AMOR FC
SÃO PAULO (cada segundo vale) – Minha Lusa garantiu ontem sua permanência na Série A. É, hoje, o 13° melhor time do mundo — considerando que o clube campeão do mundo é brasileiro e o Brasil é pentacampeão mundial, e portanto o melhor futebol do mundo é jogado aqui, e como estamos em 13° no principal campeonato do país onde se joga o melhor futebol do mundo, somos o 13° maior time do mundo.
Um clube de torcida pequena, receitas idem, ignorado pela imprensa em geral, considerado um estorvo por quem gerencia o futebol no país, ser o 13° melhor do mundo é um milagre do futebol.
Nós, que torcemos para a Portuguesa, amamos o futebol. Ontem, um punhado de nós foi a Campinas para declarar esse amor. Não sei se os jogadores, todos, percebem. Alguns, sim. Há os que nasceram ali, e há os que chegaram há pouco tempo, mas notam que existe algo de especial e diferente num time como esse.
A Portuguesa de uns 15 anos para cá tinha tudo para dar errado. A cantilena é a mesma de sempre, que em algum grau todos os torcedores de todos os times declamam: má administração, gestão amadora, burrice em níveis industriais.
Mas a gente não se importa tanto, toma essa realidade como algo quase inevitável, e por isso fomos a Campinas, e a todos os cantos, em pequeno ou minúsculo número, para sentar no concreto áspero ou nas novas cadeirinhas almofadadas apenas para estar lá. Quando acabou o jogo ontem, descemos das velhas e históricas arquibancadas do Majestoso para aplaudir nossos meninos e nosso gordinho, e demos um tapa na cara do futebol mercantilista que contaminou o mundo.
A Portuguesa é uma peça de resistência, assim como o Criciúma, o Santa Cruz, o Sampaio Corrêa, e muitos, muitos outros times do Brasil que compõem o Amor FC, aquele grupo dos que amam clubes, não títulos, essa bobagem supérflua que as pessoas usam apenas para se proclamarem melhores que as outras.
Eu me acho melhor que os outros quando vejo o moleque de camisa 9 pendurado no alambrado nessa imagem aí no alto, à direita do cara sem camisa, quase no meio da foto. É um dos meus moleques, que ontem foi dormir mais leve e feliz. Ele se orgulha do que é. Sabe perder e ganhar, aprendeu a sofrer e a se alegrar. Alguns dias atrás estávamos, eu, ele e o outro moleque, no Maracanã. Fomos de carro, estacionamos mais ou menos perto, caminhamos com nossas camisas no meio da torcida do Botafogo, merecemos olhares de respeito e nenhuma, nenhuma hostilidade.
Torcedor de futebol de verdade respeita quem ama um clube. Torcedor de futebol de verdade está feliz com a Portuguesa, essa pequena aldeia gaulesa que se recusa a ser mais do que isso, porque é isso que somos. Temos nossos Asterixes, Obelixes, Panoramixes e Chatotorixes. Dependendo dos resultados da última rodada, podemos terminar o ano em décimo, o décimo maior time do mundo, na frente de representantes poderosos bancados pelo Império Romano.
Não temos arena, temos um estádio. Não temos celebridades em campo, nossos jogos não passam ao vivo na TV, não colaboramos com os índices de audiência das emissoras abertas, ou fechadas, o dinheiro que chega é pouco, há quem nos considere pequenos e irrelevantes, mas não tenho nem raiva desses, me causam é pena.
Pena, porque a gente tem uma poção mágica que vem de algum lugar misterioso, e não é todo mundo que vai bebê-la um dia na vida. A cruz que a gente carrega no peito, ao contrário do que muita gente imagina, não é um fardo, é uma dádiva.
Somos um milagre, um milagre do amor.
Acabei de assistir no Globo Esporte a matéria que noticia a derrota da Ponte para o Lanús, tendo como pano de fundo a torcida do Botafogo secando a Ponte. Não se entrevistou nenhum jogador, não se mostrou a torcida da Ponte em Campinas, e não se transmitiu o jogo. Mas a tiração de sarro da torcida botafoguense com a Ponte, semelhante à que a torcida brasileira faz com a Argentina, se transmitiu com sobras, como se o time que enfrentava os argentinos fosse uma aberração.
