RÁDIO BLOG

MOSCOU (sim, chega) – Consta nos apontamentos que há exatos 60 anos, num 10 de julho em 1958, João Gilberto entrou nos estúdios da Odeon no Rio para gravar “Chega de Saudade”, compacto que segundo os historiadores musicais é o marco inicial da Bossa Nova.

Talvez a única contribuição realmente relevante do Brasil para o mundo, foi o que concluí outro dia depois de visitar mais um museu em Moscou, possivelmente o do Cosmonauta, ou o da Grande Guerra Patriótica. Eu olhava tudo aquilo e me admirava com o tanto de história que este país tem, com o tanto de realizações que pode apresentar aos estrangeiros em cada esquina, em cada prédio, enquanto que o Brasil… O Brasil teria o quê para mostrar?, é o que me perguntava em silêncio.

Mudando o tempo verbal, o Brasil tem o quê para mostrar ao mundo como fruto de sua história, além da iniquidade diária praticada desde 1500?

[bannergoogle]Sendo rigoroso, quase nada muito substancial. O Brasil não ganhou guerras que tenham mudado o destino do planeta — a única de que foi protagonista, a do Paraguai, mais envergonha do que orgulha qualquer um que conheça um pouco de história –, não mandou ninguém para o espaço (o rapaz que foi de carona plantou feijões num copinho), não tem prêmios Nobel, não descobriu nada essencial na ciência, não tem nenhum nome entre os gigantes da literatura universal, enfim, quando o Apocalipse enfim vier e alguém tiver de redigir verbetes sobre cada nação para registrar em poucas linhas, como pedem estes novos tempos e pedirão ainda mais os próximos, o que de mais expressivo cada uma delas deixou como legado, talvez ao Brasil sejam reservadas menções genéricas ao carnaval, a um certo estilo de jogar futebol, a Santos Dumont (mas os americanos talvez entrem com recurso) e à Bossa Nova.

Dessas, não tenho dúvidas de que a mais importante é a Bossa Nova. O carnaval não nasceu aqui (aí, no caso), o estilo peculiar no jogo da bola foi-se perdendo ao longo dos tempos e o avião, se não fosse inventado pelo mineiro de Palmira em sua longa temporada parisiense, acabaria sendo-o por algum outro.

Mas a Bossa Nova, não. Não entendo nada de música, mas sinto que ela só poderia mesmo ter brotado no Brasil, mais especificamente no Rio, mais especificamente ainda naquela pequena porção de terra compreendida entre o Leme e o final do Leblon, delimitada pela lagoa Rodrigo de Freitas ao fundo e por alguns morros imponentes nas extremidades.

É o que o Brasil terá deixado ao mundo, afinal. E querem saber? Talvez nem seja assim tão pouco.

* A gravação acima, que não sei de que ano é, é de João com a filha Bebel. A gravação original do disco está aqui.

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Marcos Bassi
Marcos Bassi
5 anos atrás

nada…absolutamente nada contra Esperando Godot…muito pelo contrário…rs. Só quis fazer um trocadilho, e devo ter sido infeliz, quis dizer que espero que o segundo livro do Flávio…não se torne um Esperando Godot (juro que quase escrevi…Esperando Livrô…rs…mas seria triste isso)…abraço…

vicente
vicente
5 anos atrás

Cada qual no seu cada qual ! Contribuímos dentro das nossas possibilidades. Fizemos a Base de Alcântara para os Americanos que é o melhor local de lançamento do hemisfério ocidental. Fizemos as mais rentáveis hidrelétricas do mundo que vamos ceder em breve aos Chineses. Já passamos para os Americanos a patente do Astros, foguetes da Avibrás que são um dos melhores do mundo em sua classe (não mais o melhor pq após assumir a patente os Americanos passaram a fabrica-lo). Logo passaremos para a Exxon e para Chevron a 3a. maior reserva de petróleo do mundo !! A Boeing vai assuir a Embraer, líder mundial em sua categoria. Como assim não contribuímos ??!

Carlos Tavares
Carlos Tavares
5 anos atrás

Dos clássicos textos desse blog. O que também não é tão pouco.

Antonio
Antonio
5 anos atrás

Tivemos Ayrton Senna, Fittipaldi, Pelé, Portinari, Vila Lobos, Machado de Assis, Alberto Santos Dumont, Maria Esther Bueno, Tom Jobim. Não troco nenhum deles por cosmonautas da guerra fria.

