RÁDIO BLOG
SÃO PAULO (pior é que eu conhecia) – O blog anda pouco musical, então veio em boa hora o e-mail do Carlos Igaz. Reproduzo:
Quero fazer uma contribuição para o seu blog, que acredito que muita gente vai gostar. É sobre os 20 anos de lançamento do disco “Grand Prix”, da banda escocesa Teenage Fanclub. O disco estampa na capa um carro de F-1 da Simtek, de 1994, o que talvez justifique um pouco eu ter mandado isso para um blog de automobilismo. Mas, na verdade, é a qualidade musical o que vale aqui. Quem conhece esse disco sabe do que eu estou falando. Quem conhece a banda, mais ainda. Os caras são mestres em fazer músicas pop/rock com melodias maravilhosas e letras que falam, em sua maioria, de amor. Voltando ao disco, são 13 músicas lindas, perfeitas, de chorar, de tal qualidade que faz a gente se dar conta do abismo musical que surgiu de 20 anos pra cá. Dá pena da molecada de hoje… Se você não conhece, corra e escute!
Bom, acredite ou não, sim, eu conhecia. Não sei por que nunca coloquei nada aqui. Será que não? O blog tem mais de 18 mil posts e quase dez anos, pode ser que sim. Mas é provável que não. E como conheci? Primeiro, evidente, pela capa do primeiro disco, esse ao qual você se refere. Lembro dele numa visita à inesquecível Virgin, no centro de Londres, então a meca da música — era a maior loja do mundo de discos, CDs e até LPs, embora eles, naquela época, 1995, estivessem quase em extinção.
Foi em julho, e sempre que saíamos de Silverstone na segunda-feira para pegar o Varig em Heathrow à noite, dávamos um jeito de dar um pulo na Virgin. Na época o Oasis fazia muito sucesso e um dos caras chegou a dizer que Teenage Fanclub era a segunda melhor banda do mundo — depois da dele, claro. Por isso comprei o CD. Mas preciso procurar.
Acho Oasis melhor. Mas os escoceses da Teenage Fanclub são ótimos. Agradeçam ao Igaz pela lembrança.
Que bacana, pois fazia exatamente 20 anos que eu achava que o carro da capa era um dos últimos modelos da Lotus original e não a Simtek.
Sempre lembrada pelo irreparável Bandwagonesque, o disco lançado no mítico 1991 e que foi considerado por algumas publicações o melhor disco de um ano em que pedras fundamentais como Screamadelica (Primal Scream), Spiderland (Slint), Loveless (My Bloody Valentine), e, principalmente, Nevermind foram lançados.
Fora o fato de serem britânicos e das guitarras distorcidas o único ponto em comum que vejo da banda com o Oasis é o fato de ambos fazerem referências contantes aos anos 60 em suas faixas. Enquanto os irmãos Gallagher apresentavam um casamento de melodias pops da virada dos 60 para os 70 (especialmente Beatles e T. Rex) com guitarras muito altas, o escoceses atualizavam o Byrds por meio das guitarristas que vinham direto da barulhenta cena de Jesus and Mary Chain, My Bloody Valentine e Ride.
Vale lembrar também do magistral Shadows, disco de 2010 do Teenage Fanclub que mostra a banda menos distorcida, mas com o senso pop completamente em dia.
Ouçam essa do Joe Satriani. O nome é “Formula 1”.
https://www.youtube.com/watch?v=H_tTVHHcHrA
“Formula1 – Funked up(The Guitar solo)”
A música desse vídeo tem um “Q” de “Some Might Say” do Oasis, que sem dúvida foi a melhor banda dos anos 90. Tive a oportunidade de ver dois shows dos irmãos Gallagher em São Paulo, nos anos 2000. Nas duas vezes tomei chuva, uma na Marginal Pinheiros (Credicard Hall) e outra na Marginal Tietê (Anhembi).
Outra banda pouco conhecida no Brasil, mas que tocava bem na Europa no fim dos anos 90 é a Cornershop.
Valeu, Igaz.
conhecia a banda, tenho dois vynis deles q comprei nos anos 90 e pouco, mas desconhecia esse álbum aí.
realmente, parecem pertencer a um tipo de ‘maestria perdida’, a arte de criar melodias para love songs.
também não sabia serem escoceses, pensava norteamericanos.
(uma banda q , creio, sabe fazer esse tipo de canções é o Air).
e ainda, não tenho certeza, mas uma vez um sobrinho meu (já sou da meia idade…) comentou q eles tinham tocado uma rápida apresentação numa pequena praça aqui em SP, logo na esquina de onde moro, no final da Paulista com Angélica – me perguntou se eu tinha assistido, lembro q disse a ele, “putz, não sabia q eram eles, bem q ouvi de casa e achei interessante o som!”
(mas não tenho certeza se era Teenage Fanclub ou Mercury Rev, esta um som experimental, faixas longas etc , lembra um pouco PinkFloyd dos anos 60)
abs
Sou fã do Teenage Fanclub há tempos. Diferentemente do pessoal do Oasis (esses irmãos Gallagher), Kurt Cobain considerava a Teenage Fanclub a melhor banda do mundo.
Abraço!
Não conhecia essa banda, mas gostei muito do som, realmente muita qualidade musical. Mas não deve ter à venda no Brasil né? Pelo menos, numa rápida pesquisada, não encontrei nada, nem mais recentes… talvez procurando um pouco mais. Mas é um som leve, bom de ouvir! Realmente muito diferente do que temos de “música(?)” hoje em dia por aqui.
Aqui tem:
http://www.cdpoint.com.br/webforms/CDNPesquisa.aspx?pIntCodTipo=50&pIndTipoPesq=1&pIndPesquisa=1&pIndForaCatalogo=0&pStrOrdena=&pStrLetra=
lá eu acho muitas especiarias. ( e torro um troco…)…
Em tempo, esse não é o primeiro disco dos caras, é o quinto.
Comprei esse mesmo CD em aeroporto, também. Em Barajas, tinha uma loja de CDs no terminal 2, parei por lá quando estava de mudança, voltando de Valencia para o Rio. Queria alguma coisa nova pra escutar e bati com esse CD que eu nem conhecia mas tinha um F1 na capa, então comprei. Como o mundo dá voltas, hoje moro em Seattle e já tive por algumas vezes o prazer de ver a banda ao vivo (volta e meia eles pingam por aqui, o vocalista/guitarrista Norman Blake mora no Canadá) e até fiquei amigo do baixista, Gerry Love. Músico de primeira e muito gente boa, por sinal.
Realmente os caras são muito gente boa. Em 2004 ele vieram para o Brasil e tocaram, entre outros lugares, no Sesc Pompéia. Eu trabalhava na Sabesp e no dia do show saí do escritório e fui direto para o Sesc. Fui um dos primeiros a chegar, e encontrei os caras da banda caminhando na ruazinha de paralelepípedo que fica do lado de fora da choperia do Sesc. Deu pra conversar um pouco com os caras e pegar autógrafos na capa do CD coletânea do Teenage que eu levava no bolso (eu devo ter pressentido a oportunidade e levei a capa comigo!). São muito simpáticos mesmo.