LINDA HISTÓRIA

Desculpem, não sei quem mandou. Mas é legal demais.

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BYE, LONDRINA

LONDRINA (até o ano que vem) – E terminou o 5° GP do Café, nossa etapa londrinense da Classic Cup. Vimos aqui desde 2007 e é sempre muito gostoso. Risadas a granel e mentiras de pilotos a torto e direito. O único que conta a verdade dos fatos sou eu.

E a verdade dos fatos é esse belo troféu aí embaixo. Algo que nem o carcamano Marcelo Giordano, meu companheiro de equipe, nem o prolixo Rogério Tranjan, meu adversário, conseguiram. Para variar.

Aqui é importante que se diga. Na minha equipe, a LF, é cada vez mais clara minha posição de primeiro piloto. Afinal, sou eu quem traz resultados. OK, um de nossos novatos, o João Peixoto, venceu a prova hoje na geral. E levou o título na soma das duas baterias. Mas ele é novato, está chegando agora, deu sorte e recebe tratamento privilegiado, como isopor exclusivo para seus gatorades.

Decadente, Giordano sequer largou. Houve um problema na rosca, algo assim. “Giordano com problema na rosca” era o que dizia o press-release de nossa assessoria de imprensa. Procurei não entrar em detalhes. Soube que tudo estava funcionando perfeitamente em seu equipamento, como o rádio, o Turíbio (não sei o que faz esse dispositivo, mas ele tem esse negócio), o Red Hot Chilly Laps, a câmera Go, Speed, Go, as merdas todas que ele coloca no carro. Menos o carro, por causa dessa rosca. Problema dele. Um a menos para passar.

Tranjan, por sua vez, piloto da pequenina Rosinha-Gaydarji, uma espécie de Hispania de nossa categoria, estava radiante porque finalmente seu carro conseguiu se deslocar do box para o grid. O dono da equipe ajoelhou-se no pitlane e ergueu as mãos para o céu. A cena me comoveu, mas percebi pessoas em torno espantadas com o gesto messiânico.

Larguei em 15° na geral, pole na minha categoria, de “Carros do Leste com Estrela Vermelha”. Como de hábito, parti de forma extraordinária, deixando todos no autódromo boquiabertos. Ultrapassei uns quatro ou doze carros, por aí, chegando na primeira chicane em primeiro ou segundo, aparentemente. Tive de cortá-la, inclusive, porque Giordano me espremeu. Sim, eu sei que ele nem largou, mas pilotos como eu chamam todos os outros de “giordanos”, assim como Mané Garrincha chamava seus marcadores de “joões”.

Tive uma boa disputa com dois Passats, um chegou na minha frente, outro atrás, mas o momento mais surpreendente da prova para mim foi ser ultrapassado por Tranjan. Algo inesperado e suspeito. Depois descobri, pela telemetria, que naquele exato momento meu carro estava com apenas um cilindro funcionando. Os mafiosos da Brandini se mandaram lá na frente com métodos espúrios, como sempre. Seus carros, com pinturas novas, ficaram irreconhecíveis. Por isso preferi não ultrapassar nenhum deles, com medo de represálias.

A partir da 14ª volta tive um problema prosaico, cabo do acelerador enroscando, travava a bagaça, tive de controlar meus impulsos e meus tempos de volta, previstos para aquela altura para chegar à casa de 1min18s, caíram para 1min43s. Aí foi só esperar a bandeirada. Minha melhor volta foi registrada pelos satélites da KGB em 1min38s944. Ontem foi melhor no cronômetro, mas pior na posição final.

Terminamos, eu e Meianov, em 11° na geral, o que nos garantiu o troféu “Most Valuable Eleventh Place for Blond and Blue Eyed Drivers”. Tranjan, com atuação medíocre, foi o sexto na geral, uma vez que o nível dos cinco primeiros era muito baixo. Já falei, o Peixoto ganhou depois que o Chambel se enroscou com o enferrujado Fernando Mello quando ia dar uma uma volta nele. Mas como Fernando é irmão do presidente da nossa associação, Chambel nem reclamou e pediu desculpas, ainda.

