ENTREVISTA COM O BLOGUEIRO (11)

SÃO PAULO (hoje dá) – Serão 18 remessas de perguntas, estamos na oitava. Nem metade, ainda. Mas tudo bem, estou curtindo. Apenas não tenho tempo de tocar esta coletiva todos os dias.

Arrancada, música, carros antigos, carreira profissional, política (de novo), jornalismo e automobilismo são alguns dos temas. Vamos a eles. Não sem antes dizer que tirei as cores que separavam os blocos de pergunta/resposta. Vocês acham que ficou melhor assim? Dá um trabalho desgraçado colocar aquelas cores e muita gente reclamou. Se desse jeito está OK, me digam. E insisto, pela milionésima vez: não adianta fazer mais perguntas. A sessão de perguntas durou dois dias, 1º e 2 de julho. Quem perguntou, perguntou. Quem não perguntou, espere pelo segundo turno — se houver.

E comentem mais, vocês estão muito lentos.

[bannergoogle] Bruno Valente – Flávio, tudo bem? Então vou mandar algumas perguntas de curiosidade: Qual o momento mais marcante de sua carreira? Qual a sua corrida inesquecível ( pode incluir aí até o saudoso 69)? Qual piloto brasileiro mais importante da atualidade para vc?
RESPOSTA – Tudo bem. Manda. Pela ordem, então. 1) A cobertura da morte do Senna. 2) Acho que já respondi, e é capaz que mencione outra, porque às vezes a gente embaralha a memória. Veja bem: a memória. Nunca a opinião e a visão dos fatos. Neste exato momento, me ocorre como corrida inesquecível o GP da França de 1989, o primeiro que cobri fora do Brasil, em Paul Ricard. Só por isso, porque foi o primeiro que fiz na Europa, e hoje estava lembrando disso. 3) Felipe Massa.

Leon Neto – Protesto! Deveria ser somente 1 (uma) pergunta por leitor! Vc fez 4! No seu caso so deveria valer a primeira (“tudo bem?”)
RESPOSTA – O chilique do rapaz aí em cima foi dirigido a Bruno Valente, o leitor aí de cima. Então, nada a responder. Apenas registro porque, como disse, tudo seria publicado.

Harlan Rodrigo – Por que você algumas vezes xinga e ofende os leitores do seu blog que têm opiniões diferentes da sua?
RESPOSTA – Procure ler o que escreveram aqueles que ofendo. Esse é o primeiro ponto. Depois, tente imaginar o que me escrevem alguns que hoje estão na caixa de spam do blog. Por fim, não xingo quem tem opinião diferente da minha, necessariamente. Quando alguém coloca sua opinião com respeito, recebe respeito. Quem vem com a cabecinha fora do engradado, se achando valente, leva dois pés no peito. Não aceito que venham à minha casa para me ofender. Isso aqui é minha casa.

michael_schumacher
Schumacher, o melhor de todos

João – Pra você qual foi o piloto mais completo da história do automobilismo mundial? (Entre todas as categorias (F1,Indy e etc) ) e qual foi o mais gentil contigo e o mais mala?
RESPOSTA – Schumacher, fácil. Há muitos pilotos gentis com quem convivi. Hill, Zanardi, Alesi, Panis, Massa, Herbert, Da Matta, Gugelmin… Mala? Barrichello. Era (e é) um rapaz difícil. Montoya também.

Brunolustosa82 – Flavio, ja comentei uma vez sobre provas de arrancada, e você simplesmente falou que nao gostava.. tudo bem compreendo, mais acredito que a arrancada é o esporte a motor que pode ser a única a estar em todos os estados do Brasil, merece uma certa atenção. Você já assistiu um festival Brasileiro de arrancadas em Curitiba que acontece todo ano em dezembro? ficaria muito feliz em ver seus comentários tambem no mundo da arrancada. Porém é apenas um desejo de um velho leitor de seu blog e também piloto a mais de dez anos de arrancada. obrigado pela atenção e desculpe a chatiação.
RESPOSTA – Vou te contar o que é chateação. Em 2008, no “Limite”, da ESPN, mostramos um vídeo de uma prova de arrancada nos EUA em que um dos competidores morreu depois que seu carro explodiu. Fiz um comentário qualquer, chamando a atenção para o risco dessas competições, para o alto índice de acidentes e para a situação no Brasil que era, e é, bem pior. Falta de segurança, fiscalização, habilidade, preparo dos pilotos, excesso de debilidade mental do público, amadorismo, estupidez. Porque é claro que não se pode falar de arrancada olhando apenas para o mundo quase cor-de-rosa das competições oficiais que têm um mínimo de organização — e são poucas, a maioria é uma várzea, basta dar uma busca nos vídeos que correm por aí. O universo de arrancada, e você sabe muito bem disso, é muito mais amplo. Não se resume a Curitiba. Pois bem. No dia seguinte, comecei a receber ameaças. Um cara, ou mais de um, descobriu meu endereço e meu telefone. Ameaçou matar meus filhos e minha ex-esposa. Descreveu minha rotina, a dela e a dos meninos. Passou a me telefonar dez, vinte vezes por dia, no celular e em casa. De madrugada, na maioria das vezes. Sempre usando números falsos, ou chamadas não-identificadas. Colocaram meus dados pessoais, RG, CPF, endereço, numa comunidade de arrancadas no Orkut, na qual mais uma dezena de retardados me juraram de morte. Colocaram anúncios em sites de arrancadas usando meu telefone, nome e e-mail. Me telefonavam a cada cinco minutos para comprar carburador de Dodge ou grade de Chevette. No Mercado Livre, também. Até meu carro de corrida anunciaram. Um cara gravou um vídeo em Piracicaba, acho que era locutor dessas provas, igualmente me ameaçando e tal. Está no YouTube, é só procurar. Quando começou a me encher razoavelmente o saco, coloquei a polícia atrás, rastreando IPs, ligações e outras coisinhas que não posso contar. Tenho amigos interessantes na polícia, amigos de infância, e não hesito em recorrer a eles quando essas coisas acontecem. Não é carteirada. São as armas que eu tenho. Quem acha que sou vulnerável se engana redondamente. Essa história durou uns 15 dias. De uma hora para outra, acabou. Não sei o que meus amigos fizeram, nem quero saber. Em resumo: por conta de um comentário sobre um acidente, fui atacado por criminosos. Se você participa disso há dez anos, deve conhecer o tipo de gente com quem convive. Tem de tudo, eu sei. Gente boa, profissionais dedicados e apaixonados, mecânicos competentes. Mas tem isso, também, esse tipo de gente que me ameaça de morte porque eu não gosto de arrancada. Do ponto de vista esportivo, acho uma competição pobre, sair correndo em linha reta, algo que não apura habilidade nenhuma – apenas a capacidade de alguém de enfiar o pé no acelerador e torcer para não acontecer nada. Acho perigoso, vive morrendo gente, é pouco fiscalizado e coloca também o público em risco. Não acho que seja propriamente um esporte, é uma modalidade de racha transferido para um autódromo, às vezes, e praticada nas ruas, na maioria dos casos. Não sou ingênuo. Quem faz esses carros, racha na rua o tempo todo. Numa pista, de vez em quando. Depois do episódio de 2008, decidi simplesmente ignorar a existência de arrancada. Não faz parte do meu mundo. Também não falo de pelota basca, ou badminton. A diferença é que os praticantes/devotos/entusiastas desse negócio não são pessoas com quem eu gostaria de ter qualquer tipo de relação.

