6 HORAS, 60 CARROS
SÃO PAULO (que lindo) – Seis Horas de Interlagos de 1984. Contei pelo menos 60 carros no grid. As imagens, enviadas pelo Luiz Guimarães, mostram como era o automobilismo brasileiro há 30 anos. Hoje ninguém consegue fazer uma prova de longa duração no país com grid cheio e público animado. Falta disposição de quem comanda o esporte, essa é a verdade.
Resumindo :
Nesta época as cagadas dos dirigentes e organizadores eram motivadas pela incompetência e vaidade. (sempre aparecia um ¨gênio¨ com um regulamento idiota)
Hoje as cagadas acontecem devido à ganância e à desonestidade.
Concordo com quem disse que um dos problemas é o protótipo, no sul temos as 12 horas de Tarumã cada ano que passa diminui o grid, o protótipo é caro tem equipe que enveste pesado [algumas dezenas de mil reais] e para isso precisa de piloto comprando banco, ou seja em média 4 pilotos por protótipo, com 15 protótipos no grid lá se vão 60 pilotos. Na segunda linha segue os carros de turismo caros, Ferrari, Mazda, BMW etc… alinha cerca de uma dezena e por fim é o pessoal que gosta do esporte e não tem dinheiro, Gol, Fiat, Fusca, Celta, Corsa e ai afora.
Resumindo o protótipo quebra, cada piloto que pagou sabe que mais cedo ou mais tarde, vai quebrar cada um que senta tira ´máximo e lá se vão as válvulas. A turma do Turismo caro geralmente vai longe, a turma do turismo probre quebra menos, porque os doidos economizam se quebra consertam ou amarram com arame.
Outra questão o publico quer vêr grid cheio não se intessa pelo tempo que vira o mais rápido, sem grid sem publico, muitos chegam na largada e depois vão embora.
Estava esquecendo a inscrição de cada piloto é muito cara, de R$ 800,00 a R$ 1.200,00.
Esta é a formula de não encher e grid e de não ter público.
Em 84 houve um ótimo trabalho de base para fortalecer e divulgar o Campeonato Brasileiro de Marcas, e as 4 grandes VW, GM, Fiat e Ford forneciam apoio oficial.
Tinha a participação do Emerson como chamariz e muitos carros foram vendidos a preços especiais para algumas equipes.
Esta prova teve uma confusão incrível, durou +- 1 hora porque o Diretor de Prova, Roberto Scortizaro, foi atropelado pelo Camilinho Christofaro (com Escort) na entrada dos boxes.
Paralizaram a corrida, e a dupla Wilsinho/Serra (com Oggi da equipe Sultan) foram declarados vencedores.
…a dupla foi declarada vencedora…
Hoje em dia, grid cheio assim, só no automobilismo virtual. Quem quiser dar uma conferida:
http://www.iracingbrasil.com.br
Interlagos antes de ser mutilado!
E a verdade, é uma só, sempre….
Mataram Interlagos… Grandes Dirigentes e Politicos…
Imperador
caro flavio, as coisas eram mais simples, o esporte era mais barato, menos regras, menos burocratas, menos leis de proteção disto e daquilo, menos maracutaia, menos tapetão, a disputa era na pista e lá ficava, isto deixava as pessoas mais interessadas, pois sabiam que era sério, hoje o cara ganha e dois dias depois perdeu no tapetão, não pode relar no outro que toma punição, o que tomou o toque se sente prejudicado e vai pedir pra mamãe reclamar com o diretor… é diretor de autodromo querendo se aposentar com um unico evento e por aí vai… vamos ficar na saudades dos videos, pois este tempo não voltará, é daqui pra pior…
Prezado Guilherme, como vai? Desculpe informar mas, infelizmente, esta prova foi a primeira de uma serie, naquela temporada 1984, marcada por polemicas. A começar pelo fato de que ela sequer teve seu total de horas na integra — os boxes estavam cheios de pessoas (houve ILEGAL distribuição de credenciais). Para resumir longo relato: com menos de duas horas de corrida, um piloto entra no box para reabastecmento e, devido ao volume de gente no ‘pitlane’, ele atropela JUSTAMENTE o diretor de prova. Foi a gota d’água que motivou a interrupção da corrida, vencida pela dupla Chico Serra-Wilsinho Fittipaldi (Fiat Oggi).
Porem, e, como falei: nas demais etapas, houveram situações polemicas, devido ao regulamento dar margem à digamos, diversas interpretaçoes. Na prova seguinte, 500 Kms Brasilia, as tres duplas que defendiam a VW, finalizaram em primeiro, segundo e terceiro. Porem, foram desclassificadas (relatos da epoca apontam para equipamento NAO permitido. A VW, claro, ISENTOU seus pilotos. Mesmo assim, a penalização foi concretizada). Por este motivo, a dupla Ingo Hoffmann-Marcos Gracia, com Chevette, sagrou-se vencedora (alias, UNICA vitoria do Chevette na chamada ‘primeira fase’ do campeonato, entre os anos 1983 e 1994). As polemicas seguiram nas demais etapas. Infelizmente. O que, em outras palavras, ‘explica’ porque em 1985, na 3a edção deste certame, ao contrário dos 60, 70 carros que ‘brigavam’ por vaga no grid, uma media de 28 carros passou a fazer da temporada 1985.
