CARTA À MORTE

justin19782015

Dona Morte,

Não te regozijes. No fundo, és uma incompetente, fracassada. Espreita-nos há mais de um século, vestindo este costume ridículo e carregando uma foice burlesca.

A cada volta, tens ganas de nos levar contigo e crês que lograrás sucesso. Esconde-te após as curvas, coloca-te diante de nós nas retas, não nos importamos; passamos por ti como se não existisses, rimos na tua cara, rimos da tua cara. O tempo todo.

Dona Morte, és uma figura parva, tola, quase nula, despida de mínima aptidão para nos tocar.

Às vezes consegues, admitimos. Mas conta: quantos somos? Quantos fomos? Milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares, milhões, talvez.

E quantos de nós levaste graças à tua perfídia, à tua existência vulgar e desprezível? Poucos, Dona Morte. Pouquíssimos.

Por isso, não te regozijes por ter arrastado mais um de nós. Saberemos, como sempre fizemos, gargalhar de tua efígie chula na próxima curva, na próxima reta, mesmo sabendo que estarás por perto, e por ti passaremos velozes e indiferentes à tua ceifadeira inútil e picaresca. Desafiamos-te a todo instante, ignorando tua infeliz presença, ainda que penses que inspiras em nós algum temor.

Não nos inquietamos diante de tua inglória missão, antes desprezamo-la, e isso se nota quando, à tua expectativa, aceleramos mais e mais, de modo que, quando nos aproximamos de tua estampa lúgubre, tão rápido estamos que não tens a destreza necessária para interromper-nos, e ficas a brandir teu instrumento no vazio, como se fosses um fantoche apalermado, enquanto seguimos zombando de ti.

Para cada um de nós que, apesar de tua imperícia, carregas ao acaso, uma centena nascerá para troçar de tua inépcia.

Não temos medo de ti. E se morremos, é porque assim decidimos viver.

Subscrevemo-nos,

Todos os Pilotos de Todos os Tempos Passados e Futuros

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Carlos Roberto da Silva Junior
8 anos atrás

Magnífico!

Celio Ferreira
Celio Ferreira
8 anos atrás

EMOCIONANTE !!!!!!!!

Ron
Ron
8 anos atrás

Fantástico!
Parabéns!

Luciano Barcelos
Luciano Barcelos
8 anos atrás

Não sou seu fã e nem tão pouco curto o que vc escreve na maioria das vezes mas desta vez vc mandou muito bem! Queria poder te dar um abraço pessoalmente mas… Fica mesmo meu muito obrigado!

Caio Chelemberg Russi
Caio Chelemberg Russi
Reply to  Flavio Gomes
8 anos atrás

Nem pra ter uma opção de curtir esta sua resposta, Flavio? Hahaha!

Luciano Barcelos
Luciano Barcelos
Reply to  Flavio Gomes
8 anos atrás

kkkkkkkkkk

Guilherme
Guilherme
8 anos atrás

Caralho, que texto sensacional. Parabéns , Flavio !

Marcelo
Marcelo
8 anos atrás

Que capacete eles usam? Com certeza não deve ser um EBF-7. Imagino q a forração seja de kevlar em vez de isopor. Tudo bem q uma peça de 1 kg na cabeça a 300 km-h faz um bom estrago, mas esses capacetes, pelo visto, não seguram nada..

João Carrieri
João Carrieri
8 anos atrás

Puta texto, impressionante! Daqueles que muitos demorariam meses para escrever, parabéns!

perillo
perillo
8 anos atrás

Super!

ms
ms
8 anos atrás

Flávio Gomes, apesar de toda a tristeza pela morte do Justin, que momento maravilhoso de inspiração e criação vc teve !!! levando em conta tudo aquilo que vc escreveu nesse texto, vc terminá-lo da forma como fez: ‘Não temos medo de ti, e se morremos é porque assim decidimos viver” esse fecho foi uma verdadeira obra prima que vc criou, uma pequena obra de arte compatível somente àquilo que grandes poetas e escritores são capazes de fazer!

