GONCHI NA TELA

gonchiSÃO PAULO (grande cara)Pedro Henrique Marum indica “Gonchi”, documentário que já está disponível no Netflix sobre a vida de Gonzalo Rodriguez, o piloto uruguaio mais promissor de todos os tempos — que morreu em Laguna Seca correndo pela Penske na Indy em 1999.

Foi uma tragédia que, para o Uruguai, pode ser comparada à da morte de Senna para os brasileiros.

Gonchi fez uma carreira bonita na Europa, ganhou provas importantes na F-3000 (entre elas, Spa e Mônaco), era um sujeito afável e divertido, mas não conseguiu engatar para a F-1 — o patrocínio da Ancap, a petroleira uruguaia, não era suficiente. Assim, foi para os EUA. Impressionou, tinha contrato assinado para 2000, mas acabou sofrendo um acidente horrível na Califórnia.

Vale a pena ver. Não assisti ainda, mas a história de Gonzalo é muito legal. Convivi com ele nos anos da F-3000, quando muitos brasileiros e latino-americanos (como Montoya) disputavam o campeonato, e só tinha gente boa correndo.Um amigo uruguaio, Diego, correu com ele de kart no início da carreira. “Era tão bom quanto Ayrton”, me disse uma vez.

Talvez não fosse, mas isso não importa. É muito interessante conhecer a trajetória de um piloto que sai de um país tão pequenino, que obviamente tem um automobilismo modesto, e acaba chegando à Europa para ganhar corridas numa categoria cujo paso seguinte era a F-1. Pena que acabou cedo demais.

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Albert
Albert
8 anos atrás

Voltei umas páginas só pra comentar que assisti o documentário. Muito bom! De fato, emocionante.
Em épocas que não tinha TV por assinatura ou internet, não tinha noção do potencial do Gonzalo. Só me lembro do acidente em si, pois é muito chocante a imagem do carro batendo de frente e virando no barranco.

Jonas Martins
Jonas Martins
8 anos atrás

Acabe de assistir o documentário – muito bom. Me lembro de ter assistido a corrida, e ter visto as notícias sobre o acidente no dia anterior. Se não me engano as corridas eram transmitidas pelo SBT à época… Só é muito louco ver e ouvir o Justin Wilson falando sobre ele, sobre o acidente, sobre a morte…

Boca
Boca
8 anos atrás

Emocionante mesmo e muito bem produzido.

O que Montoya fez, ensinando o colega a melhorar, é muito digno e o fez recuperar os pontos perdidos por falar que Dixon fez um campeonato “de merda”.

Outra coisa que o Montoya falou: O respeito que os pilotos têm com outros que têm tanta coragem quanto eles. Que o diga Alonso em relação a Hamilton.

Ps: Aquela ultrapassagem em Spa foi “Spatacular”

Pablo
Pablo
8 anos atrás

Na época, eu não tinha ideia do quanto esse cara era promissor, que ele era só “mais um” que acabou morrendo de forma triste e estúpida na CART. Não sabia que ele era um dos poucos à época que podia bater o Montoya e que era a maior promessa do automobilismo uruguaio em DÉCADAS!

Francisco Cruz
Francisco Cruz
8 anos atrás

VI hj o documentário e é espetacular. Recomendado pra quem quiser ver. Disponível no Netflix.

jan crispim
jan crispim
8 anos atrás

vi o doc e recomendo. muito bonito e emoconante

Filipe
Filipe
8 anos atrás

Vi o doc e é bem interessante. É curioso como a gente guarda na memória essas tragédias. Eu tinha uns 15 anos, vivia de ver aqueles compactos hediondos do SBT de madrugada, correndo risco de não acordar pra ir pro colégio no dia seguinte, com o Téo José simulando emoção com um troço gravado e dando diferença do líder para o segundo colocado em bandeira amarela…

Enfim.

