PIQUET, 30

SÃO PAULO (e tinha mais dois, ainda) – Foi num sábado ensolarado e quente em Las Vegas, exatamente 30 anos atrás, que Nelson Piquet conquistou seu primeiro título mundial. Três pilotos chegaram à última etapa do campeonato com chances: Reutemann, 49 pontos, Nelson, 48, e Laffite, com 43.

A Williams de Reutemann e Jones fez a primeira fila, mas o argentino não teve nenhum tipo de auxílio de seu companheiro de equipe, que ignorou a pole do “Lole”, assumiu a liderança e ganhou a corrida. Reutemann teve problemas de câmbio durante a prova. Piquet, em quarto no grid, chegou a ultrapassá-lo e, no fim, contentou-se com o quinto lugar, que lhe daria o título.

Nelson ficou esgotado fisicamente e demorou a sair do cockpit de sua Brabham, um dos mais belos carros já produzidos em todos os tempos.

Trinta anos se passaram Piquet ainda conquistaria o bi pela mesma Brabham em 1983 e o tri com a Williams em 1987. A história do título está no excelente relato de Rodrigo Mattar em seu blog, corrida a corrida, e também no texto de Fernando Silva no Grande Prêmio, aqui.

Piquet é o piloto mais completo da história do automobilismo brasileiro, a chamada lenda viva. Figura incrível que sofreu a enorme decepção da passagem de seu filho Nelsinho pela F-1, mas tem mais um encaminhado nas pistas, Pedro.

Parabéns ao Nelsão. Que lembre da data com carinho, como todos nós.

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DAN WHELDON

SÃO PAULO – O inglês Dan Wheldon, campeão da Indy em 2005, bi das 500 Milhas de Indianápolis, morreu hoje em Las Vegas depois de um acidente múltiplo no início da corrida. Dan venceu as 500 neste ano, mesmo estando fora da temporada regular, sem emprego fixo. Era o único “wildcard” de Las Vegas, concorrente ao prêmio de US$ 5 milhões. Negociava uma possível volta à Andretti para o ano que vem, no lugar de Danica Patrick.

Wheldon tinha 33 anos. Deixa mulher e dois filhos.

E deixa aquela sensação esquisita naqueles que gostam de automobilismo. As mortes na pista são chocantes porque quando vemos as imagens, sabemos que aquele cara lá dentro morreu. Não é como num acidente numa estrada, ou a queda de um avião no oceano, do qual só sabemos das vítimas. Não ver nada atenua a dor e o choque, acho. Em corridas, é a morte ao vivo. Não dá para dar pause no vídeo. Motorsport is dangerous. E, no fundo, triste.

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COREANINHAS (3)

SÃO PAULO (e vamos desviando…) – Errei miseravelmente meu palpite. Achei que ia dar Button, deu Vettel. Crise na McLaren. Desgraçados! Como ousam contrariar minhas previsões?

Fácil. É só bobear para Tião na largada que babau. Sebastian partiu bem, foi para cima de Hamilton antes de terminar a primeira volta e acabou a história. Bonitton caiu para sexto acabou a história, também.

Os três primeiros na primeira volta foram os três primeiros da última: Vettel, Hamilton e Webber. Se o alemão não teve trabalho algum, os outros dois fizeram uma corrida bonita, especialmente depois da volta 34, quando saíram juntinhos, quase de mãos dadas, do segundo pit stop. Aliás, foi essa a estratégia padrão de todo mundo: duas paradas. Por isso a corrida não foi lá um poço artesiano de emoções.

Lewis fez uma prova defensiva até o fim e levou um belo troféu para casa. Bonito o troféu sul-coreano. A pista é uma merda, mas o troféu é bacana.

Vettel, ontem, disse no rádio aos seus camaradas que importante era a corrida. Que não se abalassem com a perda da pole pela primeira vez no ano. Tinha razão, o desgraçado. E a Red Bull fechou a disputa de Construtores, também. Tião chegou a dez vitórias no ano e 20 na carreira. Empatou com Hakkinen em 12° na estatísticas. Busca, com mais três vitórias, o recorde para uma mesma temporada, que é de Schumacher em 2004. Foram 13 em 18 etapas.