André Seixas
André Seixas
8 anos atrás

Excepcional!

Flodo Martins
Flodo Martins
8 anos atrás

Perfeito o texto Flávio. Somente quem já competiu conseguirá sentir na íntegra o significado das tuas palavras. É o eterno desafio dos pilotos, ignorar a velha cadela.

CorredorX
CorredorX
8 anos atrás

Enquanto os ditos “openwheel” se debatem sobre o cockpit fechado, os “protótipos” do tipo Le Mans, isto é, monopostos com rodas cobertas, usam cockpit fechado (Oh, céus!) a quanto tempo mesmo?

Guilherme Figueiredo
8 anos atrás

Maravilhoso texto, Flávio, parabéns!

Luiz F.
Luiz F.
8 anos atrás

Bem escrito, Flavio e muita veracidade. No fundo, quem participa de esportes, seja qual for, esta sempre sujeito a “Carta à Morte”‘. Como diz o frances, “c’est la vie” e continuamos amando o esporte automobilistico.

Sergio Villarim
Sergio Villarim
8 anos atrás

Flavio, desculpe o palavreado chulo, mas porra, que texto do caralho!!!!

Américo Teixeira Junior
8 anos atrás

Outro texto genial!

Jonny'O
Jonny'O
8 anos atrás

Perfeito Flávio………….pra completar o espirito de TT Isle of Man o filme!!!
https://www.youtube.com/watch?v=qds9Of4qw-M

Joca
Joca
8 anos atrás

Não sei porque sempre estou ao lado inverso, penso diferente corro para me sentir vivo, nunca pensei em dar voltas na dona morte correndo em um autódromo, estou dando volta nelas todo minuto da minha vida desde que nasci.

Renato
Renato
8 anos atrás

Ótimo texto Flávio. Mostra muito bem o sentimento dos pilotos em relação a eventos como esse, que ceifou a vida do Justin, infelizmente! Mas continuaremos a rir da cara dela…

Felipe Fugazi
Felipe Fugazi
8 anos atrás

“Aqueles que vão morrer, te saudam!!!”

Marcello Monteiro
Marcello Monteiro
8 anos atrás

Excelente (como sempre) texto, gostaria de saber se poderia compartilhar seu tópico na página do facebook de minha equipe de kart. Desde já agradeço.

Marcello Monteiro
Marcello Monteiro
Reply to  Flavio Gomes
8 anos atrás

Mais uma vez obrigado, postarei com prazer, e se quiseres ver, nossa página é mandacaru kart team.

Paulo Fonseca
Paulo Fonseca
8 anos atrás

Prezado F&G : O texto disputa o pensamento de todos os pilotos com a morte,que corre em busca de levar o piloto consigo. Mais os Pilotos neste diagrama representa o infinito , a vitória , a ultrapassagem na curva e na reta ,o sonho realizado. A Morte por sua vez representa o fim dos sonhos e do espetáculo.

Anderson Oliveira
Anderson Oliveira
8 anos atrás

Flávio,

Seu texto descreve o que muitos de nós, apaixonados por esse esporte sentimos. Inclusive eu.

Infelizmente tem gente que só entra em sites, fóruns e blogs pra reclamar. Temos que respeitar, mas que esses mal amados se toquem um dia.

Abraço e parabéns pelo trabalho!