Felipe Reis – Flavio, percebo que o seu gosto musical é muito bom. Quais seriam suas bandas/artistas preferidos?
RESPOSTA – Não sou um ser musical. Ouço pouca música, porque a maioria dos meus carros não tem equipamento de som e ando muito de motoneta. Em casa, é muito raro colocar música para tocar. Mas gosto dos Beatles, Scorpions, Queen, Supertramp, Cat Stevens, Simon & Garfunkel, Ira!, Cazuza, Legião, Tim Maia, Bossa Nova, Chico, Gil, Caetano, Pretenders, Cranberries, REM, U2, UB40, Oasis, Pink Floyd, essas coisas.

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Art Garfunkel (esq.) e Paul Simon: dupla inigualável

Roberto – Uma curiosidade que tenho, na época do grandepremio no iG surgiu um personagem muito legal e divertido chamado Maximo (ou Maximum) Bueno. Claramente era uma paródia muito divertida com os comentários sobre a narração do canal de transmissão da formula 1. Esse personagem sumiu, era você? Rs… Seria muito legal se ele voltasse e também comentasse as narrações da Formula Indy, que também são assustadoras com varios comentários do narrador que torce para que chova toda corrida e termine o quanto antes a transmissão… rs…
RESPOSTA – Não era eu. Realmente era engraçado, mas sabíamos que seria o tipo de coisa que se esgotaria rápido, porque ficaria repetitivo. Foi divertido enquanto durou. O personagem não tinha a intenção de criticar colegas, mas sim de tirar uma onda. O problema é que tem gente que fica melindrada com essas coisas.

Jefferson Paiva – Vamos lá! Flávio, eu voltei a ater um caro antigo por ler e acompanhar suas aventuras e amor sem fim pelos modelos antigos e clássicos. Então vai a minha pergunta: O que você acha da cena do antigomobolismo no Brasil? Existe alguma diferença gritante com relação á Europa/EUA? E uma curiosidade (que eu particularmente nunca entendi – possa ser ingenuidade minha): Por quê você chama os seguidores de merdinhas? Forte abraço e fica aqui meus aplausos pela pessoa que és: única.
RESPOSTA – Que bom. Que carro você comprou? Aproveite e divirta-se com ele. Acho que o antigomobilismo só cresce no Brasil, há eventos por todos os lados e uma frota muito interessante, especialmente de carros nacionais. As grandes coleções – de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, principalmente – são pouco conhecidas. Particulares demais, creio. Uma das nossas grandes derrotas recentes foi o fechamento do Museu da Ulbra. O reitor era um picareta, ao que parece, mas aquilo tinha de ser confiscado pelo governo e estatizado. Era uma coleção boa e completa demais para ser pulverizada do jeito que foi – inclusive com muitos leilões viciados. Há bons eventos no Brasil, como Campos do Jordão, Lindoia, Araxá, o Sul-Brasileiro, a Luz, o Sambódromo (os dois últimos acontecem com grande periodicidade em São Paulo). Os encontros temáticos também são bem legais, como o Blue Cloud – que ressuscitou a marca DKW no Brasil. Vivemos um pequeno problema da esculhambação da placa preta, mas acho que é algo inevitável. Ninguém paga mais caro num carro porque tem placa preta. Só quem não entende picas de carros antigos dá valor a isso. No fundo, regular esse mercado é desnecessário. Quem conhece os clássicos sabe o que compra e vende. Há boas lojas em todo o território nacional, também. Enfim, é um universo bem vigoroso. Claro que a cultura europeia e americana de carros antigos é mais sofisticada e organizada. Os eventos são apoiados pelas montadoras, algo que não acontece no Brasil. Essa seria a grande crítica ao que acontece por aqui: a total ignorância e indiferença das montadoras com sua história. Para mim, toda fábrica de automóvel deveria ser obrigada a ter um museu. Mas, no Brasil, isso não acontece. Nenhuma participa de nada. Merdinhas, agora. Uai, por que não? Poderia ser “amigos”, “tuiteiros”, “seguidores”, qualquer coisa. Merdinha é carinhoso. Foi inspirado no tratamento que uma amiga, a Carolina Mendes, dava aos seus seguidores quando acordava de mau-humor. Ela acordava e o primeiro tuíte era algo como “e aí, seus cretinos, dormiram bem?”. Eu apenas oficializei.