Zé Clemente
Zé Clemente
5 anos atrás

A música é um dos poucos espaços em que restam coisas verdadeiramente boas no país. A bossa nova é um marco que ficará na história musical mundial. Não há porque duvidar.
Mas temos mais outros valores musicais importantes. Lembrei agora do compositor Carlos Gomes da opera Guarany. Não se pode esquecer do Heitor Villa Lobos que escreveu uma peça de violão para ninguem menos que Andres Segovia. Temos hoje o Yamandú Costa que brilha no violão 7 cordas. E há um numero respeitavel de violonistas eruditos brasileiros que quase ninguem conhece. Eu mesmo não me lembro o nome deles. E mais os maestros e instrumentistas que não devem nada a ninguem no mundo.
Enfim, na música vamos muito bem obrigado. E a bossa nova é genuinamente made in Brasil.

dionisio
dionisio
5 anos atrás

Oi Flávio
No Campo de Geografia, minha ´área, há alguns nomes que são marcos mundiais

Milton Santos
Aziz Ab’saber
Antonio Chistofolétti
Mais uma Balaiada que Esqueci,
Fora eles ,Tem o Nicolelis, o Salgado
Abraços
No fim, venceremos

Priest Fan
Priest Fan
5 anos atrás

Desculpe, mas tenho que discordar. Acho Bossa Nova um porre. Então não, o Brasil não contribuiu em NADA para a humanidade, e ainda destrói em ritmo galopante a natureza que, por azar da humanidade, tem aqui uma grande extensão. Tudo porque “Agro é POP”.

Nick B
Nick B
5 anos atrás

Fla, meu querido.
Vamos por partes:
Primeiro que cheguei atrasado na conversa e os amigos já disseram valorosas contribuições brasileiras para o mundo.

Segundo que senti em ti um desencanto. Compreensível. Também passo por isso e nós dois, em nossos âmagos, sabemos o porquê. Mas tem muita gente que gosta de você pra caramba e você deve gostar de alguém pra caramba, então o negócio é ligar o fuck off e simbora.

Por fim, João Gilberto é um gênio. Só isso. Gênio. Minha praia, todos sabem, é o rock. Mas me enveredo sem problemas pelos mais variados estilos, desde o clássico até sertanejo (não, Luan Santana não. Falo de Tião Carreiro e Pardinho, Zilo e Zalo). Gosto de MPB e funk (não, Anitta não. Falo de James Brown, George Clinton, Gérson King Combo).
Gosto de música boa e João Gilberto, Carlos Lyra, Baden Powell, Roberto Menescal fizeram da Bossa Nova biscoito fino pra deleite de quem gosta de qualidade musical. Orgulhemo-nos.

Abraços.

Nick B.
(Samba do Avião )

Banana Joe
Banana Joe
5 anos atrás

Tem coisas legais que saíram daqui. A maioria dos países também não tem nada do que se orgulhar em escala mundial e isso não os faz menores.
Tom Jobim é gênio da música, Villa Lobos um dos compositores clássicos mais admirados do seculo XX. Jorge Amado, Machado de Assis, Niemeyer na arquitetura. A interessante história de Landell de Moura, talvez tão inventor do rádio quanto Marconi. E Pelé! Sim, não esqueça do Pelé. Nascido em uma época sem holofotes e câmeras 24h conseguiu ser ao lado de Muhammad Ali o esportista mais conhecido do mundo. Não é tanto o quanto queremos, mas já é mais do que a maioria dos países do mundo.

Mauricio Rocha
Mauricio Rocha
5 anos atrás

Para mim, como músico, a Bossa Nova é a maior revolução da música no Século XX. Com todo respeito aos Beatles de quem sou fã de carteirinha. As músicas dos Beatles são eternas, empolgantes, alegres, mas não tem nada de diferente em termos de harmonia (ai também está a genialidade deles). Mas é ai que entra a Bossa Nova, com harmonias nunca antes usadas. Somente a Bossa Nova e seus criadores como Tom Jobim, Vinicius de Morais, João Gilberto, para encaixarem acordes como F#m75b, ou Bb9#5. Estas dissonantes somadas às lindas melodias e ao jeito de cantar, sem dúvida revolucionaram a música no século XX, influenciando inclusive o Jazz americano que talvez nunca mais foi o mesmo depois da Bossa Nova.

moisesimoes
moisesimoes
5 anos atrás

– Ainda no campo musical e literário, citaria a parceria muito bem sucedida de Carlos Gomes e José Alencar no romance que virou ópera “O Guarani”, sucesso nos teatros franceses e italianos. Carlos Gomes é simplesmente um dos maiores, senão o maior compositor de ópera da América e tem seu lugar de destaque no repertório clássico mundial. Outro grande notável, Heitor Villa-Lobos, é referência na música de câmara internacional. Fiquei sabendo somente quando trabalhei em um teatro, quando percebi o quanto eles foram geniais.

