.
Mas como filme e diversão, Rush superou a minhas expectativas, que eram elevadas diga-se de passagem. Meu amigo sequer sabia desse filme quando o chamei, e ele saiu dizendo que foi “surpreendente”, que achava que seria um “pé no saco”, mas acabou sendo supimpa.
Quanto aos personagens do mundo de hoje, o tal do “politicamente correto” acabou com tudo. Tudo pasteurizado, enlatado e empacotado para viagem. Um ou outro arroubo de algum “Raikkonen” da vida, mas nada que se compare com a liberdade que os protagonistas do planeta tinham em expressar suas ideias sem que na mesma hora milhões de pessoas estejam a observar com lupa qualquer mínimo desvio de conduta segundo padrões pré-constituídos sobre os quais tenho lá minhas dúvidas. Dizem que vivemos na era da liberdade de expressão… vá ter opinião distinta da maioria pra você ver no que dá. Mundo chato esse… precisamos viver de assistir declarações escrachadas de “Piquets” da vida no vocêtubo. Muito chato mesmo.

Tiago S.
Tiago S.
10 anos atrás

Acho que é o dia e horário mesmo, esses dias assisti o filme do Steve Jobs no cinema, tinha eu e mais 5 pessoas.

Vou assistir Rush ainda no fim de semana, não acompanho o cinema pra saber quanto tempo essas coisas ficam no cartaz, mas se aguentar até lá assisto.

Abs

Eric Musashi
10 anos atrás

Lauda de 2013 = Vettel
Hunt de 2013 = Raikkonen

Alonso já faz parte de uma escola de caras constantes e cerebrais, como Prost e Piquet, e Hamilton é o Mansell, rs.

Rael
Rael
10 anos atrás

Ótima opinião sobre o filme, me motivou a querer assitir. Só poderia ter evitado no final do texto cair no clichê de que “tudo que é antigo é melhor”.

Eduardo Britto
Eduardo Britto
Reply to  Rael
10 anos atrás

Mas é, sinto muito.

Giovanni
Giovanni
Reply to  Eduardo Britto
10 anos atrás

É, mesmo.
Por exemplo, minha vida melhorou depois que fechei o facebook, parando de ler e perder tempo com tantas asneiras.

Falo do facebook pra citar um caso que ocorrido comigo mas que deve ter ocorrido com tantas outras pessoas… Esses dias uma garota me perguntou meu sobrenome e eu respondi que não tinha facebook. Isso mesmo. Hoje as pessoas perguntam o nome completo pra te édi no face.

Conheço pessoas que entram mais de 10 vezes por dia nessa merda. Conheço pessoas que deixaram de assistir novelas por isso. No caso, trocaram merda por bosta. A sociedade (ao menos, a brasileira) tá perdida.

Antonio
Antonio
10 anos atrás

Espero que o Ron Howard se anime e faça um filme sobre Senna. Tem muita história boa para contar. Pena que o final será triste.

Carlos
Carlos
Reply to  Antonio
10 anos atrás

ESPERO QUE ELE NAO FACA UM FILME DE SENNA! Eu explico porque: Senna nao eh um super-heroi ele foi de carne e osso com eu e qualquer outro mortal! tinha seu lado bom que era um profissional impecavel na arte de dirigir e soh! Nao era um Lauda, Piquet, Stewart ou Fittipaldi que eram completos e sabiam tudo em termos de desenvolver um carro! Alias Senna nao soube desenvolver carro algum! Esse era um defeito que ele tinha assim como saber manipular a midia! Acho que existem muitos outros pilotos dos anos 70 e 80 que dariam excelentes filmes e mais interessantes que se fazer um filme sobre Senna! Nao sou ufanista ultra-nacionalista e com isencao de torcida posso falar que acompanhei a F-1 desde 1972 e segui a carreira de grandes pilotos da chamada era romantica da F-1 que dariam roteiros muito mais interessantes! Por que nao pensar em se fazer um filme sobre Francois Cevert ou Ronnie Peterson por exemplo? fica a dica para algum roteirista…

Segafredo
Segafredo
Reply to  Carlos
10 anos atrás

Só vc quer ver filme destes caras, kkk!