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O Blue Cloud, em Poços de Caldas (foto de 2010): encontro mais legal do mundo

Rodrigo Nascimento – Sou seu leitor assíduo, apaixonado por automobilismo e por carros. Como você explica a manutenção do interesse em corridas, com a CBA fazendo o que faz, a F1 do jeito que está?
RESPOSTA – O interesse do público ligado em automobilismo é majoritariamente dirigido ao que acontece no exterior. As pessoas não sabem direito o que a CBA faz – nem eu. O automobilismo nacional foi forte nos anos 60, 70 e 80. Começou a se enfraquecer na década de 90, com o desinteresse das fábricas e após a morte de Senna – e, também, com a mudança da relação entre os jovens e os automóveis. A F-1 tem perdido espaço e público no exterior, também. Isso se deve, novamente, a essa relação diferente das pessoas com carros. E, da mesma forma, à oferta ilimitada de outras coisas para fazer.

Douglas – 1 – Quantos carros na colecao? 2 – Qual o primeiro? 3 – Qual foi o que gerou a maior aventura ou historia para conseguir? 4 – Qual o que voce ainda nao tem e considera um sonho conseguir (aquele que vai fazer historia pra voce)? 5 – Consideraria ser cartola so pra arrumar a portuguesa? 6 – Consideraria ser cartola para arrumar a CBA (a portuguesa e mais facil)? 7 – Que acoes podem ser tomadas para que tenhamos uma escola que gere mais jornalistas esportivos bons (nivel Reginaldo, voce, Americo)?
RESPOSTA – Mais um multi-perguntador. Multipperguntador. Multiperguntador. O corretor do Word considerou as três versões inexistentes. Foda-se. Vamos às respostas. 1) Já falei, 36 ou 37, esqueci. 2) Um Belcar 1962, que está comigo até hoje, carro querido, jamais vou me desfazer dele. 3) Gerd, de longe. É só procurar os textos aqui. 4) Outro dia fiz um esboço dessa lista. Está assim, no momento (e sem hierarquia de preferência, eu vou lembrando e anotando): Pampa, F-75, Belina, Del Rey, Voyage, Apollo, Santana, Chevette Hatch, Brasília, Fiat 147 Pick Up, Panorama, GT Malzoni, Citroën DS. 5) Não. 6) Também não. 7) Nenhuma, jornalistas aparecem, não tem escola específica para isso.

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O Belcar verde e branco 1962: primeiro da série, um queridão

Douglas – Que tipo de música você ouve?
RESPOSTA – Já respondi lá em cima.

André Fonseca – FG, algumas vezes no FSR é nítido que vc se segura para não responder algumas atravessadas que os outros participantes falam. No fim do programa, vc dá umas respostas “firmes e colocadas” para eles nos bastidores??? Como é aturar o Mano falando tanta asneiras e não poder dar risada???
RESPOSTA – Sou amigo de todos e temos uma relação ótima, fraternal. Somos no programa o que somos na vida. Não há máscaras, ali. Exceto quando me visto de Robin. O Mano é um puta cara, inteligente, sagaz, antenado. Não fala asneira nenhuma. Além do mais, é um puta amigo.

Douglas – Qual é o maior desafio na cobertura de automobilismo no Brasil?
RESPOSTA – Detesto perguntas com “desafio”. Sei lá. Não tem desafio nenhum, a gente busca o que todos buscam: público, leitores, seguidores, consumidores de informação. A cobertura do automobilismo no Brasil nunca mais será como era quando o automobilismo estava no auge. Não está mais. Somos jornalistas que atendem a um nicho. Isso é cada vez mais comum em todas as áreas. Acho que o desafio, mesmo, é viabilizar esse troço financeiramente. Mas é o mesmo em outras modalidades jornalísticas.

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Tiago Monteiro: Vagaroso no nome, só mesmo em Portugal

Leandro Vieiras – Qual foi o seu primeiro furo jornalístico? Aconteceu no início de sua carreira? Também gostaria de saber como você se sente profissionalmente (e pessoalmente porque não?), ao abrir espaço para talentos como a Evelyn Guimarães, o Renan do Couto, Juliana Tesser, entre outros jovens e excelentes talentos do jornalismo no GP, afinal, você também teve alguém que te deu oportunidades, e hoje você está na posição de abrir espaço à estes jornalistas!
RESPOSTA – Acho que foi uma matéria sobre a compra de livros didáticos pelo Ministério da Educação do governo Sarney. Compravam tudo do mesmo autor e da mesma editora. Mas acho que não deu em nada – o sujeito, inclusive, parece ser bom escritor e está na Academia Brasileira de Letras. Nunca fiz grandes descobertas. Antigamente a gente achava que era furo antecipar a equipe para onde um piloto ia (eu dei primeiro que todo mundo Barrichello na Ferrari, com o contrato, inclusive, mas e daí?), ou a mudança de motores de um time, essas bobagens. Sempre fui correto nas coberturas, mais do que em conseguir furos de reportagem – talvez porque tenha passado boa parte da carreira em cargos de chefia. Mas tem duas coisas que guardo com carinho. A primeira, descobrir meio sem querer que o nome completo do Tiago Monteiro, aquele que correu na Jordan, era Tiago VAGAROSO Monteiro. A segunda, me dar conta antes do que todo mundo de que o dia 23 de maio é o Dia Internacional da Tartaruga. Sobre a turma do Grande Prêmio, digamos que é meu maior orgulho na vida: abrir portas para gente talentosa. Todos os jornalistas que passaram por aqui foram encaminhados na profissão. Os que estão são fantásticos, jornalistas de primeiríssimo nível, gente da melhor espécie. Um dia escutei de alguém de alguma emissora de TV, ou jornal, que quando um novo contratado tinha passagem pelo Grande Prêmio já chegava com o respeito de seus pares. É a maior recompensa ao que fazemos aqui. Gostaria de poder fazer mais por todos eles. Infelizmente, não consigo.