Dú
8 anos atrás

Resumo da ópera, a Dona Morte só se phode. Os Anjos da Guarda são maiores que ela. Vez ou outra ela leva alguém, pois deve andar muito ocupada por este mundão. Lendo no G1 do portal Globo, os comentários relacionados ao acidente, mostram claramente a ignorância do espectador. Uma cultura da internet que proporciona qualquer merda ser escrita, opiniões serem formadas.
Outro dia por exemplo, tivemos um acidente em Interlagos na Classic, e fui para o hospital com um dos envolvidos. No FB era um tal de uns BOSTINHAS quererem saber o estado, e eu ali com o cara na maca, comunicando a Família, e os BOSTINHAS pentelhando, povo quer notícia, pois amigo que é amigo, tem intimidade para saber o telefone, e liberdade para falar com a família, mas o POVINHO adora causar na internet.
Lógico que agora zilhões de entendidos vão opinar do cockpit fechado, do Senna até Justin, mas nem viram fotos do Tom Pryce, nem sabem quem foi Antonio Castro Prado ou o Peixotinho. Fico com as palavras de John Surtees quando do acidente de seu filho: Nunca vamos chegar a segurança total no motociclismo ou fórmulas. Com as palavras do Luizinho Pereira Bueno no Hospital: Eduardo, estou morrendo, mas sofrendo menos que meus amigos que se foram na pista.
Em tantos anos assistindo corridas na pista, já vi pancas fudidas, tive amigos que morrerem e vi nas últimas 6 Horas em Interlagos, lance por lance, como a segurança da PISTA no CAFÉ, e a tecnologia salvando o Webber. Querem categorias de fórmulas seguras? Acabem com elas, pois a FIAWEC hoje possui nos protótipos o carro mais seguro do esporte a motor. E acabem com a MotoGP, Cross, Kart e até o Autorama.
A ignorância é tamanha, que uma capota salvaria o Bianchi em Suzuka, que o moleque Sage Karam é culpado e que Rossi atropelou o amigo.
A Dona Morte está presente, e quem aqui não perdeu um parente ou amigo em acidente ou até assassinado? Infelizmente assim acontece.

TJ
TJ
Reply to 
8 anos atrás

Não se esqueça que a SUA é apenas mais uma opinião. Zilhões.

Dú
Reply to  TJ
8 anos atrás

Por isso mesmo Sr. “TJ” Tenho IP fixo e o direito de escrever. Zilhões de pessoas que não se identificam existem aos zilhões. Entendeu?

TJ
TJ
Reply to 
8 anos atrás

Uso DHCP. Não entendi não.

Du
Du
Reply to  TJ
8 anos atrás

Não entendeu Sr. TJ.? Nossa diferença está ai. Possuo identidade fixa, e vc. um ser aleatório. Abraços.

TJ
TJ
Reply to  TJ
8 anos atrás

Identidade fixa.
Ser aleatório.
Cada uma que aparece.
Meu RG deve ser móvel.
Obrigado, mas não quero abraço não.

Kbça
Kbça
8 anos atrás

Muito bom mesmo!

brunolustosa82
8 anos atrás

A morte ronda os autodromos.. quem pilota sabe disso..estamos sim sempre a encarando de frente.. triste pela morte de Justin.. porem.. acho q o texto so entende o sentido quem estar la sentando o pé.. concordo com a outra visão, mas essa seria uma otima carta de resposta pra Dona Morte.!

Edson
Edson
8 anos atrás

Todo mundo morre, então o porque do texto???

Paulo Pinto
Paulo Pinto
8 anos atrás

Réplica

Eu sou competente
Ceifo, nas curvas da vida
Toda a vossa gente

Leandro
Leandro
8 anos atrás

Este acidente do Wilson lembrou o do Henry Surtees, na F-2 em 2009. Naquele caso foi um pneu que acertou a cabeça do piloto. Em ambos os casos, os pilotos não resistiram. Enfim, automobilismo é perigoso, sempre foi, e a F-1 tem passado uma falsa sensação de segurança, com acidentes aparentemente terríveis em que o piloto sai andando. A morte de Bianchi foi a exceção. Não que não deva ser desta forma, não me entendam mal, mas acho que muita gente não enxerga o perigo.

Celso
Celso
8 anos atrás

E qdo falam em cockpit fechado, os bobinhos de plantão piram.

A Dona Morte é competentíssima. Ela sempre cumpre o prometido.
Com ela não tem “jeitinho”, “jeitinho brasileiro”, demagogia ou distinção de classes sociais, de cor ou de religião. Vai todos.
Além do mais, essa vagabunda é eclética. E se dá ao luxo de se reinventar a cada minuto.