Ulisses
Ulisses
10 anos atrás

Belo texto Flavio!
É isso aí.
Atualmente o piloto que mais se aproxima de algo que possa ser caracterizado como um “personagem”, é o Raikkonen, mas ainda está a alguma distância “daqueles”.
O curioso nessa história da pasteurização de comportamento dos pilotos atualmente, é que, perdem a força quando tentam formar opinião em anúncios publicitários, a grande alavanca financeira da categoria.
Quando Vettel, Alonso, Massa, anunciam algo, não perco o meu tempo em parar para escutar, também não conheço ninguém que preste a atenção
Talvez isso seja um dos pilares da Nascar (que infelizmente acompanho pouco), naquele vale tudo, quando alguém fala e/ou anuncia algo, a tendência é de se prestar um pouco mais a atenção no que aquele “louco”, ou canalha, ou beberrão, playboy, mulherengo, pilota que deixa marmanjos para trás, moleque, velho maluco …. tem a nos dizer.
Talvez a F1 contemporânea esteja sofrendo de uma espécie de excesso de assessorias!

Jose Brabham
Jose Brabham
10 anos atrás

Linda essa Ferrari da foto… como alguém já disse aqui – um mundo que não existe mais…

Paulo Pinto
Reply to  Jose Brabham
10 anos atrás

Era conhecida pelo apelido de “Terrível T”.

Raymundo
Raymundo
10 anos atrás

Excelente comentário sobre o filme. Assisti também em uma segunda-feira a noite em um cinema metido a besta, logo após o final de semana de estréia e a publico foi bom, umas 30 ou 40 pessoas.

Paulo Pinto
10 anos atrás

Era assim mesmo, que o Mito ficava dentro do carro.

Rodrigo
Rodrigo
10 anos atrás

Vi no fim de semana de estreia e a sala estava quase lotada aqui no RJ, em cinema de Rua.

O filme é bem caricato, não precisava carregar tanto nos estereótipos. Mas é bem legal sim, como filme, o que não é difícil com uma baita história dessas. Filme correto, mas não fenomenal.

Marcelo
Marcelo
10 anos atrás

Flávio, faz quase um mês que o filme foi lançado, nos primeiros dias estava cheio e até muita gente que não gosta de automobilismo foi ver.

fe
fe
10 anos atrás

Assisti o filme com meu marido, que não gosta de F1 – eu gosto. Achamos o filme espetacular, e tentamos ver de novo, mas a sala estava lotada. Antes, talvez se conhecesse um pouco mais da personalidade, dos fatos e dos dramas ocorridos, agora tudo é pasteurizado pela assessores de imprensa. O Lauda deu uma declaração dizendo que ele é exatamente como foi retratado. Exageros existem, mas… Foi tão legal!!!!

Lucas Martin
Lucas Martin
10 anos atrás

Aqui nem sei se passou, semana passada tive tempo de ir ao cinema mas não estava em cartaz em nenhum cinema da cidade. Consultei novamente agora e continua fora de cartaz. Alguém de Curitiba e região assistiu?

Chinaski
Chinaski
Reply to  Lucas Martin
10 anos atrás

Assisti no Shoping Curitiba, mas tava passando em mais lugares.
No dia que eu fui (dia de semana) até tinha bastante gente, na média… considerando que o normal hoje em dia é sessões mais para vazias. Excessão talvez para filmes com muito apelo comercial, e ainda se for final de semana.
Tinha mulheres tmb, e minha impressão é de que o pessoal gostou, pelo menos ninguém saiu antes de terminar.
Minha namorada, que é mais isenta pq não é muito chegada, gostou bastante.
Eu achei muito bom também.