“Meus parabéns ao botafogo pela classificação à Libertadores”, disse Alex Escobar.
“E parabéns à Ponte pela ótima campanha na Sul Americana”, disse Alex Escobar.
Faltou um complemento à frase acima, mas o tempo de transmissão do programa estava esgotado.
Parabéns, essa e a nossa LUSA…
Flávio Gomes – Parabéns, pelo teste, a nossa LUSA e isso ai, cara, só quem ama essa gloriosa, entende o amor que e seguir a nossa rubro verde…
Saudações Botafoguenses. Me deu até um certo orgulho de ver que na torcida do meu time ainda tem alguns civilizados. Ninguém deveria ser hostilizado em torcida alguma, futebol deveria ser antes de tudo uma festa, lugar para se levar as crianças e passar um domingo em paz.
Saudosismo:
Fantástico o seu texto. Todavia não podemos nos esquecer que a Portuguesa foi CAMPEÃ do Torneio Rio-S.Paulo em 1952, que era o Campeonato Brasileiro na época. Indiscutivelmente, foi um dos melhores times do Brasil de todos os tempos: Muca, Nena e Noronha, Dijalma Santos, Brandãozinho e Ceci, Julinho, Renato, Nininho, Pinga e Simão. Lembro deste jogo, 2×2 na final contra o Vasco, em pleno Maracanã. Escutei pelo rádio, em uma época em que não se transmitia jogos pela TV do Rio para São Paulo. Lembro, garoto ainda, que foi a primeira vez que chorei de alegria pela vitória do time de coração.
A escalação do time puxei pela memória. Como faz mais de 60 anos, pode haver alguma imprecisão. Todavia, foi um dos melhores times que vi jogar em toda minha vida.
Flavio parabens pelas palavras , torcer pra Portuguesa é algo dificil de explicar ou descrever. Felizmente é bom demais!!!Em relação aqueles que estao dizendo que seriamos contra se um investidor comprasse a Portuguesa e nos tornassemos um time campeão da noite pro dia , a pergunta é estupida ….Todo mundo quer ser vitorioso….mas ser vitorioso não é condição para ser tocedor da Portuguesa! Torcer para time grande é facil…Quanto ao Mineiro engraçadão que esta escrevendo , apure os fatos da gestao “dos perrela” no seu time nos ultimos anos e tire suas conlusoes. O país é um LIXO por causa disso pessoas comemoram a parte boa …e a parte suja nao importa !! Politica do pao e circo…
Podemos dizer que a torcida da Lusa “dividiu” o Moisés Lucarelli com a torcida da Ponte!
Belíssimas palavras, LUSA EU TE AMO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
sou vascaíno,,, sorte minha,, mas acho tudo na portuguesa legal: o estadio chamado canindé, bem localizado em sao paulo.. as cores do uniforme vermelho, a cruz no peito, o capitao de outrora, vulgo hollywood, ter jogado la ate de muletas e tomado soro nas veias,, salve porutuguesa!!!
Flavio, vc é um cara iluminado, escreve com amor e inteligencia, lindas palavras que me emocionam, tenho uma filha que é um amor, mas ver seus filhotes representando da mesma forma que sempre fez e um orgulho, ORGULHO DE SER LUSA.
grande abraço e volta logo para tv.
“Torcedor de futebol de verdade respeita quem ama um clube.”
Você usou essa frase para fortalecer a não existência de hostilidade por parte dos Botafoguenses, Flávio. Garanto que se eu, com a camisa do Cruzeiro (já fui em jogo como visitante no Engenhão, partindo de carro de BH e pegando o trem na Central do Brasil), fosse o cara a caminhar em meio aos alvinegros, haveria hostilidade. Assim como se fosse um torcedor de qualquer outro time dito grande.
Acontece e aconteceu por ser a Lusa, você sabe. Aconteceria com o Figueirense, com o Remo e com o Brasil de Pelotas.
“Torcedor de futebol de verdade está feliz com a Portuguesa, essa pequena aldeia gaulesa que se recusa a ser mais do que isso, porque é isso que somos.”
Se recusa a ser mais do que isso? Certeza? Se o acaso e/ou a competência colocarem vocês no rumo de uma conquista (Olha a Ponte aí…), e aí?