Button chegou em quarto, pertinho de Webber, num resultado determinado por sua má largada. E pertinho dos dois, Alonso em quinto, espumando.

Tem uma historinha aí. Alonso, El Fodón de Las Astúrias e de las Províncias e Colónias Españolas, ficou quase a corrida toda atrás de Massa. Felipe segurou a onda do jeito que dava. Quando voltou de sua segunda parada, porém, no entanto e contudo, pegou tráfego e perdeu tempo. Alonsito parou depois e voltou na frente do brasileiro. Aí engatou uma volta rápida atrás de outra. E o Twitter oficial da Ferrari declarou: “Este é o ritmo que Fernando tem com pista livre na frente”.

Ui, santa. Precisava dar essa espetada no pobre Massa? Mas o que é mais uma seta para São Sebastião, não é mesmo? Verdade é que se Massa tivesse um ritmo melhor, não perderia a posição para Fernandinho mesmo tendo voltado do pit stop no tráfego. Mas se Fernandinho não quer ficar emburrado (nem sei se ficou; o cara do Twitter, sim), que se classifique à frente do companheiro, uai. Além do mais, Massa largou bem. Fez, talvez, sua melhor corrida no ano. Mas chegou atrás de novo, coitado.

E o que mais? Ah, teve a porrada do Petrov no Schumacher. Putz. Em outros tempos, o alemão iria tirar satisfações no box. Mas relaxou e gozou. Deve ter se sentido aliviado de abandonar logo uma prova numa pista tão chata. Chata e cretina: o que é aquela saída de box, minha gente? E que lugar feio da porra. Quando planejaram essa pista, disseram que seria um circuito urbano numa nova Mônaco asiática. Esqueceram de fazer a cidade, porém, no entanto e contudo.

Por fim, menções honrosas a Alguersuari, que na última volta jantou Rosberguinho e ficou em sétimo; a Buemi, o nono — e assim as duas Toro terminaram nos pontos; e a Di Resta Um, que fechou os dez primeiros.

Bruno Senna, 13°, e Barrichello, 12°, foram coadjuvantes. Mas Rubens pode voltar para casa feliz e encerrar a carreira. Passou um Senna na pista… OK, a piada não foi tão engraçada assim. Mas queriam o quê, às seis da manhã?

Melhor parar por aqui. Comentem aí, que eu vou dormir.

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#FAIL NA INDY

SÃO PAULO (e não é de hoje) – Nada a acrescentar ao texto de Victor Martins em seu blog, sobre o desrespeito da TV Bandeirantes àqueles que gostam da F-Indy e só têm esse canal para seguir a categoria. Esse e seu coligado esportivo, Bandsports. De 17 etapas em 2011, a TV aberta mostrou 6 ao vivo. O canal fechado, 5.

Amanhã tem decisão em Las Vegas. Última etapa do campeonato, Franchitti x Power, com Kanaan na pole.

Não vai passar em nenhum dos dois. Só em VT.

Aí chega abril e montam aquele circo no Anhembi, boa parte dele montada com nosso dinheiro, com todos os bandeirantes dos canais dizendo que é o maior evento do mundo e que traz não sei quantos milhões para a cidade. E como sempre rola um camarote VIP e um pacotão de credenciais, e quase todos são entrevistados pelo Otávio Mesquita, os patrocinadores que investem na corrida se sentem recompensados pela semana de bajulação e empadinhas, e fica tudo bem.

O esporte, o campeonato, a competição? Ah, estão cagando e andando.

Tenho dó de alguns amigos.

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NA CUCA DO LUCAS

O Lucas di Grassi postou este vídeo com uma câmera no capacete. Ficou bem bacana. É em Barcelona, em teste da Pirelli.

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COREANINHAS (2)

SÃO PAULO (zzz) – A Red Bull já era. Esse Vettel é uma empulhação. Acabou o domínio dos energéticos. As latinhas vão todas para a reciclagem. Dá-lhe, Hamilton!

