GIRA MONDO, GIRA

SÃO PAULO – “Black Blocs” nada mais é que um nome besta para os idiotas de sempre. O Brasil está contaminado por gente cretina. Esses caras não são manifestantes de porra nenhuma. E a imensa maioria dos “manifestantes” nem sabe direito contra ou a favor de quê está se manifestando. Contra o governo? A favor do governo? De qual governo? Federal, municipal, estadual? Somos a favor ou contra a Copa? Ser a favor da Copa é ser “governista” e “petista”? Ser contra a Copa é ser “de direita”?

Ninguém sabe merda nenhuma. A despolitização só serve ao caos — esse sim, defendido por muita gente que quer ver o circo pegar fogo porque a tendência natural é colocar a culpa de qualquer coisa “no governo”; e o governo, hoje, é do PT. É essa gente que acha legal “quebrar tudo”. E encontra pela frente polícias que adoram dar porrada em tudo e em todos. Polícias treinadas na e com princípios da ditadura militar. Despreparada e ignorante, desprovida de qualquer rudimento de cidadania.

Tem-se, assim, um caldo de idiotia explícita. Uns que são a favor das manifestações, mas fazem restrições aos “black blocs”. Outros que são a favor dos “black blocs” e contra as manifestações. Outros que são a favor de ambos. Outros, ainda, contra as duas coisas. Os que defendem a violência da polícia e os que defendem que a violência da polícia seja combatida com mais violência.

Quem é “manifestante” e quem é “black bloc”, afinal? Os 20 centavos do ano passado e os 25 centavos de agora valem uma vida, a vida do Santiago? A vida do fotógrafo que ficou cego? A vida do moleque que caiu do viaduto em BH no ano passado? Tacar fogo num Fusca de um serralheiro com uma criança dentro faz algum sentido? Estourar vitrines, agredir policiais, soltar bombas, quebrar as cidades, isso faz sentido? Responder a qualquer manifestação com bombas, balas de borracha e cassetetes faz algum sentido? Alguma coisa neste país faz algum sentido atualmente? Será que ninguém é capaz de conversar, dialogar, refletir? Será que esses jovens que cobrem o rosto e saem “quebrando tudo” têm alguma noção do que estão fazendo? Têm algum objetivo que vá além do prazer de ver um vidro espatifado ou um carro da polícia (que ele pagou) pegando fogo?

Amarram um moleque de 15 anos num poste e tem gente que acha bonito. Incendeiam ônibus e há quem ache bonito e quem ache feio. Garotos se juntam para ir a um shopping e acham bonito mandar a polícia baixar o cacete. E porque a polícia baixa o cacete, outros justificam as atitudes dos que colocam máscaras para arrebentar tudo. É violência por todos os lados, violência alimentando violência, algo totalmente fora de controle.

Estamos numa merda federal, essa é a verdade. E não culpem governos, Lula, Dilma, Alckmin, Maluf, quem quer que seja. O Brasil é um país violento e indecente. Um país é feito pelas pessoas que nele vivem. O Brasil é indecente porque somos indecentes.

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Ary Koeppl
Ary Koeppl
10 anos atrás

Bravo!!!!

Speed Racer da Mooca
Speed Racer da Mooca
10 anos atrás

Estive fora por alguns dias e, muito ocupado, só recebi noticias desencontradas sobre o quê ocorreu. Agora que me inteirei melhor sobre o que se passou no Rio, lamento profundamente, mas não apenas por ser um colega seu de profissão, mas por um ser humano que, desempenhando seu ofício, foi ferido mortalmente. Lamento até o fato de que se não fosse o pobre cinegrafista, outro com certeza seria atingido, dado a forma e local os quais esses infelizes soltaram o fogo, artefato ou morteiro, sei lá como chamar. Porém, por mais que eu tenha tomado pé do que ocorreu, confesso estar muito confuso com tudo isso, não entendo a origem dessa ação violenta adotada pelos black blocs, não sei qual o efeito prático pretendido, o quê exatamente querem quando dizem que o estado não os representa. Quem os representa então? O alvo é a população? É o governo que dizem não os representar? São mais afeitos à esquerda, à direita? Não entendo nada realmente. Sempre achei que tudo deveria ser resolvido no voto. Não estão de acordo com os governos? Hajam em outubro. Concordam com os governos? Confirmem em outubro. Mas é apenas a opinião que eu consigo ter sobre o estado das coisas. A única.

ms
ms
10 anos atrás

Flávio, apesar dos pesares ainda vejo uma luz no final do tunel….as coisas por aqui já foram bem piores, só como exemplo, hoje, apesar de existirem ainda alguns requísios, já não há mais aqueles bestiais regimes militares que tb se alastraram em boa parte da america latina fazendo os estragos que fizeram e pensando nesta lenta evolução das coisas para melhor mesmo com todas suas idas e vindas me lembrei do que disse Freud quando soube que os nazistas haviam queimado seus livros numa grande fogueira em praça pública na alemanha: “Estamos evoluindo….hoje queimam meus livros….se fosse há cem anos atrás eu é que estaria sendo queimado em praça pública….”

Ricardo
Ricardo
10 anos atrás

Engraçado ver alguns que saíram em uma ou duas manifestações se acharem os donos da verdade em relação ao que o pais precisa, pior ainda é ver os que se chamam de black blocs se sentirem membros de uma irmandade secreta capaz de derrubar governos. Estes últimos estão vendo muito batmam na TV!!!
Mas o FG batendo até na sombra é impagável!!

FABIO LUÍS GIORDANI
FABIO LUÍS GIORDANI
10 anos atrás

Se fosse em Israel esses imbecis teriam sido enquadrados como terroristas. Lei de Segurança Nacional nesses babacas.

Robert
Robert
10 anos atrás

Países sérios movimentam economia através da educação e geração de patentes q rendem dividendos por décadas. país falido investe no circo pq eh mais facil, + menos rentável. investir no circo serve p/ manter povo na miséria intelectual e p/ perpetuar sua condição bovina. Eis o brasil povo marcado povo feliz

Robert
Robert
10 anos atrás

Funk ostentação, rolezinho de shopping, aprovação automatica no ensino básico, bolsa presidiario, programa esquenta, … Essa eh a opção de futuro trilhada por nosso país, em detrimento da massificaçao do ensino de qualidade.
Uma opção jamais vista na história da civilização moderna….
Para quem tinha dúvidas eis o Brasil, rumo a um futuro
DESCONHECIDO (porém nada promissor…)
sem mais

Douglas
Douglas
10 anos atrás

Excelente artigo, parabéns Flavio!
Um dos melhores resumos da atual situação do país que já li.

Abraços

Minoru
Minoru
10 anos atrás

Flavio,

A coisa anda tão bagunçada que as pessoas falam que falta educação nas escolas mas se esquecem de algo muito importante: escola não educa e nunca educou ninguém!

Escola está lá para te ensinar!!!

Ensinar a fazer contas para num futuro saber calcular quanto de concreto pode ir numa laje sustentada por quatro colunas, ou escrever de forma clara e legível para que o farmacêutico não entregue o remédio errado ao paciente e até história dos Gregos e Romanos pois do passado que surge o presente que delineia o futuro e eventualmente ensinar as regras do convívio social e do respeito mútuo.

A educação vem de casa, do seu berço, do seu pai e da sua mãe ou daqueles que podemos chamar de família, entidade que cada vez mais está destroçada pelo consumismo desenfreado e pelo individualismo exacerbado num mundo onde “eu ganhei, nós empatamos (por sua culpa) e você perdeu” e se evoca tudo a si com a mão batendo no peito dizendo “eu tenho direitos” e cada vez menos é lembrado do dever, da obrigação, do compromisso em se cumprir as leis e de se respeitar ao direito alheio ANTES MESMO de se exigir o seu próprio.

Já na escola quem quiser e se empenhar chegará lá mas a coisa que se resume a, quando muito muito, 5% dos alunos de uma sala e estes sim vão aprender, mas também vão ter que ralar para compensar as deficiências da escola pública… quanto aos demais 95%, estes se tornarão inicialmente entendidos em coisas inúteis e quando esta fase terminar se verão em um mundo em que eles não sonharam pois sempre acharam que iriam ser ricaços jogadores de futebol ou atrizes da Globo e a realidade é outra e o bonde da história passou e daí se tornam revoltados e críticos de tudo e todos menos consigo mesmos.

Então nesse momento, já que nunca foram punidos por ultrapassarem a linha do direito alheio, acham que podem destruir o que veem pela frente… irônico que duvido que eles joguem um rojão sem haste destro do próprio quarto ou usem bolinhas de gude no estilingue e brincar de tio ao alvo com a própria mãe ou pichem a própria casa e destruam o carro do pai!

Daí eu concluo achando que o problema deste país é um só e está na Justiça: o cumprimento das leis, que existem aos montes mas que não coíbem o crime pois posso garantir que se não houvesse tolerância, queria ver se alguém cuspir na rua sabendo que se pego pagaria uma multa, ou encher a cara de cachaça e sair dirigindo, ou corromper alguém sabendo que o corrupto e o corruptor vão efetivamente para atrás das grades pagar pelos seus crimes.

Como você mesmo inteligentemente afirmou, o problema não são os políticos pois eles foram colocados lá pelo voto mas como neste país o povo vota pensando em ir para a praia ou no azar de não ter comprado cerveja suficiente e depois reclama daquilo que ele mesmo, irresponsavelmente cometeu… afinal, garanto que a esmagadora maioria sequer sabe para quem votou para deputado federal nas últimas eleições e sequer cobraram o seu parlamentar para que ele “trabalhe” e no entanto querem que tudo seja como nos Estados Unidos mas vai ver se lá o eleitor deixa o seu Parlamentar, o seu Xerife e o seu Magistrado sossegados?

