NAS ASAS

[bannergoogle]MOSCOU (e agora?) – Criada por 150 ex-funcionários da Pluna em 2015, a Alas Uruguay fez seu primeiro voo em janeiro de 2016 e operou por apenas nove meses até colapsar com dívidas de 15 milhões de trumps.

Em outubro daquele ano, parou de voar  quando teve de devolver seu último 737 por falta de pagamento. A gestão da turma oriunda da Pluna, infelizmente, não deu certo.

Ontem, o que restou da empresa foi leiloado. O texto do “El Pais” uruguaio, embora com alguns traços de melancolia, é delicioso pela descrição detalhada do local onde aconteceu o leilão, o perfil dos compradores e o caráter quase familiar da operação — parecia venda de garagem do vizinho conhecido. Os lotes continham de garrafas térmicas a caixas de papelão vazias, e até uma mesa de pingue-pongue. O item mais valioso era um furgão Mercedes-Benz “sem documentos”.

A morte de companhias aéreas sempre me comovem, não sei por quê. Mesmo quando se trata de uma empresa nova, que não durou nem um ano. Tenho para mim que aviões, sempre, em todos os voos, sem exceção, carregam sonhos.

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wallace carvalho
wallace carvalho
5 anos atrás

Flávio. Realmente aviões carregam sonhos. Não há nada feito pelo homem que comova tanto quanto o avião. Voar de avião deveria ser direito fundamental previsto na Constituição Federal. Quem nunca voou ainda não viveu. Quem morreu sem voar não viveu.

Daniel Cantera
Daniel Cantera
5 anos atrás

Da dor..
Era tão legal o voo direto Curitiba Montevideo
aviao novinho voce pagava em reais e recebia troco em uruguaios..

Pecado eles terem quebrado

Sergio Luis dos Santos
Sergio Luis dos Santos
5 anos atrás

O leilão da Panair do Brasil foi um capítulo triste, pois no caso dela ela não quebrou, foi quebrada. Tenho para mim que a maior parte das operações com companhias aéreas é ou será sempre deficitária, por todo o mundo existem muitos subsídios para que continuem operando. O triste é que raramente os donos quebram, quem fica no chão sem chão são os funcionários…

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
5 anos atrás

O binômio “Combustível e briga de tarifas” são os dois ingredientes que mataram e matarão todas as empresas que conhecemos.

Nunca podemos esquecer que quando a porta de um avião fecha o dono sabe se aquele voo deu lucro.

Quanto aos sonhos, sim é verdade! muito legal!

Obs.: Pergunta do milhão: Onde será queimado a ultima gota de petróleo na Terra? Resp.:: Num avião!

Luiz
Luiz
5 anos atrás

Excelente frase!
“Tenho para mim que aviões, sempre, em todos os voos, sem exceção, carregam sonhos.”

Fabio
Fabio
5 anos atrás

Sem duvidas! Também por isso, apesar de mais caóticos e rotineiros, continuo achando aeroportos lugares super especiais, quase dimensões paralelas.
Ainda não li seu ultimo livro, mas nāo tenho duvidas que você escreveria um grande romance ambientado em um avião ou aeroporto.
abs.

moisesimoes
moisesimoes
Reply to  Fabio
5 anos atrás

– Pense num cara feliz quando me convidam pra ir ao aeroporto, seja pra deixar ou buscar alguém. Quando adolescente, gazeei aulas pra passar a manhã no aeroporto: eu com o caderno debaixo do braço vendo a galera indo e voltando, bem vestida e com mala na mão, e eu querendo ajudar o povo a empurrar carrinho, kkk. E é claro, horas e horas de pé vendo avião pousar e decolar. Nao entendo nada de aviões e aprendo muita coisa por aqui. Aeroporto é aquele lugar que emociona, mexe com velocidade, com motor, com pista de corrida, com pessoas que você quer perguntar de onde vem e o que fazem, e que sente aquela inveja boa de ver os pilotos e tripulantes uniformizados com a marca da companhia. Só os loucos sabem.

Quanto à simpática companhia uruguaia, é pesar mesmo que a gente sente. Essa coisa de avião tem alma. Pra mim, aviões são sinônimo de mudanca. Queria me matar quando perdir uma entrevista pra TAM em 2010 por causa do maldito trânsito. Até hoje não me conformo! O sonho de trabalhar em aeroportos, por hora, acabou. Mas até agora, difícil acompanhar pelo flight radar e não dar uma espiadinha no bicho voando lá em cima. Saudações.

Ricardo
Ricardo
5 anos atrás

sinto o mesmo.

lamentei profundamente o fim da Pan Am, que chegou a aparecer no clássico “2001 uma odisséia no espaço”.

Também foi assim com a Brannif, A Varig, Vasp, Transbrasil…

Os aviões têm uma beleza peculiar. Por mais que viaje, nunca deixo de ficar maravilhado vendo o pouso de um avião ou a sua decolagem.

Nick B
Nick B
5 anos atrás

E você está corretíssimo, meu bom.
Compactuo integralmente da ideia de que vôos levam sonhos em suas asas.
Assim como Lennon, sou um dreamer. Mas não somos os únicos.

O mundo ainda tem jeito, Fla, meu brodão.

Do Nick que está sempre por aqui ou por aí fazendo votos para o seu bem, esteja onde estiver.

Lógico que estou ouvindo Imagine.

Paulo F.
Paulo F.
5 anos atrás

Matricula americana no 737.
Pluna que já foi subsidiária da Varig….
Sonhos são o alimento da vida!

Zé Maria
Zé Maria
Reply to  Paulo F.
5 anos atrás

Matrícula referente ao país do proprietário da mesma, essa foto pode ter sido tirada pré entrega ou pós retomada.
A Varig teve quase de tudo, hotel inclusive, acabou que ficou sem nada. . .
Que não sonha, não vive. . .