Ah, estive também no Canindé esse ano, fui um dos 2.000 cruzeirenses entre os 2.700 presentes. Sim, com camisa e bem tratado, sem nenhuma hostilidade, mesmo adentrando nas áreas sociais do clube atrás de algo para comer.
Saudações celestes, Flávio. Saudações do tricampeão brasileiro que, sei lá porque, talvez por simpatizar pelo C.A.Mineiro, você ataca e ofende, mesmo que ironicamente e sutilmente, quando pode e quando quer.
A soberba é um pé no saco. OK, bonitão, vai lá comemorar. E 2.000 de 2.700 é a puta que pariu. Prefiro nossa incompetência a ser ligado a um helicóptero com meia tonelada de cocaína. Fica na sua. Vai comer pão de queijo e não me aborreça.
acho que desta vez tu pegou pesado cara…
quer dizer então que todo Mineiro que torce pro Cruzeiro ou Atlético MG é drogado ou vinculado a um político sujo? nada a ver…
1) fiquei sabendo que o político pagava R$1500 ao Piloto. puta merda! pagar salário de miséria para um Comandante que fez trocentos cursos de formação é pedir pra se ferrar. não defendo a atitude do colega em transportar coisa ilegal mas também não me surpreende o fato de ele poder receber por 1 vôo mais do que o dobro do que ele ganha em 1 ano inteiro…
2) qual o problema do amigo cruzeirence comemorar um título? se o campeonato da cbf/globo é falso e manipulado todo mundo sabe mas o clube ganhou e o torcedor tem o direito de ficar feliz…
-até hoje eu tiro sarro do meu cunhado porque o time que eu torço ganhou do time que ele torce na NHL em um jogo. e tá tudo muito bem obrigado…
3) todo mundo quer ver seu time com mais dinheiro. isso é fato. se um investidor chegasse na Portuguesa com milhões de dólares/euros topando investir no time e contratar jogador caro é claro que o presidente vai topar e a torcida vai comemorar e muito. o “mundo da bola” funciona assim ou você acha que o Neymar foi jogar na Europa só porque achou que o nível do futebol dele iria melhorar?
Futebol é assim, em qualquer lugar
Flávio, dessa vez, vc perdeu uma ótima oportunidade de ficar sem escrever…..
Não vou dormir por causa disso.
Fred, acho que ele não te entendeu direito. Você tá certo. O Botafoguense não xingou o outro torcedor, por que era um torcedor de um time que representa uma pequena aldeia gaulesa. Do contrário, haveria hostilidade.
Respondeu bêbado, Flávio?
Soberba. Sua? Só se for. Está quase inexistente nesse texto – pontual e até mesmo singela. Todavia, é traço comum em outros escritos seus.
2.000 de 2.700 sim. Ou 1.700; ou 1.900. Por aí, você estava lá e sabe. Torcidas de Cruzeiro e lusa a parte, talvez a maior concentração de pessoas naquela noite estava ao lado do estádio, no clube, acho, para a festa junina que acontecia. No Canindé fomos maioria, bem ali em cima da churrascaria. Não devia se incomodar com isso levando em conta a pureza do seu sentimento pela lusa e a forma como torce e lida com futebol descrita nesse e noutros textos.
E os patifes da família Perrela? Que explodam! Que não só o tráfico, mas todos os outros crimes com os quais eles estão envolvidos sejam revelados e que, de alguma maneira, sejam punidos.
Só esqueci do pão de queijo, não como desde sábado… tá brabo aguentar.
Modere suas palavras, ok? Escrevi bêbado? Quem você acha que é para escrever para mim nesse tom? Olha, tem de ter uma paciência…
pessoal. calma…
se querem resolver do “outro jeito” vão para os EUA/Canada e resolvam mais ou menos assim:
http://www.youtube.com/watch?v=5tJXuC-2wS8
do jeito que o futebol no Brasil tá perigoso só falta congelar o gramado e teremos uma versão gigante da NHL…
Eu não sou ninguém, cara. Relaxa…
Segue o jogo.
Isso.
Enquanto isso, sigo antevendo a amarga possibilidade do meu Vascão disputar o título com o Fluminense, na Segunda Divisão…
Você é foda Flavio, escreve muito. Parabéns.
O último parágrafo é simplesmente sensacional
@FlavioGomes… sempre espetacular e tirando lagrimas nossa… enquanto o camiso 9 no alambrado nao tem preço… é demais… imagina a minha alegria de ver o Murilo de 2 anos no alambrado, torcendo, cantando… é muito amor… é diferente!!! PARABENS!!
