NAS ASAS

SÃO PAULO (que dó) – Fabiano Archer mandou o e-mail, o link e a foto. Reproduzo:

Sou leitor assíduo do seu (sensacional) blog e peço desculpas caso o tema já tenha sido tratado em algum dos seus posts. Trata-se da “desmontagem”, ou total destruição dos boeings 767 da saudosa Transbrasil no aeroporto de Brasília. Alguns dos 737 da também saudosa VASP já tinham sido tema de um dos seus posts, e sabendo da sua admiração (também) pela aviação, tomei a liberdade de enviar ao seu e-mail as fotos do Fórum ContatoRadar, com os devidos créditos do fórum e colaboradores. Sabemos da audiência e importância do seu blog, frequentado por leitores também admiradores da aviação, e quem sabe dessa forma ajude um pouco a preservar um pouco da memória da aviação nacional.

Gozado que hoje mesmo comentava com meu mais velho sobre a Transbrasil. Quando contei para ele que a origem da empresa foi a Sadia, aquela dos frangos, ele ficou genuinamente espantado.

767transbrasil

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Pedro Paiva
Pedro Paiva
9 anos atrás

Trabalhei na Oficina de Motores da TBA em CGH entre 97 e 99. Acho que fui um dos últimos a sair e receber tudo o que era devido, gente que saiu um mês depois não recebeu nada até hoje. Pedir demissão da TBA é um dos dias negros na minha carreira. A empresa era amada por todos e era uma verdadeira família, os “coemps” eram irmãos. Hoje trabalho na Embraer e não tem o mesmo clima.

Fábio Labs
Fábio Labs
Reply to  Pedro Paiva
9 anos atrás

Eu trabalhei na oficina de Maquinas Operatrizes de 93 à 99 em CHG . Sem duvida nos cruzamos várias vezes. Eu ia até lá com frequência tirar parafusos quebrados dos motores e equipamentos, economizei muito dinheiro para a empresa, hehe. Felizmente quando saí em 06/99 recebi todo o meu dinheiro sem precisar de nenhum acordo. Muitas saudades.

Eduardo
Eduardo
9 anos atrás

Voei na Cruzeiro nos anos 80, meu instrutor tinha implicância com a Transbrasil, chamva o pessoal lá de ‘salsicheiros’ justamente pela origem na Sadia.

Luiz José Endrigo
Luiz José Endrigo
9 anos atrás

Trabalhei durante 1 anos no setor de depto. Pessoal da companhia, e posso afirmar que foi o melhor ambiente de trabalho que atuei. Não fiquei por mais tempo, porque a empresa já estava em maus lençóis, a mesma já era administrada pelo Celso Cipriani,
Saudades daquela época.

neto
neto
9 anos atrás

Voei com eles para europa em 1995. A Transbrasil já não estava bem, as tarifas eram bem baratas. Lembro-me que faziam SP-Viena-Amsterdam. Era um bate e volta. Chegavam em Amsterdam, limpavam o avião, trocavam a tripulação e “de volta para o Brasil”. Não gosto destes aviões monstro de hoje em dia. Os menores são bem mais confortáveis, quase “familiares”. Tenho saudades.
Dá pena vê-los terminarem assim…

Dudu Patton
Dudu Patton
9 anos atrás

A cada semana o Flávio posta uma maravilha dessas sendo desmontada e jogada às ferrugens. É realmente de partir o coração por tudo o que eles representaram para a humanidade…

Marcelo R
Marcelo R
9 anos atrás

Trabalhei durante quase quatro anos na Transbrasil na manutenção de Brasília. Foram inúmeras vezes que atendi, abasteci esses 767 da companhia. Faziam, geralmente, duas rotas: um ia de Guarulhos, passando por BSB e até Fortaleza e retorna fazendo o caminho inverso. Quando chegava em Guarulhos assumia a rota para Brasília (novamente), mas com destino a Manaus. Lembro que sempre abastecia ele quando iam para Manaus com algo em torno de 23 toneladas de querosene.

Vez ou outra o dono da empresa (Omar Fontana) vinha pilotando um desses. Num dia aconteceu algo muito engraçado. Quando as aeronaves se aproximavam de Brasília, funcionava no antigo Hangar da empresa, o sivop (que na época era quem recebia a confirmação do horário de pouso e repassava ao pessoal de operações, carga e manutenção). Eu conhecia o rapaz que trabalhava lá. Nesse dia, o TAA acertou um urubu e o nariz do avião afundou e travou a antena do Radar.

O azar é que o piloto do vôo era justamente o Omar Fontana. E tinha um outro 767 em check no Hangar (se não me engano era justamente esse o TAC) e como não havia peça no estoque, a solução foi retirar tudo do avião em revisão.

Acontece FG que parafusos em superfícies de vôo são quase impossíveis de retirar de pronto, sobretudo para a manutenção de pisa. Então vc pense o desespero que foi tirar os parafusos de uma peça que recebe todo o impacto do fluxo de ar da aeronave. Obviamente o vôo atrasou.

Mas, o mais engraçado foi que o comandante Omar perguntou ao rapaz do sivop: “.. Onde está a peça que será instalada ?”. E ele respondeu num tremendo ato falho:

“… ah o pessoal tá arrancando do outro avião sucata que tá no Hangar…”

Nisso o dono da empresa se assusta e diz:

“… Como assim arrancando ?, que história essa de sucata ?…”. Aí deu um trabalho danado para explicar que focinho de porco não era tomada. Mas, já demonstrava que o patrono da empresa pouco sabia ou era informado da situação da empresa.