A verdade é que todos reclamam mas ninguém quer se mexer… ô povinho!

cedujor
cedujor
10 anos atrás

Helter Skelter!

marcelo a f da silva
marcelo a f da silva
10 anos atrás

Parabéns Flávio Gomes ! Muito bom !!! Falimos como Nação, País, povo !! A cada dia provamos como vivemos em uma falsa e hipócrita democracia racial e econômica , onde o valor está no consumo desenfreado de coisas descartáveis e rolezinhos a shoppings da moda !! O bom dia , boa tarde, por favor , o trabalho honesto como meio de ganhar a vida pouco a pouco foi se tornando coisa de trouxa ! Polícia mata , black block mata , em uma eterna cultura da morte !! Vamos mal…

Celio Ferreira
Celio Ferreira
10 anos atrás

É como dizia um politico famoso do passado :
” Neste mundo ninguem sabe quem quer que e nem quem quer o que? “

TOM SEM FREIO
TOM SEM FREIO
10 anos atrás

O Brasil, se tornou terra de ninguem essa é a verdade. Agora uma coisa aprendi desde criança, que se a pessoa que reclamar seus direitos tem que fazer de cara limpa, e nao escondendo a cara atrás de máscaras.

Davi
Davi
10 anos atrás

Anotações sobre o Black Bloc.

Da segunda metade de outubro ao início de novembro, a conjuntura tem conhecido a presença de um grupo denominado Black Bloc cujas ações têm se tornado comuns durante as manifestações de movimentos pacíficos em várias cidades do país. Reconhecível pelo fato de seus integrantes usarem roupas pretas e máscaras para dificultar sua identificação, suas estratégias vêm levantando polêmicas, debates e não poucas confusões ora em função do papel ideológico da mídia, ora pelas tentativas de encaixar o fenômeno em esquemas pré-moldados.
Longe de julgar, procuramos esboçar os elementos que permitem entender os acontecimentos,
suas contradições e consequências. Para dar conta desta tarefa, partiremos das origens desta estratégia de luta, resgataremos sua formação no interior dos movimentos e delinearemos algumas observações sobre os eventos mais recentes. Não se trata de um estudo, e sim de anotações para melhor entender os passos do futuro.
As origens distantes A depredação como estratégia de luta remete aos anos 70, quando, no País Basco, estado espanhol, se desenvolve a Kalle Borroka (queima e foge, em euskal) comumente traduzida como Luta de Rua.
Definida pelas autoridades como expressão de um terrorismo de baixa intensidade, a Kalle Borroka era uma forma de guerrilha urbana utilizada por grupos de jovens de inspiração anarquista, entre os 17 e os 23 anos de idade, que apoiavam a causa separatista do ETA (Euskadi Ta Askatasuna, Pátria Basca e Liberdade) e se destacavam pela roupa preta usada nos protestos. As ações consistiam em destruir e queimar caixas automáticos de agências bancárias, contêineres, lixeiras, ônibus, carros e equipamentos das forças policiais, sedes de partidos e agências imobiliárias, usando barras de ferro, porretes, cocktails molotov e foguetes com ponta metálica.
Desde o início, a Kalle Borroka provoca discussões e debates entre a população e os movimentos sociais cujas ações começam a ser enquadradas com a mesma definição sempre que qualquer ato passível de merecer o nome de violento se produz em suas manifestações, gerando o repúdio da imprensa e de amplos setores da sociedade.
No País Basco, as razões que fazem recuar a utilização desta tática são:
 O trabalho de inteligência da polícia;
 A elevação das penas por atos de vandalismo (a destruição de um caixa automático numa agência
bancária pode custar até 12 anos de prisão);
 A intensa ação da mídia;
 A condenação aberta por parte dos partidos políticos e das organizações sociais;
 A retomada das expectativas do processo de paz entre o governo e o ETA;
 A progressiva falta de apoio social na medida em que a população é quem vai pagar pelos
estragos com a piora dos serviços públicos, o aumento das tarifas, dos impostos e a consequente elevação dos preços.

Os Black Blocs.
Utilizando esta mesma estratégia, os primeiros militantes a serem chamados de Black Blocs surgem no início dos anos 80 na então Alemanha Ocidental. Suas origens deitam raízes no movimento autonomista que se espalha pela Europa nas décadas de 70 e 80. Com base no espírito revolucionário do marxismo, os autonomistas renegam a luta pelo poder institucional das burocracias sindicais e partidárias e desenvolvem experiências de convivência social como crítica real ao modo de vida imposto pelo capitalismo.
Fundamentalmente, este movimento se desenvolverá em duas vertentes:
1. Criação de acampamentos em terrenos destinados à construção de centrais nucleares. O mais famoso deles foi conhecido como a República Livre de Wendland, em meados dos anos 80, na cidade de Gorleben, na região alemã de Wendland;
2. Ocupações de imóveis vazios nas grandes cidades, como Berlim e Hamburgo, por parte de jovens e setores marginalizados da população para transformá-los em moradias coletivas e centros sociais autônomos. Chamados de Squats, esses espaços comunitários, presentes também na Holanda e Inglaterra, são vistos como uma forma de questionar a ordem capitalista através de pequenas ilhas de convivência onde vigoram relações sociais que se opõem às vigentes no entorno dominante.
Diante do proliferar desses acampamentos, o governo da Alemanha Ocidental lança uma grande ofensiva policial. Os militantes que se organizam para resistir às desocupações usam formas de enfrentamento bem próximas da Kalle Borroka. A primeira vez em que o grupo recebe o nome com o qual é conhecido até hoje foi no início dos anos 80, em Frankfurt, durante a manifestação de 1º de Maio. Militantes autonomistas desfilam com o corpo e o rosto cobertos de preto, usando capacetes e outros equipamentos para se defenderem dos ataques da polícia. Por causa do visual, a imprensa alemã os batizou de Schwarzer Block (Bloco Preto, em alemão).
Da Alemanha, a estratégia e a estética do grupo se espalham pela Europa e chegam aos Estados Unidos em 1988 quando o primeiro BB é organizado no protesto contra os esquadrões da morte que o governo estadunidense financiava em El Salvador. Ao longo dos anos 90, outros BB se organizam nos EUA, mas a tática se torna conhecida do grande público em novembro de 1999, durante as manifestações contra a Organização Mundial do Comércio, em Seattle, quando o BB realiza ataques seletivos contra alguns símbolos do capitalismo global e ganha os holofotes da mídia.
Atacar uma loja do McDonalds ou do GAP, na que era considerada a era de ouro das marchas globais, significava mostrar que aqueles ícones não eram tão poderosos quanto se acreditava e que, por trás da fachada amigável da publicidade, havia um mundo de exploração e violência que se materializava na atuação econômica dessas marcas. Seattle inaugura assim ataques do BB que se destinam a tornar visível o que se esconde por trás dos símbolos de um capitalismo que se pretende universal, benevolente e todo-poderoso.
É nesse contexto que a estratégia BB chega ao Brasil a partir de 1998. Grupos de militantes se organizam em coletivos para construir no país o movimento de resistência à globalização neoliberal sob a influência da rede internacional dos movimentos que dá origem ao Dia de Ação Global. O primeiro com atos no Brasil ocorre em 26 de setembro de 2000 durante a reunião do Fundo Monetário Internacional em Praga, na república Checa. Neste dia, um grupo de manifestantes vinculados ao movimento anarco-punk ataca o prédio da Bovespa e entra em confronto com a polícia. O segundo será em 20 de abril de 2011 contra a Cúpula das Américas realizada na cidade de Quebec, no Canadá, onde os líderes do continente discutem a criação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Desta vez, na Avenida Paulista, em São Paulo, os manifestantes atacam uma loja do McDonalds.
Mas o ápice e o inicio do refluxo na história recente da estratégia BB ocorrerá em Genova, Itália, durante a reunião do G7. Em 20 de junho de 2011, a cidade é tomada por cerca de 300 mil pessoas que marcham em mais um Dia de Ação Global. Entre os manifestantes, há o maior número de BB reunido até então. Atos de destruição tomam conta do centro e, nos confrontos com a polícia, o jovem italiano Carlos Giuliani é morto com um tiro na cabeça.
Os acontecimentos de Genova marcam a divisão do movimento antiglobalização como um todo. O debate sobre o uso da violência nas manifestações, mesmo que apenas contra lojas e objetos inanimados, cria rupturas entre ativistas “violentos” e “pacíficos” que contribuem para a desmobilização do movimento como um todo daí em diante.
Com o fim dos grandes atos contra a globalização, o debate sobre a estratégia BB sai das manchetes e se restringe aos meios militantes à medida que esta forma de enfrentamento continua sendo usada em protestos na Europa e EUA durante os anos que seguem.