Temos uma cultura e um conhecimento produzido de teor valioso que transcenderia muito os limites geográficos. Da minha terra, cito Patativa do Assaré, Rachel de Queiroz e Belchior. Mas agora não é o momento de descrever o patrimônio material e imaterial de A ou B. Muito menos lamentar aqui, a posição de coadjuvante do Brasil no cenário mundial em meio ao estribilho frenético repetido com muito orgulho e com muito amor de que “há apenas um pentacampeão no mundo” , confirmando que “somos” o país do futebol. “O futebol é fundamental…”, urrava Galvão Bueno na abertura da copa na Rússia, esquecendo, por ironia, de que a educação e o acesso a ela é que é fundamental, dentre outros direitos fundamentais violados noite e dia, a céu aberto nesse país afora.

Acabei fazendo o que está na maioria dos comentários que pude ler, ciscando daqui, ressalvando dali, lembrando de fulano e mencionando beltrano. A questão ou as questões principais levantadas por você no texto, na pergunta lida lentamente “O Brasil teria o quê pra mostrar?”, aponta para uma realidade cruel e desoladora. Foi quando justamente há quatros anos na copa do mundo, tínhamos a chance de mostrar quem realmente somos, mostrando que “receber bem” não é o mais importante, e o que importa mesmo no final das contas, é sim educação, limpeza, união, organização, responsabilidade, segurança, igualdade e justiça social, ética e transparência. Nunca seremos nada e sempre viveremos de lampejos, irrelevantes, iludidos no fingimento do patriotismo mas afundados na figura do trapaceiro, do malandro, da propina, tentando vender (sem sucesso) a imagem de um país ” bonito por natureza” e “gigante pela própria natureza”, mas consciente de que o que Brasil tem pra mostrar mesmo é BUNDA, e sabe fazer isso melhor do que qualquer nação no planeta.
Já que a França está na final, deixo para reflexão a famosa frase do médico e biólogo francês Louis Couty em seu livro, “Escravismo no Brasil”:
– “O Brasil não tem povo.”

Amaral
Amaral
5 anos atrás

O grande problema do Brasil é menosprezar a si mesmo.
Temos um grande complexo de vira-lata. Não valoriza a sua resiliência, sua capacidade de adaptação e de polivalência, como um bom vira-lata, mas se compara, no caso do país, a outros com muito mais história, cultura e conquistas, e se diminui por não ter tanto o que contar quanto nossos irmãos.
Exaltamos obsessivamente os nossos vencedores, mas só enquanto eles o são. Ao menor sinal de decadência, os execramos tão obsessivamente quanto os exaltávamos no momento anterior.
Temos mórbida predileção por superlativizar e às vezes comemorar nossos defeitos, tal como uma nação de torcedores do valoroso, histórico e folclórico Íbis de Pernambuco, auto-intitulado o pior time do mundo.
Não podemos voltar atrás no que fizemos de mal. Mas podemos refletir sobre nossos erros e fazer um final diferente. Só depende de nossas próprias ações.
Temos muito mais coisas boas e valorosas aqui, além da Bossa Nova. Sem dúvidas. Talvez não tão grandiosas quanto, mas que, em conjunto, irão nos ajudar a nos tornar verdadeiramente grandes quanto essa nação merece e pode se tornar.
Sou um otimista incorrigível. Apesar de tudo e de todos.

fernando delucena
fernando delucena
5 anos atrás

mas talvez não se conhecer mais do brasil em arquivos históricos, museus, pelo mundo não seja mais um detalhe de uma violenta dominação cultural? Até hoje invadem a amazonia para aprender com os povos da floresta, levar o conhecimento e vender como uma descoberta de outro país. Não sei, para mim, por exemplo, que sou bem baiano e bem brasileiro, no caos cultural que é o brasil, me importo mais com a formação do samba do que com a chegada ao espaço. A bossa nova talvez só tenha sido tão propagada no mundo porque é uma legitimação do samba feita pela elite brasileira com harmonias europeias, gravada por sinatra, etc. Não menos importante, mas antes da bossa vem uma interminável alegoria. O Brasil precisa conhecer e aceitar a si mesmo, porque desde a dominação portuguesa isso é vetado a um povo que não se sabe povo, o conhecimento.