Moa
Moa
Reply to  Anselmo Coyote
8 anos atrás

Nesse daí não dá nem para o Piloto entrar!! Quanto menos sair…. rssss

Ulisses
Ulisses
8 anos atrás

É isso Flávio!
Nem mais, nem menos!
Poéticamente cru, como foram todas as situações de encontro de pilotos no automobilismo com a essa tal de “véia da foice” ao longo desses 100 anos.
Mas, posso estar cometendo uma baita hetesia, ao dizer que é aì que reside grande parte da paixão que essa arte desperta em quem gosta de uma máquina veloz, que é passar repetidamente correndo bem embaixo do nariz da morte, ao longo de todo o do trajeto, até parar e desligar o motor.
Por um motivo qualquer, má sorte, incompetências próprias e alheias, banal que seja, alguns não conseguem.

Clayton Araujo
Clayton Araujo
8 anos atrás

Ótimo texto. Brilhante. Tristeza infinita. Enfim…………………..Morrer é foda!

Leandro Batista
Leandro Batista
8 anos atrás

Fico imaginando as situacoes em que o piloto tem que sair o mais rapido possivel de um carro em chamas. O tal canopy se tornaria uma verdadeira armadilha. Ou o piloto morre queimado ou por asfixia.

Mentecapto
Mentecapto
8 anos atrás

Como diz a música dos titãs : “O corpo ainda é pouco”

Para um esporte como o automobilismo, sempre será. Para os fórmulas, mais ainda. Mas não, não queremos substituir pilotos por máquinas, ou por carros autônomos guiados por engenheiros dos boxes.

Então a Dona Morte sempre estará a espreita, mesmo que demore algum tempo sem sua presença, os pilotos sabem que ela é um componente a mais quando decidem abraçar esse ofício ou, para alguns, essa diversão.

Faz parte da vida, vida de piloto!

Alvaro Ferreira
Alvaro Ferreira
8 anos atrás

Beleza de texto, FG. Ontem à noite, olhei para meus capacetes e pensei, triste: “menos um de nós”…
Mas você está certo, sempre virão outros, mais e mais.
RIP Justin Wilson

Valter Lage
Valter Lage
8 anos atrás

Maravilhoso Flavio.
Mas ainda queria ler um texto seu sobre TOLERÂNCIA
;-)

Jeff
Jeff
8 anos atrás

Serei repetitivo, mas me sinto obrigado a dizer: ótimo texto. Parabéns.

Felipe Teixeira
Felipe Teixeira
8 anos atrás

Lindo texto e que a maior das homenagens seja uma curva sempre mais rápida.

raphael
raphael
8 anos atrás

Um texto escrito por um piloto destinado a pilotos, só estes compreenderão. Bravo FG.

RENE FERNANDES
RENE FERNANDES
8 anos atrás

Já escrevi algo parecido…Triste, rebuscado e com elevado teor alcoólico.( no caso eu estava inspirado e “biliscado” pela morte de um amigo ) Eu rasguei o texto um tempo depois. Eu também não terminei de ler o seu…Talvez pela similaridade…Talvez por achar que o clima já está pesado demais, em nosso dia a dia. Próxima pauta…

TSC
TSC
8 anos atrás

Lindo texto FG!
Só quem já disputou uma freada no final do retão, sabe o que move o automobilismo! O amor é muito maior que a “velha chata” chamada de morte!
Como a morte é certeza, morrer fazendo o que gosta não é ruim!
Uns morrem cedo vivido muito, outros morrem tarde mas sem viver muito! outros são vivos-mortos ou vivem sem vida!

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
8 anos atrás

Abaixo assinado:
Claudio Ceregatti

Faço minhas as tuas palavras

Marcelo R.
Marcelo R.
8 anos atrás

Discordo, a questão não é xingar ou subjugar a morte.

A morte não tem nada a ver com o que aconteceu, ela é apenas a consequência.

Consequência de um esporte que se fundamenta no risco. O fato é que por mais parafernalha que se instale nos carros (fibra de carbono e tudo o mais) e até nos pilotos (uso do Hans) não tem como desconsiderar que o corpo humano é muito frágil.

