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GILLES & JACQUES

SÃO PAULO (nos trilhos) – Legal a homenagem que a Ferrari vai fazer a Gilles Villeneuve no dia 8 de maio, quando do 30° aniversário de sua morte. O filho Jacques vai andar com o carro de 1979, campeão com Jody Scheckter, em Fiorano.

Merecidíssima, a lembrança.

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MIOU

SÃO PAULO (não diga…) – A tal de Sprint Race, mais uma dessas categorias criadas a partir do espólio de campeonatos extintos (no caso desse, nem extinto foi; ele nunca começou), subiu no telhado. A primeira etapa tinha sido adiada, por falta de pilotos e alguns problemas técnicos. Era para começar neste fim de semana em Interlagos. Vi alguns carros andando ontem, carrocerias e chassis daqueles antigos Super Clio (ou seriam Super Mégane?) e motor Renault (embora a Renault, evidentemente, não permita o uso de seu nome ou marca nem nas bolhas, nem nos motores; vejam que no site há a especificação técnica dos motores, mas não sua marca).

A prova foi cancelada de novo, mas agora não sei por quê. A família Marques, de Curitiba (do Tarso, seu irmão e tal) criou esse campeonato. Que provavelmente será extinto sem começar, como aquele outro. O que é uma pena.

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2’14″063

 

SÃO PAULO (sono monstro) – A boa notícia: o Meianov fez hoje a melhor volta de sua gloriosa história, 2min14s063 com a assombrosa média de 115,710 km/h na classificação. O que me deu o 21° lugar num grid de 23 carros. Ou seja: está meio difícil ser competitivo com essa turma da Classic Cup. Minha meta de virar 2min10s para andar no meio do pelotão já era. Meio do pelotão hoje em dia é 2min06s.

O Cirello, imbatível, fez a pole com 2min00s728 de Puma a ar, do Della Barba, apesar de eu tê-lo atrapalhado numa volta. Acontece. Atrás de mim, no grid, um Opala estreante, de Eduardo Carreiro, e o Puma amarelo do Aroldo Teixeira, que voltou a correr.

Fiz uma largada interessante, e segundo o Lito Cavalcante, que assistiu à corrida, passei em 12° na primeira volta. Não lembro direito, porque não fiquei contando quantos carros estavam na minha frente. E de divertido, mesmo, só o comecinho. Depois, como de costume, os ultrapassados me ultrapassaram. Terminei bem, até, em 14°, uma volta apenas atrás do Cirello. De tarde a pista estava mais lenta. A melhor volta dele foi em 2min03s029.  A minha, 2min16s710. O Maverick do André Carrillo foi o segundo e o Puma verde-malanga do Paulo Sousa, que fez sua primeira prova com esse carro, terminou em terceiro na geral. Na minha categoria, fui o quarto. Mas foi muito chato, a corrida toda sozinho. Puta saco.

Mais legal foi a tentativa de participar da prova da F-Vee. Tentativa, porque quebrou meu motor. Foi assim. O Joca, que vem a ser o Bernie Ecclestone da categoria, chegou no box lá pelas 9h30 e me avisou que tinha um carro sobrando. E não era qualquer um. Era o carro que detinha o recorde de Interlagos para a Vee. Isso até hoje. Mas já falo do recorde.

Me ofereceram a baratinha e topei. Nunca tinha nem sentado no monoposto desse campeonato que entra forte em seu segundo ano, com grids cada vez maiores. Hoje foram 19 — 18, na verdade, porque acabei não largando. O pessoal da TJ foi muito atencioso, os mecânicos liderados pelo Thomas acertaram meus pedais, colocaram uma espuminha no banco, e fui direto para a classificação. Dei uma volta em 2min14s329, rodei na segunda, fiz 2min13s822 na terceira e na quarta começou a falhar e fumaçar, e parei. O motorzinho, infelizmente, estava com vazamento de óleo. Aconteceu alguma coisa que não daria para arrumar até a hora da largada e lá se foi a estreia para o vinagre.

Minha experiência, pois, limitou-se a essas quatro voltas. Largaria em 15° com o tempo que fiz, que não é lá muito signficativo pelo pouco tempo de pista. O Rodrigo Rosset fez a pole com 2min05s444. Este, agora, o novo recorde. Ele ganhou a prova, também.