Espero ter colaborado para o debate.
Kind regards,
Paulo Lava
Jornalista & Pesquisador de automobilismo
Lógico que havia um certo nível de bagunça, mas tinha um Grid enorme e um bom público.
Em 85 o grid diminuiu porque mudaram o regulamento dos motores para 1,3L, era 1,6, a GM saiu (concentrando-se na Stock) e os Voyage e Oggi simplesmente não poderiam ser aproveitados, sendo substituidos respectivamente pelo Gol (poderiam deixar o Voyage participar também) e Uno.
Não existe categoria que resista a isso !
Flávio, como era o automobilismo nacional em 1984? Havia o kart, fórmula e turismo.
O que esvaziou os grids e as arquibancadas foi a introdução do protótipo, misto de fórmula e turismo, que não serve como categoria escola e afasta os carros de turismo pela disparidade de forças.
Assim, a categoria turismo, 100% amadora, formada por aqueles que buscam diversão após uma semana de trabalho foi minguando.
Faça um campeonato de endurance somente com carros de turismo nacional que o público e competidores voltarão.
FORA COM OS PROTÓTIPOS.
Falta força de vontade, em 1984 conseguiram um grid desses com carros relativamente novos, porque hoje não se chega nem perto? Na CBA eles estão somente enchendo o c… de grana.
O video está indisponivel aqui, que pena.
Em 1984, no automobilismo nacional, havia corridas de fórmula e carros de turismo.
A corrida de fórmula é categoria escola, formadora de pilotos.
A categoria turismo serve para quem quer se divertir depois de uma semana de trabalho e é 100% amadora.
Tudo piorou depois que chegaram os protótipos.
Os custos aumentaram, os grids secaram, porque o carro de turismo nacional não consegue competir com o protótipo.
O protótipo é um híbrido (nem fórmula, nem turismo) que não serve para a formação de novos talentos. Basta ter dinheiro, vestir o macacão e acelerar.
Faça um campeonato de endurance somente com carros de turismo, e o grid vai crescer.
Ver imagens de um grid tão cheio quanto esse, em uma prova de longa duração, dá a sensação de que hoje vivemos em outro país, muito distante desse do passado.
Sensacional, saudades enormes desse tempo que vivi.
Mataram o circuito antigo, poderiam muito bem tê-lo mantido, fazendo um traçado mais curto. Mas discutir isso é chover no molhado.
O automóvel é vilão hj em dia, tudo é caro e não existe mais espaço para o amadorismo, ninguém têm fôlego e grana para organizar a bagaça. A vida é muito chata…
Vc não faz uma babaquice como aquele evento que o Emerson traz pro Brasil (e que dá prejuízo pra todo mundo, menos pra ele, claro), com roda-gigante, cachorro-quente, carros tunados e tantas outras tolices e quase ninguém vai. O automobilismo, o carro puro e simples, isso é coisa do passado.
Infelizmente, para amantes do esporte a motor, como nós.
Alguém se lembra de um corrida “Mil Milhas de Interlagos” anos 80 ((acho eu)) ? Transmitida ao vivo pela Band, na largada á meia noite, caindo uma chuva danada, quando da a largada o motor do Pole morre, deu pra imaginar a bagaça ?? Flávio, se possível, poderia comentar este ocorrido, obrigado.
Isso foi em 1984. O carro em questão era um Opala e largava em segundo. O motor engasopou e rolou um acidente de grandes proporções.
A transmissão foi da Record, creio que foram as Mil Milhas de 1983 ou 1984.
Carlos, essa foi a edição de 1984 da Mil Milhas, o pole era o Opala do trio Caetano Aliperti/Roberto Coutinho Nogueira/Edson Yoshikuma, e o piloto acabou queimando a largada. Quando percebeu, pisou no freio de vez, então o motor morreu e muita gente que vinha atrás não teve como desviar. Mais de 20 carros se envolveram de alguma forma no acidente.
E o Opala ficou sem traseira, parecendo um Chevete hatch…
Pegou fogo mas rapidamente foi apagado.
Valeu pessoal, obrigado pela lembrança.
Dos inúmeros acidentes que já presenciei em Interlagos, este foi o que me causou maior aflição. Chovia forte na hora da largada, e eu assisti da arquibancada coberta bem defronte ao Opala que se adiantou e freou, deixando o motor morrer. Os que largavam imediatamente atrás, conseguiram desviar. Mas os do fim do pelotão já vinham embalados e com o spray formado, foram batendo sucessivamente. Como na época não se dispunha de comunicação via rádio fácil com hoje, para alertar aos postos de sinalização sobre a bandeira vermelha, os ponteiros vinham em velocidade, temi por acontecer uma tragédia. Os fiscais da linha de largada correram para a pista para sinalizar a interrupção, e foi um festival de rodadas dos que vinham mais atrás. Felizmente ninguém se feriu com gravidade. Bons tempos em que os grids eram enormes.
Também, com uma pista com a metade do tamanho original…
São 6h horas de corrida! É medida por tempo e n por KM rodados… Que diferença faz o tamanho da pista?! ¬¬
É a merda da TV que manda até no tamanho da pista!
Sendo menor, menos profissionais para filmar, menos câmeras, mais passagens do carro no mesmo ponto…
Tudo vira business, e o esporte que se dane…