O uso da tecnologia não afasta uma constatação simples: automobilismo é um esporte muito perigoso. Andar a mais de 300 por hora é algo extremamente arriscado. O carro é projetado para isso, o corpo humano é que não.

Fazendo uma comparação é a mesma coisa quando cai um avião: Qualquer um que embarque num avião sabe que está entrando numa máquina que viaja a quilômetros de altura, numa máquina pesada, que tem peças quentes e que tem um tanque de combustível capaz de encher boa parte de uma piscina grande. E apesar de sabermos de tudo, embarcamos e viajamos simplesmente porque confiamos e acreditamos que nada de errado vai acontecer ou que se acontecer não será conosco.

No automobilismo é igual, e tal qual no avião a decisão de entrar no carro é sempre sua e não tem nada a ver com a morte e sim com o livre arbítrio de cada um.

Acho um tremendo equívoco querer ficar endereçando uma pretensa crítica a morte como neste texto infeliz. Ela está em qualquer lugar, nos hospitais, nas casas, em locais bonitos ou em verdadeiros infernos como vemos nos países árabes.

Então, porque ela, a morte, não deveria estar também nos autódromos ?, os pilotos são seres tão especiais ou o que eles fazem são algo tão bom que ela não deva frequentar ou ser banida dos autódromos ?

A morte, num mundo tão sectarista como o nosso, continua sendo o ser ou a coisa mais democrática que existe, não poupa ninguém por cor, sexo, status, saúde, absolutamente nada.

Desculpa FG, gosto do Blog e concordo com muita coisa que vc defende, mas nessa não compartilho da sua opinião.

Saulo
Saulo
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

Sábias palavras!

O problema também é que a IRL investe bem menos em segurança que a F’-1. Daí acontece essas coisas….A última morte na F-‘1 , antes da do Bianchi, tinha sido a do Senna…..Sendo que a do Bianchi , nem por falha mecânica foi.

Felipe Teixeira
Felipe Teixeira
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

Vivemos uma era onde até uma homenagem, que para mim soa pessoal e unicamente endereçada ao falecido, é criticada. O mundo esta muito chato ou o querido ai de cima não sabe o que regojizar significa, uma das duas.

Denis
Denis
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

Entendi que FG quis dizer que apesar dos óbvios riscos da prática do automobilismo, a morte não leva tantas pessoas quanto essa sua interpretação supõe. Um entusiasta da aviação também poderia escrever pertinentemente o mesmo texto contra esse senso comum.
A condição “democrática” da morte é óbvia, tanto que a pessoa que “evita riscos” morre da mesma forma, inclusive em circunstâncias trágicas.

CLEITON
CLEITON
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

Comentário infeliz o seu.
Acaso prestou atenção ao teor do texto?

Roberto
Roberto
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

Isso é apenas uma crônica inteligente.
Perdeu teu tempo escrevendo um monte de besteira pra criticar o FG.
Sabe o que aconteceu? Ele cagou, andou e riu,

SrAlves
SrAlves
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

Caríssimo, acho que aceitar um pouco de licença poética não faz mal. É um bom texto, poético, emotivo, um desabafo até. Não é necessariamente factual, ou opinativo, e nem precisa sê-lo…

Ricardo
Ricardo
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

São raros os textos infelizes deste jornalista que admiro tanto. A morte simplesmente existe porque há vida e este e o ciclo natural. É onipresente e não apenas nos autódromos. E o colega foi muito feliz. É um esporte de alto risco apesar de toda a segurança dos novos autódromos e dos carros atuais. E como há risco há sempre a possibilidade dela se far presente – a morte. RIP Wilson e mantenha os bons textos e motivos para vir aqui no site.

Getulio Rodrigues
Getulio Rodrigues
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

Marcelo R.: Menos meu querido, beeeemmm menos.
O texto foi uma crônica quase perfeita… quase um poema.
Todos sabemos, inclusive o autor, que, por exemplo, a morte não “veste um costume ridículo e carregando uma foice burlesca” e nem “esconde nas curvas”. Não eh possivel que vc nao viu no texto apenas uma homenagem a todos os pilotos mortos.
Sem comentários.

guilherme
guilherme
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

Alguém tem pouquíssimo ou nenhum senso de humor — ainda que se trate de morte — e intensamente ignora a função da literatura perante o cotidiano e tragédias.