As manifestações de junho e julho em São Paulo.
Até 13 de junho de 2013, a mobilização do Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento das passagens do transporte público era muito parecida com as que o grupo vinha organizando desde 2004.
Será a violência policial contra a marcha do dia 13, em São Paulo, a provocar um salto de qualidade inesperado. Os ataques contra jornalistas e jovens de classe média e média-alta indignam uma parcela da população normalmente avessa à militância política. De acordo com as estatísticas disponíveis, cerca de 84% das pessoas que ocuparão as ruas nos dias seguintes vêm de famílias com renda superior a R$ 3700,00 (classes A e B), ao passo que os representantes das classes C, D e E representarão apenas os 16% restantes.
Mas, por que um contingente tão grande da minoria da sociedade decide ir pra rua? Na nossa análise, para além da indignação inicial com a repressão policial, o nível de bem-estar desse setor aponta perspectivas de queda diante da lenta deterioração da situação econômica do país em função do baixo crescimento do Produto Interno Bruto e, sobretudo, dos parcos investimentos empresariais que elevam a falta de competitividade das mercadorias produzidas e mantêm elevados seus preços. No microcosmo das famílias da classe B, o impacto da realidade se manifesta através da:
 Progressiva elevação do nível de endividamento para manter o padrão de vida;
 Diminuição da renda à medida que, de 2011 em diante, a economia registra um corte de vagas
para funções acima de 2 salários mínimos;
 A perspectiva clara de que a ulterior precarização das relações de trabalho para manter a posição do país no ranking da competitividade internacional terá impacto negativo sobre esse setor da população. Cabe esclarecer que para as classes C, D e E esta realidade é pão de cada dia e, já em 2012, se revela com força no aumento de 8% no número de pessoas que, de acordo com o IBGE, recebem vencimentos até 1 salário mínimo. Porém, o impacto no padrão de vida desse setor é parcialmente diluído pelo maior número de pessoas que trabalham no âmbito familiar.
Neste cenário, a repressão policial atinge objetivos opostos aos desejados e leva um movimento contra a elevação do preço das passagens a virar protesto pelo direito de protestar. Inicialmente, os manifestantes mantêm a bandeira do Passe Livre, mas aos poucos, as manifestações de rua se tornam um NÃO ao que gera descontentamento e indignação. Este NÃO, amplo e indefinido, abre uma janela de participação pela qual aparecem as mais variadas demandas: dos hospitais padrão FIFA, à liberalização da maconha, passando pelo fim da Polícia Militar e a descriminalização do aborto. Há, literalmente, de tudo ocupando o espaço público.
O que vai pra rua, portanto, não é um movimento com bandeiras e projetos de mudança capazes de desmascarar os interesses dominantes (nem mesmo na questão do transporte coletivo, onde tudo se limita ao cancelamento do aumento e a uma “tarifa zero” para a qual ninguém diz de onde se tirará o dinheiro e que gastos públicos serão deixados para trás a fim de implentá-la), e sim aspectos do bem-estar subjetivo estimulados por uma mistura de indignação e desabafo diante da degradação do padrão de vida familiar.
A janela de participação aberta pelo “NÃO” não tem a menor condição de virar “SIM” a algum projeto de médio/longo prazo. Escolher bandeiras específicas, além da redução do preço das passagens que foi o ponto de partida, seria ajudar a esvaziar o movimento. É o que vai ocorrer, por sinal, depois da revogação dos aumentos e a indicação das cinco bandeiras por parte do grupo Anonymus que atua através das redes sociais.
De alguma forma, estas parecem ser as características comuns dos movimentos convocados pela internet: a rapidez do contato e o eventual sucesso da convocação, junto ao potencial de visibilidade imediata que proporcionam as redes sociais, faz cair em segundo plano a necessária, e difícil, construção de movimentos com estratégia de intervenção, projeto e estrutura de organização capaz de uma sustentação efetiva por sua inserção e capacidade de dialogar com a população. Nada de estranho se consideramos que vivemos numa sociedade onde o “comunicar-se com” conta bem mais do que o “fazer com”. O risco, porém, é de tudo não passar de um fogo de palha que apaga com a mesma velocidade com o qual acendeu, que pode voltar a encontrar condições suficiente para ser novamente atiçado, mas que se revela bastante inócuo enquanto capacidade de questionamento da ordem vigente. Por isso, a elite que tece e alimenta as relações de poder no interior do Estado não se preocupa com o alcance desses que não passam de espasmos de dor num cenário de doenças crônicas…

A elite pega o controle remoto.
Mas isso não é tudo. A partir de 16 de junho, a elite muda de atitude ao perceber que o MPL abriu involuntariamente uma brecha promissora para o desgaste do governo Dilma. Através da mídia, a luta contra o aumento da passagem permite deslocar a causa da inflação crescente da incômoda e reiterada falta de investimentos empresariais para produzir mercadorias mais baratas para um ulterior desgaste no padrão de vida, via reajuste das passagens. Graças a esse biombo, a responsabilidade pela inflação, pelo baixo crescimento econômico do país e pela deterioração do bem-estar, passaria da elite empresarial para o governo que, até aquele momento, não havia sido alvo dos protestos. Ainda que, em São Paulo os R$ 8,80 a mais no preço das passagens mensais seriam totalmente absorvidos pelos empregadores que pagam salários até R$ 2346,66, ou seja, para mais de 90% da classe trabalhadora, a releitura dominante dos motivos que levam as pessoas pra rua permite transformar a razão de ser das manifestações de algo específico para a rejeição em âmbito nacional de uma política oficial vista como distante, corrupta e ineficiente. O MPL percebe a mudança de comportamento e as intenções da elite e, uma vez obtido o cancelamento do aumento, se afasta desta orientação e da presença na rua enquanto movimento. O fato de as classes A e B estarem na rua exige dos governantes mudanças de atitudes. Em São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, sempre avesso a qualquer tipo de movimento, elogia o direito de se manifestar; tira as armas da PM que acompanha os atos; envia policiais capacitados para negociar com os manifestantes; antecipa as férias escolares da rede pública; condena a baderna e estabelece uma clara linha de demarcação entre os manifestantes pacíficos e ordeiros (tidos como a base saudável da democracia) e os vândalos que aproveitam para promover quebra-quebras. De repressor, o governador de São Paulo passa a ser saudado como verdadeiro democrata pelos que participam das manifestações. Por outro lado, estimular pessoas a ocuparem cenários abertos da luta (praças, ruas, avenidas, etc.) implica em correr riscos. Nos movimentos de junho e julho, os transtornos ao trânsito e ao ritmo costumeiro da metrópole não causam impactos significativos na atividade econômica. A paciência com eventuais excessos guarda relação direta com o desgaste da imagem da presidente da República, gerando uma excelente relação custo-benefício. Mas, quando serão os caminhoneiros a entrarem em cena, paralisando o escoamento das mercadorias nas principais artérias do sistema rodoviário nacional, o tratamento da mídia, da elite, da policia e do próprio judiciário será bem mais duro e incisivo. Apesar de pacíficas e ordeiras, as manifestações dos motoristas de caminhão não serão vistas como algo que integra a base saudável da democracia e medidas duas encerrarão este movimento em pouco mais de dois dias.
Os protestos pelas lentes da mídia. Quando analisamos o comportamento da mídia durante os protestos, percebemos uma linha comum e articulada:
 A quase totalidade dos entrevistados está de carro e apoia os protestos apesar dos atrasos em seus deslocamentos;
 Nenhuma entrevista com trabalhadores/as que, ao retornarem depois do expediente, ficam horas presos no trem ou no ônibus em função das manifestações;
 As imagens traçam um paralelo entre indignação popular e presença na rua com tomadas aéreas para evidenciar o volume de gente que participa dos protestos e uma seleção cuidadosa do que e como mostrar. As reportagens focam cartazes e bandeiras de luta que estão em sintonia com o projeto dominante de usar os atos para desgastar o governo. Os temas indigestos para a própria elite são esquecidos;
 Ao menor sinal de enfrentamento com a polícia, os holofotes se voltam a reduzidos grupos de manifestantes. Basta nada para justificar que as câmaras deixem de focalizar as multidões para destacar os grupos violentos, absolutamente insignificantes em termos de número. A visibilidade dada pela mídia a esse elemento servirá de base à estratégia Black Bloc em outubro-novembro. As capas da revista Veja e o conteúdo de suas matérias sobre os movimentos revelam a trajetória desenhada pelas elites:
 A primeira delas trata as manifestações como distúrbios causados pelo impulso juvenil. As imagens dos protestos são temperadas pela frase de Winston Churchill pela qual “aos 25 anos todo jovem é revolucionário. Aos 45 é necessariamente conservador…”.
 A segunda elogia os movimentos pacíficos como um ato de amor ao país. A capa da edição especial é branca, com um jovem de costas coberto pela bandeira do Brasil e o título sugestivo de “Pátria Amada”. Ampla ênfase na inflação, corrupção, ineficiência do Estado, classe média que se sacrifica a troco de nada, esmagada pelos impostos (obviamente, nada diz sobre a sonegação), destaca frases de entrevistas com os representantes da classe B, condena a baderna ao dividir o bom do mau manifestante.
 A terceira capa traz no título uma pergunta que sinaliza a necessidade de mudar os rumos: “Quer dizer que agora é no grito?”. A imagem introduz o conteúdo: o congresso à beira do precipício com os ratos caindo dele. No interior, a matéria de capa resgata a importância e o papel das instituições.
 A capa que segue, traz a imagem do ET com o Palácio da Alvorada no fundo e expressa a necessidade de o governo federal colocar os pés no chão diante da realidade projetada pelos protestos e contrária às propostas de reforma política que estão sendo discutidas.
Do mesmo modo, os meios de comunicação não poupam críticas e intervenções contra a ideia de plebiscito aventada pela presidente Dilma, encurralada, de um lado, por manifestações cujas demandas levariam anos para serem atendidas (baste pensar que a construção de um hospital demanda não menos de dois anos) e a urgência de mostrar que o governo ouviu a voz das ruas. Diante dos tempos da conjuntura e da complexidade das mudanças, não havia outro caminho a não ser algo que ficasse no campo da política e sinalizasse que as coisas iriam mudar. O problema é que os aliados do governo e setores do próprio PT discordam deste rumo e mergulham no pântano dos atrasos institucionais o que se destinava a recuperar parte da confiança popular e a fazer as pessoas voltarem pra casa com a sensação de ter conseguido algo maior do que a redução de R$ 0,20 nos preços das passagens.