Alessandro – Acompanho você desde 2007 e, exceto nos fim de semana, dificilmente passo um dia sem ler algo que você tenha escrito. Confesso que no início cheguei a te achar um sarna grosseiro, mas não deixava de acompanhar um pouco do seu trabalho. Com o passar do tempo aprendi a te respeitar, mais pela sinceridade e transparência de idéias do que por qualquer outra coisa, principalmente quando o tema extrapola os limites dos autódromos e avança por outros outras áreas, tais como política e conomina. É sobre isso que gostaria de te questionar: Considerando tudo aquilo que aconteceu e continua acontecendo, sem tirar da reta qualquer um dos ex ou do atual governo (Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma) Qual a sua opinião sobre o futuro político do país? Você acha que temos chance de sermos uma nação sem estes escândalos de corrupção? Um país no qual o governo trate o dinheiro publico com respeito e objetivando o bem estar da população? Um lugar em que os políticos não se deixem levar pelos ganhos ilegais e pensem no bem comum e não do próprio bolso? Você vê luz no fim do túnel?
RESPOSTA – Chegou tarde, comecei em 1982… Ando com preguiça de falar do assunto, porque o grau de intolerância atingiu níveis insuportáveis. E já respondi sobre política em outras perguntas desta série. Não vou repetir tudo. Acho que infelizmente estamos derivando para a direita, para o conservadorismo, para a volta ao poder daquele que foderam o Brasil por 500 anos, para resumir. É isso que querem, e não me conformo: a volta das elites de sempre, dos escroques de sempre, dos filhos da puta de sempre. Quando o PT assumiu o poder, começou a mudar as coisas. Isso faz apenas 12 anos. Doze anos numa história de 515. E as pessoas têm a coragem de colocar a culpa de todos os males do país no PT, no Lula e na Dilma. É burrice demais. Apesar de ter feito tanta coisa, instituindo uma real política de combater a miséria e a desigualdade, ou talvez por isso mesmo, por lutar contra as injustiças de séculos, há reação. E a reação da direita nos últimos seis meses, se apropriando, inclusive, de algo que o PT está fazendo (investigar, punir), tem sido muito barulhenta e bem articulada. A mídia perdeu a vergonha, quer derrubar a Dilma de qualquer jeito. Mente, faz campanha contra, se engaja num possível golpe. É ridículo o que estamos vivendo. E os babacas das varandas gourmet compram esse peixe graças à sua já conhecida estupidez, acham que estão fazendo política batendo panelas na janela e vestindo a camisa da CBF na Paulista, se sentem no direito de ofender de modo virulento quem não se alinha com sua idiotia endêmica. Dá vergonha de ver, inclusive gente com quem me relaciono, se comportando assim. Enfim, vivemos uma babaquização generalizada e não vejo luz nenhuma no fim do túnel se essa turma ganhar na marra, e na verdade quero que se foda. Vou pro Uruguai assim que der.

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Paulo Vanzolini: compositor e cientista

Douglas – Quem foi o personagem que você mais gostou de entrevistar nos últimos 25 anos?
RESPOSTA – Paulo Vanzolini. Eu adorava falar com ele.

Denis – Sei mais ou menos os carros que você tem. Afinal quantos carros (modelo, ano) vc tem na sua garagem? E uma sugestão daquelas bem furrebas, vc poderia ter um canal no VcTubo semelhante ao “Indiana Gomes”, começando pelos seus carros, que tal? Abraço.
RESPOSTA – Já respondi isso. Sobre programas no YouTube, você me paga um salário?

Douglas – Os autódromos estão cada vez mais vazios. O que você imagina que traria o público de volta?
RESPOSTA – Os autódromos no Brasil nunca foram propriamente lotados o tempo todo, mas é verdade que tinham público nos anos 60 a 80. Acho que também já respondi sobre isso. As pessoas não olham mais para um carro como olhavam antigamente. Corrida é algo que não faz o menor sentido para a maioria delas. Acho que boas organizações e promoções, com criatividade e envolvimento das montadoras, seriam capazes de aumentar essa presença nos autódromos. Mas não me iludo. O automobilismo regional alimenta uma boa máquina de fazer dinheiro que prescinde de público. Público só dá trabalho. É o pensamento de quem toca o automobilismo no Brasil.

Sanderson – Quem é melhor/maior: Alonso ou Vettel? De onde vem a paixão pelos lados?
RESPOSTA – São pilotos do mesmo nível, estão entre os maiores, mas fico com Vettel. Lados… Bom, prefiro meu lado esquerdo.

Sergio – Acompanho voce diariamente desde a Jovem Pam. Não vou discutir se é certo ou errado, mas qual a causa da sua fixação pela esquerda ?
RESPOSTA – Acho melhor rebater com outra pergunta. Por que a fixação pela direita? Já dei a lista de gente de esquerda e de gente de direita com quem dividir uma mesa de bar em outra resposta. Você escolheu qual? Não há fixação nenhuma, há apenas uma escolha. Eu tenho um lado – e agora é lado mesmo, não é brincadeira como na resposta anterior. Meu lado é muito claro. Claríssimo. Você nunca me verá do lado de Jair Bolsonaro. Ou de Silas Malafaia. Deu para entender? Qualquer um que tenha vivido nesta bosta de país comandado por militares e pela direita mais escrota do planeta, que assaltou o Estado, enriqueceu loucamente, alimentou a miséria, fez de nós o que somos, tem obrigação de ser de esquerda. Simples assim.

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Rogerio Kezerle
Rogerio Kezerle
8 anos atrás

Flavio, não li todas as perguntas, então se for reduntante, pode me mandar a merda.
Eu tenho na minha memoria, e até pelo Bianchi isso retornou, alguns pilotos, que se foram muito cedo ou em um momento em que finalmente poderiam provar seu talento, e que eu sempre achei que seriam campeões. Tony Brise, Stefan Bellof, Villeneuve, Rindt, Cevert, Pace dentre outros. Para você qual foi o maior que não teve tempo de ser o fodão?