Fábio
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

Como eu costumo dizer: quem “faz” a comunicação é o receptor e não o comunicador, certo Flavio Gomes?

Alberto
Alberto
Reply to  Marcelo R.
8 anos atrás

O texto do blogueiro não confronta com as suas opiniões expostas aqui. Pelo contrário, uma carta endereçada à “Dona Morte” é uma constatação dos riscos inerentes ao automobilismo, é uma admissão da vulnerabilidade do homem perante a fortuidade de uma corrida de carros, bem ilustrada pela sucessão de eventos que matou Justin Wilson. O que resta àqueles que correm é apenas “zombar” da possibilidade de morte, no sentido real de ignorá-la, cientes que estão de que se expõem a um risco que não se pode evitar completamente. Caro colega, pare de lutar contra moinhos de vento.

Alvir Luiz de Lima
Alvir Luiz de Lima
8 anos atrás

Respeito as opiniões, mas acho que o problema da Indy não se resolve com “carenagem” no cockpit dos carros. É necessário uma repensagem total na forma das corridas. Mais de 30 carros, correndo em alta velocidade em ovais também de alta velocidade e as vezes, de curta extenção, os carros andam praticamente a prova inteira agrupados, facilitando a ocorrencia de acidentes.
Vejam que, enquanto na Fórmula 1, da morte de Senna à morte de Bianchi ocorreram 21 anos, nesse mesmo periodo morreram oito pilotos na Indy (Scott Brayton, Jeff Crosnoff, Gonzalo Rodriguez, Gregg Moore, Tony Rena, Paul Dana, Dan Wheldon e, agora, Justin Wilson). Isso sem falar em acidentes pavorosos como o de Alex Zanardi, Se procurarem pelas imagens no YouTube, verão o absurdo em que ocorreram essas mortes, com carros batendo em alta velocidade, voando para fora da pista ou até mesmo “levantando voo”. Automobilismo é um esporte de risco, mas não se pode continuar correndo em condições precárias de segurança, como acontece nos EUA.

Fernando
Fernando
Reply to  Alvir Luiz de Lima
8 anos atrás

Alvir este tipo de corridas é perigoso sim, mas não precisa ser repensado pois elas são na sua essência isto: 33 carros andando num Super-speedway a mais de 360,00 km/h de média. A única corrida que jamais deveria ter acontecido foi Las Vegas 2011 que matou Dan Wheldon, teve convidado que se recusou a rodar lá pois previu que ia dar m&#%, e deu…
A dinâmica de cada um dos acidente que você citou foi singular em cada uma (os Dana e Zanardi foram semelhantes), e poderiam ter acontecido na F1 da mesma forma.
Na Indy de 1980 a 1990 morreram Gordon Smilley e Jim Hickman (1982), mas na F-1 no mesmo período morreram Depailler em 1980, Paletti e Villeneuve em 1982 e Elio De Angelis em 1986. Ou seja: a morte não escolhe pista…
A proposta de fechar os cockpits é que precisa ser testada e aprovada o quanto antes pois isso é um paradigma que precisa ser mudado e percamos menos vidas;

Alvir Luiz de Lima
Alvir Luiz de Lima
Reply to  Fernando
8 anos atrás

Caro Fernando. Sem duvida, a morte não escolhe pistas. O que eu quis dizer é que, quando da morte de Senna, a Formula 1 adotou medidas de segurança que melhoraram em muito a segurança dos carros, sem necessidade de criar cockpits fechados. Tanto que demoraram 24 anos para que um novo acidente acontecesse, e essa morte se deu mais por irresponsabilidade de fiscais e diretor de pista, do que por um problema ou falha mecanica no carro. Alguem escreveu aqui que o americano é fascinado por acidentes espetaculares, mortes, tragédias, etc. Concordo com isso. Veja que a relação dos pilotos mortos que eu citei foram só na Formula Indy. O absurdo é tal nas corridas americanas que até piloto morre atropelado nas pistas (lembra-se do acidente envolvendo Tony Stewart e Kevin Ward Jr.?). E, como vc mesmo disse, 33 carros andando a mais de 360km/h em Super-Speedways, andando praticamente agrupados a prova inteira, é dificil imaginar que algum tipo de tragédia não vá acontecer.