moisesimoes
moisesimoes
Reply to  fernando delucena
5 anos atrás

– Bom baiano, saudações. A invasão da amazônia brasileira que eu conheço é a invasão feita por brasileiros, destruindo tudo o que tem pela frente: a cultura índígena, cabocla, a fauna e a flora. Tudo em nome do garimpo, da soja, da grilagem de terras e principalmente do tráfico de drogas. O Pará é o estado que ainda mais desmata no pais, com uma área de 2.400 km², equivalente a 240 mil campos de futebol. Duzentos e quarenta mil! Há invasão de terra em capitais como Manaus ou em outros municípios, mas invasão na fronteira, não. Entram livremente pela fronteira a qualquer hora, qualquer dia. Enquanto isso, decresce ano após ano o investimento federal em ciência e educação. O Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, INPA, está entregue à própria sorte. Logo, temos até competência para as pesquisas de campo e extensão, mas é consciente afirmar que outros países tem muito mais investimento, conhecimento científico e apoio do que nós. Eles pesquisarem, conhecerem e patentearem, enquanto nós ficamos de braços cruzados, não se trata certamente de “invasão”. Se trata de eficiência na aplicação dos recursos tecnológicos por cientistas e pesquisadores inteligentes e eficazes.
Ou é exagero afirmar que, se essa região estivesse sob domínio japonês, por exemplo, não se faria jus à riqueza, conservação, preservação e desenvolvimento da região amazônica, que o governo brasileiro a séculos propõe de maneira equivocada, desorganizada e paliativa?

AS
AS
5 anos atrás

Olha… nao quero criar polemica etc. Mas quando morava em Campbell CA, num belo dia li num jornal local que acabara de morrer um senhor americano, que segundo o jornal, era o criador do ritmo bossa nova. Segundo o mesmo, Joao Gilberto teria ouvido e se tornou o seu maior interprete.. Assim como aconteceu com o futebol…

Newton
Newton
5 anos atrás

Nesses dias vi um documentário do ex-Police Andy Summers. Ele ouviu numa noite o Sting tocando Roxane no violão e achou a música linda. Sugeriu que gravassem, mas tiveram que mudar o ritmo pois a cena musical em Londres era punk e jamais aceitariam uma canção no ritmo da Bossa Nova! Gravaram então em reggae.
Gostaria muito de ver a versão original

Felipe Camargo
Felipe Camargo
5 anos atrás

Infelizmente Santos Dumont não inventou o avião, isso já foi comprovado!

Desculpe a fonte…kkkk, mas há diversas outras.

https://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/os-irmaos-wright-usavam-catapulta-e-outros-mitos-em-defesa-de-santos-dumont/

Felipe Camargo
Felipe Camargo
Reply to  Flavio Gomes
5 anos atrás

Você inteligente e informado como é, sabe que não é verdade…

Parabêns pela suas opiniões durante a copa!

Gus
Gus
Reply to  Flavio Gomes
5 anos atrás

Exatamente; o avião por definição – que sai do chão por meios próprios – é invenção brasileira.

Iuri Jacob
Iuri Jacob
Reply to  Felipe Camargo
5 anos atrás

Santos Dumont foi o primeiro a criar uma máquina capaz de decolar e pousar por seus próprios meios. O “avião”dos Wright não era capaz disso.

Mauricio Rocha
Mauricio Rocha
Reply to  Felipe Camargo
5 anos atrás

Os Irmãos Wright saltavam de colinas com catapultas. Santos Dummont foi o primeiro a decolar ou seja sair do chão. Ele foi o primeiro a colocar motor e correr para decolar como se faz até hoje. O desenho do Demoiselle criado por ele é o modelo que se usa até hoje também. Dá uma olhada neste link https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/demoiselle-o-primeiro-aviao-que-conta.phtml.
Nada contra os irmãos Wright, mas se Santos Dummont fosse americano aí a história poderia ser outra.

Zempa
Zempa
Reply to  Felipe Camargo
5 anos atrás

O cara acredita na veja…

Coitado.