O dia seguinte.
Passado o perigo, o plebiscito é enterrado sem mais nem menos e a reforma política volta a ser posicionada num horizonte distante. O silêncio que segue confirma a desconfiança das massas na ação dos partidos. O resultado da pesquisa IBOPE sobre percepção de corrupção, publicada no jornal Estado de São Paulo em 8 de julho de 2013, revela um quadro desolador em relação à política institucional: os partidos políticos recebem nada menos do que 81% das expressões de desconfiança; o Congresso Nacional 72%; a polícia 70%; o sistema de saúde 55%; o judiciário 50%; o funcionalismo público 46%; a imprensa 38%; as ONGs 35%; o setor privado (apesar de ser o corruptor) 35%; a igreja 31%; e os militares 30%.
Os números não são uma novidade à medida que a crise de representação dos partidos vinha se aprofundando desde os anos 90 ora por sua falta de inserção real no cotidiano das classes sociais (cujo voto é disputado com jogadas de marketing destinadas a revelar certa proximidade entre os desejos das pessoas e os vagos propósitos dos candidatos), ora porque as novas demandas não encontram espaço nos programas partidários. Aos poucos, assistimos a um proliferar de movimentos étnicos, de gênero, de opção sexual, ecologistas, etc., cujas pautas levam seus integrantes a saírem dos quadros partidários ou a nunca pensar em pertencer a estes á medida que buscam mecanismos próprios para fazer ecoar suas demandas no cenário nacional.
Os escândalos, de um lado, e a impunidade acompanhada pela inércia do Estado, de outro, acabam afastando cada vez mais as pessoas da política institucional a ponto destas não perceberem que sua ausência vai facilitar que as elites façam política em seu nome e dirijam os destinos do país em direção aos próprios interesses de classe. Desvincular-se dos partidos e das instituições passa a ser visto como condição para construir algo novo e dar vazão à própria subjetividade. A rejeição das bandeiras partidárias nos atos de junho/julho revela apenas a distância entre a política institucional e as bases que esta pretende representar. No campo das relações econômicas dois fatos são dignos de nota. O primeiro diz respeito à posição das empresas de ônibus diante da possibilidade de arcar com algum prejuízo em função do não aumento das passagens. Em várias capitais de Estado, não faltam declarações no sentido de compensar a redução das entradas com um maior espaço de tempo entre um ônibus e outro para elevar os lucros através da redução dos custos. Em seu socorro, os prefeitos prometem compensar as perdas com um volume maior de subsídios tirados de outros gastos sociais. A falta de um projeto para disputar como movimento um transporte público de qualidade faz aqui suas primeiras vítimas sob o silêncio cúmplice de quem ainda se gaba de ter conseguido reduzir a tarifa… Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin, que procura resguardar o apoio popular rumo às disputas de 2014, vai além da manutenção da tarifa do metrô e suspende o aumento do pedágio. O que poucos sabem é que, mais uma vez, o lucro das empresas concessionárias é garantido por dois caminhos: a renúncia fiscal e a inclusão no valor do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões que, até então, estavam isentos de cobrança nas rodovias estaduais. Resumindo, mais uma vez, é a população a pagar por outros meios o preço das magras vitórias obtidas nas ruas, com o encarecimento dos fretes e os relativos repasses aos preços das mercadorias… Quanto aos empresários, os lucros estão garantidos…
Em 11 de julho, as centrais sindicais organizam um dia de luta pela redução da jornada sem redução dos salários, contra o Projeto de Lei 4330 que amplia as possibilidades de terceirização, pelo fim do fator previdenciário, pela aplicação de 10% do PIB na educação e de 10% do orçamento da União na Saúde, por transporte público de qualidade, pela valorização das aposentadorias, a reforma agrária e a suspensão dos leilões do petróleo. Para além dos velhos problemas de mobilização e da anestesia que ainda toma conta da classe diante da pequena melhora nas suas condições de vida, não foram poucos os manifestantes que, em vários pontos do país, realizaram greves, manifestações, passeatas e o bloqueio de importantes vias de comunicação. Diante dos acontecimentos em defesa de uma pauta dos trabalhadores, a mídia fez questão de mostrar os espaços vazios entre os manifestantes, de evidenciar o esvaziamento de um movimento organizado com a alusão às ruas lotadas pela espontaneidade dos protestos anteriores e de declarar ora de maneira subliminar, ora de forma aberta, o fracasso de um movimento cujas bandeiras atingiam em cheios os interesses imediatos da elite.
Passado o ápice dos acontecimentos, instala-se nas pessoas a sensação de que nada mudou na política brasileira. As vozes das ruas esperavam respostas efetivas e não discursos de marketing destinados a recompor os índices de popularidade. As denúncias de corrupção continuam a marcar o presente e confirmam a política como espaço mafioso onde, salvo raras exceções, políticos cínicos e gangues especializadas assaltam o dinheiro público com sérias consequências em termos de custo humano e social.
Por outro lado, o fato de o Brasil continuar nos primeiros lugares da concentração de renda e a precariedade dos serviços públicos começam a fazer estagnar os efeitos benéfícos trazidos pelo combate à pobreza extrema. As periferias dos grandes centros continuam à beira do abismo e seus moradores são vítimas cotidianas da violência policial, tida como uma das manifestações da desigualdade que impera nas relações sociais. Entre os casos que marcam os noticiários, lembramos o do pedreiro Amarildo no Rio de Janeiro, de Douglas Rodrigues, estudante de 17 anos, de Guarulhos, assassinado por um disparo supostamente acidental da arma de um policial e de Severino Paulo de Oliveira, de 49 anos, também de São Paulo, morto durante uma perseguição policial na viela onde morava enquanto colocava comida na gaiola de um canário do lado de fora de sua casa. Esses acontecimentos cairiam na vala comum do esquecimento não fosse o impacto das manifestações ocorridas nos dias posteriores.
Nelas, e em várias outras, começa a se destacar um grupo de jovens entre 17 e 25 anos, mascarados e vestidos com roupas pretas que se notabilizam pelos enfrentamentos com a polícia, por incendiar ônibus, lixeiras e viaturas, destruir vidraças e caixas eletrônicos de agencias bancárias. Diante deste fenômeno que ganha as manchetes a partir de outubro, o nosso papel é o de analisar e compreender as características que o trouxeram à luz para ponderar seu efeito real na conjuntura e na continuidade dos movimentos.
Quem são e o que querem os Black Blocs.
Até o momento em que escrevemos, existe a percepção comum de que os integrantes dos Black Blocs (BB) não formam um movimento organizado e homogêneo e sim um bloco que reúne pessoas de diferentes orientações ideológicas numa estratégia de ação comum. O fato de se vestirem de preto, se reunirem num grupo e usarem máscaras dificulta a identificação e torna visível o fato de que se trata de uma ação coletiva, via de regra, no interior de movimentos maiores não organizados por eles.
Os integrantes do grupo, em sua maioria, trabalhariam ou dividiriam o tempo entre o trabalho e o estudo em universidades particulares. Orientados predominantemente pelos ideais do anarquismo, não moram nas periferias e cidades-dormitório, mas em áreas menos degradas e utilizam os serviços públicos. Por isso, conhecem o que a cidade oferece e tem uma visão crítica da situação do país, o que dá ao seu discurso sobre a realidade uma forma articulada e coerente.
Das entrevistas publicadas, constata-se que os BB são portadores de um ódio oriundo de situações de falta de atenção ou de violência por parte do Estado, na escola, no trabalho e nas demais relações da vida diária. Em seu entender, o Estado está de costas para os problemas da população, nada faz diante do descaso, da corrupção e da injustiça e em suas instituições não há como encontrar saídas para esses problemas. Do mesmo modo, desprezam a rigidez da hierarquia partidária, não só pela corrupção presente em seu meio, mas por atuar em conformidade com o modelo político e econômico vigente, o que transforma os partidos numa espécie de veículo para a submissão da população aos limites impostos pelo sistema.
Apesar de a maioria dos integrantes do grupo conhecer os protestos de rua somente após as convocações do Movimento Passe Livre, em junho deste ano, se veem como sujeitos políticos da mudança e acreditam que os atos de violência são um componente essencial para atrair as atenções da sociedade. Como não poderia deixar de ser em função da heterogeneidade do grupo, há sérias divergências entre seus membros quanto à utilização da estratégia BB. Para alguns, as ações deveriam ter apenas um caráter simbólico (como queimar uma catraca de isopor), para outros deveriam ser contra os símbolos reais do capitalismo contemporâneo, sem ferir o patrimônio público. Para outros ainda, o BB como estratégia de luta deve atingir indiscriminadamente o que estiver em seu caminho, pois, só assim as depredações seriam uma amostra clara da indignação e da raiva que encerra. Apenas uma exígua minoria dos BB coloca a máscara pela emoção e a adrenalina produzida nos enfrentamentos e não sabe de nada mesmo. Comum a todos é a ausência de um projeto político para mudar a ordem social.

A questão da “violência”.
Em primeiro lugar, constatamos que, com ou sem os BB, as manifestações de rua no Brasil são potencialmente violentas pelos abusos da PM, pela infiltração de agentes nos com a finalidade de provocarem tumultos, pela necessidade de fabricar acontecimentos que joguem um véu de descrédito nos mais honestos e justos objetivos dos manifestantes, mas também pela percepção de que as demandas apresentadas dificilmente serão ouvidas.
Dito isso, no entender dos BB, as ações do grupo teriam um objetivo pedagógico. Ao destruir, depredar, incendiar e enfrentar os corpos policiais, os integrantes buscam alimentar o ódio de classe e a reação popular aos abusos cometidos pelas estruturas do Estado. É como se cada item incendiado ou quebrado fosse uma transgressão que convoca ao debate e à reação uma população alienada pela violência permanente do Estado, da mídia e da própria ordem social. Realizar ações violentas seria como criar uma espécie de contraespetáculo para evidenciar a violência que faz e mantém a sociedade do jeitinho que está e que, ao mesmo tempo, dificulta que as pessoas discutam a violência do sistema.
Por outro lado, muitos BB afirmam também que a violência acaba sendo a única forma de expressão pela qual as pessoas podem ser ouvidas, à medida que só por este meio é que o governo enxerga a revolta que se instala na sociedade. Assim, a violência seria tanto uma forma de chamar a atenção para o descaso do Estado como uma resposta à violência das instituições que marginalizam a maioria da população. As ações do BB, portanto, materializariam a ideia de que o centro está em transgredir, incomodar, dar visibilidade, atrair os olhares e chamar para o debate; um meio que visa destruir, sem um vínculo direto com qualquer projeto de poder popular ou, mais simplesmente, de alternativa ao que existe.
Dois elementos parecem corroborar estas afirmações. De um lado, como já vimos, as mobilizações de junho-julho acabaram surtindo como único efeito a redução de um punhado de centavos no preço das passagens, deixando a clara impressão de que as centenas de milhares de pessoas que ocuparam pacificamente as ruas saíram delas sem nada. De outro, o fato de a mídia focar os enfrentamentos com a polícia (por ser o que gera espetáculo, dá Ibope, e atende aos interesses imediatos) acabou dando suporte à lógica da violência como forma de atrair os olhares, de despertar a atenção. E não precisa ser do BB para chegar a essas conclusões. Prova disso, é o comentário de um dos parentes de Severino Paulo de Oliveira, após participar de uma manifestação contra a violência policial no bairro, registrado pelo jornal o Estado de São Paulo na edição de 3/11/2013: “Defendemos uma manifestação pacífica porque quebrar tudo não iria trazer o Paulo de volta. Mas fica a dúvida. Será que se a gente partisse para o quebra-quebra as respostas seriam diferentes?”.