Fabio de Deus
Fabio de Deus
10 anos atrás

Acho que estou contigo quando diz que a repercussão do filme foi próxima de zero. Aqui em Uberlândia-MG, onde moro, foi exatamente assim. O filme ficou uma semana em cartaz, somente em 2 cinemas, e na semana seguinte, somente em um deles, em um único horário quase as 23 hras. Nem consegui assistir por conta disso… Realmente, aqui no Brasil, aparentemente, o filme foi um fracasso… Triste!

Clayton Araujo
Clayton Araujo
10 anos atrás

Concordo também, não há mais ninguém mais que se destaque no grid, são todos bonecos de cera que cumprem ordens e mais ordens, qualquer coisinha diferente que se faça são multados em milhares de dinheiros americanos. Por isso que no futuro não haverá relato das últimas temporadas da F1, tá tudo muito mecanizado, muito sem graça. Mesmo Vettel sendo tetracampeão não sentimos tanta emoção como um único campeonato de décadas anteriores. Acho que o último que se destacou no meio, como figura de que merece destaque não só por ser bom piloto foi o Montoya.

Valmir Passos
Valmir Passos
10 anos atrás

Fui ver o filme há umas 3 semanas, num sábado à tarde, numa sala Cinemark. Estava lotado, pra minha surpresa. O filme é legal de fato, mas confesso que fiquei decepcionado. Esperava mais, principalmente de imagens das corridas, que na minha opinião foram pouco exploradas. Também acho que Grand Prix continua imbatível.

Algumas coisas “inventadas” por assim dizer também ficaram estranhas, como a disputa entre os 2 na F3, que nunca ocorreu, ou a cena em que Hunt “soca” um reporter depois da coletiva com Lauda. E a corrida na pista de Fuji, pelo que me lembro, não terminou debaixo de chuva. A pista secou. Tudo bem que nada disso compromete o filme, mas ficou estranho.

Agora de fato, a interpretação do ator que faz Lauda é muito boa, de fato o cara rouba a cena. Não fosse por ele, o filme seria ruim. Mas ainda assim vale a pena ver.

Ronaldo
Ronaldo
10 anos atrás

Tinha que terminar com um comentário de gente velha e recalcada. Os tempos que você viveu não existem mais e, se deixam saudades, é porque foram bons e ponto final. Viver deste passado, que você mesmo diz, tendemos a dramatizar, nos mata aos poucos.

Os Beatles, por exemplo, são a lenda que são principalmente por terem tido um fim inesperado e para muitos precipitado. Assim como Senna que, me lembro muito bem, era acossado pela imprensa desde 1992, por não disputar o título depois do tri.

Você e outros filósofos do antigamente não vão entrar para a história, mas temo que daqui trinta anos também eu possa estar dizendo que “não tem mais graça assistir F1, depois de ter visto Schumacher, Raikkonen e Alonso. Quem é a nova Sharapova? Qual rivalidade foi maior que DiocovicXNadalXFederer? Quem é o novo Anderson Silva?”

Mas não. Eu vou poder contar aos netos que vi os gênios que falei acima, e ainda Kristensen, Loeb, Rossi, Marc Marquez (esse vai ser grande), Schumacher, Senna, Piquet, Guga, Agassi, Sampras, Ronaldo, Romário; votei e vi ser eleitos Lula e a primeira mulher presidenta do país; Assisti os EUA declarar moratória e a Europa pedir esmola; vou ver ainda muita coisa, enfim, e as decepções virão, certamente. Mas se Lauda X Hunt deixou suas marcas na história, é preciso lembrar que outras dezenas de pilotos andaram naquelas provas sem que se lembre o nome de metade.