Na soma das duas baterias, fiquei em quarto na categoria até 1.600 cc e em primeiro, absoluto, entre os “Sedãs de Quatro Portas com Faróis Redondos”, resultado que minha equipe considerou muito bom. Giordano, como já dito, mas nunca é demais lembrar, voltou para casa de mãos abanando, mas deixei ele carregar meu troféu até o táxi. Tranjan, igualmente, como também já dito, e da mesma forma nunca é demais lembrar, está na estrada agora com sua caminhonete C10 sem levar nada na bagagem além do capacete e do macacão puído. Ao chegar ao hotel, fiquei feliz por receber telegrama do camarada Putin e a comenda “Best Autovaz Driver in the Season” graças ao resultado de hoje. O Petrov ficou meio puto.

Por fim, algo que não pode deixar de ser dito. Fizemos parte do fim de semana da etapa londrinense do Brasileiro de Marcas, que tem carros legais e bons pilotos, como Thiago Camilo, Valdeno Brito, Ricardo Maurício, Daniel Serra e outros. Londrina não é exatamente um centro internacional de lazer e aventura. Pouca coisa acontece nestes preguiçosos domingos do interior, e portanto uma corridinha no autódromo da cidade deveria ser um bom programa.

Falei com muita gente. Alguns disseram que a divulgação nas rádios e jornais locais existiu. Outros, que não. Não importa. Importa é que na largada da primeira corrida da rodada dupla de Marcas, havia contadas 25 pessoas na arquibancadinha montada na reta oposta, por volta das 10h de um dia ensolarado e de temperatura agradável. A foto aí embaixo, do Luiz Salomão, é a prova inconteste do desinteresse geral. Não deve ter passado muito disso depois, na segunda bateria, logo depois do almoço. No paddock e nos HCs, algumas dezenas de convidados, e nada mais.

Não há esporte que resista a tamanha indiferença do público, ainda mais quando esse esporte é movido exclusivamente por patrocínios. Ou o automobilismo brasileiro se reinventa, ou é melhor parar com tudo de uma vez.

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AMANHÃ TEM MAIS

LONDRINA (cansaço bateu) – Um estudo feito pelo MIT alguns anos atrás concluiu que eu, Usain Bolt e o cara que dispara os foguetes da NASA quando o outro diz “fire!” somos as três pessoas no mundo com reação mais rápida a qualquer comando visual ou auditivo.

Foi por isso que, mais uma vez, fiz uma largada extraordinária hoje em Londrina. Estava em 16° no grid e passei na primeira volta em primeiro ou segundo. Algo assim. Sei que passei o lentíssimo Marcelo Giordano, meu companheiro de equipe, que quase não largou. Isso porque pouco antes ficou empacado na saída dos boxes, por onde passei duas vezes para dar risada. Pena que arrumaram seu carro e ele acabou indo para o grid.

Quando passei pelo carcamano pizzaiolo nos primeiros metros da prova, posto que ele mais uma vez demorou séculos para perceber que as luzes vermelhas haviam se apagado, mandei-lhe o dedo do meio, conhecido como dedo-de-mandar-tomar-no-cu. Ele ficou atacado e duas ou 15 voltas depois, não sei bem, acabou me passando com seu Fiat com motor argentino, câmbio inglês e combustível iraquiano. Tal manobra só ocorreu porque nosso chefe de equipe entrou no rádio para dizer “Marcelo is faster than you”, ao que tive um ataque de riso e ele aproveitou.