Andre Souza
Andre Souza
8 anos atrás

Já que vai para o Uruguai, Peñarol ou Nacional???
Um abraço.

Fernando
Fernando
8 anos atrás

Sensacional.

Confesso ter ficado assustado com a resposta sobre a pergunta de arrancadas. Impressionante. Jamais imaginaria tamanha covardia.

Me divirto demais com as perguntas políticas. “você realmente acha isso?”, “você tem certeza daquilo”, “vai me dizer que você acredita que…”. Lendo esse tipo de ‘condição’ nas perguntas, começo a entender o tom azedo em algumas respostas que vejo.

Acho que ao final, você poderia fazer mais uma rodada de perguntas, mas escolhendo apenas aquelas que quiser responder. Tem bastante coisa pra perguntar, que surge conforme vamos lendo as respostas. Só uma sugestão.

Abs.,

Leo
Leo
8 anos atrás

Bem melhor sem cores. Fica muito mais confortável para ler assim, com letras pretas e o fundo branco. Se não me engano a ideia das cores era para facilitar a localização das perguntas e suas respectivas respostas, mas com o nome do perguntador e a palavra “RESPOSTA” em negrito fica fácil saber onde começa e termina cada dupla.

Alexsandro Nishimura
Alexsandro Nishimura
8 anos atrás

Flávio,

Aproveitando o “gancho” da sua resposta a pergunta do Máximo Bueno, essa história sobre o Alonso perder a memória em cada post de corrida ou treino já está ficando um pouco chata. No começo foi até legal comentar sobre carros/equipes/pilotos da época que ele começou na F1, mas pessoalmente acho que esta se tornando muito repetitiva.

Abraços

JR
JR
Reply to  Flavio Gomes
8 anos atrás

FG, são essas coisas que fazem teu Blog ficar divertido e gostoso de ler. O nome dos pilotos então, tem hora que precisa parar e pensar pra tentar adivinhar quem é, e depois cair na risada.
Fantásticos os apelidos e a brincadeira com os pilotos.

brunolustosa82
8 anos atrás

Boa Tarde Flávio, estou impressionado com sua historia ai perante seu comentário da arrancada. Eu não tive conhecimento desde acontecido. Isso eh ridiculo. Infelizmente coisas desse tipo ajudam mais ainda a manchar a imagem, que ja é negativa, do esporte. Estou a 10 anos sim, porem corro no nordeste e só vim conhecer e acompanhar mais as noticias do sul de uns 5 anos pra cah. Lamento o ocorrido e queiro deixar claro que a imagem que muitos de fora tem sobre a arrancada representa uma minoria faladora e insuportável.. apelidado de peru! enfim.. Acompanho diariamente seu blog. Respeito sua opiniao.. mais gostaria muito que vc fosse em um evento de hoje em dia.. Carros de arrancada hoje são carros de corrida.. não andam nas ruas.. mal fazem curvas.. usam metanol com nitrometano.. ou seja um carro de arrancada hj eh algo utilizado apenas nas pistas. Enfim.. nao quero justificar o injustificavel.. lamento pelo que ocorreu e nao faço parte desse tipo de gente.. obrigado mais uma vez por responder minha pergunta e esclarecer.. e mesmo sendo piloto de arrancada.. espero ser bem vindo aqui em seu blog.. boa tarde

Ivan
Ivan
8 anos atrás

Sinceramente, esse Belcar verde e branco e de chorar.

Wal
Wal
8 anos atrás

Achei que ficou melhor sem as cores.

João Patrício
João Patrício
8 anos atrás

Não entendo tanto ódio em suas posições! É sua opinião, você não está pedindo pra ninguém te seguir! Apenas faz seu papel, opina e fala o que você quer! Estou feliz em responder minha pergunta só isso! Não imaginava que Chatinho Barrica foi o mais mala! Pensei em Alonso.

Giovani Rio Grande RS/Blumenau SC
Giovani Rio Grande RS/Blumenau SC
8 anos atrás

Flavio e demais colegas, permita uma opinião
Quando vejo alguns desinformados babando de ódio sem conhecimento de causa sobre a realidade socialista lembro do Petkovic relatando sua experiência elogiando o sistema e chocando a apresentadora da Globo Ana Maria em https://www.youtube.com/watch?v=B80AsDP2IaM
Quem se queixa da Rússia deveria se informar melhor o que os EUA queria fazer com seu aliado contra Hitler. http://codinomeinformante.blogspot.com.br/2012/10/alguns-dos-segredos-da-primeira-bomba.html Em 1949, o governo dos EUA aprovou o plano “Dropshot”. Sinteticamente, tratava-se de jogar sobre a URSS 300 bombas atômicas e 250 mil toneladas de explosivos convencionais. Se hoje só explodiram duas no Japão, agradeçam aos soviéticos que equilibraram esse manicômio e muitos outros genocídios nesta escala foram evitados.
Por fim sou picado pela mosca soviética também, tenho um Niva agonizando na minha garagem/gulag sofrendo maus tratos.
E devo estar na tua lista negra, pois meu email [email protected] não roda, deve estar banido, eh eh eh

Rui Vinicius
Rui Vinicius
8 anos atrás

Acho mais engraçado do povo que crítica o governo atual e apoia a volta do psdb ao governo é a memória curta sobre os anos de fhc. Houve tanto roubo quanto tem hoje, mas, a galera não recorda disso. A solução não será trocar a peça do xadrez, pois vai entrar outro ladrão, continuaremos com as falcatruas e o povo vai pouco se fuder para o que está acontecendo, pois os pobres estarão vendo o futebol e bebendo cerveja e os insatisfeitos do momento estarão reclamando comendo em lugares caros, vestindo roupas de grife , exatamente como acontece hoje em dia! Se não houver uma mudança na estrutura, nas leis e na forma de direcionar os recursos , podem colocar 1000 presidentes que o País vai continuar a mesma merda ou até pior

Marcos Martins
Marcos Martins
8 anos atrás

Oi Flávio. Sobre a questão das montadoras brasileiras não apoiarem ou valorizar sua história, cabe ressaltar que não são brasileiras, apesar de fabricarem carros em nosso país. Por isso, não tem o menor interesse por isso. Houve o Gurgel nos anos 80/90 e alguns independentes no sudeste/sul. Volks, DKW, Ford, Fiat, Lada, etc. não tem alma brasileira. Difícil entender, entretanto, simples assim.