Todos os três, TAA, TAB e TAC chegaram a fazer vôos internacionais (Miami, Orlando), mas quando chegaram os 767-300 (TAD e TAE) eles ficaram somente fazendo vôos domésticos. Quantos aos 767-300 lembro que o na época abasteciam o TAD com mais combustível em Guarulhos para pagar menos imposto em BSB (depois desisitiram disso), mas foi na mesma época em que houve o acidente do 767-300 da Lauda Air, então os reversores eram travados e o avião chegava com os discos de freio incandescentes. Levava quase uma hora só para esfriar um pouco.

Fabiano Archer
Fabiano Archer
9 anos atrás

Pois é…. pior mesmo é saber que no Brasil quase tudo acaba assim…

A.Vandelay
A.Vandelay
Reply to  Fabiano Archer
9 anos atrás

O modelo de negócios da aviação civil não funciona em nenhum lugar, não é só aqui. A grande maioria opera no prejuízo.

Marcelo
Marcelo
9 anos atrás

Hoje de madrugada sonhei que caiu em avião de passageiros onde moro, Mogi das Cruzes. Acho que fiquei impressionado com vários aviões que caíram nos últimos dias, no final, a coisa fica no subconsciente sem a gente perceber. Ainda bem que foi só um sonho, desastre de avião é assustador, ainda mais quando cai em cima de residências.

Toc, toc, toc…

Nunca sonho com números da mega-sena…fiasco!

Sacco
Sacco
9 anos atrás

O alpha-charlie, o único a ser arrematado para permanecer inteiro e funcionar como restaurante, também foi picotado. E, para piorar, em seu desmonte mal-feito, quase deixaram haver contaminação radioativa do mecanismo que calcula a densidade do combustível nos tanques. Quem o estava desmontando não sabia da existência disso. Um caso de saúde pública e de polícia.

Fotos do fato no excelente Aviões e Músicas:
http://www.avioesemusicas.com/o-boeing-767-pt-tac-da-transbrasil-e-a-radiacao-fotos.html

eduardo costa
eduardo costa
9 anos atrás

por que diabos, ao invés de serem desmontados, não foram para o museu aeroespacial da aeronáutica no rio???

http://www.musal.aer.mil.br

local fantástico!

Luis felipe
Luis felipe
9 anos atrás

Passei minha infancia e adolescencia la no hangar de Brasilia.. Meu era diretor de Imprensa… Na epoca so ela e a Lauda air tinha um dono dentre todas no Mundo.. Depois veio o Canhedo na Vasp(parte domprojeto de poder do Collor) A TransBrasil foi um marco… Omar Fontana um obstinado.. Ai morreu e seu genro em 3 anos assaltou a empresa… Celso nao sei das quantas… E deu no que deu… Uma pena!!!

Wellington Cunha
Wellington Cunha
Reply to  Luis felipe
9 anos atrás

Celso Cipriani. Este artigo explica um pouco do que houve: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0757/noticias/rotas-opostas-m0052362

Eduardo Britto
Eduardo Britto
Reply to  Wellington Cunha
9 anos atrás

História cabulosa! Valeu pelo link..

anônimo
anônimo
Reply to  Luis felipe
9 anos atrás

Acho que o Donald Trump, pelo menos, também era “dono” de uma aérea na mesma época. A Tam foi durante muito tempo um negócio de família, fora muitos outros que tocavam regionais mundo afora.

Existem relatos que as operações da TBA acobertavam muitos crimes cometidos por este citado (financeiro, contrabando, evasão etc.). Muita gente afirma que “sem a ciência do Omar Fontana”, que durante toda a vida foi probo. O criminoso parece que toca a vida com uma rede de resorts em Aspen.

O outro genro, que se demitiu da TBA para ser professor no Largo São Francisco, na USP, foi o Reitor que convocou a Tropa de Choque para bater em estudantes e professores. Que endividou a maior Universidade do país a ponto dela estar ameaçada.

Só desgraça.

Wellington Cunha
Wellington Cunha
9 anos atrás

Fui parte da “família” Transbrasil por quase 6 anos (isto diretamente, pois meu pai também trabalhou lá, então mesmo antes de eu entrar já fazia parte da família) e até hoje tenho amigos que não receberam absolutamente nada, tanto da empresa, quanto do Instituto Aerus, fundo privado de pensão administrado pela Varig. Se tivessem devolvido/vendido estes aviões, à época, ao menos uma parte poderia ser revertida para pagar aos milhares de funcionários que saíram com uma mão na frente e outra atrás. Mas eles (assim como os hangares e escritórios) foram depenados e hoje não passam de sucata. Ainda bem que eu entrei num PDV e consegui receber ao que tinha direito.

Claudio
Claudio
9 anos atrás

Esses foram os três primeiros 767 do Brasil. Aviões cheios de histórias, mereciam um final melhor…

Daniel
Daniel
9 anos atrás

O FG está certo. A Transbrasil originou-se da Sadia. Eu trabalhei lá e toda história estava descrita no hall de entrada da empresa. Os aviões eram usados para transportar frigorificados do Sul até o Sudeste de forma rápida, já que na época não existiam caminhões refrigerados. Coisas da família Fontana, o que aliás foi genial.

rolemberg
rolemberg
9 anos atrás

uai.

pensei que a varig que foi a empresa de aviação da sadia !

olha o panfleto
http://forum.aeroentusiasta.com.br/viewtopic.php?f=13&t=38541