Costa
Costa
Reply to  Felipe Camargo
5 anos atrás

Subir por conta própria só Santos Dumont fez.

Fábio Peres
Reply to  Felipe Camargo
5 anos atrás

Os historiadores já disseram que há vários pais por trás das invenções. Logo, se eu escolho quem é o pai que valorizo, não estou errado.

Toni Righi
Toni Righi
5 anos atrás

O Brasil é uma fonte. Donde emana a estupidez humana em todas suas vertentes.

Amaral
Amaral
Reply to  Toni Righi
5 anos atrás

Tem plena e irrevogável liberdade de pensar assim. Mas tem o dever de saber que há quem não concorde. Uma fonte de estupidez jamais verteria um mago da música como João Gilberto, por exemplo.
Nem Tom, Vinícius, Chico (aqui dá pra escolher, qual vc quer? Buarque, Anysio, Xavier?) , Ayrton, Nelson, Emerson, entre muitos.

murilo medeiros
murilo medeiros
Reply to  Toni Righi
5 anos atrás

Procure informação nos lugares certos que verá que o Brasil tem muita coisa boa.

Murilo Medeiros
Murilo Medeiros
5 anos atrás

Flavio,

Tivemos um torneiro mecânico como presidente. Isso por si só não é fantástico?

sergio l vieira
sergio l vieira
5 anos atrás

Ola Flavio, sobre premio nobel para o Brasil, procure saber um pouco sobre as particulas meson pi e Cesar Lattes. Se nao tiver paciencia depois te conto a historia do brasileiro que ganhou mas nao levou (esta historia ja saiu na Scientific American Brasil).

Iuri Jacob
Iuri Jacob
Reply to  Flavio Gomes
5 anos atrás

Não temos um Nobel, mas temos uma Medalha Fields, que em termos de importancia equivaleria ao Nobel da Matemática se esse existisse. Foi recebida pelo matemático Artur Ávila em 2014.

Filipe
Filipe
5 anos atrás

Só dando pitacos:

1. Gostei do que o LEONARDO BARBOSA KOERICH escreveu.
Completando:

Guimarães Rosa é gênio. ( me desculpem os fãs de Machado ).
Milton Nascimento é gênio.

Já valem a estadia.
Abraços e boa viagem.

Murilo Medeiros
Murilo Medeiros
5 anos atrás

Flavio, o Brasil produziu no século passado uma Arquitetura mundialmente festejada e igualmente premiada. Temos dois arquitetos vencedores do Pritzker, a que muitos se referem como o Oscar da Arquitetura, ou o Nobel da Arquitetura. Niemeyer venceu em 1988 e Paulo Mendes da Rocha em 2006. Até hoje apenas Brasil, México, Iraque, Chile e China foram premiados dos ditos países emergentes. Niemeyer e Paulo Mendes tem produção significativa entre as décadas de 50-80 do século passado, quando o Brasil foi exemplo de Arquitetura modernista para o mundo. Niemeyer (e por isso ele é amplamente conhecido entre leigos) produziu incessantemente até falecer, tendo obras espalhadas pelo mundo todo. Só como exemplo a belíssima editora Mondadori, em Milão ou a Universidade De Constantine, em Argel, Argélia. Infelizmente dos anos 80 pra cá, o Brasil caiu em reconhecimento internacional, ficando inclusive atrás da produção de arquitetos colombianos, uruguaios e chilenos, para citar os mais próximos. Se serve de consolo, por conta do clima de copa, os argentinos nunca foram referência em arquitetura.

Somos um país jovem… É injusto falar em 500 anos. Temos no máximo 200 de produção cultural. Já fizemos algumas coisas interessantes além da Bossa Nova. Veja a história de César Lattes. Ele bateu na trave no Prêmio Nobel.

marcos andre
marcos andre
5 anos atrás

O problema de alguns Brasileiros, sempre foi menosprezar o Brasil e os Brasileiros.