O papel contraditório do Black Bloc.
Analisando os noticiários, temos a clara impressão de que, sem os Black Blocs, muitos protestos populares (como os que se seguiram ao desaparecimento do pedreiro Amarildo) e até mesmo as ações que traduzem as lutas das categorias (com a dos professores no RJ) ou não apareceriam na grande mídia, ou ganhariam a menção típica de um fato “marginal”. Por outro lado, porém, os esforços de mobilização, resistência e luta, com suas bandeiras e implicações para a realidade, acabam ofuscados pelo destaque da mídia às ações do BB, o que coloca em segundo plano a origem e a razão de ser dos protestos que ganham as ruas e reduz o apoio popular às manifestações de qualquer tipo. Neste sentido, uma pesquisa do Datafolha publicada pelo jornal Folha de São Paulo em 27 de outubro, revela que, sob o impacto de suas intervenções, o apoio aos protestos que, em junho, registrava 89% de aprovação, caiu para 66% no final de outubro. E isso é preocupante, pois, de fato, pode inibir e fazer recuar a participação nos movimentos e levar a população a legitimar a repressão policial como forma de sufocar situações potenciais de conflito. Trata-se de consequências que não estão na intenção dos BB, mas que, paradoxalmente, acabam se instalando e levando água ao moinho da direita graças à ideia de ordem presente no senso comum.
As imagens de destruição e os rostos escondidos dos BB, em geral, mais assustam do que ganham a adesão das pessoas. Sempre de acordo com a pesquisa citada, o nível de rejeição chega a 95%. E não é pra menos. Uma sociedade que se escandaliza quando um vidro de banco é quebrado por um gesto violento, mas não quando alguém é agredido diária e sistematicamente em sua condição humana não tem como apoiar o BB, nem como entender sua estratégia de chamar a atenção. E tem mais. Ao superestimar a tática violenta como um fim em si mesmo, o grupo se isola e acaba dialogando apenas com a espetacularização promovida pela mídia que trata de criar um consenso sobre posições que se opõem frontalmente às intenções do grupo. O resultado das ações que, em alguns casos, piora os já precários serviços públicos (como no caso da queima de ônibus) e vira objeto de condenação aberta pelos usuários, acaba se sobrepondo a qualquer mensagem possível que o BB venha a propor. É como se, no lugar de agir para construir uma ponte sobre o rio que separa a leitura da realidade produzida pelo BB da que constitui a visão de mundo do senso comum, os integrantes do grupo lançassem uma ponte que une o lado do rio onde se encontram ao mesmo lado do mesmo rio com alguns metros de diferença… Pode parecer uma grande obra, mas serve a bem pouco.
Ao tentar estimular o ódio de classe longe de um processo de construção real de uma alternativa à ordem vigente, as ações do BB acabam se revelando tão inúteis quanto a tentativa do cachorro que se vinga da pedra que o fez correr imobilizando-a e mordendo-a, sem atentar para a mão que a lança. O risco de esgotar as próprias energias e de perder os dentes é proporcional à repetição do gesto. Isso sem contar que, neste cenário, as relações de poder que controlam e movimentam o Estado não têm problemas em oferecer mais do mesmo, ou seja, em aprimorar os processos de criminalização dos movimentos caso a pedra sofra desgastes superiores ao esperado. Na medida em que o termo “vandalismo” ganhar amplitude e indefinição suficientes nas futuras expressões legais que visam puni-lo, a ponto de incorporar qualquer ação que possa ser definida como “crime contra a paz pública”, as dificuldades para colocar o povo na rua e conduzir os protestos aumentarão na proporção das penas previstas.
Dito isso, acreditamos que, de imediato, as ações e o impacto do BB tendem a diminuir até se esgotar. Nada impede que, em 2014, diante das pressões para a redução dos salários e do aumento do custo de vida, evento capaz de desgastar seriamente o governo Dilma e que tende a se acentuar nos períodos de grandes eventos, como uma Copa de Mundo, situações de indignação e revolta superem a contenção do descontentamento proporcionada pela lógica da “festa do futebol” que se prepara. Num momento em que as atenções do mundo serão dirigidas ao país, as contradições gritantes que geram os vários Brasis do Brasil poderão vir à tona em expressões populares imprevisíveis.
Algumas considerações.
O baixo crescimento da economia, o nível de endividamento das famílias e as perspectivas de desgaste na renda familiar estão fazendo com que a anestesia na qual mergulhou a classe trabalhadora ao longo do último ano do governo Lula comece a diminuir o seu efeito.
Por outro lado, o movimento sindical, centrado nos aspectos econômico-corporativos de suas demandas e preso nas malhas da política institucional, tem seriíssimas dificuldades de voltar a ter um papel de protagonista. Facilmente desqualificadas e levadas ao isolamento, suas lutas se mantêm bem aquém do que seria necessário diante da terceirização e precarização dos contratos, dos elevados índices de adoecimento nos locais de trabalho e da própria necessidade de construir um novo poder de barganha a partir de baixo. Nestas condições, reagir à altura das necessidades parece algo improvável tanto pela falta de organização de base, como pela ausência de projetos nacionais que, ao entrarem em choque com os oficias, desmascarem os interesses em jogo e abram caminho ao desejo de a classe trabalhadora dizer NÃO ao que ameaça o seu futuro.
Do mesmo modo, estamos longe de ter um trabalhador coletivo capaz de entrar em cena com as características dos anos 70. Por isso, quem luta por mudanças não pode se fechar na saudade do passado e nem buscar repetir simplesmente o que, de alguma forma, deu certo em outras conjunturas. De início, terá mais o papel de adubar os sinais de que algo está se movendo para que a resistência dos de baixo comece a ganhar as feições de uma tarefa inadiável.
Acreditamos que se faz necessária uma atenção especial aos caminhos pelos quais a indignação e a rebeldia podem voltar a ganhar cor e forma. Hoje, como sempre, precisamos perceber que passos, ações ou reflexões começam a dialogar e questionar o cotidiano da classe a ponto de plantar sementes que transformem o descontentamento em desejo de ação. Não se trata de um processo fácil, nem de resultado garantido, mas sim de uma etapa urgente e necessária na árdua tarefa de construir um mundo no qual a vida da coletividade, e não o lucro, seja colocada ao centro das preocupações da sociedade.

Emilio Gennari.

Daniel
Daniel
Reply to  Davi
10 anos atrás

Seu post foi muito esclarecedor sobre a origem do movimento e sua evolução. Gostaria de fazer uma pergunta se me for permitido. Você acredita que esta situação explicitada da situação do nosso país nas últimas décadas é a consequência de uma transição intencionada para um regime comunista?
Daniel

daniel
daniel
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

65 m2

Braçudo
Braçudo
Reply to  Davi
10 anos atrás

Rafael
Rafael
Reply to  Braçudo
10 anos atrás

Hahahaha! Boa!

Mauricio
Reply to  Davi
10 anos atrás

Interessante evolução.
Evoluiu tanto que descobriram hoje que são partidos políticos que aliciam jovens de baixa renda para fazer confusão; Ganham salário para isso.
E depois reclamam quando digo que lugar de BB é na cadeia.

Fernando
Fernando
Reply to  Davi
10 anos atrás

Nossa….acho que isso é maior que o tratado de Tordesilhas…

hudson ricRDO
hudson ricRDO
10 anos atrás

INFELISMENTE , COMO NAÇÃO NÃO FIZEMOS O QUE REALMENTE PRECISAVAMOS, QUE É INVEESTIR EM EDUCAÇÃO, SAUDE , SEGURANÇA PUBLICA, E INFRA ESTRUTURA, ENTÃO INVENTAMOS COPA DO MUNDO , OLIMPIADAS, E O SR PT E SEU LULA SURFARAM ANOS NA ONDA DO REAL, ACABOU, ESTAMOS DE PIRES NA MÃO NOVAMENTE E NUMA SITUAÇÃO EBULITIVA SOCIAL MUITO PIOR AGORA,,, SOMOS VIOLENTOS SIM, SABE PORQUE, PORQUE NO FUNDO NÃO GOSTAMOS DEMUDANÇAS VERDADEIRAS…

R.A.B.
R.A.B.
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

ISTO É IMPORTANTE?????? QUEM CRIA ESTAS REGRAS?????

SERA QUE NA CHINA É FALTA DE EDUCAÇÃO….. OU AGRESSIVO…… OU ESTÃO TODOS BERRANDO????

EU PREFIRO CAIXA ALTA PARA LER…..”EU”…… TEM QUEM PREFERE O LADA E OUTROS O FUSCA…… O MAIOR PROBLEMA DO SER HUMANO É ACEITAR O DIFERENTE…… QUANDO ISTO FOR RESOLVIDO….. SO TEREMOS A PAZ……… VIVA O KIMI……….

Sim sim….. o blog é seu….. vamos respeitar isto.

Abraço.

R.A.B.
R.A.B.
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

Sim…. o blog é seu….. e escrevi que temos que respeitar isto…… mas minha opinião é diferente….

paulo valiengo
paulo valiengo
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

Lol!

Seinfeld
Seinfeld
10 anos atrás

“O Brasil é um país violento e indecente. Um país é feito pelas pessoas que nele vivem. O Brasil é indecente porque somos indecentes.”

Resumiu tudo que eu levaria 20 linhas para descrever.

Sem mais.

Ricardo Soeiro
Ricardo Soeiro
Reply to  Seinfeld
10 anos atrás

Essa frase realmente é perfeita.

Reclamamos dos políticos, mas subornamos a todos que forem possíveis.

Américo Gameiro Filho
Américo Gameiro Filho
10 anos atrás

Flávio, em um país onde o mercado de carros blindados cresce em torno de 12% todos os anos, está tudo errado, concorda?

JOSE RENATO
JOSE RENATO
10 anos atrás

O Brasil acabou, esqueceram de divulgar.

