O Alexandre Neves diz que o carro da frente é o do Pedro Paulo Diniz. Na caça, Barrichello, Fórmula 3, 1991, Silverstone. É Silverstone, né? Pau puro.
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ONE COMMENT
Sensacional isso aqui. Momento em que Mansell roda no GP do Japão de 1991, filmado das arquibancadas — os japoneses filmavam tudo. Leonardo Silva, zagueiro do Atlético, mandou. Acho que já postei aqui antes. Mas vale a lembrança, porque ontem fez 25 anos. E o som dos motores…
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O TRI, 25
SÃO PAULO (o próximo…) – 20 de outubro de 1991, madrugada por aqui, Mansell erra e atola no Japão, Ayrton Senna é tricampeão mundial. Hoje faz 25 anos do título, e este quarto de século da última conquista de um brasileiro na F-1 está relatada aqui, pela Evelyn Guimarães.
Para não ficar repetindo aqui histórias já mais do que bem contadas, vou contar algumas da minha cobertura naquele ano.
Até meados de 1991, eu era editor de Esportes (no plural) da “Folha”. Já tinha feito várias corridas, muitas delas na Europa, mas depois que efetivei Mario Andrada e Silva como repórter de F-1, acabei pulando algumas. Mario virou correspondente em Paris e era mais fácil tocar a cobertura por lá — distâncias menores, passagens mais baratas etc.
Depois da terceira vitória seguida, em Imola, manchetei algo como “Senna não tem mais adversários na F-1″, tamanha sua superioridade nas três primeiras corridas do ano. Matinas Suzuki Jr., então secretário de Redação, mandou mudar. Achou exagerado. Virou algo como “Senna dispara na liderança do Mundial”, mais cauteloso e menos ufanista.
Quando Mario voltou da França, em maio, trocamos de lugar. Ele virou editor, eu assumi a F-1. E a primeira prova dessa nova fase foi o GP de Mônaco, nova vitória do brasileiro — a quarta consecutiva, num momento em que a Williams só quebrava.
Não lembro bem por quê, mas pulamos o Canadá e fomos para o México na prova seguinte, quando eu finalmente estrearia meu laptop. Do jornal, digo. Péssimo lugar para estrear qualquer coisa, porque o fuso horário no México é desfavorável e nossos fechamentos eram apertadíssimos, para a quantidade de material que eu tinha de produzir. Qualquer problema técnico e o caos estaria instalado.E é claro que se instalou. Num fim de semana pouco propício, porque além de tudo Ayrton tinha sofrido um acidente esquisito de jet-ski no domingo anterior e viajou para a América do Norte com sei lá quantos pontos na cabeça.
Cheguei na quinta à tarde e nem tive tempo de usar o equipamento. Passei meus textos por telefone, mesmo, e deixei para inaugurar a era da transmissão de matérias por computador no dia seguinte, depois dos primeiros treinos.
Fiz alguns testes no hotel, de noite, e fui todo pimpão para a pista na sexta disposto a aposentar de vez meus dotes de usuário de máquinas de telex — que eu adorava. Mas é claro que sempre tem de acontecer alguma coisa ruim. No caso, Senna capotou no primeiro treino oficial, que já tinha ficado parado por quase 20 minutos depois de um outro acidente.
Com a cabeça rachada, Ayrton ficou virado na Peraltada, foi para o hospital, e é claro que tudo aquilo virou comoção nacional. Meu horário de fechamento tinha ido para o saco. Era preciso, evidentemente, esperar o cara aparecer vivo no autódromo para poder escrever. E ele demorou bastante.
Fui adiantando tudo que era possível, estava com todas as retrancas escritas (já falei para vocês pesquisarem “retranca”), Senna apareceu, fechei o texto de abertura e fui correndo para a sala de telefonia para pegar uma cabine, conectar o diabo do laptop, um Toshiba T1000, se não me falha a memória, e transmitir tudo via Infonet (era um sistema internacional que tinha números de telefone no mundo inteiro, a gente conectava e, se tudo desse certo, ele mandava para o computador do jornal).
Quando entrei na sala, porém, bateu o desespero. Lembram do caos que eu disse que se instalou? Pois o caos era aquela sala. Duas operadoras de telefone controlavam o acesso a meia-dúzia de cabines que estavam sendo disputadas a tapa por 200 jornalistas de todos os cantos do planeta, e as duas operadoras pareciam saídas de algum filme dos anos 40, plugando as linhas com elásticos e berrando feito malucas em espanhol.Isso não vai dar certo, pensei, saí correndo com o laptop pelo paddock, achei um orelhão, liguei a cobrar (por milagre não demorou) e ditei todas as minhas matérias. Ao terminar, com o horário de fechamento quase estourando, informei que não usaria mais aquela merda, que só seria possível se tivéssemos uma linha telefônica exclusiva, e que se o jornal não pagasse por ela, voltaria ao meu querido telex.