Marcos Martins
Marcos Martins
Reply to  Marcos Martins
8 anos atrás

Perdoe-me as redundâncias do texto. ; )

Marcos Gomes
Marcos Gomes
8 anos atrás

As cores estavam horríveis. Dê mais um espaço entre a resposta e a pergunta seguinte. Aí, eu acho, vai ficar ainda melhor.

Marcelo
Marcelo
Reply to  Marcos Gomes
8 anos atrás

Já vi que sou voto vencido, mas ainda assim, eu preferia o texto colorido mesmo!!! Ainda mais que é uma seção especial do blog… mas enfim, mesmo que fique em preto e branco, vou continuar acompanhado.

Ricardo Cardoso
Ricardo Cardoso
8 anos atrás

Ficou melhor somente com o preto e branco.

Apm
Apm
8 anos atrás

Preto branco muito melhor! !

preto
preto
8 anos atrás

Conheço algumas cidades do simpático país vizinho e posso garantir que a bela Colonia de Sacramento é de babar.
É um lugar pra botar o burro na sombra fácinho,facinho…

retka
retka
8 anos atrás

tenho certeza que não responderia 2 perguntas minhas! não teria argumento para elas, já fugiu outras vezes ! FATO.

Peter von Wartburg
8 anos atrás

Foda demais a foto com o Paulo Vanzolini!

Ivan
Ivan
Reply to  Peter von Wartburg
8 anos atrás

de acordo

TJ
TJ
8 anos atrás

FG,

Entendo que a democracia seja renovada pela alternância do poder.
Quando um governo dá sinais de desgaste e incapacidade de resolver suas questões deve ser substituído,o que nos leva ao parlamentarismo, que é uma outra questão. Quando a direita, esquerda, centro não correspondem aos anseios do povo, que no final do dia é quem sofre as consequências, este deve ser revisto e realinhado, substituído, obviamente utilizando os meios legais,
Isto invalida qualquer tese de perpetuação. Seja de esquerda, ou outra qualquer,

lincoln falcão
lincoln falcão
8 anos atrás

nossa senhora.. quanta pergunta idiota de um bando de oligofrenico puxa-saco,, so mandaram esse estilo ou voce ta respondendo as que lhe convem?? que chatice…

Sandro
Sandro
8 anos atrás

Flávio, faço minhas as suas palavras sobre a realidade brasileira. Tenho lido as suas respostas e algumas são brilhantemente sintéticas, como aquelas sobre os jornais (“Acabaram”) e sobre a Veja (“Virou um panfleto”).

Eu, por exemplo, aprendi a ler jornal compulsivamente com a Folha de S. Paulo em 1979, fui um leitor entusiasta do Projeto Folha nos anos 80 e hoje eu não sei mais o que é a Folha ou outro jornal qualquer. Virei um nostálgico de bons jornais. A crise do jornalismo impresso é global, mas me parece que a queda de qualidade foi proporcionalmente mais aguda no Brasil.

A citação do Umberto Eco me fez despertar novamente para lê-lo (“A internet deu voz a uma legião de imbecis”) e agradeço por ela.

E, que privilégio, bater papo com o Paulo Vanzolini.

Ah, sim, e tudo mais sobre automóveis, sempre interessantíssimo.

Genaro crescendo
Genaro crescendo
8 anos atrás

Pobres globildos, schumacher e lula é demais pro cérebro atrofiado pela Veja

Czar
Czar
8 anos atrás

“Lados… Bom, prefiro meu lado esquerdo.”

Eu ri.

Roberto Sandim
Roberto Sandim
8 anos atrás

O cara tem coragem de se dizer de esquerda por ser petista (o que esse partido fez de diferente do PSDB em relação à pauta de mudanças sociais? Nada! Apenas destinou verbas irrisórias (compare o valor gasto com o Bolsa Família, por exemplo, com o gasto para pagamento de títulos da dívida pública) para programas sociais, além de subsidiar empreendimentos privados (Fies, Prouni, Minha casa melhor etc). A gestão petista não é de esquerda.). Enfim, tem a cara de pau de se dizer de esquerda por ser petista, gostar de carros produzidos em países comunistas e admirar grandes pessoas, heróis, das causas defendidas pela esquerda. Ai o “esquerdista” vem a público e diz que se a barca afundar no Brasil, se mudará para o Uruguai!!!! Faça esse favor mesmo, de “esquerdistas” como você o Brasil não precisa. Você é bom para criar pretexto para as empresas exporem seus produtos, através desses textinhos e comentários sobre esse tão relevante assunto que é automobilismo (outro pretexto para exposição de produtos), fora isso você não passa de um inútil. Não fará falta.

Anselmo Coyote
Anselmo Coyote
Reply to  Flavio Gomes
8 anos atrás

Retardada online

Itamar
Itamar
Reply to  Roberto Sandim
8 anos atrás

Mas se tem tantas críticas ao escritor, porque o lê?

Cicero
Cicero
8 anos atrás

Flávio, sou do tempo que você trocava e-mails com os leitores. Já nem lembro há quanto tempo comentávamos sobre Lost, hehehe …

É com tristeza que percebo que o que você acaba de escrever serve hoje em dia pro outro lado. O que será do nosso país?

Qualquer um que tenha vivido nesta bosta de país comandado por militantes e pela esquerda mais escrota do planeta, que assaltou o Estado, enriqueceu loucamente, alimentou a miséria, fez de nós o que somos, tem obrigação de ser de ?????????. Simples assim.

