REGI
SÃO PAULO (bons tempos mesmo) – O vídeo do pré-corrida de 1991 que coloquei em post aí embaixo foi o estalo para, na coluna Warm Up de hoje, escrever ao meu grande amigo e irmão camarada Reginaldo Leme. Um trechinho:
Pois lá vai você entrevistar o Piquet, o assunto é sério e importante, trata-se de um tricampeão às portas da aposentadoria, temas como esse, hoje, são cercados de solenidade e dramaticidade. Fecha a câmera nos olhos marejados do piloto, volta para o apresentador com ar contrito e consternado. Puta babaquice. Pilotos escondem os fatos, repórteres muitas vezes omitem o que sabem para não ficarem mal com os pilotos, o jornalismo, hoje, é uma babaquice sem tamanho. Como se essas coisas, um piloto mudar de equipe, mudassem o rumo do mundo.
Voltemos a 1991, aí você fala abertamente das opções e tal, e o Piquet diz que não pode falar nada, “porque pode dar pra trás”. E aí você o interrompe e fala: “Quando a gente tem um receio assim de dar pra trás, é porque a coisa é grande…”.
Para ler toda a carta ao Regi, é só clicar aqui. Rimou.
Flávio você falou tudo, a sensação que tenho é exatamente essa, naquele tempo as coisas eram de verdade, era tudo mais autêntico, hoje, sem dúvida, ficou chato, culpa do mundo pseudopoliticamente correto, obs.: também detesto quando falam “dispositivo de recuperação de energia ou o carrinho vermelho ou o carrinho cinza” um abraço.
Bom, Flávio. Eu não sei o que você chama de “desde sempre”, mas eu gravei todos os treinos e corridas de F1 desde o GP da Hungria de 88. Faltam só dois, acho. Ontem mesmo passei pra DVD o GP da Inglaterra de 1997. De 2006 pra cá já tá tudo em DVD. Mais um pouco e acabo tudo.
Tomara que o Reginaldo Leme tenha lido.
Não é artificialismo, é evolução.
Imaginem hoje se alguém seria louco de pilotar um F1, sem a segurança dos carros atuais.
Parece que atualmente estamos vivendo um momento de saudosismo mundial.
Vocês eram jornalistas roqueiros. Exerciam a profissão com alma. Isso é foda demais, muito respeito a todos vocês.
Abs.
@arnilha
“Quando será que ficou tudo chato?”
Talvez quando os direitos passaram a ser mais importantes que os deveres
A partir de 2001, culminando em 2003, acho.
muito legal, ótimo texto!
Parabéns!
É, Flavio. Infelizmente, o mundo (não apenas a F1) está cada vez mais chato e politicamente (argh) correto. Você deve saber disso muito melhor do que eu.
Muito bom o texto! Deveria ser boa aquela época mesmo, mas eu ainda era criança, não aproveitei como deveria…
Só pra lembrar de uma tradução do Burti, em que uma faixa na torcida dizia: “The Incredible Hulk” e virou “O Inacreditável Hulk”… afs, até nisso…
Boas lembranças FG. Tenho uma sugestão: uma cartinha pro Hulk, pobre rapaz…
Muito bom o texto, vc é um louco do caralho….
Tem aquele ditado de Igor Minor, ” Uma lição muito importante para a vida, é se dar conta que as pessoas não são mágicas, e que elas não podem adivinhar o que você está sentindo, então, pare de sofrer calado e diga o que realmente você sente em seu coração.”
Elogia-lo poderia facilmente se tornar num mero exercício de dia a dia ilustre Flavio, se o Vettel é tetra, parabéns a ele, mas não é dele que vou falar, quem merece todos os aplausos e reverência é você meu caro, é um privilegio deliciosamente viciante ler suas crônicas, mas o melhor de tudo é a diferenças que o Flavio permite a nós os amantes do seu blog possamos ter, aqui se respira um ar limpo e puro, sem a M**** que se tornou a F1 que todos nós amamos no passado, ter jornalistas como o Flavio e o Regi faz acalentar um pouco os nossos corações já de si massacrados por Globais e uns projetos de aprendizes, com este post você uniu fãs de F1, sejam de Senna ou de Piquet, hoje o melhor do mundo é você, tão simples quanto isso!
isso tudo acabou…infelizmente…inclusive a F1…acabou…
Apaixonado por fórmula um desde sempre vi um texto sensacional, parabéns.
Tenho saudades sómente daquilo que não vivi, do vivido, lembranças.
Sensacional. Me emocionei de verdade, como no trecho que destaco: “Fazia o “Sinal Verde”, que a gente, do outro lado da tela, ficava esperando ansiosamente nas noites de sábado para sonhar com aquele mundo de glamour, velocidade, riqueza e heroísmo. Viajei para todos os países da F1 com você pelo “Sinal Verde” antes de fazer isso de verdade, algum tempo depois.” Me transportei no tempo lendo isso. Obrigado por fazer parte de nossa memória.
Exatamente FG lembrou muito bem, esse trecho também me emocionou.
O que mais me impressiona é que, mesmo depois de tantos anos cobrindo a F1, e mesmo sendo dono do maior site de automobilismo do país, você não é deslumbrado. Keep going, Gomov.