O jornal não quis pagar linha nenhuma o resto do ano, porque isso era realmente caro, e fui de telex até o fim da temporada, quando um assessor da FIA me avisou gentilmente que a partir de 1992 elas seriam desativadas do universo.
Bom, isso foi no México, mas tenho outras muitas lembranças daquele campeonato, porque muitas das corridas para mim eram novidade. Algumas eram novidade para a F-1, inclusive, como a de Magny-Cours, inserida no calendário naquele ano — falei muito sobre ela num post de julho, está aqui para quem quiser ler. Lembro muito bem do GP da Hungria, meu primeiro pulo no Leste, onde fiz questão absoluta de alugar um Lada. E do GP da Bélgica, “Free Gachot”, a estreia de Schumacher — prova histórica, portanto.
Na última etapa europeia daquele ano, outra estreia, o circuito de Barcelona, que passaria a sediar o GP da Espanha. Corridaça, disputa inesquecível entre Senna e Mansell descendo a reta com um fio de cabelo separando os dois.
E encerro este pequeno périplo pela memória justamente em Barcelona, onde acabei dividindo meu quarto no velho Hotel Balmes com Jorge de Souza, Antonio Melane e um bacalhau, cuja história está igualmente contada aqui, e não vou repetir. Na quinta ou na sexta-feira dessa corrida, Mansell, que precisava vencer para adiar a conquista de Senna, foi jogar bola e machucou o pé. Começou a rolar uma intensa boataria de que ele não iria correr, o que daria o título a Ayrton antes mesmo da largada.
E o Jorge, inesquecível Jorge, não teve dúvidas quando soubemos, no hotel, da história de o Mansell ter se machucado. Ligou para a rádio Globo, onde trabalhava, e mandou o mais espetacular boletim que já ouvi na vida. “Falamos da porta do Hospital Geral da Catalunha!”, começou, a voz grave, os olhinhos fechados, de cueca, meias e camisa social. “Estamos em vigília aguardando informações sobre o estado de saúde de Nigel Mansell!”, continuou, e eu fiquei olhando aquilo espantado, esperando pelo desfecho mais estrepitoso possível, algo como “o piloto não sabe ainda se vai voltar a andar”.
Foi quase. Jorge descreveu em detalhes a seriíssima contusão do inglês, disse que era quase certo que não conseguiria correr, assegurou que iria varar a madrugada aguardando novas notícias e que seria o primeiro a informar ao Brasil que Senna era tricampeão assim que a ausência do “Leão” fosse confirmada.
Não aconteceu nada, Mansell correu, ganhou e Ayrton só seria tricampeão no Japão, semanas depois. Jorge, depois de garantir aos seus ouvintes que estaria de plantão no Hospital Geral da Catalunha, que não existia, desligou o telefone, tirou a camisa social, colocou seu pijama azul, deu uma piscadinha e foi dormir.
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SPA, 25 ANOS ATRÁS
SÃO PAULO (estrada, é tudo que quero) – Amanhã, dia 25, a estreia de Schumacher na F-1 faz 25 anos. Foi no GP da Bélgica de 1991, história mais do que conhecida — correu pela Jordan no lugar de Bertrand Gachot, que tinha sido preso em Londres depois de uma briga com um taxista.
Com 300 mil dólares da Mercedes na mão, Eddie Jordan não pensou duas vezes e alugou seu cockpit vago para aquele alemão que se destacava no Mundial de Marcas pela Sauber-Mercedes. A corrida de Michael durou muito pouco. Quebrou na primeira volta. Mas foi no dia anterior que ele assombrou todo mundo.
No sábado, 24 de agosto de 1991, o estreante Schumacher se classificou em sétimo lugar no grid. Ficamos espantados naquele dia em Spa menos pela posição — melhor que ele foi Pierluigi Martini, de Minardi, em nono… –, muito mais por ver um novato que nunca tinha andado no circuito belga e só tinha sentado num carro de F-1 uma vez, num teste arranjado às pressas para arrumar o banco e aprender o básico de seu funcionamento. Não dava para negar que era um resultado surpreendente.E não fomos só nós, os jornalistas, que achamos isso. Flavio Briatore, ratazana cinzenta que comandava a Benetton, viu naquele moço de queixo grande e corte de cabelo cafona um campeão em potencial. Melhor ainda: com uma empresa como a Mercedes disposta a apostar nele. Não teve dúvidas. Na prova seguinte, em Monza, lá estava Schumacher na equipe colorida, no lugar do demitido Roberto Moreno. O resto é história.