Cicero
Cicero
Reply to  Cicero
8 anos atrás

Talvez “alimentou a miséria” não caiba no contexto …

Betocam
Betocam
Reply to  Cicero
8 anos atrás

Acho que “alimentou a miséria” cabe no contexto sim. Como já disse em outros comentários, o Bolsa Família não resolve o problema. É paliativo. “Não de o peixe, ensine-o a pescar”

rafael
rafael
Reply to  Cicero
8 anos atrás

BETOCAM,

Na boa, coxinha, paliativo é rezar pelas chuvas e esquecer das obras > “TCE culpa governo do Estado por crise hídrica em SP” (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2015/08/11/tce-culpa-governo-do-estado-por-crise-hidrica-em-sp.htm)

Fernando Guzzo
Fernando Guzzo
8 anos atrás

Dia 23 de maio é o Dia Internacional da Tartaruga? É o dia do aniversário do Barrichello. Tá explicado.

Dilor
Dilor
8 anos atrás

Flavio, Muito bacana a ideia da entrevista. É preciso coragem, pois poderia parecer soberba. Não é o caso. Parabéns.

Marcelo
Marcelo
Reply to  Dilor
8 anos atrás

Concordo, muito bacana mesmo. Me divirto muito com algumas das respostas “na lata”.

Mario Hahn
Mario Hahn
8 anos atrás

Não ligo quando um empresário fala mal do governo, afinal de contas, hoje tem que pagar melhor seus funcionários, porque não tem desemprego no país… Me lembro que em 2000(nem faz tanto tempo assim), trabalhava em um RH de um frigorífico, anunciava 10 vagas, apareciam 300 na porta, hoje passa carro de som anunciando vaga de emprego e não conseguem preencher todas as vagas!!! O que realmente me incomoda é quando o cara melhorou de vida, estudou com PRO-UNE, comprou uma casa, um carro, subiu pra classe média… Quando eu vejo essas pessoas falando mal do PT me dá vontade de chorar…

Anselmo Coyote
Anselmo Coyote
Reply to  Mario Hahn
8 anos atrás

É realmente triste, mas por enquanto será assim. Paulo Freire já falava isso na Pedagogia do Oprimido, escrito na década de 60. O oprimido de hoje será o opressor de amanhã, se tiver a chance. Há de forma subjacente uma cultura que foi construída ao longo de 500 anos de governo de direita. Nem por isso a esquerda deve paralisar o processo de promoção social. Os que não seguem esse caminho (de oprimir) acabam sendo exemplo para outros e outros e assim uma nova cultura vai sendo construída. E devemos ser otimistas, porque a disseminação hoje é muitíssimo mais rápida graças à tecnologia de transferência de dados.
Abraço.

Emerson
Emerson
8 anos atrás

Moro em um Estado que tem o PT no poder fazem 18 anos, por ser um Estado pequeno ficamos todos sabendo das canalhices dos ditos cujos, a sujeira é imensa e eles conseguem permanece no poder basicamente distribuindo cargos a torto e a direito, em um Estado que nada produz e que é o que mais recebe, proporcionalmente, dinheiro federal isso nada mais é do que o novo voto de cabestro. Talvez por conviver com isso tenho nojo do PT, assim como teria se o PSDB governasse o Estado nos últimos 18 anos (pois sabemos que é tudo farinha do mesmo saco). Sempre me coloquei como uma pessoa de centro-direita, mas o Flávio tem razão, me parece que o pessoal da esquerda é menos idiota. Pedir volta da ditadura e enaltecer um débil mental como o Bolsonaro é mil vezes pior do que defender o Lula, a esquerda brasileira é bandida (assim como a direita) mas parece ser menos estúpida. Não existe diferença entre ser governado por uma ditadura de esquerda ou de direita, como diria Amartya Sen: não existe desenvolvimento sem liberdade. Espero também conseguir me mandar para o Uruguai.

Estevão
Estevão
Reply to  Emerson
8 anos atrás

Parabéns. Concordo contigo. Acho que o problema da política brasileira é ser formada por pessoas que estão ai desde sempre perpetrando o poder e mantendo sempre as mesmas intenções: tirar vantagem para si e para o partido e se manter no poder. Benefícios a população ficam sempre em segundo plano. Meu estado é governado pelo PSDB e também é uma bosta. Várias prioridades negligenciadas: vide a água. Enfim, isso aqui não tem jeito não. Esquerda governa com a pior direita possível. Ou seja, já era.

Estevão
Reply to  Estevão
8 anos atrás

Uia! E não é que existem outros Estevão?
Abs.

Paulo Leite
Paulo Leite
8 anos atrás

Flávio,
16/8, dia do Encontro Nacional dos Militantes Babacas, está chegando.
Numas das respostas, a pré-antepenúltima, onde o perguntador-tolo faz uma pergunta tola e é moído sem piedade, tem uma expressão assim “Vivemos uma babaquização generalizada”. Posso imprimir isso em camisetas amarelas da cbf, com letras garrafais azul, pra vender dia 16? Ops, desculpe, retiro de perguntar porque passou do prazo.
O plano é ganhar uma bala com camisetas com letras garrafais de protesto em cima dos babacas e tolos, babacas e tolos que não veem um palmo na frente da venta, a postos pra qualquer selfie do capeta atrás do trio elétrico de Lobão e outros babacas.
Que povo babaca, esse da direita, não é ? Ops, outra pergunta, desculpe, é que tenho andado esquecido.

Marcos Alvarenga
Marcos Alvarenga
8 anos atrás

Prefiro aturar Bolsonaro em uma mesa a me sentar com Lula não-sabia-de-nada.

Acho FHC o melhor presidente da historia do Brasil. O pouco que o Lula fez de bom começou no governo dele.

Lula teve a oportunidade nas maos pra fazer as reformas de que o Brasil precisava, e infelizmente enfiou essa oportunidade no rabo quando o escândalo do mensalão explodiu. Ficou apenas uma reforma mequetrefes previdencia. Talvez seu maior legado.