Detalhe agridoce são as passagens com o Justin Wilson…

Não sabia que ele tinha uma carreira tão movimentada. Não tinha internet pra acompanhar categorias menores e, pelos resultados que teve, com certeza ele tinha bagos pra conquistar alguma coisa. O jeitão estabanado ia dar super certo na CART/IRL da época.

Gosto muito do Uruguai e achei o doc simpático e interessante. Me bateu tristeza pelo rapaz, que com certeza merecia mais da vida, ainda que tenha ido num momento em que ele mesmo se dizia tão feliz.

Agora, vamos falar a verdade, que coisa absurda, ridícula, chocante, o acelerador travar na véspera e ninguém acertar o problema, o rapaz morrer daquele jeito e ficar por isso mesmo. A Indy é muito sem noção com relação à segurança.

Tales Vilar
Tales Vilar
Reply to  Filipe
8 anos atrás

Ia falar a mesma coisa…

Tem a participação do Justin Wilson. Doidera…

Rodrigo
Rodrigo
8 anos atrás

Morei no Uruguai na época do acidente e vi o cortejo passar pela orla de Pocitos, na capital, em um dia chuvoso. Além da perplexidade pela morte de alguém que tinha acabado de ouvir falar, ficou a frustração pelo fim trágico de uma carreira que por si só já tinha grande valor- imagine o esforço hercúleo de um piloto oriundo de um país de 3 milhões de habitantes tentando chegar ao Olimpo do automobilismo. Pensar que Gonchi, como ele era conhecido, esteve às portas da Fórmula 1 e chegou a vencer o GP de Mônaco na Fórmula 3000 poucos meses.

Fábio
Fábio
8 anos atrás

Escapar daquele jeito na Corckscrew e cair do barranco com o peso do carro todo em cima do pescoço, os médicos na época disseram que ele morreu na hora. O replay da corrida ainda passava no SBT e me lembro de ficar esperando a imagem do piloto sair de baixo do carro, já que não era tão incomum os carros da Indy ou da F1 ficarem de cabeça para baixo, então após a primeira ambulância chegar ao local, a câmera pegou a imagem do primeiro socorrista balançar a cabeça negativamente após olhar embaixo do carro e logo após eles colocarem uma lona em volta para retirarem o corpo dele. Depois da morte do Senna, esse acidente para mim foi mais impactante visualmente falando.

Filipe
Filipe
Reply to  Fábio
8 anos atrás

Só que ele morreu na pancada no muro. Quando virou, já tinha ido.

Fábio
Fábio
Reply to  Filipe
8 anos atrás

Isso a gente sabe agora, mas na hora, a impressão que deu e que foi comentado ate pela tv, foi que ele caiu pescoço.

Rubergil Jr
Rubergil Jr
8 anos atrás

Me lembrou o Marco Campos, brasileiro que morreu em Magny-Cours em 1995, correndo de F-3000. Quem o conhecia falava que era bom pacas. Outro que foi embora cedo demais.

César Lima
César Lima
8 anos atrás

Apenas uma correção no texto belíssimo do Pedro Henrique é que após andar no fundo do grid em 1998 e 1999, a Penske se restruturou, abandonaria o chassis de fabricação própria em favor dos vitoriosos Reynard, além dos motores Honda no lugar do Mercedes, e contaria com uma dupla de pilotos Gil de Ferran e Greg Moore para a temporada 2000, dispensando Al Jr. e Tarso Marques, que fez algumas corridas pelo time.

Infelizmente a vida de Moore, a maior promessa para os próximos campeonatos, foi ceifada em um acidente estúpido em Fontana, atual Auto Club Speedway, na última corrida da temporada (aquela em que Montoya levou o título mas empatando em pontos com Franchitti). Só a partir dessa tragédia Roger Penske buscou em Hélio Castroneves um substituto para a vaga aberta em seu time. E que poderia muito bem ser de Gonzalo caso ele ainda estivesse entre nós.