Mas deu para ficar com vontade de mais. Calculo que se tivesse feito a classificação toda, daria para virar na casa de 2min09s, talvez um pouco menos. Seria o suficiente para largar no bolo e me divertir. Aliás, o Vee é muito isso, mesmo: divertido. Tem um chão ótimo, freia muito (é leve, o que ajuda), perdoa erros, é bem gostoso. Dei azar com o motor quebrado, mas não faz mal. Na próxima etapa, dia 22 deste mês, se pingar na área eu chuto para o gol. A categoria é barata e acessível. E as corridas são deliciosas, com muitas brigas e trocas de posições. Curti muito, apesar da brevidade, e agradeço ao Joca e ao Zullino pela chance. Vamos tentar de novo.

Ah, as fotos acima são do Dyonysyo Pyerotty. E apenas para que fique nos anais, registremos que terminei a corrida da Classic Cup uma posição atrás do falastrão Rogério Tranjan e seu Trovão Anil, que tem pedaleiras de molibdênio e freios de carbono 14.

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R$ 8,80

SÃO PAULO (não aguento) – Não tenho o hábito de falar da minha vida pessoal aqui, mas algumas vezes isso se faz necessário.

Perdi minha sogra na última terça-feira, vítima de aneurisma cerebral. Foram alguns dias de muita tristeza e agonia, era uma pessoa queridíssima, a quem eu adorava. Mas faz parte, todos vamos um dia etc e tal.

Acabei cuidando das questões relativas a velório e cremação do corpo, e graças à ajuda de um amigo da irmã da minha sogra, que trabalha com serviços funerários, não tive tantos problemas. Em São Paulo, a morte é monopólio do município, que se encarrega de transporte de corpos para cemitérios e crematório, este igualmente municipal. Há uma burocracia necessária, claro, e fui muito bem atendido em todas as instâncias pelos funcionários públicos que atuam numa área delicada e sensível.

Como responsável pelos trâmites, meu nome e endereço foram fornecidos ao Serviço Funerário, o que é muito natural.

Cheguei em casa agora, 23h da sexta-feira. Na caixa de correio, um telegrama, algo que me deixou intrigado. Quem ainda envia telegramas?

A vereadora Edir Sales manda. Com base eleitoral na Zona Leste da cidade, por onde raramente passo, integrante da bancada do PSD (recém-criado pelo prefeito Gilberto Kassab à base, entre outras coisas, de assinaturas falsas), partido no qual não voto e jamais votarei, a vereadora, simpática e atenciosa, escreveu: “Solidarizo-me neste momento de dor e saudade. Que Deus lhe dê forças para superar esta perda irreparável”.

Uma mensagem dessas tem pouca chance de dar errado. A não ser que eu odiasse minha sogra, claro, o que não é o caso. É evidente que estamos todos passando por momentos de dor e saudade, e que a perda é irreparável. A vereadora intuir que eu, um ateu convicto, tenha orado a Deus ou dele lembrado nos últimos dias também é aceitável. Quase todo mundo acredita em Deus, ou num deus, ou em vários, ou em um monte de coisa. Eu não acredito em muitas, exceção feita a duendes, druidas e extraterrestres, e a eles não costumo recorrer nem nos bons, nem nos maus momentos. Mas vá lá, a menção a Deus também tem pouca chance de dar errado apesar de vivermos num Estado laico.

O que deu errado, no caso da solícita vereadora Edir Sales, é que não me comovi minimamente com seu telegrama. Antes, fiquei puto e indignado. Puto porque, pela tabela dos Correios, este telegrama custou aos cofres públicos R$ 8,80. Não acho correto que o município gaste R$ 8,80 para que uma vereadora se solidarize comigo, tendo a mais absoluta certeza de que ela nunca ouviu falar da minha sogra, de mim ou de qualquer membro da minha família. E a mais absoluta convicção de que ela não faz a menor ideia de que este telegrama foi enviado, porque isso é coisa automática, algum assessor deve receber listas diárias de defuntos e ganha um salário, que eu pago, para enviar telegramas a famílias entristecidas. Pensei em telefonar para seu gabinete, não para agradecer, mas para perguntar se ela sabe quem sou eu, ou quem é minha sogra. Não o fiz porque hoje é feriado e o expediente no Palácio Anchieta já terá terminado a esta hora da noite.

Indignado, porque evidentemente eu e todo e qualquer cidadão que preenche a papelada referente à morte de um parente ou amigo passamos a fazer parte do cadastro de otários da vereadora e, muito provavelmente, do partido do prefeito. Afinal, quem mais tem acesso aos dados do Serviço Funerário Municipal a não ser a Prefeitura? E quem é que autorizou a Prefeitura a passar meus dados a um partido político? E quem é que autorizou a vereadora Edir Sales a usar meu nome e endereço para o que quer que seja?