Flávio, esse amor é louvável. Imagino que você seria totalmente contrária a ideia de um sheik árabe comprar a Lusinha, mesmo que ela ganhasse vários títulos hahaha. Abs
Qual a graça, exatamente?
Flavio..a galera não entende….eles gostam de assistir real madrid, manchester united…não sabe o que é assistir um jogo d Lusa no Canindé, nem que seja contra o Capivariano!
Aqui é Lusa!
O que quis dizer foi o seguinte: imagino que você seria contrária a venda da Portuguesa e que ela se tornasse um time milionário da noite pro dia!
luzinha (e não lusinha) é aquilo que o vagalume tem no …ânus
Coloca o Atlético goianiense, meu Dragão aí nessa lista! Uma aldeia gaulesa ainda menor que a Lusa. kkkkk. E pela lógica do Gomes, esse ano fomos o 36º melhor time do universo, ora pois!
Parabéns à torcida da Lusa. Garanto que não há um torcedor do Dragão que não simpatize com qualquer dos times ignorados pela mídia. No fundo, somos todos “farinha do mesmo saco”. E que Criciúma e Coxa consigam empurrar dois desses grandões aí pra uma temporadinha na segundona. Não mata ninguém, kkkkk.
Saudações São Bentistas de Sorocaba. Compartilhamos desse mesmo amor pelo nosso clube.
Impossível torcer contra a Lusa te acompanhando, Flavio.
Excelente texto. Parabéns!
Mais uma vez, parabéns, Flávio Gomes! Conseguiu resumir todo o sentimento do que é torcer pela Lusa…
13 é Galo!
querido amigo não o conheço entepessoalm ,mas admiro a sua coragem.eu como torcedor da lusa concordo com voce,força eviva aLUSA.
Flavio e seus gominhos,
Parabens pelas viagens heróicas e pelo rude e amoroso espirito luso gaulês
desculpem a falta dos acentos…É minha ignorância tecnologica para ajustar este bagulho que escreve…
forte abraço
Jogo decisivo não só para o campeonato, principalmente para olharmos para 2014 com gente nova na direção do clube e pensamento grande. Futebol é paixão acima de tudo. Sentimentos irracionais que nos envolvem nas competições. Um time de futebol precisa ter uma única vocação : competir para vencer. Nosso time precisa ter apaixonados torcedores apoiando sempre para que possamos ter sustentação e sucesso.
Lindo texto……verdade pura……AMOR.
PELA NOSSA LUSA..SEMPRE.
Dá-lhe América-MG, meu Coelhão! Se trocar onde tem Lusa por América fica igual, exceto na parte do estádio, pois o do Mecão deu lugar a uma arena por causa da Copa, modesta arena, mas com o espírito do antigo estádio, esse ano não deu pra gente, mas ano que vem voltaremos para séria A, mas se não voltarmos ainda sim continuaremos a torcer pelo coelho.
No país dos estádios “padrão Fifa”, ver um time “à moda antiga” como a Lusa desmentir a atual lógica mercantilista do futebol chega a valer tanto quanto um título.
Quando a Lusa entra em campo, ela representa a antítese do chamado futebol moderno e joga contra todo o establishment do esporte, contra o poder financeiro, contra empresários, árbitros, adversários, imprensa e muitas vezes até mesmo contra a própria diretoria.
Por isso chegar ao final de um campeonato e ver a Lusa resistir na Série A e desmentir tudo o que essa gente diz que “é” o futebol tem um gosto doce de cereja, daquelas que se comem em Portugal e que só quem já provou sabe qual é.
Torcer prá Lusa é assim, só quem torce sabe o que é…
Viva a Lusa!!!
Só uma correção, Flávio. Matematicamente, a Lusa ainda corre risco. Se a Lusa perder, Inter e Criciúma ao menos empatarem, Coritiba e Vasco vencerem e o Vasco tirar 11 gols de saldo em relação à Lusa (ex: Atlético 0 x 6 Vasco e Lusa 0 x 6 Grêmio), a Lusa cai.
Mas isso seria algo cataclísmico, similar às Marússias vencerem o mundial de construtores em 2014.