Um quarto de século, exatamente hoje, se passou desde aquele sétimo lugar no grid. Devo ser sincero. Schumacher foi espantoso, mas não saí dizendo que seria o próximo campeão mundial. Na verdade, o assunto naquele fim de semana era mesmo Gachot — além, claro, da disputa do título entre Senna e Mansell.
Mas, na sexta-feira, dediquei algumas linhas ao rapaz, que fizera um ótimo tempo naquilo que a gente chamava de “primeiro treino oficial”. Os tempos de sexta, vocês se lembram, serviam para formar o grid. Vejam:
Essa foi a edição de sábado da “Folha”, onde eu trabalhava. Que diferença… Duas páginas de F-1 num jornal. Bom, Schumacher mereceu uma “retranca” (não vou explicar de novo o que é; procurem no Google, em “jargões do jornalismo impresso”, ou algo assim). “Surpreender” foi o verbo que usei. Michael elogiou o carro e disse que seria mais rápido no segundo treino. “Que ninguém duvide”, escrevi, para depois apostar que ele poderia “assumir a condição de melhor piloto germânico dos últimos tempos”, o que faria a alegria de Bernie Ecclestone, “louco para que a Alemanha produza um ‘top driver’ capaz de popularizar ainda mais a F-1 no país”. Esse “(FG)” no fim do texto sou eu.
E no sábado veio o sétimo tempo no grid, mas o movimento pró-Gachot era mais interessante e divertido (ganhei até uma camiseta, que não sei onde foi parar), e por isso Schumacher não mereceu tanta atenção do repórter aqui na edição de domingo.
A menção ao estreante da Jordan foi mais discreta que no dia anterior, no “pé” do texto sobre uma passeata que estava sendo planejada para pedir a liberdade do piloto belga encarcerado na Inglaterra. Foram dois parágrafos para dizer que o alemão “voltou a dar um show” e que estava “deslumbrado com a fama instantânea”. “Nunca dei tantas entrevistas na minha vida”, disse um ainda tímido Michael, espantado com o novo ambiente “muito diferente de tudo que já tinha visto”.
O domingo foi de Senna, que ganhou a prova e praticamente sepultou a reação da Williams. Piquet, em terceiro, subiu ao pódio pela última vez na F-1. No final daquele ano, deixaria a categoria. Schumacher, como já mencionado, abandonou pouco depois da largada. Quem acabou chamando muito mais a atenção foi Andrea de Cesaris, seu companheiro na Jordan. “Ontem ele foi a estrela do dia na Bélgica, o ‘segundo colocado moral’ do GP”, escrevi no jornal da segunda-feira. O italiano estava dando um calor em Senna quando quebrou, no finalzinho da corrida. Uma judiação. Tanto que abrimos uma “retranca” (não sei por que coloco entre aspas, todo mundo deveria saber o que é uma retranca) para ele. No “pé”, registrei a curta prova de Schumacher, que parou com “problema na embreagem”.
Gosto de rever essas coberturas, ler o que escrevi há tanto tempo, ver como a F-1 tinha espaço e relevância na imprensa. Era, realmente, outro mundo. Gosto também de lembrar de Schumacher, o maior piloto que vi na vida, e que hoje segue envolto em mistério na sua mansão na Suíça. Era um talento excepcional e, ao contrário do que muita gente imagina aqui no Brasil, gente boa até não poder mais.
Semana passada o amigão Miguel Costa Jr., um dos maiores fotógrafos de automobilismo do mundo, estava revirando seus arquivos e encontrou a foto abaixo, de 2006. Foi sua despedida da Ferrari, e tive a honra de comandar sua última entrevista coletiva como piloto do time italiano. Seria também seu último GP, em Interlagos, mas depois ele acabou voltando, pela Mercedes. Miguelito me mandou a foto para que eu pudesse guardar, também.
Está guardada.
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O SOM AO REDOR
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PIQUET, 25
SÃO PAULO (também me lembro) – E o Fernando Mello, do ótimo “Efemérides do Éfemello”, lembra que também hoje, dia 2 de junho, faz 25 anos da última vitória de Piquet na F-1, no GP do Canadá de 1991. Corrida histórica, em que Mansell, um minuto à frente, já comemorava quando, no grampo de Montreal, seu carro apagou.