Foi sem dúvida uma geração privilegiada, mas pessoalmente prefiro a dos oitenta, até pela beleza dos carros, que não era pré requisito nos 70. Arrisco dizer, Flavio, que o problema de “hoje em dia”, são as pessoas como você, que esperam que em cada corrida aconteça dez ultrapassagens como a de Hungira-86, que cada partida de futebol termine em 5X4, que a cada esquina se encontre um herói. Vivemos tempos extraordinários, mas como penso, só o tempo é capaz de glorificar, perdoar. Fittipaldi que o diga…

Dyego
Dyego
10 anos atrás

É verdade.. Estão conseguindo destruir a paixão do brasileiro pelo automobilismo.
Destruir no sentido de que as gerações vem e vão… Os jovens de hoje nunca viram nada demais no automobilismo brasileiro, e é obvio que isso só alimenta o desinteresse pelo esporte..
Categorias nacionais de base extremamente fracas e com pouca visibilidade, assim como as “profissionais”. Na F1, em que vivemos momentos gloriosos no passado, o que se tem hoje é o nosso “melhor piloto” brigando a tapas (dinheiro x talento) com um jovem alemão para que possamos ter ao menos 1 piloto lá. Será que ninguém percebe que “coisas” precisam ser feitas o quanto antes? Será que ninguém percebe que essa má gestão do automobilismo nacional já ultrapassou todos os limites? Quem tem o poder de mudar isso ou pelo menos fazer minimo, que faça logo! Antes que seja tarde demais (ou já será tarde demais?)..

Eduardo
Eduardo
10 anos atrás

Flavio, assisti na domingo passado, um dia antes de você e diria que no mesmo cinema. Acho que o vazio da sala se deve mais ao dia e horário, pois a sala que fui tinha uns 75 a 80% da lotação. Para um filme que está em cartaz a 1 mês, num lugar que o acesso é sofrível e o estacionamento caríssimo, achei até que bem cheio.

Só um comentário sobre as suas impressões, o brasileiro é retratado como uma tribo exótica do futebol e do samba muito porque quer. Vide as notícias que saem nos portais internéticos brasileiros, sem contar a divulgação do turismo brasileiro feita pela Embratur nos aeroportos do exterior.

Giuliano
Giuliano
10 anos atrás

Moro em Londres. Fui ao cinema em uma terça-feira as 6 da tarde, duas semanas depois do lançamento. A sala estava 90% cheia.

Rodrigo Mattar
10 anos atrás

Personagens para um filme? Talvez o quarteto de 1986. Aquela temporada merecia algo semelhante a “Rush”.

Ulisses
Ulisses
Reply to  Rodrigo Mattar
10 anos atrás

Sem dúvida!

Paulo Pinto
Reply to  Ulisses
10 anos atrás

Já tenho o título e o subtítulo:

CURVA A CURVA, RODA A RODA!
O ídolo, o cerebral, o tagarela e o louco.

Eduardo Miranda
Eduardo Miranda
10 anos atrás

Prezado Flavio, Embora não leia todos seus escritos, os seus que li gostei e esse não foi diferente. \Diz tudo que eu gostaria de dizer de uma maneira objetiva e simples.
Nada a acrescentar a suas observações quanto ao filme, audiência, possiveis futuros personagens, etc… Minha unica colocação é sobre a maneira como o Piquet reagirá ao saber ser chamado de “malandro agulha”, rsrs.
Forte abraço.

Eduardo Miranda
Eduardo Miranda
Reply to  Eduardo Miranda
10 anos atrás

Desculpe-me mas onde se lê “os seus que li gostei”, leia-se apenas “os que li gostei”.
Obrigado.
Eduardo

Paolo Barilla
Paolo Barilla
10 anos atrás

Ah, e quando vi o filme (em Campinas), tinha só umas 20 ou 30 pessoas na sala, no sábado à noite no fim de semana da estreia. Acho que não passou em nenhuma outra cidade da região (só se chegou nas semanas seguintes, mas duvido).

Filmaço, que me pareceu mais como homenagem ao Hunt do que outra coisa. Pena que a F-1 anda “em viés de baixa” por estas bandas, como diria o COPOM.

Luciano
Luciano
10 anos atrás

Tentei ver o filme sábado dia 12. A sala estava lotada. Nao entrei, economizei $82,50 e amanha esposa paga meia por seR professora do estado. Ainda tem que pagar o estacionamento do shopping. Vou esperar e assistir em casa.

