NO PARQUE DO ALBERTO (1)
SÃO PAULO (perdi meu tempo) – Que comecinho, putz grila.
(“Putz grila” é uma expressão dos anos 70, e como toda expressão tem origem difícil de precisar. Nos anos 70, “grilo” era usado para descrever alguma coisa ruim, preocupante. “Tô grilado com minha namorada”, por exemplo. “Deu grilo neste motor”, outro exemplo. Não sei bem por que “grilo” para essas coisas, mas há algumas teses, a mais aceita a que vem a seguir. Grilo é um inseto que faz um barulho razoavelmente irritante para atrair as fêmeas, e nos anos 70, quando a molecada tomava umas coisas esquisitas, tipo LSD, ficava com um zumbido na cabeça. Erroneamente, o que é compreensível pelo estado produzido pelo ácido ou outra substância qualquer, meninos e meninas comparavam o zumbido na cuca ao ruído produzido por um grilo — deve ter sido o primeiro bicho que veio à cabeça do primeiro que ligou o som a um inseto. O cara, ou a menina, poderia ter pensado também numa abelha, ou num mosquito, ou num besouro, sei lá. Mas veio grilo, grilo ficou. Portanto, “grilo” era algo que incomodava, por assim dizer. O “putz” é uma corruptela de “puta”, mesmo. Naqueles tempo, falar “puta”, “merda”, “bunda” e “foda” podia dar cadeia — alguns artistas apanharam do Fleury por dizer “bosta”. Assim, em vez de falar “puta grilo” para algo muito ruim e problemático — “Bicho, olha aquele cara batido no poste! Puta grilo!” –, adotou-se o “putz grila”, que para muita gente é uma palavra só, “putzgrila”, mas sempre escrevi separado. O motivo de se usar “grila”, no feminino, e não “grilo”, no masculino, é que ficava mais legal e sonoro. Hoje se usa “deu ruim”, expressão nascida no Rio, até onde eu sei, e que também nem é tão popular assim.)
[bannergoogle] Choveu quase o tempo todo, e apenas Wehrlein e Haryanto, a dupla da Manor, andou bastante para se acostumar com o brinquedo. Houve uma batidinha aqui e uma rodadinha ali — Rosberguinho deu uma boa estampada –, alguns pilotos mal saíram dos boxes e no fim das contas Hamilton fechou a sexta em primeiro, mas com tempo que não diz muita coisa por conta das condições do asfalto.
Em situação tão desfavorável, é difícil avaliar qualquer aspecto técnico, tático, estratégico e psicológico. “Ah, a Red Bull andou bem”, me escreveu um leitor. Sei lá. Como saber? “Ah, a Force India confirmou o que você…”, também não sei, eu não disse nada, apenas acho que vai andar bem. “Ah, a Ferrari chegou, mas será que…”, não sei, não sei, não sei. Não tenho a menor ideia. O que sei é que a McLaren continua mal e os pilotos já perceberam. Que morte horrível, a de Alonso. Button não está ligando muito.
Assim, resta torcer para o tempo melhorar — ou piorar de vez — para que o sábado seja mais proveitoso. Os horários estão lá no Grande Prêmio. Mais tarde eu volto, mas bem mais tarde. É que hoje sigo para Curitiba, para me despedir do autódromo de Pinhais. A Classic Cup vai correr lá, acho que são duas provas, ando meio desligado, mas vamos em frente. O Bon Voyage já chegou ao circuito, pelo que soube.
O leitor lhe deseja uma boa corrida e agradece pelo ótimo texto. Bravo!
Muito bom o chapéu “Carro Cascão” no texto sobre a Williams no treino com chuva. Parabéns para quem escreveu.
Ótimo texto! Destaque pra explicação da expressão. Hahaha
Entre chuvas e limitações de projeto salva-se o patrocinador do aerofólio traseiro.
http://125ecia.blogspot.com.br/2016/03/touches-without.html
Os caras do Sportv, Lito e Max, falaram que a Red Bull estava perto da Ferrari e o escambau, mas a Ferrari não andou porra nenhuma e pessoal acha que a Red Bull já deu aquele puta salto de performance.