Faltou incluí-lo na mesa da direita.

rafael
rafael
Reply to  Marcos Alvarenga
8 anos atrás

Tudo começou no governo do FHC. Inclusive a corrupção na Petrobras. :)

Robertom
Robertom
Reply to  rafael
8 anos atrás

A Corrupção na Petrobras começou no governo de Getúlio Vargas, ou seja, começou na fundação da mesma.
O que não é desculpa nenhuma para o Pertolão !

rafael
rafael
Reply to  rafael
8 anos atrás

Nem para o “Banestado” PSDBista… :)

Fabrizzio
Fabrizzio
8 anos atrás

Parabéns pelas respostas simples e diretas aos leitores Sérgio e Alessandro.

Nenê
Nenê
8 anos atrás

Sensacionais as respostas, cada vez melhores! Foi a maior ideia da história do blog. Agora poderemos dizer que te conhecemos bem.

Sensacional!

Tiago
Tiago
8 anos atrás

Dia 23 de maio é o Dia Internacional da Tartaruga e também aniversário do Barrichello.

Sanzio
Sanzio
8 anos atrás

Já que perguntou… Achava melhor colorido, no começo foi até difícil ler tudo em preto e branco, mas acabei acostumando.
Faça o que der menos trabalho. Respondendo tá bom! :-)

Andre luiz
Andre luiz
8 anos atrás

Ei mano, parabéns.
Cada dia que passa me apaixono mais por seu trabalho e principalmente pela sua humildade.
Toda sorte do mundo a ti. Abraço.

João Pedro
João Pedro
8 anos atrás

Acho incrível essa fobia que boa parte das pessoas está criando em relação a política de esquerda. Perguntam sobre isso para você como se isso fosse o maior absurdo possível de ser praticado na face da Terra. Como você bem disse, dá vergonha de ver.

Ademais, comento apenas para agradecer a resposta dada sobre o tema, pois já faz tempo que estou lendo muita merda sobre esse assunto e já era hora de ver algo que realmente fizesse algum sentido. Obrigado!

Bruno Viccari
Bruno Viccari
8 anos atrás

Com todo respeito pela sua opção pela esquerda: você tem convição absoluta de que o PT no poder em nenhum momento colaborou para “assaltos ao estado e para o enriquecimento enlouquecido de alguns”? Apostaria sua coleção nesta defesa? Ou, no fundo, também está entre aqueles que defendem que os fins justificam os meios quando o assunto é a defesa do projeto de poder do PT?

Itamar
Itamar
Reply to  Bruno Viccari
8 anos atrás

Permita-me responder: ninguém em sã consciência é a favor de roubalheira. Somos todos contra, PTistas ou não. O que acho é que sempre houve corrupção, mas nunca foi tão investigado. Tenho quase 50 anos e sempre, desde pequenino ouço falar de corrupção, de governo ladrão, de injustiças. Mas nunca vi dono de construtora ser preso!

Felipe Rodrigues
Felipe Rodrigues
8 anos atrás

Olá, Flavio. Te acompanho desde a coluna que você tinha no Lance!.
De onde vem seu gosto pela escrita?! Como é o processo de composição dos seus textos? Quais são os seus escritores favoritos – sei do seu gosto por Saramago por causa de um texto seu?

Por fim, não sei se saberei fazer essa pergunta, mas vou tentar.
O que espera de nós, seus leitores? Não sei se a pergunta é essa, ou ‘por que gosta que os outros leiam os seus textos?’. Ou: ‘gostaria que aprendêssemos algo com vc?’. Não sei… Melhor deixar pra lá essa pergunta, Flavio (rs). Abraço

Fabrício Carvalho
Fabrício Carvalho
8 anos atrás

Você no início pediu o feedback sobre as letras, pra mim ficou até melhor ler assim, deixou a página mais limpa… Abraços, e esperando uma nova chance de perguntas…

pedro araujo
pedro araujo
Reply to  Fabrício Carvalho
8 anos atrás

também achei mais confortável assim, sem as cores.

Sérgio Santana
Sérgio Santana
8 anos atrás

Legal perceber que a galera tem uma “tara” pelos seus carros. E acho estranho pacas não aceitarem sua posição política. Por que raios o sujeito não pode ser de esquerda? Parece que desejam tutelar seu pensamento e fica a sensação de que alguns só conseguem imaginar um mundo onde todos devem obediência ao pensamento dominante, praticado pelos EUA, multinacionais e imprensa baba-ovo!

Paulo
Paulo
8 anos atrás

Véio, tendo em vista as suas respostas para o Alessandro e o Sergio, com as quais me identifico plenamente, e dado o fato de não conhecer o Uruguai, pode me fazer a gentileza de indicar uma cidade legal de se morar por lá? Obrigado!

pedro araujo
pedro araujo
Reply to  Paulo
8 anos atrás

paulo e gomes, perdão a intromissão na conversa

paulo, não é nem questão das cidades, é questão do tipo de país que o uruguai é hoje em dia.

o ideal é você conseguir visitar o país, e conhecer algumas cidades (é uma viagem mais barata que visitar o nordeste, caso vc more na região sudeste)

tem cidade grande (montevideo), cidade praiana “metida a besta” (punta del este – não conheço punta, então o “metida a besta” é por conta de um certo preconceito meu) cidades praianas simples (as cidades ao norte de punta), tem as cidades dos pampas, no inteiror (que também não conheço pessoalmente)

tente conhecer o país. vale a pena. aí sim, depois terá as suas impressões do país, e talvez também tenha interesse em morar lá (como o gomes ou mesmo eu)

Claudio
Claudio
Reply to  Paulo
8 anos atrás

Eu achei Montevidéu uma cidade muito bacana, trabalhei lá por 10 meses, gostei muito da cidade. Tenho inclusive um amigo lá com o qual preciso retomar o contato. Se você tiver oportunidade de ir conhecer, vá sim.