Belo texto. Parabéns de um seu leitor Luso, de Portugal.
Ninguém escreve melhor sobre a Lusa que você, Flavio. Se eu apitasse algo no marketing do clube, te faria a proposta de lançar uma coletânea com as melhores crônicas/colunas sobre a Portuguesa. E me lembro de muitas que tive a sapiência de copiar, colar e salvar, desde os tempos do Lance! Mais uma vez, parabéns. Aliás, parabéns pra todos nós!
É bem por ai mesmo Flávio. Como Juventino acredito que “arenas e celebridades em campo” é o ponto principal discutido por aqueles que falam em “ódio eterno ao futebol moderno”. Um desgosto muito grande pelas transições financeiras astronômicas e o endividamento dos clubes de uma forma, para ser objetivo, atrapalhada e inconsequente. Ficam discutindo em mesas de bar títulos, bandeirões, 77, jejuns… E fico feliz mesmo quando alguém vem falar de futebol, bola, campo quando estou por ai com meu manto Juventino.
A Lusa é o rio que passa em nossa aldeia: maior, mais belo, mais livre. Será que Fernando Pessoa já acompanhava a Lusa num radinho de galena?
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
Alberto Caeiro
Caro FG, não admira que vocês não tenham tido problema andando no meio da torcida do meu Botafogo. Na verdade, a gente se identifica um pouco com vocês. Todo botafoguense é um pouco “gauche” na vida. A gente também se acostumou, ao longo do tempo, a andar na contramão do convencional. Não somos melhores nem piores que ninguém, apenas diferentes. E continuamos a gostar do futebol pelo esporte e pelo sonho de 90 minutos no campo verde. Depois que acaba, um chopp e vida que segue.
Exatamente, Flávio! Torcemos pelos nossos times. Sou torcedor do CSA e não sinto a necessidade de torcer para um dito “vencedor”. Voltei ao estádio frequentemente em 2006, por obra do meu já falecido irmão. Amo o meu clube mais do que tudo e tenho minhas identidades a serem preservadas. É preciso resistir. Vamos em frente!.
Parabéns Flavinho; você descreveu muito bem a nossa paixão …
Me preocupo é com o próximo Abracurcix que vai presidir nossa aldeia gaulesa nos próximos 3 anos …
considerações:
1) a Portuguesa não é time pequeno, talvez tenha uma renda bem menor que os demais, menos torcedores e menos “poder de barganha” com a globo e cbf, mas time pequeno não se mantém na série A. acho que o Nautico é menor e vejam o São Caetano e Paysandu. tem tamanho de time grande mas não tem renda grande ou estrutura grande. foram rebaixados pra série C…
2) não acho que o campeonato da cbf seja o melhor do mundo no presente momento. pode ser o maior da América Latina mas precisa de muita estrutura para chegar no nível dos campeonatos Europeus. na Europa times da “série C” (ou equivalente) enchem estádios, no Brasil quando muito você lota um estádio na série B.
-o Brasil foi penta porque no passado havia jogadores sem frescura, jogavam direito e não ganhavam milhões pra fazer firula. a “seleção” de hoje precisa melhorar muito pra chegar no nível antigo
3) o que impede a Portuguesa de ter maiores conquistas é justamente o “poder de barganha” com a cbf e globo. não é “time da moda” e portanto não aparecem na TV e consequentemente tem renda menor. o torcedor portanto é um verdadeiro mestre porque tem que correr e achar meios diversos para acompanhar seu time.
porque será que só os times mais populares de SP, RJ e MG tem grana? porque são times que aparecem na TV e são noticiados. os próprios times do sul (Grêmio, Internacional, Coritiba, Atlético-PR) tem rendas menores, mas no caso do Grêmio e Internacional que conseguiram títulos importantes e mesmo assim a globo ignora esses times.
tem muita máfia nessa coisa e isso só é a ponta do iceberg…
Nunca serão iguais a nós… É algo mágico e maravilhoso, paixão e ódio…
Parabens pelo texto. Me emocionei demais.
“Portuguesa, essa pequena aldeia gaulesa que se recusa a ser mais do que isso, porque é isso que somos. Temos nossos Asterixes, Obelixes, Panoramixes e Chatotorixes”.