Reza a lenda que o motor da Renault é ”só” 50 cavalos mais fraco que o motor da Mercedes, mas ainda não é o suficiente para baterem a própria Ferrari, ainda.
Mas, uma coisa acho que vai rolar, a Williams vai perder o 3º lugar nos construtores para a Red Bull.
Genial a explicação para “putzgrila”. É por isso que acompanho sua página.
Ja tomou LSD Flavio?
Ainda falo muito “putz grila”, e as vezes tenho que explicar…e essa versão é ótima…valeu!
“Putzgrila, hein?” Termo ainda usado por minha mãe, no alto de seus 83 anos! Parece que a década de 70 foi marcante para ela.
Um pouco de etimologia não faz mal a ninguém
Você vai correr em Curitiba!?. Cuidado, como não estamos mais em um estado democrático de direito – da noite para o dia entramos em uma nova ditadura e “ninguém notou” – pessoas de esquerda, como nós, são mal vistas. Boa sorte na prova.
PUTZ GRILA! Última corrida em Pinhais! Mais uma prova de que tudo, ou quase tudo, é cíclico!! Será que estamos no fim de um ciclo de conquistas sociais?? Esperemos que não! Sempre valendo o poder pelo poder acima da nação!
Flavio, onde acho informações da corrida em Curitiba? Quero ir!!!
A gente começa amanhã às 8h35. É tudo que sei. Acho que é só ir lá e entrar pra ver.
Ão Ão Ão
Mirtão é campeão!
Ês! Ês! Ês!
Alonso é freguês!
HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA
Que fim melancólico para o pior campeão da F1…
O “Capotonso” já era, errando uma freada e tomada de curva…
HUAHUAHUAHUAHUAHUA
boa prova, lembranças ao Lolô Cornelsen e, qdo vc tiver tempo, coloque aquela entrevista c/ele, que rolou no Limite.
Gomes…
É verdade que não dá ainda para se fazer um mapa do grid atual.
Mas esse Pascal é fodido, hein? Se o povo tava achando que a Manor iria andar no final do pelotão de novo, vai se enganar.
O carinha andou com a pista metso seca metso molhada e não fez nenhuma merda e ainda fez tempos interessantes, considerando o equipamento que ele tem.
Vamos prestar atenção nele. Vai ser o novato do ano, disparado.
Ué, mas a Rosdiva não terminou 2015 “voando”, prometendo fazer esse campeonato ferver???
HAUHUAHUAHUAHUA
Falei que “Mirto” tinha apenas tirado o pé depois da ganhar a taça…
Na atualidade, ninguém vai preso por falar palavrão, apenas é taxado como alguém que possui o vocabulário bem restrito, o que convenhamos, é a mais pura verdade.
Você acha?
– Levanta cacete: Mulher bonita, benfeita de corpo, sexy (Nordeste). “Até onde a memória alcança, as mulheres da família eram de encher o olho e de levantar cacete de morto” [AMADO, Jorge. Tereza Batista Cansada de Guerra. São Paulo, Martins, 1972, p. 43].
(Jorge Amado)
E olha que o cara não é fraco não;)
Preconceito linguístico em estado bruto!
Com tão poucos dias de testes, não entendo o motivo de não treinarem, mesmo que na chuva, ao menos para entender o comportamento do carro no molhado. Por mais que não “valha” nada, é tempo de pista, é mais algo a aprender do carro.
A F1 tá tão mal que, mesmo tentando deixar de lado o pessimismo da atual fase da categoria, no único momento que não pode ter chuva (primeiros treinos), chove!
Curioso estou para saber a origem da expressão do momento: coxinha.
Quando eu falo Putz Grilo, eu omito o “ó” do final. Fica meio mineiro.
Boa prova em pinhais. Nunca guiei lá, o que sei é que o traçado é patrão. Tenho certeza que é diversão garantida.
Me parece que o pai de um amigo ganhou a corrida inaugural da pista, se não me engano com um Dojão (não tem como manter o “dg” quando se fala no aumentativo).