Ronald Wolff
Ronald Wolff
Reply to  Alvir Luiz de Lima
8 anos atrás

Paul Dana não correu Le Mans neste ano?

Alvir Luiz de Lima
Alvir Luiz de Lima
Reply to  Ronald Wolff
8 anos atrás
Rodrigo
Rodrigo
8 anos atrás

Perfeito Flávio.
O texto que melhor descreve o puro sentimento de um corredor. Correr não é uma roleta russa, é a vida. Deixar de correr, sim, é um tiro certeiro e fatal.

Alcides Tavares Araújo
Alcides Tavares Araújo
8 anos atrás

Flavio, já ouviu falar sobre o projeto PCP? Foi até apresentado à FIA em 2012, projeto de um brasileiro Ubiratan B. Costa. Segue o link do site dele, Acho interessante o conceito… PROJETO PCP – http://www.designerbira.blogspot.com.br/2009/07/palavras-de-emerson-fittipaldi-logo.html

ronaldo
ronaldo
8 anos atrás

Belo texto… Flavio me corrija na Indy não é obrigado o capacete de Carbon Fiber como é na F1? ou já é obrigatório?

Abraços

Jonatas
Jonatas
Reply to  ronaldo
8 anos atrás

Caro Colega, eis as especificações dos capacetes da Indy:

http://www.indycar.com/Fan-Info/INDYCAR-101/The-Drivers/The-Helmet

O material externo é de fibra de carbono. O problema é que cabeça e pescoço de ninguém, mesmo protegidos por um capacete absolutamente inquebrável, foram projetados para absorver um impacto dessa magnitude.

Wagner
Wagner
8 anos atrás

Justin Wilson eu acompanhei desde 2002 pela Champ CAr, ele é o cara que eu torcia junto com o Verstappen na Minardi em 2003, ele era tão alto que foi considerado o maior piloto da história da f-1 e chegou a sofrer naquele carro preto devido ao seu tamanho, lutou muito e um piloto bom é aquele que faz milagres em carros pouco competitivos, desde 2002 com a Champ Car e a f-1 foi que me apaixonei pelo esporte a motor, e começei a ver os pilotos da base do grid, até porque os que tem uma Mercedes ou uma Penske tem a obrigação de vencer! Essa é a verdade!
Uma coisa que não quer calar dentro de mim…. quantos pilotos da indy venceram com uma Dale Coyne ??? Quantos??? Só o Justin Wilson em Watkins Glen em 2009! !!Quem tinha uima Newman Haas apos a fusão com a indy que ja não era tão competitiva e venceu em Detroit em 2008??? Resposta: Justin Wilson!! Sensacional Wilson!!
Eu realmente não acredito que você morreu cara…., Flavio Gomes tu leu um carta do Wagner de Caruaru, quando eu falava que Marco Andreti e Danica Patrick tinham carros muito bons, mas no dia que derem uma Penske pro Wilson ele seria campeão… se lembra? Se não me engano foi em 2008…
Quer saber, aquela vitória em Watkins Glen com a Dale Coyne vale mais do que ser campeão com uma Penske, ou vencer as 500 milhas de indianápolis com batidas e bandeiras vermelhas…. ele venceu na tora!!(na raça)

Descanse em paz Justin Boyd Wilson! Desde os tempos da escola você foi um exemplo de desportista e de caráter para mim…. ainda assim não acredito que está morto é revoltante, com tanto político ladrão que não morre, aí tem que partir os bons….. não entendo a lógica das coisas.

Acarloz
Acarloz
8 anos atrás

Legal o texto, apesar dos comentários babacas de alguns gênios aqui. RIP Justin Wilson.