Vereadora Edir Sales, se a senhora um dia vier a ler isso, saiba que dispenso sua atenção falsa e mentirosa. Saiba que considero um acinte a senhora usar meus dados pessoais para fingir que está preocupada com a perda irreparável na minha família. Saiba que jamais votarei na senhora. E saiba, sobretudo, que reputo um desrespeito inominável utilizar a morte da minha sogra para levar a cabo seu medíocre apostolado político.

Quanto a mim, gostaria de saber como posso fazer para devolver aos cofres do município os R$ 8,80 que a senhora gastou em meu nome.

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ALESI NAS 500

SÃO PAULO (caramba) – Só vi agora. Jean Alesi, 47 anos, vai tentar uma vaga nas 500 Milhas de Indianápolis pela Newman/Haas. Bárbaro!

Grande Alesi… Quando falo sobre as corridas mais legais que já vi, sempre coloco o GP do Canadá de 1995 entre elas. Foi a única vitória do francês na F-1, uma prova cheia de emoções. Barrichello foi o segundo e Irvine, o terceiro. Não foram muitas as vezes em que a Jordan colocou dois pilotos no pódio. O povo invadiu a pista, foi um perigo desgraçado. Jean largou sua Ferrari no meio do circuito, voltou de carona com Schumacher, jogou o capacete para a torcida, foi uma farra danada.

Tomara que ele consiga um dos 33 lugares no grid. Mas que treine bastante. Oval longo não é brincadeira. Piquet que o diga.

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A PREGUIÇA DA POLÍCIA

SÃO PAULO (dá no saco) – Vou reproduzir (na íntegra, os erros são por conta) trechinho de reportagem de hoje da “Folha de S.Paulo” sobre o show de Roger Waters no Morumbi. Falava sobre a ação daquilo que em SP, talvez no Brasil todo, é chamado de “flanelinha”. São os guardadores de carros. Os caras que roubam a gente sob o olhar bovino das autoridades.

A Polícia Militar explica que quem for coagido a pagar para estacionar na rua deve ligar para o telefone 190 e se dirigir a uma delegacia para registrar o caso. Para que o suspeito seja preso em flagrante, no entanto, é preciso prestar depoimento, o que, no caso de quem vai a um show, implica em perder a apresentação.

Pois bem. Então é assim. Você está chegando com seu carro ao Morumbi. Cheio de policial na rua. Cheio. PM, civil, Guarda Municipal. Giroflex a milhão, iluminando a noite nervosamente. A viatura ali, eu aqui. No caminho, o flanelinha. Para aqui, patrão. Ele guardou uma vaga com um cavalete, um cone, um paralelepípedo. A vaga fica na rua, que é pública, pela qual pago todos os dias com meus impostos. Eu paro o carro. O cara vem e diz: acerta agora, patrão. Acerta o quê? Jã não se usam mais eufemismos como “um café”, “uma cervejinha”. Acerta agora, patrão. Aí o cara diz quanto, e eu pago. Dependendo do evento, 50 reais. Até 100, em shows como esse. E o policial ali.

(Aqui, um parêntese, sem querer dar uma de mais macho do que sou. Muitas vezes me faço de idiota e bato de frente, mas é claro que depende da situação. Pergunto, sim, “acertar o quê”? Para, depois, disparar um chatíssimo discurso sobre lugares públicos, direito de ir e vir, de pagar só se quiser e quanto eu quiser. Isso, no entanto, não funciona em jogos de futebol e shows. Quando muito, em algum lugar de grande movimento e vagas raras, onde os flanelinhas são avulsos e meio avoados. Quando tenho de ficar cinco ou dez minutos num lugar, para comprar um negocinho ou deixar um documento. Eles desistem de me pedir dinheiro. Mas não sou otário. Em shows e jogos, acerto, sim. Mas estou prestes a colocar em prática um plano infalível, que é usar dinheiro falso nesses grandes eventos. De noite, o filho da puta nunca vai saber se uma nota de 50 é verdadeira, ou falsa. Estou comprando notas falsas de 50 para levar o projeto a cabo. Pago 5 reais por cada uma. Espero conseguir umas dez para usar até o fim do ano. Sugiro a todos que têm comércio e que recebem de vez em quando notas falsas, que guardem-nas para usá-las em shows e jogos de futebol. Só tomem cuidado para não serem denunciados pelos flanelinhas aos policiais. Pode dar flagrante.)

Voltando. Pela explicação da PM, se eu me dirigir ao policial quando estiver sendo achacado diante de seu nariz adunco, ele não pode fazer nada. A não ser que eu queira ir à delegacia levando pelo braço o cara que me chamou de patrão e me pediu para acertar. Perco o show e não acontece nada com o cara, óbvio.