Não existe segurança, não existe educação, não existe o básico aqui e tem gente que ainda apoia políticos corruptos.

Esses últimos desgovernos (FHC, Lula e Dilma) simplesmente jogaram o sonho das pessoas no lixo.

O Brasil tem que reinventar, agora nas próximas eleições. Mas tenho minhas dúvidas, porque o povão já foi comprado com essas Bolas isso e bolsas aquilo….

Marcelo
Marcelo
10 anos atrás

Amigo Flavio,

Permita-me colocar um texto escrito pela filha do Santiago Andrade, Vanessa, homenageando seu pai. Não sei se você tinha conhecimento dele:

“Meu nome é Vanessa Andrade, tenho 29 anos e acabo de perder meu pai.

Quando decidi ser jornalista, aos 16, ele quase caiu duro. Disse que era profissão ingrata, salário baixo e muita ralação. Mas eu expliquei: vou usar seu sobrenome. Ele riu e disse: então pode!

Quando fiz minha primeira tatuagem, aos 15, achei que ele ia surtar. Mas ele olhou e disse: caramba, filha. Quero fazer também. E me deu de presente meu nome no antebraço.

Quando casei, ele ficou tão bêbado, que na hora de eu me despedir pra seguir em lua de mel, ele vomitava e me abraçava ao mesmo tempo.

Me ensinou muitos valores. A gente que vem de família humilde precisa provar duas vezes a que veio. Me deixou a vida toda em escola pública porque preferiu trabalhar mais para me pagar a faculdade. Ali o sonho dele se realizava. E o meu começava.

Esta noite eu passei no hospital me despedindo. Só eu e ele. Deitada em seu ombro, tivemos tempo de conversar sobre muitos assuntos, pedi perdão pelas minhas falhas e prometi seguir de cabeça erguida e cuidar da minha mãe e meus avós. Ele estava quentinho e sereno. Éramos só nós dois, pai e filha, na despedida mais linda que eu poderia ter. E ele também se despediu.

Sei que ele está bem. Claro que está. E eu sou a continuação da vida dele. Um dia meus futuros filhos saberão quem foi Santiago Andrade, o avô deles. Mas eu, somente eu, saberei o orgulho de ter o nome dele na minha identidade.

Obrigada, meu Deus. Porque tive a chance de amar e ser amada. Tive todas as alegrias e tristezas de pai e filha. Eu tive um pai. E ele teve uma filha.

Obrigada a todos. Ele também agradece.

Eu sou Vanessa Andrade, tenho 29 anos e os anjinhos do céu acabam de ganhar um pai”.

Flavio, tem que ter muita força para escrever este lindo texto, sabendo que a vida do seu pai foi arrancada por estes bandidos…

Abraços e parabéns por mais um belo post,

Marcelo

Mauricio
10 anos atrás

Depois de ler e reler seu comentário, vão abaixo minhas considerações:
– Você está certo, nada justifica a violência;
– Como vc, eu também estou de saco cheio com as ditas espertezas desta nação de idiotas;
– Black Blocks são um grupo de idiotas que pensam que sabem de algo mas não passam de massa de manobra para grupos muito malintencionados de políticos, a atual elite do poder no país hoje;
– A PM… Bem, a nossa PM não é um aparelho da ditadura pois essa já se foi a muito tempo e já houve uma renovação. O ponto é que ainda não é bem treinada e equipada para atender as demandas que se precisa dela. Porém satanizá-la como a imprensa tem feito ultimamente é uma tremenda IRRESPONSABILIDADE! Para o bem ou para o mal, precisamos dela para a nossa segurança. Como em toda corporação de ofício, existem os mal elementos e gente muito boa trabalhando lá. Portanto não seja tão generalista. Destaque-se da mediocridade jornalística que corre hoje em dia.

Veja bem, não defendo a PM, mas sem ela, a coisa estaria muito pior do já está.

Para finalizar, sem exceções, lugar de Black Block é na cadeia!!!!

Rafael
Rafael
Reply to  Mauricio
10 anos atrás

“O ponto é que ainda não é bem treinada e equipada para atender as demandas que se precisa dela.”

Você tá pegando leve. A PMERJ é mal-paga, mal-treinada, e utiliza métodos que a colocam ainda no séc. XIX. Óbvio, já foi bem pior, mas ainda há um looongo caminho pela frente.

Precisa investir em material humano e tecnológico. Pode manter um efetivo enxuto, investindo em inteligência eletrônica e vigilância, de modo a multiplicar seus olhos.

Precisa estar em dia com as mais recentes tecnologias. Ex: a tecnologia de drones, já utilizada pelas polícias americana e européia, aqui somente foi comprado pela PF, e ainda assim, estava parado ha até pouco tempo atrás.

Mauricio
Reply to  Rafael
10 anos atrás

Não tão leve assim.
O estado de sucata da PM do Rio é intencional e financiada pelos barões da droga do estado.
É melhor para eles manter o Estado em estado de pane (parece trocadilhos mas não é).
Quem ganha são aqueles que só querem confusão.
Quem perde é o povo da mais linda cidade do mundo.
De resto, o que você somou ao meu comentário, é uma verdade total.
Nós todos somos vítimas de nossa própria falta de formação.
De nossa ignorância.

Rafael
Rafael
Reply to  Mauricio
10 anos atrás

Ah, e mais: a polícia é apenas a ponta do Iceberg.

– Tem que se investir em produção, nas micro, pequenas e médias empresas – são essas que geram o grosso dos empregos. Um jovem a mais empregado é um delinquente em potencial a menos;

– Tem que investir na modernização e expansão da infra-estrutura carcerária nacional. Algumas prisões brasileiras possuem aspecto de cadeia medieval;

– Tem que investir em um poder judiciário mais ágil e enxuto;

– Tem que se reformar o código penal, hoje sujeito a inúmeros dispositivos de redução penal. Cumprimento integral da pena, fim do limite de reclusão de 30 anos, fim da maioridade penal – no caso de crimes hediondos. Punição exemplar no caso de crimes de corrupção, com cassação definitiva dos direitos políticos e confisco de bens. Punição dobrada no caso do infrator ser um agente da lei;

– Enfim, desnecessário dizer, investir em educação de qualidade, acessível a todos.

rodrigo guedes coelho
rodrigo guedes coelho
10 anos atrás

Na realidade isso tudo é culpa do Estado. A população começa a fazer o uso do “exercício arbitrário das próprias razões” porque o Estado é incapaz de impor a lei. Sabendo que o jovem delinquente iria sair impune, a população decidiu agir por conta própria. No mais (direitos humanos e tals) é conversa fiada de butiquim.

Mauricio
Reply to  rodrigo guedes coelho
10 anos atrás

Fácil é apontar o problema lá, quando ele está aqui!
Quem faz o Estado é o povo que o mantém.
Sem mais nem menos.

rodrigo guedes coelho
rodrigo guedes coelho
10 anos atrás

Santiago Andrade faleceu. Sabe o que acontecerá? O pessoal sairá na rua de camiseta branca e mãozinhas dadas pedindo “paz”.

rodrigo guedes coelho
rodrigo guedes coelho
10 anos atrás

Futuramente o Inferno terá uma sala de torturas onde pecadores assistirão um debate eterno entre a Sheherazade e a Sininho sobre violência

josimar
josimar
10 anos atrás

opinião ?? cada um tem a sua, triste mesmo ‘e a verdade

Herbert
Herbert
10 anos atrás

Grande besteira o rhscrito sobre as PM! Apesar de comunista e petista convicto, o autor foi bem, até mostrar completo desconhecimento tanto da vida como do treinamento policial! Poderia se dar ao luxo de visitar algumas escolas de formação, aqui mesmo no Brasil, e compará-las com escolas mundo afora, já que viaja tanto!

Mauricio
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

Onde?
Quero participar!!!!

Herbert
Herbert
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

Puro preconceito e desconhecimento! Compare dados ao invés de se deixar levar por emoções, e veja quais polícias são mais eficazes dentro dessa sociedade, com essas leis, com essa situação sócio econômica. Lembrando que situação econômica e legislação penal, é federal, e a polícia execrada que tenta manter a ordem, necessária até para que a imprensa tenha a liberdade que tem, é estadual, e tem que atuar nesse cenário, não criado por ela. Poderia se melhor? poderia…. mas o conjunto é que manda! Por isso repito: a posição do autor é preconceituosa e ignorante, baseada em emoções e que só contribuem para reforçar o caos!

Mauricio
Reply to  Herbert
10 anos atrás

Agora falando um pouco mais a sério. Se tem alguém que acha que a nossa polícia é fraca, não sabe o que fala. Ela é omissas e mal preparada sim, mas sabe agir com força quando provocada. Se a baderna que ocorreu nos últimos meses acontecesse em alguns lugares mais civilizados do mundo, o resultado seria muito mais funesto para o lado dos manifestantes:
-Na Suiça haveria um monte de feridos e centenas de prisões;
-Na França, além dos presos e feridos haveriam alguns mortos;
-Nos EUA haveriam ainda mais mortos que presos;
-Na Russia uns poucos presos que demorariam uma eternidade para reaparecerem (se reaparecerem) e milhares de mortos
-Na China, só mortos, sem prisioneiros
-Na Coréia do Norte: o protesto não chegaria a acontecer e os idealizadores da coisa estariam todos mortos muito antes de alguém saber que algo iria acontecer.

Se acham que estou fazendo piada, leiam o histórico das manifestações nestes países.
Nossos policiais são verdadeiros anjos, não por índole, mas por omissão e despreparo.

Michel
Michel
10 anos atrás

Dizem que as coisas ruins num país só mudam mediante uma revolução, mas eu prefiro que não haja protestos ainda que pacíficos, pois é um pavio para eclodir confusão, baderna, quebra quebra e infelizmente morte de pessoas inocentes! Claro que sou a favor de protestos que reivindiquem causas em que haja razão de ser!
Mas protestos despropositados devem ser combatidos. O Governo deve combater por meio das polícias esse tipo de coisa! O problema é que no Brasil tem mais gente ruim fora da cadeia do que lá dentro! Aonde quer que vc vá está sujeito a sofrer uma agressão, um roubo, um atentado! E num protesto as coisas podem ser bem ruins!