Paolo Barilla
Paolo Barilla
10 anos atrás

Flavio, perfeita sua crítica, sem tirar uma vírgula.

O filme é sensacional, tudo muito bem feito para o lado do entretenimento, da dinâmica, da ação, os atores, principalmente o casal Lauda, tudo muito bom, que agrada a quem gosta de F-1 e a quem não gosta ou não acompanha corridas também. A história dos 2 pilotos é excelente, passagens emocionantes, engraçadas, o filme acaba muito rápido.

Mas confesso que fiquei um pouco decepcionado quando li depois que eles JAMAIS correram juntos na F-3. Pois o filme dá a entender que a rivalidade surge ali, antes de eles chegarem à F-1. “Fato” que determina a sequência do filme. Essa amarração é falsa.
(A batida na corrida de Crystal Palace de F-3 parece que realmente ocorreu, entre Hunt e um outro piloto, não Lauda).

Há também omissões ou pequenos erros, mas que não afetam em nada o filme: Lauda não chegou à F-1 e foi direto pra BRM, ele passou pela March antes. A equipe Hesketh não se extinguiu deixando Hunt a pé (pelo menos não literalmente, pois ela continuou se arrastando por mais uns 2 anos). Como não é um documentário, são coisinhas irrelevantes.

Achei estranho também que, no filme, o chefe da McLaren (suponho Teddy Mayer), ao entrevistar Hunt para contratá-lo, estivesse puto da vida porque Emerson Fittipaldi teria deixado a equipe na mão em cima da hora. Como assim? Era óbvio que ia guiar o próprio Copersucar, isso era segredo?

Achei também que Emerson ficou escanteado no filme. Ok, é óbvio que o filme não era sobre ele, e tal, mas era ele o rival de Lauda na época. Eram os 2 tops, únicos campeões presentes no grid em 76, Hunt estava em ascensão.

Só me incomodou um pouco esse lance da F-3 e essa coisa de ficarem de marcação um com o outro desde o início. Em 76, com certeza. Antes disso, duvido que Lauda se preocupasse tanto com o que Hunt fazia ou deixava de fazer, dentro da pista. Fora dela, talvez rolasse uma inveja da popularidade de Hunt. E, no fim das contas, depois das tretas de 76, eles acabaram se entendendo, que foi bastante legal.

O fechamento do campeonato por 1 ponto é, de certa forma, similar ao ocorrido em 2008. Pena que Massa e Hamilton não são personagens tão bons para sustentar um filme. E o “Hunt atual”, Raikkonen, nos faria voltar ao tempo do cinema mudo.

Rodrigo
Rodrigo
Reply to  Paolo Barilla
10 anos atrás

Ótimos comentários!

Smirkoff
Smirkoff
Reply to  Paolo Barilla
10 anos atrás

Sim, o Emerson saiu abruptamente da McLaren. Chegou a participar de uma sessão de testes para 76 com a equipe, que estava certa de continuar com ele, e uns quinze dias depois ligou pro Teddy Mayer dizendo que já tinha assinado com a Copersucar. O Alastair Caldwell, que até hoje é conhecido por falar o que vem à cabeça, deve ter falado mesmo cobras e lagartos do Emerson, muito mais do que aparece no filme.

Ed
Ed
10 anos atrás

Vamos dizer um filme legal, mas não vai fazer parte da minha videoteca. Apesar de a historia se espelhar numa situação verídica na F1, pensei que pelo menos, com a tecnologia atual, teríamos melhores imagens dos carros em plena competição nas pistas. Mais um filme com a F1 como pano de fundo sem muita emoção e na minha opinião, o filme Grand Prix ainda continua imbatível! As filmagens onboard nos carros são simplesmente de tirar o folego de tão real e sem efeitos especiais. Já perdi a conta de quantas vezes assisti Grad Prix e é lógico que esse filme faz parte do meu acervo de dvd’s. Fui numa 4ª feira (pago meia) e o cinema estava com 50% de lotação.