É claro que o policial pode fazer qualquer coisa sem ir à delegacia. Ele está presenciando um crime. Uma contravenção. Ele tem a obrigação de agir. É para isso que eu pago seu salário, também. Pela lógica da PM paulista, se o cara me enfiar uma arma na cabeça, diante de um policial, ele nada poderá fazer. A não ser que eu, respeitosamente, peça ao criminoso para aguardar um pouco, que chamarei o policial para irmos todos à delegacia registrar o ocorrido. Se o meliante me matar, teremos de ir todos, ele, o policial e minha cabeça espatifada, à delegacia. Então ele será detido. Ou talvez não, sei lá. Porque estarei morto e não poderei prestar depoimento. Caso contrário, restarei no asfalto todo estropiado até que o rabecão venha remover meu corpo. Pela lógica da PM paulista, se um cidadão explodir um caixa eletrônico e um policial estiver passando diante do espetáculo pirotécnico, nada poderá fazer, a não ser que o dono do banco compareça ao local e vá à delegacia para prestar depoimento. Pela lógica da PM paulista, posso atropelar um transeunte na frente de um camburão da Rota que seus bravos soldados nada poderão fazer, porque a vítima estará com todos seus ossos quebrados, incapacitado de me denunciar e me acompanhar à delegacia para prestar queixa.

A explicação da PM para a liberdade concedida aos flanelinhas é uma desfaçatez. Um escárnio. Uma ofensa. Lotear as ruas e extorquir as pessoas é crime. Ninguém precisa denunciar. Ninguém precisa prestar depoimento. O policial tem, simplesmente, de deter o cidadão que está praticando um crime diante de seus olhos. Me parece muito lógico isso.

No exemplo dos flanelinhas de SP, entendo que o crime está liberado na cidade, no Estado, quiçá no país. Os policiais servem exclusivamente para conduzir suspeitos e reclamantes à delegacia. Crime só se configura na delegacia, é o que compreendo, desde que todos estejam de acordo. Com denúncia, suspeito, depoimento. Se o suspeito não quiser ir à delegacia, porque está com enxaqueca ou simplesmente entediado, ou para não perder a novela, ou porque decidiu tomar uma com os amigos, não vai e foda-se. Não vai e não há crime.

Como é que uma instituição como a Polícia Militar tem coragem de dizer o que disse à reportagem da “Folha”? Será que não tem vergonha de passar tamanho ridículo? Por que não diz, simplesmente, que tem preguiça de agir? Que dá trabalho, e que estão todos cansados? Que está pouco se fodendo para quem está sendo achacado e ameaçado na rua, a centímetros de seus olhos embaciados? Que está cagando para os cidadãos que querem apenas ir a um jogo ou a um show numa bosta de cidade que não oferece transporte público decente?

Nem é preciso dizer o que acontece com seu carro se você, patrão, não acerta com o flanelinha. Aliás, essa hipótese, hoje em dia, nem existe mais. Você tem de acertar, porque se não o fizer, nem estaciona o carro na vaga que ele loteou em logradouro público na cara do PM ou do guarda civil que o observa de braços cruzados sobre o colete à prova de balas. Ou nos estacionamentos irregulares em terrenos invadidos, que os corajosos policiais também não impedem que o sejam.

Quem vai a shows ou jogos de futebol já sabe o que fazem os policiais e guardas municipais, qual sua principal atividade. Eles gostam de acelerar suas motocicletas no meio da multidão, de dirigir como cachorros loucos, de ligar a sirene e jogar suas viaturas contra as pessoas que caminham pelas ruas, porque calçadas não há, batendo a mão espalmada na porta e jogando fachos de luz no rosto dos suspeitos.

Suspeitos, no caso, nós. Nós, suspeitos de não contribuirmos com a putaria da qual eles fazem parte com seus amigos flanelinhas. Bundões, é o que são.

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FUSCA DO DIA

SÃO PAULO (será que vale?) – Não tenho muitos detalhes (de novo), o Nê Lemos mandou. Parece que alguém em Santo André pegou um Fusca 1959 e está fazendo (ou já fez) uma réplica daqueles pré-Guerra, os primeiros protótipos dos anos 30. Again, se alguém souber algo mais, que conte aqui.

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PATINHO NA TELA

SÃO PAULO (tudo pingado hoje) – Vários blogueiros de Brasília me mandaram a notícia do “Correio Braziliense”. O Patinho Feio do Alex e da Camber e do Piquet vai virar, ou já virou, documentário. Alguém sabe mais detalhes?

 

 

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