Pablo
Pablo
10 anos atrás

Exatamente Flávio. Um dos motivos que me fazem as vezes sentir nojo dessas manifestações são os black-blocs, povinho que acha que se resolve tudo na base do quebra-quebra. Essas manifestações pra mim começaram a perder a credibilidade no ano passado durante a Copa das Confederações onde a Globo fretava ônibus para playboyzinhos de escolas particulares irem para manifestações perto de estádios, e depois mais ainda com os black-blocs e com aqueles que os defendem com unhas e dentes.
O problema dessas manifestações é também a falta de foco. Sempre tinha gente manifestando contra TUDO em uma só manifestação, e isso fez com que gente da direita se aproveitasse disso pra que essas manifestações sejam contra Lula, Dilma ou o PT sem ser. Ou até pior, com gente se aproveitando disso pra querer volta da ditadura. Se eu for pra uma manifestação contra o aumento da passagem de ônibus do meu MUNICÍPIO e eu começar a ver gente com faixa contra o governo do ESTADO ou do PAÍS, mando esse povo tomar no c* e paro no primeiro canto onde venda cerveja!

gilberto prescendo
gilberto prescendo
Reply to  Pablo
10 anos atrás

exato cara!! a direitada adorou os babacas indo às ruas fazer o papel de bobo. pedindo os maiores absurdos e achando que desse jeito ajudam o Brasil.
COMO QUE ESTRAGANDO A COPA VOCÊ AJUDA O BRASIL??? ME EXPLICA!!!

Ricardo Soeiro
Ricardo Soeiro
Reply to  gilberto prescendo
10 anos atrás

Que bom que temos gente inteligente ainda.
Parte da mídia maquiou esses movimentos de forma a centralizar tudo no governo federal, de qual faz oposição.

Araçatubaianu
Araçatubaianu
10 anos atrás

O brasileiro típico é ignorante, é medíocre, é covarde, é passivo, é submisso. Só quer bajular ou pelo menos evitar desagradar o chefe para garantir o seu no fim do mês. Isso fica óbvio nos comentários.

O mesmo brasileirinho medíocre que grita ‘desordeiro’ para os black blocs sem sequer fazer idéia do que sejam eles é o sujeito que para em cima da faixa de pedestres, que estaciona na vaga de deficiente, que corta filas.

O típico cidadão brasileiro é um ignorante, miserável, escroque, que grita pela ordem e pela moral, mas não é capaz de recolher o cocõ do cachorro quando este defeca na calçada. Ele acha que gritando contra os desordeiros o faz um sujeito digno.

É o Macunaíma com Q.I. de Homer Simpson gritando anauê e vociferando discurso moralista de udenista. Enquanto o mundo batia palmas para a queda do muro de Berlim, os black blocks xingavam Reagan por causa da sua política de guerra fria.

Enquanto os black blocs protestam no Brasil, reacionários de esquerda gritam ‘fascistas’ e os reacionários de direita gritam ‘comunistas’ para eles. Ou os mais imbecilizados só gritam ‘baderneiros’, até porque não entendem patavinas de porcaria nenhuma, só querem fazer pose de ‘homem de bem’.

Não vai ser um Datena, um Ratinho, uma Rachel Sheharazade, um Reinaldo Azevedo, qualquer político lixo que irão acabar com os black blocs. Eles vieram para ficar, acostumem-se com eles. Ou pelo menos tentem sair desse poço de ignorância e mediocridade, tentem aprender algo sobre eles.

Seinfeld
Seinfeld
Reply to  Araçatubaianu
10 anos atrás

Nossa FG, até black bloc anda lendo seu blog!

Que merda hein?

Fabio Amparo
Fabio Amparo
Reply to  Araçatubaianu
10 anos atrás

Além de ignorante, o cidadãozinho de Araçatuba aí é adepto da violência.

Você deveria ter nascido na Síria, ou no Afeganistão, porque vocês são almofadinhas, filhos de papai metidos à terroristas.

Babacas iguais à você são os mesmos que protestam contra o Governo, exigem igualdade social, mas não abrem mão de férias no exterior e roupas importadas. O tal do Fabio Raposo estava dando entrevista com boné de time da NBA na cabeça, e estava escondido debaixo da saia da mamãe. Assim é fácil ser reacionário né?

A boçal da sua colega Cininho é uma vagaba de marca maior. Tem quase 30 anos, não trabalha, vive às custas da mãe, não esconde de ninguém que tem documentos falsos e um livro de passagens pela Polícia por formação de quadrilha, destruição do patrimônio e o caralho a 4.

O seu outro colega babaca disse para um cinegrafista na porta da delegacia que ele deveria ser o próximo a morrer. Foi agredido em resposta e foi para onde? Para a delegacia fazer um BO, ou seja, vocês enfrentam a polícia de depois correm pra ela reivindicar seus direitos.

Isso mostra o tamanho da hipocrisia dessa racinha de FDP que são os Black Blocs.

Repito as palavras do mestre Alborghetti: Vocês trocado por merda é caro!!!

Edgar Braga
Edgar Braga
10 anos atrás

Somos brasileiros logo somos hipócritas…
Falo isso com toda certeza . e sem medo de toma porrada
Quais dos cavaleiros acima pode se dizer correto que nunca fez nada considerado imoral ou ilegal ? Olhou a garotinha de 15 anos e a achou gostosinha , nunca deu uma porrada em porta de ônibus , nunca ofendeu o motorista do coletivo , nunca colou em escola , nunca viu filme imorais , nunca quis a namorada do amigo , nunca fechou alguém no transito , nunca fez uma manobra perigosa no transito para obter vantagens , nunca foi Petista , nunca foi Tucano e etc ? …..Ahh cavaleiros vcs se acham limpos honestos e são tao hipócritas quanto os canalhas lá no governo federal , estadual e municipal , e ate me incluo nisso . Brasileiro e chorão , comodista e hipócrita . Se esta uma merda e pq nos permitimos e nos não sabemos como sair da merda

regis
regis
10 anos atrás

acho que isto vai muito além de falta de cultura, educação, gestão política…isto é histórico, o Brasil surgiu assim e vai até não sei onde assim…converso com pessoas ditas “cultas” e o que vejo é a mesma consciência da época da colonização…o importante é ter dinheiro, independente de quem vá sifu com isto. Na verdade ninguém tá aí pra nada, se conseguir pagar uma conta e levar um troco a mais na devolução, que maravilha….se achar uma carteira cheia de grana, uauuuu…e se alguém tem um ataque ao teu lado, melhor sair de fininho, tenho nada com isto…daí você pula para as brigas campais que sempre rolam nos jogos de futebol, o bate boca no trânsito que acaba em morte…não temos exemplos, disciplinas ou qualquer outra forma de reeducação…cara é coisa pra cacete pra mudar e infelizmente o futuro é tenso demais…mas vamos nos alegrar, a copa vem aí, depois olimpíadas….mesmo que consumam os pingados que poderiam serem utilizados em projetos educacionais, na ajuda ao sertão nordestino ou no combate ao narco-tráfico….vamos poder vibrar com os gols da seleção e quem sabe um novo título…caracaaaa, vai mudar nossas vidas…você reclama demais Flávio Gomes,rsrs

Thiago Leal
10 anos atrás

Às vezes discordo de você, às vezes concordo com você (E provavelmente você responderia “E daí? Foda-se você também!” =D ) mas é muito bom ler alguém que geralmente tem ponto de vista coerente para com suas opiniões. E é bom ler a opinião de quem tem um “direcionamento filosófico-político” definido, não tem medo de expô-lo (como em tantos Gira Mondo Gira), mas sabe diferenciar a ciência política da politicagem. Felizmente, pra mim, dessa vez pensamos quase igual e concordamos em muitos dos pontos de vista. Quando não, mesmo assim, curto vir aqui e ler aquilo do que discordo. Valeu, Flavio. Estava com muita saudade dos Gira-Mondos. Abraço.

Luiz Fernando
Luiz Fernando
10 anos atrás

Como sempre, oportuno!! Bom ver que alguns daqueles que tem voz, vocês da imprensa, ainda emitem opiniões sinceras e não apenas as “politicamente corretas” que vemos nos telejornais diários. Este país é um nojo!!! Somos um povo ignorante e vagabundo (Eu inclusive). Nunca deixaremos de sê-lo. Triste…

Suélio
Suélio
10 anos atrás

A despolitização desse país começa com a própria classe política que há muito tempo deixou de levantar qualquer bandeira ideológica e pensa unicamente em chegar ao poder. Uma das formas de atingir o poder é fazendo alianças por simples conveniência de momento e não apenas por ideologias seja de esquerda ou de direita.

Kyna
Kyna
10 anos atrás

estas badernas, pois já não são mais manifestações, só irão parar o dia q ninguém da midia der bola. ignorar por completo. mesmo com as greves. aconteceu algo? nada de tv, jornal, radio, internet. nada. os baderneiros querem aparecer. mataram um, apareceram mais q suficiente. e ainda querem mais.

Antonius
Antonius
10 anos atrás

Nada posso falar a respeito, porque não tenho conteúdo suficiente.
Só acompanho o que acontece pela tv/rádio e pela internet mesmo.

Não vou nesses rolezinhos porque iam me chamar de tiozão da sukita!
Deixa a molecada se divertir enquanto podem!
Se a aglomeração intimida,……tenta mudar o trajeto pra evitar,..sei lá!

Também vão vou a manifestações porque virou bagunça/zona, e não tô afim de tomar bala de borracha, spray de pimenta na cara, enquanto o político ri ao ver tudo pela tv no conforto da casa dele!

Se perder o juízo de vez,…..prefiro ir lá, e tentar dar uns catiripapos no político safado que me faz trabalhar mais pra ter menos todo santo ano, pq não sei se o diálogo resolve mais!
(Pelo menos pago o pato sozinho e não prejudico alguém além de mim,.acho isso!)