Isso resume tudo. Os Obelixes que rompem as arquibancadas, os Asterixes que carregam o time, os Panoramixes que fazem poções a botar o time pra correr. Os Chatotorixes? A gente da cornetaria, malas pra cacete. Mas tudo por uma mesma paixão.
Quem foi ontem pra Campinas tá de parabéns. Torcedor de verdade…
Almoçando hoje, eu um palmeirense, um corintiano e um sãopaulino todos comentamos sobre a Lusa e todos fizeram o mesmo comentário, que bom que a Lusa ficou. Aproveitei e disse que se ganhar R$200 milhões na mega da virada metade vai para a Lusa, só para montar um time e tocar o terror no futebol coxinha que temos hoje.
Ah vá…. Duvido que faça isso. Doar 100 milhões (sei sei)
Doe um milhão para mim pelo menos, garanto que usarei esse dinheiro muito melhor do que qualquer time que contratou o Luxemburgo.
Corinthiano que tem mais de 50 sabe o que foi 77, discordo um pouco disso que por torcer pra time de pouca torcida se é mais torcedor, pois nessa época todos nós sofríamos demais e até a tua Lusa já havia dividido um título com o Santos de Pelé e nós a míngua eu mesmo, que nasci em 58, nunca tinha visto meu time campeão.
Eu sei o que voce esta dizendo pois torco pelo querido America mineiro e so para dar um exemplo escute a radio Itatiaia como ocomercial diz a radio de Minas mas noticias do coelhao sao sempre as ultimas e no maximo 3 minutos ja as dos outros 2 times ocupam toda a progamacao mas estamos no mesmo time Flavio Amor F C
estava sentado bem atras de vc ontem com minhas filhas minha esposa e meu irmao e sua namorada chorei muito no caminho de volta pra barretos a 350 km de campinas mas chorei de alegria e agora estou chorando e de alegria e de saudade do meu saudoso pai que me ensinou a amar a portuguesa parabens pela materia
Belíssimo texto! Eu, como torcedora da Lusa, tenho o maior orgulho em saber que, apesar da nossa torcida ser pequena, é a mais apaixonada que existe. Um amor incondicional!!! Sem contar que nosso manto sagrado é um dos mais bonitos do mundo.
Nao concord com a sua opiniao a respeito.
concordo, nao concord.
Texto de torcedor apaixonado pelo time e pela essencia do futebol. Não tenho essa paixão toda mas não deixo de torcer para o modesto, mas honesto América do RJ.
Flavio eh bom o lanche no bar Presta Atenção?
Espetacular.
Flavio, sou seu fã, tenho o seu livro e to querendo um autografo nele que vc nem imagina…. Ouço Você desde a JP, no começo de 90, Você ( afinal Você merece letra Maiúscula ) Nilson Cesar e o mestre Cláudio Carsughi
Qdo. vi a foto no face do Boteco dele, fiquei super frustado…
Talvez um dia a gente se encontra….
Abc…
Parabéns, muito legal a lembrança de times, que para a midia vendida, nem deveria disputar campeonatos, Flabosta e o time chamado do povo, já são milionarios , sempre tem um juizinho para dar 1 penalti, jornalistas puxam o saco deles para garantir seus empregos, nós temos tudo contra, mas como vc diz temos AMOR. Torcer pros badalados é facil, coisa pra covarde, Assumir o amor pelos chamados pequenos é pra poucos, somos guerreiros
Meu comentário aqui talvez se perca ou talvez alguém venha encher o saco por eu ser são-paulino, mas eu não queria falar do São Paulo aqui.
Fui até Criciúma ontem (porque há fanáticos nas torcidas de times grandes que não ligam se um jogo vale alguma coisa ou não, mas eu prometi não falar do São Paulo). Enquanto chegávamos ao estádio, quase todas as pessoas pelas ruas e calçadas usavam uma camisa amarela e preta. A cidade abraçou realmente o time, de uma maneira muito bonita. Lá dentro, todo o setor dedicado aos torcedores do time da casa estava abarrotado. O espaço reservado aos visitantes ficava bem ao lado d’A Banda dos Carvoeiros.
Puxados por eles, os milhares de torcedores do tigre cantaram durante o jogo todo, de uma maneira que não se vê em São Paulo, sem exceção. Não era um coro que vinha só da “organizada”; ele até começava lá, mas ecoava por todo o estádio. Muito bonito de se ver. A festa ao final do jogo foi espetacular. Até filmei um pedaço e coloquei no YouTube (não vou pôr link, mas é só procurar por “Torcida do Criciúma em 1 de dezembro de 2013”).