Marques Goron R. da Silva
Marques Goron R. da Silva
Reply to  marcos andre
5 anos atrás

A mais pura verdade Marcos!! Para esses eu quero um lugarzinho bem especial no inferno…

Fabiano Lacerda
Fabiano Lacerda
Reply to  marcos andre
5 anos atrás

Regurgitar patriotismo e otimismo é fácil demais. Quero ver é postura fora do teclado, de uma nação sem unidade, de um povo sem empatia nenhuma. Com os falsos moralistas de plantão na internet, é claro..rs

MARCOS ANDRE
MARCOS ANDRE
Reply to  Fabiano Lacerda
5 anos atrás

Fabiano Lacerda

se sua resposta foi pra mim… desculpa mas não colou

Lagerbeer
Lagerbeer
5 anos atrás

Deixaremos o legado culinario do quindim e pao de queijo … romeu e julieta … pinga marvada … o que mais ?

Leonardo Barbosa Koerich
Leonardo Barbosa Koerich
5 anos atrás

Tudo bem… talvez não estejamos no mesmo patamar de alguns paises e, com certeza, as desigualdades sociais, as oligarquias corruptas, muitas vezes ofuscam algumas de nossas proezas. Para tentar te animar, uma curta lista de brasileiros que, acho, contribuiram muito com o mundo.

Carlos Chagas: foi o primeiro cientista do mundo a descrever, de forma completa, toda uma doença que causava um enorme fardo nas américas (e ainda é problema sério na Bolívia). Ele descreveu o agente causador da doença, o inseto vetor, a patologia, o ciclo, o desenvolvimento, etc. Foi um feito e tanto do inicio do século 20 e, muitos acreditam, só não ganhou o Nobel em Medicina por falta de influencia do Brasil na academia sueca.

Oswaldo Cruz: cientista conhecido como Sanitarista implantou a vacinação obrigatória no Brasil. Foi a primeira vez que um país interviu veementemente na saúde publica. Erradicou a Dengue no Brasil no início do século 20 e plantou as sementes do que seria o SUS. Fundou a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) uma das mais respeitadas instituições de pesquisa no mundo e produtora de vacinas de altíssima qualidade que são distribuídas gratuitamente no Brasil.

Paulo Freire: reconhecido internacionalmente, leitura obrigatória nos cursos de pedagogia nacionais e internacionais.

Santos Dumond

Machado de Assis

Artur Ávila; matemático brasileiro, foi o primeiro latino americano a ganhar o “nobel” de matemática, a Medalha Fields. Mas não para aí. Sua contribuição para a matemática é reconhecida nos seguintes prêmios: Avila foi agraciado com o Prêmio Salem em 2006, o Prêmio EMS em 2008 e o Prix Jacques Herbrand de 2009. Recebeu uma Medalha Fields de 2014, considerada o Nobel de Matemática, pelos seus trabalhos em teoria de sistemas dinâmicos. Em 1° de janeiro de 2015 foi nomeado cavaleiro da Legião de Honra da França, que lhe foi concedida como título excepcional já que Avila não tem os 20 anos mínimos de carreira exigidos para receber a honraria.

Murilo Medeiros
Murilo Medeiros
Reply to  Leonardo Barbosa Koerich
5 anos atrás

Excelente. Acrescentaria:

A imensa diversidade musical brasileira, Xote, Forró, Xaxado, Baião, Maracatu e Frevo, só pra citar o nordeste.
O fato de sermos um povo hospitaleiro, ok é chover no molhado, mas veja como os europeus e americanos tratam os imigrantes…
A imensa diversidade culinária brasileira, cada região tem a sua,

Vai dizer que prefere o peixe com fritas londrino?

Thiago Azevedo
Thiago Azevedo
Reply to  Murilo Medeiros
5 anos atrás

Leonardo e Murilo, mandaram muito bem!

Tem tanto Jazz estrangeiro parecido com bossa nova (que é Jazz) que provavelmente chegariam nela (ou em algo parecido) também. Apenas teria outro nome.

Gus
Gus
Reply to  Leonardo Barbosa Koerich
5 anos atrás

De acordo! Bela lista, confrade.

Fábio Peres
Reply to  Leonardo Barbosa Koerich
5 anos atrás

Eu só acrescentaria que, se não ganhamos Nobel ou quaisquer “grandes títulos” internacionais, isso ocorre principalmente por não usarmos a língua mundial (o inglês) e estarmos bastante longe dos centros de propagação das ideias (Europa e EUA) para influenciar em alguma coisa.

O Brasil é uma caixa-preta, com muita coisa boa.

Plinio
Plinio
5 anos atrás

Nem sou um grande admirador de Bossa Nova, apesar da sofisticação harmônica. Mas é das poucas coisas, em termos culturais, que o Brasil exportou. Já hoje em dia, com visão a neocolonialista sustentada pela elite golpista, tá difícil do Brasil ser relevante em alguma coisa. Sou professor universitário e vivo o dilema diário de tentar fazer ciência no Brasil.