Só não sei se teria coragem pra isso, porque sou o cara mais arregão que conheço!
(Pelo menos sou honesto em reconhecer, né?).
Sempre que alguém me manda pra PQP no trânsito respondo de forma educada:
– Vou sim champs, quando chegar lá,………..me procura, certo? Desculpa aí e Abraço!

Enquanto puder, o negócio é evitar a loucura,………….pessoal tá com os nervos à flor da pele, faz o que não deve, e só depois de se ferrar é que refletem.

(Vou ali tomar um chá de camomila porque a pôrra do impostômetro bateu outro recorde!)

João Sarto
João Sarto
10 anos atrás

Ah eu discordo, A culpa é sim de Dilmas , Lulas, Malufs e outros que virão, nosso país não tem nada de ideologia é um macaco amestrado que flutua por ai com eleitores mal informados, porque é isso que interessa para Dilmas, Lulas, Malufs, Alkimins, etc… que continue assim.

Jonny'O
10 anos atrás

A culpa é dos políticos sim……..depois do governo do Sarney(que foi um dos piores), todos foram votados pelo povo e todos traíram o povo, todos vivem como reis ,todos estão ricos…… são todos pilantras que não enfrentaram nada de frente ,digo, todos jamais passaram da linha do politicamente viável para seus comparsas e jamais dirão a verdade se isso puder trazer algum prejuízo eleitoral.Mas isso é com todos!!!!!

Estamos ferrados!!!

gilberto prescendo
gilberto prescendo
Reply to  Jonny'O
10 anos atrás

ah sim. lula e dilma trAIRAm muito o eleitor. foi uma trairagem acabar com a fome e desemprego..

Ivonete
Ivonete
Reply to  gilberto prescendo
10 anos atrás

O Lula e a Dilma acabaram com a fome e o desemprego? Puxa, que noticiário você assiste? Que jornal você lê? Tem certeza que não está vendo notícias da Suécia, Dinamarca, Noruega…? Cada um que aparece…

Elvys
Elvys
10 anos atrás

Parabéns Gomes!!! As mascaras dos mascarados dos black bestas caiu!Infelizmente um trabalhador, pai de família, pagou com a vida! E essa trupe ainda tem coragem de dizerem que ficaram ‘chateados’?!?!?!?!?!? Se são contra a Copa ou qualquer outro evento, onde estavam quando o Brasil estava para ser escolhido?Na frente dos telões da globo? Será que o papaizinho deles não pagou a viagem p/ disney no ano passado? Não ganhara um playstation 4 no natal?

Antonio
Antonio
10 anos atrás

Perfeito…..

Eduardo
Eduardo
10 anos atrás

Governo após governo, o Brasil flerta com uma combinação extremamente perigosa.
IGNORÂNCIA & IMPUNIDADE

Aí está o resultado!

Original
Original
10 anos atrás

Ótimo texto, concordo com tudo. Infelizmente, o brasileiro é desinformado e vê com maus olhos o Estado e a política – ignorando que são esses os únicos caminhos para tentar resolver os problemas do país.

Mas isso é até compreensível, afinal são décadas e décadas de desinformação praticada diariamente pela maior parte da mídia. Veja a questão dos impostos, por exemplo. O brasileiro classe media fica puto porque paga muito imposto no iPhone – mas ignora o real motivo disso (os impostos sobre os ricos estão entre os mais baixos do mundo).

Como os ricos pagam pouco imposto, e nosso PIB per capita é baixo, o Estado não arrecada o suficiente para prestar serviços públicos de qualidade. Simples assim. Mesmo se não houvesse corrupção, os serviços seriam péssimos. Essa é a realidade. Não adianta espernear na rua.

Lucas S.A.
Lucas S.A.
Reply to  Original
10 anos atrás

Boa. Acrescentaria até uma informação: como o PIB per capita é baixo, as empresas em geral destinam cotas menores de exportação pro Brasil. A baixa oferta de produtos é uma grandessíssima responsável pelo altíssimo custo de bens de consumo no Brasil, e muita gente não sabe disso.

alan
alan
10 anos atrás

MUITO BEM FLAVIO GOMES,

As vezes tenho algumas divergencias contigo, mas esse seu texto foi muito bom: direto, explicito, sem hipocrisia, sem querer afagar ou detonar ninguem, sem morder pra depois assoprar, sem lancar criticas ou elogios esperando algum retorno, enfim, jornalismo autentico,um jornalismo de boa qualidade, algo raro hoje em dia, talvez eu ainda continui discordando de voce, isso faz parte do convivio e a discussao sempre enriquece a quem participa , e tambem sei reconhecer os bons profissionais.

PARABENS, O Brasil prescisa de Jornalistas do boa qualidade!

Carlos Onofre
Carlos Onofre
10 anos atrás

Pode colocar este assassinato na conta de quem idealizou o movimento “black blocs”. Como ferramenta estratégica para sabotar as manifestações que começavam a tomar dimensão daquelas que tira o sono dos tiranos corruptos de plantão.

alfredo zamborlini junior
alfredo zamborlini junior
10 anos atrás

muito bem, gomes!!!!

Leonel Ameixieira
Leonel Ameixieira
10 anos atrás

Isso é um reflexo da falta de política publica de todos os governos. Necessitamos de estadistas e não de governos populista, corruptos e que só pensam no poder. Estou farto dos políticos que somente enxergam projetos pessoais e partidarios de poder. Precisamos de um projeto de país.

Fábio Aguilera
Fábio Aguilera
10 anos atrás

Precisamos todos nós, marginais, “pessoas de bem”, rolezeiros, funkeiros, PTistas, esquerdistas, comunistas, tucanos, PMDBistas entender que somos todos brasileiros. Nenhum de nós quer criar, ter ou ser marginal, nem assassino, nem manifestante. Queremos um lugar bom para viver, sem ter que acorrentar ninguém num poste e sem morrer com um tiro na cabeça porque alguém nos quis tomar o celular. Precisamos de compreensão mútua. O Policial que bate é o mesmo que salva. O manifestante que reivindica o justo é o mesmo que espanca um tenente-coronel da PM desarmado e o que mata um jornalista com um rojão na orelha.

Todos nós queremos um lugar melhor. Discutir se Lula é melhor que FHC ou vice-versa tem nos feito andar em círculos e perder de vista que somos iguais, que temos comunhão de desígnios.

É tempo de fazer uma pausa e reconhecermos nossas culpas: a culpa é de todos que com suas pequenas e grandes atitudes fazem nosso País ser o que é.

Paremos, pois, de perder tempo e nos dediquemos mais a transmitir bons valores às nossas crianças para salvar o futuro, pois o presente parece perdido.

gilberto prescendo
gilberto prescendo
Reply to  Fábio Aguilera
10 anos atrás

mas quem discute se lula foi melhor que fhc? um só deixou miseria e desemprego. o outro acabou com ambos. e espero que alguem me diga alguns aspeto que o pais nao tenha melhorado nos anos lula e dilma

Ancelmo
Ancelmo
10 anos atrás

A solução está aqui:
Instruções do Apóstolo Paulo:
“1 ADMOESTO-TE, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens;
2 Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;
3 Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,
4 Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.
5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.
6 O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.”

Fábio Aguilera
Fábio Aguilera
Reply to  Ancelmo
10 anos atrás

Ahã, Ancelmo, senta lá….

Fabiano Lacerda
Fabiano Lacerda
Reply to  Ancelmo
10 anos atrás

Constrangedor..

Mauricio_Lopez
Mauricio_Lopez
Reply to  Fabiano Lacerda
10 anos atrás

Ele não precisa sentar lá. Isto é, antes de qualquer viés religioso, uma lição de bem viver e relacionar-se. Não é preciso agredir, censurar, xingar, bloquear expressões de pensamento em espaços virtuais destinados ao público para se fazer entender e ouvir. A sociedade do Brasil, mais do que violenta, é, hoje em dia, um corpo agressivo, intolerante com as diferenças e divergências, individualista e egocêntrica, mimada, indisciplinada, desrespeitosa desde a base, sob o manto sujo do “eu sou verdadeiro”, “corajoso”, “independente” ou “estou apenas brincando”, “não levem a sério”. Mentira! Hipocrisia! Urbandade e cordialidade são valores comportamentais elementares, de civilidade, que provam que a espécie humana evoluiu e evolui. E se pode ser sincero, honesto e direto (até porque é muito cômodo as pessoas esconderem-se em agressões, ironias e tergiversações para não responderem seus interlocutores) com tudo isto.

Fabiano Lacerda
Fabiano Lacerda
Reply to  Mauricio_Lopez
10 anos atrás

A única coisa que fez ai foi tentar contextualizar a pregação do sujeito. E foi, sim, apenas mera e tola pregação. Agora, se achou os nossos comentários de alguma forma ofensivos, precisa tratar todo esse moralismo exagerado ai. Pelamor..

Mauricio
Reply to  Ancelmo
10 anos atrás

Aceito que haja uma resposta religiosa ao texto, apesar de deslocada no contexto, já que aqui fala-se de política.
Porém ainda não consegui entender o motivo que leva algumas pessoas a odiarem tão visceralmente a religião e a fé das pessoas para fazerem o tipo de comentário obsceno que os dois tracajás abaixo fizeram a sua mensagem.

Marluws Costa
Marluws Costa
10 anos atrás

Você é petista e comunista. Eu sou contra o PT e o Comunismo. Mas qualquer pessoa minimamente sensata – acho que sou uma pessoa minimamente sensata – tende a concordar com o teu texto. É isso.

Pedro
Pedro
10 anos atrás

O Brasil é um país indecente Flávio, pois a educação tanto nas escolas quanto a dada pela família está jogada à própria sorte. O Brasil indecente de hoje somente consegue desenvolver gente indecente.

Jr.
Jr.
Reply to  Pedro
10 anos atrás

Principalmente a família. Esta é o cerne, não tem como fugir disso.

Delmontier
Delmontier
10 anos atrás

Esses políticos ainda vão conseguir a acabar o Brasil e nos enterrar vivos.

Ulisses
Ulisses
Reply to  Delmontier
10 anos atrás

E mesmo assim, continuaremos votando em todos eles!!!!