Saí do Heriberto Hülse com a certeza de que o Criciúma tem de estar na Série A em 2014 — e além. Essa tese foi reforçada ao andar até um rodízio de pizzas a uns três quarteirões dali. No meio de várias camisas amarelas, eu andava com a minha do São Paulo, também sem nenhuma gota de hostilidade. Pelo contrário: ficamos conversando com uns torcedores catarinenses sobre a situação do clube após a rodada, depois cumprimentamos vários outros e sempre deixamos claro o nosso respeito à torcida deles.
Futebol, aliás, deveria ser sempre assim… vou a quase todos os jogos do Nacional no Nicolau Alayon, e já houve vezes em que os raros torcedores dos visitantes assistiram a jogos junto conosco (apesar de olhares reprovadores da PM) ou vieram depois do jogo pedir para tirar foto com quem estivesse com a camisa do Nacional. ISSO é o futebol.
Sei exatamente como é. Em 2011 também fui ver a Lusa em Criciúma. Torcida sensacional e anfitriã. Saímos e fomos a um bar do lado do estádio, boteco bacana, cheio de gente bonita. De camisa e bandeira. Zero de problemas, ao contrário. Nunca vou me esquecer. Fiquei muito feliz com o Tigre, agora é só um empate para se safar.
Eu pretendo voltar lá no ano que vem. Se forem em turnos diferentes (e separados por alguns meses, para economizar), ir a Chapecó.
E que o tigre consiga seu empate!
Excelente texto. Mexeu com meu coração da mesma maneira que a Lusa mexe e vc definiu bem. Sentimento é difícil de traduzir em palavras. Parabéns por conseguir essa tradução.
E pensar que, por uma dessas casualidades que a vida faz, eu não estava em Fortaleza no dia que a Lusa passou por aqui. Espero que voltem.
Tomara que seja com o Ceara ou o Fortaleza na Serie A.
Flávio Gomes, seus textos são muito bons, já lhe escrevi isso antes. Aliás, creio que vem de algum cromossomo, já que seu irmão segue a mesma linha. Mas, o que quero te contar é sobre a Lusa.
Meu pai, mineiro, mudou-se para SP em 1961. E resolveu que seu time de coração seria ou Lusa ou Juventus, da Moóca. Escolheu o Moleque Travesso, talvez por causa da inúmeras travessuras. Mas, nossa família é de origem portuguesa, ele nunca deixou de acompanhar a Lusa. Antes de seu falecimento, há 5 anos, um dou últimos presentes que lhe dei foi uma camisa da Lusa.
Escrevo isto, pois também acabei me afeiçoando a Lusa (mesmo sendo palmeirense desde criança) através da Barcelusa e, mais ainda depois da chegada do Rogério, zagueiro, que jogou por 3 anos aqui no Uberaba Sport, time de minha terra, onde moro. Vi muitos jogos dele e ele, por várias vezes, ele parou Kléber Gladiador, Obina, Tardelli e todos os atacantes dos times da capital que vinham aqui nos desafiar no campeonato Mineiro. Ele pode ser muito melhor aproveitado na zaga, mas está se saindo um bom LE.
Finalizando, escrevi isto tudo para contar o que me ocorreu este ano: transferi minha assinatura da séria A (premiere FC) para a série B, para assistir ao Palmeiras. Porém, não estava feliz com isso, já que eu me deparei em vários jogos assistindo e vibrando com a Lusa na Série A (e torcendo), mais do que nos jogos do Palmeiras. Rapidamente, retornei minha assinatura para a série A e não perco um jogo da Lusa. A história da Lusa e do Uberaba são semelhantes: poucos títulos, sofridos, sem dinheiro, mas com uma torcida como poucas, daquelas reais, de paixão pela camisa e pela história do time.
Até um tempo atrás, eu era um palmeirense que simpatizava com a Lusa. Hoje, já tenho quase certeza que sou um Luso que já torceu pelo Palmeiras.
Um abraço e continue nos brindando com estes belos textos.
Moacyr Lopes, Uberaba, MG.
Seja só Lusa, que não se arrependerá nunca, é só entender a essência de ser torcedor Luso…