Vinicius
Vinicius
5 anos atrás

Bom, temos o Romero Britto… (brincadeira)

Ricardo
Ricardo
5 anos atrás

Mais do que não termos nada para mostrar como nação, o que nos sucumbe enquanto pátria é a falta de divulgação do que foi feito de relevante por brasileiros. Aqui se dá importância a jogador de futebol, a fascistas e a demagogos.

A radiografia também é chamada de Abreugrafia, por ser um legado científico do médico brasileiro Manuel de Abreu. Quem nunca “tirou uma chapa”? Convenhamos, essa invenção revolucionou a medicina, pelo aumento da precisão nos diagnósticos, antes do paciente ser aberto em uma cirurgia.
Por sermos um país periférico, mesmo tendo aqui ocorrido a primeira transmissão radiofônica da história, pelas mãos do Padre Roberto Landell de Moura, esses louros foram anos mais tarde dados ao italiano Gugliermo Marconi.
Há outras invenções relevantes, com o Google não me deixa mentir.
O que falta é o brasileiro se importar com o que realmente é importante.

Marques Goron R. da Silva
Marques Goron R. da Silva
5 anos atrás

Melhor ter deixado para o mundo a Bossa Nova do que ser lembrado por genocídios, ataques nucleares, holocaustos, “holomodores” e outras coisas mais…

Elô
Elô
5 anos atrás

Machado de Assis.
Não tem Nobel, mas deveria ter.

Pepeu
Pepeu
5 anos atrás

Não foi apenas um astronauta que mandamos para o espaço.
Me lembro muito bem de um acidente na base se testes de foguetes no Rio Grande do Norte que mandou meia duzia de trabalhadores para o espaço.
Isso sem esquecer do povo e da economia do país que ja foram pro espaço faz tempo né.

Giovani Blumenau SC
Giovani Blumenau SC
5 anos atrás

Podemos nos orgulhar de termos a única cura para o cãncer realmente funcional e gratuita descoberta por Estevam Kovacsik, europeu de nascimento mas brasileiro por Opção. A descoberta provavelmente nunca ocorreria se não estivesse em solo brasileiro.
Conheça a radiestesia e o Método Kovacsik.

https://www.youtube.com/watch?v=XACtfjSUQ-Y

https://www.youtube.com/watch?v=o838_Grim9s

https://www.youtube.com/watch?v=LqEI4Re1L5w&authuser=0

https://www.youtube.com/watch?v=c2lA4xCoNy0

https://www.youtube.com/watch?v=1Wprr9TYUwo

“Doença é um problema de localização”
O Dr. Hartmann MD pesquisou os efeitos dos raios da terra nos seres humanos por mais de trinta anos, e suas experiências levaram-no a produzir um relatório de seiscentas páginas [‘Krankheit als Standort-problem’, Heidelburg: KFHaug-Verlag) afirmando que a doença era um problema De localização. Ele descobriu que uma das primeiras coisas a serem afetadas negativamente era o sistema imunológico e, como resultado, indivíduos colocados acima de uma área de distúrbios geopáticos perderam a capacidade de se defender de bactérias nocivas que antes podiam suportar. Havia também uma ligação clara com o câncer em pessoas que dormiam ou trabalhavam próximos a dispositivos hidrosanitários (banheiros, fossas, caixas de gordura) acima de um veio de água e/ou de um ponto de cruzamento de Hartmann por longos períodos de tempo e solos contaminados.
Os sintomas de estresse geopático
Os sintomas mais comuns que ocorrem em um estágio inicial são os distúrbios do sono . A localização da cama do paciente parece ser o fator mais importante, após o qual eles são a cadeira favorita, a mesa, a sala onde você gasta mais tempo e trabalho, e assim por diante. Sono em uma zona geopática é particularmente stressante. Ele pode afetar o sono, causando sono interrompido ou intermitente, com pesadelos, você pode acordar de manhã sentindo mais cansado do que quando você foi para a cama. Isto é porque a glândula supra-renal funciona notavelmente distorcida para compensar a radiação da terra. O cérebro, também, não pode relaxar em um sono profundo para reparar e regenerar o corpo por causa do alto teor de adrenalina no sangue. Com o tempo, o fato de que você dorme nesta energia negativa durante a noite, pode levar a um desequilíbrio de energia ou de doença a longo prazo.
O impacto sobre a saúde da exposição a campos eletromagnéticos é debilitante para todo o corpo. Assim, o stress geopathic não causa diretamente a doença, mas enfraquece o sistema imunológico , que por sua vez pode enfraquecer o corpo. Os seguintes sintomas podem surgir ou ser potenciado com a exposição ao estresse geopathic.
Uma lista parcial de sintomas de stress geopathic deve incluir distúrbios do sono , formigamento, dormência e dor ou braços e pernas , dor nas costas, fadiga crônica, dor e inchaço, tonturas , asma e alergias, dores de cabeça freqüentes , problemas de visão , desorientação, perda de memória, instabilidade, stress, náuseas , incapacidade de curar, alergias , ciclos menstruais problemáticos, ansiedade, apatia , a resistência ao tratamento médico, incapacidade de absorver vitaminas e minerais, ADD, agressividade, hiperatividade, depressão e uma sensação geral indisposição, poderia afetar os sistemas mentais e ou o sistema imunológico.