O Meianov fez uma prova exemplar. Fiquei muitas voltas, umas cinco ou 15, não sei bem, na frente do Bove com seu Passatão 2.0 e do Reinaldão com seu Maverick 7.0 com motor V16. O herói soviético resistiu bem aos ataques germano-americanos, até que depois de uma assembleia por videoconferência decidimos recuar estrategicamente e permitir a ultrapassagem de ambos. Ainda briguei com um Chevette verde alface, do Hylton com Y, e conseguimos emplacar uma série de voltas com tempos muito bons. A melhor veio em 1min38s005. Tinha virado 1min39s961 na classificação. Com isso, ganhei o troféu de “Most Improved Lap Time For Soviet Cars in the North of Paraná State”.

Terminei a corrida em 15° na geral, primeiro na categoria “Carros Russos de Cor Cinza”, o que minha equipe considerou um bom resultado. Fez muito calor, mas saí do carro como se tivesse acabado de jogar uma partida de gamão. Ao contrário de meu colega Giordano, que quase desmaiou de cansaço e saiu queixando-se que seu avantajado nariz estava ardendo porque a fumaça dos outros automóveis lhe incomodava. Uma franga.

Meu adversário Rogério Tranjan, da equipe Rosinha-Gaydarji, por sua vez, fez uma prova excelente com o Trovão Anil #44. Chegou ao hotel em 14 minutos, enquanto corríamos. Seu deprimente veículo teve um problema de bolachão, ou biscoitão, depois de perder o selo pela manhã. Já combinamos que na corrida de domingo vamos levar seu carro ao grid de qualquer jeito. Afinal, a largada é parada, especialidade do piloto — ficar parado.

A vitória na etapa de hoje ficou com o Antonio Chambel, de Passat. Evaldo Luque, nosso Dr. Hollywood, liderava com folgas quando quebrou na última volta. Amanhã tem mais uma corrida, com largada às 11h20. Antes, o Brasileiro de Marcas faz nossa preliminar.

Agora vou procurar umas fotos. Daqui a pouco tem um vídeo gravado pelo meu manager Luiz Salomão que mostra a excepcional largada do Meianov. A câmera on-board, infelizmente, não será mostrada. Vendi as imagens com exclusividade para a TV moscovita.

No clique de Rodrigo Ruiz, o piloto Rogério Tranjan mostra quantas voltas pretende dar durante todo o fim de semana em Londrina. "Será uma vitória", disse, sob o olhar animado de sua senhora.
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FOTO DO DIA

No clique de Rodrigo Ruiz, Meianov prepara-se para atropelar um automóvel de origem tedesca.

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POLE!

LONDRINA (doce é o sabor da vitória) – Acabou agora nossa classificação aqui em Londrina, para a primeira corrida do fim de semana. Meianov virou estupendo 1min39s961. Peguei tráfego e vento lateral. Podia baixar para 1min39s960, não fosse isso. Mas largo na pole da categoria “Carros Soviéticos de Número Ímpar”. O que é um resultado notável.

Evaldo Luque, de BMW, larga em primeiro na geral, 1min30s433. Antonio Chambel, de Passat, está ao lado dele na primeira fila, 1min31s162. Meu amiguinho Rogério Tranjan, com o Trovão Anil #44, é o nono (1min35s607). E o pizzaiolo Marcelo Giordano larga em 14° (1min39s682). Vou queimar a largada, já que estou em 16°, e ultrapassá-lo na primeira volta, claro.

Faz um calor dos diabos no norte do Paraná. A pista foi reasfaltada e o piso ficou ótimo, assim como o S no fim da reta dos boxes. A média de velocidade do Meianov foi de 110 km/h, com velocidades máximas de 320 km/h.

A corrida vai ser boa. Seremos 21 no grid. Na foto abaixo, Meianov ao lado do carro de entrega de pizza #147 do Giordano.

Fotos de ontem e hoje aqui e aqui. Autoria da dupla Rodrigo Ruiz e Tarso Lima.