Excelente !
Digna do Piquet e do Regi.
E tipica do Flavio inspirado.
Antonio
Tenho 28 anos e eu gostaria muito de ter vivenciado esse tempo, de quando a F1 era de verdade.
Belíssimo texto Flavio!
Abraço!
Mauro Santana
Curitiba-PR
Só queria comentar uma coisa:esse negócio de que hoje em dia é tudo muito artificial não existe. Suzuka quando foi incluída no calendário era considerada isso também, além de Adelaide e a infame pista de Las Vegas, no estacionamento do Caesar’s Palace.
E digo mais: não apenas existia esse papo sobre as pistas, como também havia sobre os carros, aquela eterna discussão de que a tecnologia está acabando com as corridas de verdade. Coloco aqui o link de um video que muitos daqui já devem ter visto, do James Hunt criticando os carros da Brabham pela enorme superioridade, que permitiam que um piloto como Hector Rebaque tivesse um desempenho fenomenal nessa corrida, provavelmente em Zandvoort em 1981: http://www.youtube.com/watch?v=DyPRnpqRRA4
Vídeo muito bom!
Alguém saberia informar o nome do narrador da corrida?
Abraços
O narrador é o Murray Walker, que hoje em dia está aposentado e vez ou outra aparece dando depoimentos em video no canal da McLaren do YouTube. Corrigindo o que eu havia escrito antes, essa corrida do video foi o GP da Argentina. O Hector Rebaque, depois dessas ultrapassagens, acabou abandonando a corrida por problema elétrico.
Texto bonito escrito por um grande talento sobre outro grande talento. Duas referências, o escrevinhador e o escrevinhado.
Quando vamos ter numa tela de Tv Flavio, Americo e Regi, falando da verdadeira essência da F1? Um homem pode acalentar sonhos…
Só se for na TV Cultura
Lembro dessa transmissão. Eu com 13 anos, numa angústia braba pela iminente aposentadoria do Piquet.
Não é nem saudades. Acho que é decepção com esse futuro que estamos vivendo.
A verdade é que a competição sumiu da formula 1. Aliás, sumiu do automobilismo como um todo. Esta época era muito bacana, e é possível perceber o tamanho da audiencia da Globo quando tinha decisão de campeonato, ainda mais envolvendo brasileiros. As vezes me pergunto se o banimento do tabaco não tornou a formula 1 mais chata, devido à redução dos patrocínios (aliás, os carros mais bonitos da história, levam patrocínio de cigarros). Ao menos, Camel, Marlboro, Jhon Player, West, Rothmans, ajudavam a sustentar as empresas. Hoje, competição na pista, sem frescura mesmo, é apenas na Nascar (sei que muitos nao gostam, mas, é totalmente imprevisível, com competição, disputas, batidas e sem frescura de punição na pista).
Dia desses, via Facebook, relembrei a situação muito bem frisada pelo Eder (in verbis, “os carros mais bonitos da história, levam patrocínio de cigarros). Ao menos, Camel, Marlboro, John Player, West, Rothmans). Uma hoje aposentada jornalista gaucha — nos dias de hoje, atuando com o esposo em escritorio de advogacia –, escreveu que era ‘um absurdo’ propaganda de cigarros no esporte. Detalhe: ela ‘vivia’ viajando pelo mundo para escrever em jornal da cidade dela, cujo patrocinador era a Philip Morris! Ou seja: quem pagava a conta? Mas o melhor vem agora: quando ela disse que o Senna, ‘provavelmente não se sentia bem ao divulgar propaganda de cigarro’, ressaltei que ele, em 1990, por ocasiao de entrevista à Playboy, falou ‘a marca Marlboro está na lateral do carro. Mas não obrigo ninguém a fumar. Por outro lado e, por questão obvias, jamais faria propaganda anti-cigarro’. Depois, quando a ela indaguei como ela se sentia quando era ‘obrigada’ (!) a publicar fotos do Senna vencendo corridas com carro Marlboro… guess what? A ‘defensora’ do nao tabagismo encerrou perfil. Será que falei algo errado? Ou a verdade dói?
Abraço,
Paulo Lava
(Jornalista e ativista PRO-CIGARRO NO AUTOMOBILISMO!)
Tem toda razão. Nunca tinha pensado nisso.
E essas empresas ainda estão nadando no dinheiro, apesar da redução do consumo na Europa, existem mercados emergentes asiáticos ainda virgens em matéria de tabaco, que passarão por todo o ciclo até chegar ao declínio e censuras. Até lá ganharão muito.
Como sou inocente, demorei pra entender a piada do “medo de dar pra trás”, hahahahahaha
Nem é questão de babação de ovo.. apenas questão de valorizar mesmo.
Suas cartas são fantásticas e leio todas. Assim como lia todos os Diários de Viagem antigamente.
Parabéns!!!
Aí o Burti fala na transmissão: “Se o Vettel manter o ritmo……”
aquele silêncio……
Aí ele corrige: “Se o Vettel mantiver o ritmo…..”
A cotovelada do Reginaldo deve ter doido….
Boa!!!
Zé Maria
…e até agora o Burti não explicou o que é e para que serve o alternador!!!!!
Ele não sabe….