JOÃO PEDRO MARCHINA
JOÃO PEDRO MARCHINA
5 anos atrás

Sei lá, baixou o COMPLEXO VIRA LATAS, e meu medo é que tenha razão no que escreveu!

Henrique Reis
Henrique Reis
5 anos atrás

“…não tem prêmios Nobel, não descobriu nada essencial na ciência…”

Ano passado, o matemático Arthur Ávila ganhou o maior prêmio da comunidade matemática, a medalha Fields, por seus estudos na área de Sistema Dinâmicos.

Marcos Bassi
Marcos Bassi
5 anos atrás

Aqueles comentários chatos…do tipo…não concordo…rs. Desculpe. Mas vá lá…acho tudo isso da Bossa Nova, exatamente como escreveu. Foi algo que realmente contribuiu para a história musical do planeta. Aqui, como muitas coisas, não tem a relevância que merecia. Lá fora, muito mais. A parte da chatura…quanto nenhum nome na literatura mundial…de fato. Mas entre os leitores. Acho que por parte da crítica…Machado de Assis é nome inconteste. Talvez não tenha abrangência pelo dificuldade da língua. Machado de Assis é maior que Eça de Queiroz pra ficar entre seus pares, avaliado como similar. Mas muito maior. É complicado esta parte da língua…e não sei se da localização. Mas sou chato mesmo…deusolivre. Ahhh…li seu livro. Não poderia ser diferente. Se adoro o que escreve sempre por aqui…não poderia não gostar de seu livro. Esperando um segundo…espero que não seja um esperando Godot. Abraço.

Zempa
Zempa
Reply to  Marcos Bassi
5 anos atrás

Concordo. Na literatura, Machado, Jorge Amado, Graciliano, tem destaque na literatura mundial sim. A língua é uma barreira. Mesmo em Portugal Saramago teve o reconhecimento do internacional que merecia. Mas Fernando Pessoa que pra mim é o maior de todos não o tem

Marcos Bassi
Marcos Bassi
Reply to  Zempa
5 anos atrás

Fantástico Fernando Pessoa…

mario aquino
mario aquino
Reply to  Marcos Bassi
5 anos atrás

O quê tem de errado com “Esperando Godot”?, ou você não o compreendeu.

Marcos Bassi
Marcos Bassi
Reply to  mario aquino
5 anos atrás

nada…absolutamente nada contra Esperando Godot…muito pelo contrário…rs. Só quis fazer um trocadilho, e devo ter sido infeliz, quis dizer que espero que o segundo livro do Flávio…não se torne um Esperando Godot (juro que quase escrevi…Esperando Livrô…rs…mas seria triste isso)…abraço…

Delmar Viana
Delmar Viana
Reply to  Marcos Bassi
5 anos atrás

Marcos, ia falar justamento do Bruxo…. esse não deve nada a ninguém! Gigante.

Marcos Bassi
Marcos Bassi
Reply to  Delmar Viana
5 anos atrás

Também acho…alguém falou do Guimarães Rosa…se alguém “normal”, como Machado, tem dificuldades de reconhecimento por conta da língua…imagine só Guimarães com seus neologismos…mas outro gênio…

Wagner
Wagner
5 anos atrás

O vídeo do João Gilberto com a Bebel é de 1980, de um especial na Globosta.