 

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NOTÍCIAS DE LÁ

LONDRINA (sol rachando) – Duas notícias importantes que vêm da Europa. A primeira, by “Auto Motor und Sport”, revista alemã. A Honda estaria a fim de voltar à F-1 em 2014, e a parceira escolhida seria a McLaren. McLaren-Honda é algo que deu muito certo no final dos anos 80 e início dos 90. Mercedes e McLaren não falam a mesma língua faz tempo, desde que a McLaren resolveu fazer supercarros de rua que têm supercarros mercêdicos como concorrentes no mercado.

A ver.

A outra. A Renault, futura Lotus, avisa que se Kubica não puder correr no ano que vem, e tudo indica que não poderá, Romain Grosjean será seu substituto. A outra vaga será disputada a tapa, reais e rublos por Petrov e Senninha. Fala-se em Raikkonen, também, mas aí acho que é chute.

A ver.

 

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RÁDIO BLOG

Pra você, Lusa, amor da minha vida.

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TEM DE GOSTAR

SÃO PAULO (a taça é linda) – O GP do Brasil mais sem sal de todos os tempos será este de 2011. Que os pilotos, pelo menos, façam um bom espetáculo. Com atraso, é a coluna Warm Up desta semana.

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F-1 DO B

SÃO PAULO (vira?) – Com apenas três ovais num calendário de 14 corridas em 2012, a Indy se estabelece de vez como uma espécie de Série B da F-1. As informações sobre a próxima temporada são do Victor Martins.

Acho ótimo. Por mim, a Indy eliminaria todos os ovais, exceto Indianápolis, por questões óbvias. E, mesmo assim, acho que as 500 poderiam ter um regulamento técnico específico, eventualmente até cobrindo as rodas dos carros. Corridas de rua e em circuitos mistos devem dar o tom do campeonato. Ah, e no ano que vem vai ter uma prova na China.

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CARRO = ARMA

SÃO PAULO (droga) – Toda hora eu falo disso, mas na maioria das vezes fico desanimado, porque parece que ninguém faz nada. Estou me referindo aos supercarros usados em rachas ou que, nas mãos de fedelhos, saem matando gente por aí. Quando aquele idiota do Camaro matou um senhor queimado em SP menos de dois meses atrás, escrevi sobre algo que poderia ser obrigatório: carteira especial para dirigir veículos acima de x cavalos de potência.

Bem, não são só fedelhos, óbvio. Tem idiota de todas as idades e de todos os tipos armados com carros por aí. Na madrugada de ontem, uma mulher já entrada nos 40, Adriane Diniz de Souza, atropelou um rapaz na calçada, Kaio Muniz Ribeiro, atleta de jiu-jitsu, em Campinas. De acordo com a polícia, ela dirigia um Audi e tirava um racha com um cara num Camaro no bairro do Taquaral, que tem largas avenidas muito usadas por esses assassinos em série.

Que apodreçam na cadeia, ambos. O que não vai acontecer, porque daqui a pouco algum juiz estabelece uma fiança e os dois sairão saltitantes pela porta da frente da delegacia.

Já em João Pessoa — muita gente me mandou links com a notícia —, uma operação conduzida pelas polícias Civil e Rodoviária Federal apreendeu cinco carros usados em rachas por outros assassinos. Detalhe fundamental: foram identificados por vídeos que os donos desses carros colocaram no YouTube exibindo suas façanhas pelas estradas e avenidas paraibanas.

É a coisa mais lógica do mundo usar esses vídeos para encontrar esses cretinos e cretinas. Falo disso desde aquele vídeo do Porsche amarelo na Bandeirantes. Aqui em SP, as polícias não fazem absolutamente nada contra essa gente. Nada. São donos de supercarros e supermotos que ficam exibindo sua virilidade em vídeos na internet e nenhuma autoridade vai atrás dessas quadrilhas.

Parabéns aos paraibanos. E que as polícias de todos os Estados usem o exemplo. Dá trabalho? Dá, porque são centenas de vídeos pingando por aí. Mas é isso que se espera de qualquer autoridade. Que honre a função pública e elimine essa gente das ruas antes que mais gente morra. Prender depois é fácil. E não adianta nada, porque a Justiça solta.

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