O piloto mais tristonho do grid, aquele que por algum motivo insondável perdeu o sorriso e a cabeça nos últimos meses, conseguiu barrar a sequência de poles rubrotaurinas e vettelianas com um domínio total e absoluto do fim de semana na Coreia do Sul. Na classificação, foi o mais rápido no Q1, no Q2 e no Q3. Chupa Vettel! Euforia total em Yeongam!

Que nada…

Nem Hamilton, pobrezinho, vibrou. Saiu do carro como se tivesse ficado em décimo. Não foi festejar com a equipe. Ouviu, em silêncio, o engenheiro lhe informar pelo rádio que fizera a pole. Sua primeira desde o GP do Canadá do ano passado, 19ª na carreira. “Bela merda”, deve ter pensado dentro daquele capacete amarelo.

Bem, eu não diria que foi pouca coisa. Na verdade, foi muita coisa brecar a Red Bull depois de 16 poles seguidas, desde Abu Dhabi/2010. E com uma voltaça, a última, em 1min35s820. O único a baixar de 1min36 no fim de semana todo. Colocou os222 sobre Vettel, que com Hamilton dividirá a primeira fila na corrida de amanhã. A série acabou, mas Sebastião ainda pode bater o recorde de 14 na mesma temporada, de Mansell em 1992. Tem 12 e mais três chances: na Índia, Abu Dhabi e Interlagos.

Jenson, o Bonitão, ficou em terceiro e parte ao lado do Canguru Deprimido Mark Webber. A terceira fila será vermelha, com Massa em quinto e Alonso em sexto. Felipe, de novo, larga na frente de El Fodón. Que, por sua vez, vai chegar na frente. Rosberguinho e Petrov em sétimo e oitavo e a dupla Taj Mahal em nono e décimo (Resta Um e Sutilezas) fecham o grupo dos ponteiros.

No 700° GP da McLaren, Lewis deu um presentinho para a equipe. Que, visivelmente, vem crescendo nas últimas provas e pode terminar o ano, quem sabe, andando na mesma toada que a Red Bull. E se isso acontecer, pode ser que se repita no começo da próxima temporada, o que é uma boa notícia.

Como de costume, o sábado teve suas surpresas e suas decepções. As duas Force India no Q3, por exemplo, foram uma surpresa. Schumacher fora, uma decepção. Larga em 12°. Senna-sobrinho também não foi bem. Ficou no Q2 e larga em 15°. No Q1, as seis vagas vitalícias foram preenchidas na ordem natural, com Lotus, virginianos e hispânicos fechando o grid. Juntou-se a eles Barrichello, 18° no grid.

Foi a segunda vez no ano que Rubens não passou do Q1. E apenas a 15ª vez na carreira que ficou acima do 17° lugar no grid (oito dessas foram com a lamentável Honda entre 2006 e 2008). Para quem já disputou mais de 300 GPs, uma marca indesejável. A Williams está que é só o pó.

Mais uma vez o público em Yeongam foi digno de jogo do Juventus na Javari, mas daqueles em que o Moleque já está desclassificado. Um vexame, num circuito chato, mal desenhado, quase irritante.

A corrida amanhã começa às 4h no horário de verão. Button vai ganhar.

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700

SÃO PAULO (longa é a noite) – Com algum atraso, o link para a coluna Warm Up de hoje, que fala da McLaren. Uma equipe que soube crescer e ficar grande. O time completa 700 GPs neste fim de semana e é o que mais títulos deu a pilotos brasileiros, quatro: três de Senna e um de Emerson.

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MAIS UMA

SÃO PAULO (atrasadinho) – Esse negócio de Le Mans está começando a ficar legal. A Toyota anunciou hoje que vai disputar a corrida no ano que vem. Com Audi e Peugeot com suas equipes de fábrica, a volta da Porsche em 2014 (por que tanta demora?) e times privados fortes, a prova vai voltar aos seus melhores tempos. A deste ano já foi excepcional.

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ESQUECERAM DE MIM

O Dia das Crianças foi anteontem e ninguém me deu uma dessas.

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