Há várias lendas sobre essa presepada do Leão. Uma delas, de que quando acenava para o público, sem querer, desligou a chave-geral de seu Williams.
Bom, as coisas nunca tinha ficado claras para mim — naquela corrida, eu ainda era editor de Esportes da “Folha” e passaria a me dedicar exclusivamente à F-1 a partir do GP seguinte, no México; então, não estava lá. Até ler, ontem, um texto enorme da “Motorsport Magazine” sobre a Williams Heritage, empresa que a Williams montou para tomar conta de seu acervo e vender parte dos mais de 120 carros em poder da equipe. Aliás, se alguém se interessar por algum, todos os Williams oficialmente autenticados para venda estão neste site.
(Aqui, um parêntese enorme. São precisamente 123 chassis em poder do time, e a coleção começa com o FW06 de 1978, o primeiro do período em que Patrick Head se juntou a Frank Williams. Desses, 120 são da equipe. Três estão sob seus cuidados, e um deles é um Honda de 2008 que pertence a Rubens Barrichello. Ele pediu para a Williams retirá-lo na antiga fábrica da Braww, hoje sede da Mercedes, e guardar por um tempo. “Agora ele precisa pagar para mandá-lo para o Brasil. Estamos esperando…”, disse à revista Jonathan Williams, filho do fundador do time. Até pouco tempo atrás, o único “corpo estranho” da coleção era uma Ferrari 641, que Frank exigiu como compensação para liberar para a equipe italiana o francês Jean Alesi, com quem já tinha assinado para 1991. “Ficamos com ele por 12 anos, funcionava perfeitamente e chegamos até a enviá-lo para a Itália para alguns serviços, mas acabamos vendendo”, contou Jonathan.)Nessa reportagem, a verdade verdadeira: Mansell, tranquilo na frente, sem se preocupar muito em acelerar ou mesmo em trocar de marchas porque estava mandando tchauzinho para a torcida, fez o “hairpin”, uma curva de primeira, em terceira marcha. “O alternador do motor Renault não segurou e o carro apagou”, explicou Jonathan Williams. “O carro funcionou direitinho na garagem quando foi trazido de volta para os boxes, o que tornou tudo ainda mais doloroso.”
Pronto, está explicado. Agora vejam na narração emocionante de Galvão Bueno os últimos momentos daquele GP inesquecível.
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25 ANOS
SÃO PAULO (e nós aqui, firmes) – Hoje fez 25 anos da primeira vitória de Ayrton Senna no Brasil. O GRANDE PREMIUM fez um trabalho maravilhoso hoje para relembrar a conquista. A página foi diagramada como se fosse um jornal impresso dos anos 90. Ao longo do dia, nosso Twitter “transmitiu” a corrida em tempo real com a hashtag #Senna91NoGP. Entrem lá para ver que legal ficou.
A mim coube rabiscar algumas linhas, que estão aqui.
Agora, contem o que vocês lembram.
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TÚNEL DO TEMPO ESTOQUEANO
SÃO PAULO (histórico) - Deu trabalho, mas achei. Pingaram no Facebook, e levei bons minutos para encontrar no VocêTubo este vídeo de 1991, da antiga Stock. Com os Opalões. Interlagos vivendo seus primeiros anos pós-reforma, saída de box antiga, tudo ainda bastante precário — quem vê o autódromo hoje, mal reconhece.
Vejam a capotada do Paulo de Tarso! E a batida no grid depois da bandeira vermelha? Isso mesmo, batida em carro parado! Alguém lembra dessa corrida?
Agora, o que mais me tocou foi o time transmitindo pela antiga TV Jovem Pan: Flávio Prado narrando (ele mal sabe quantos pneus tem um carro até hoje), João Antonio de Carvalho (hoje meu colega na Fox) reportando e Claudio Carsughi comentando.
A Jovem Pan cometeu um erro estratégico, na época, de achar que era só transportar para o vídeo a turma do rádio. Muitos, claro, funcionavam bem. Mas Flávio Prado narrando? Corrida de carro? Não dava… Até Milton Neves virou narrador de futebol de salão, se bem me lembro.
Para quem não sabe, a estrutura de TV que a Jovem Pan (e seu sócio, o dono do Colégio Objetivo) montou é hoje a sede da Record. No fim, houve briga na sociedade e o canal, em UHF, naufragou em pouco tempo. Mas, naquele começo dos anos 90, o que a Pan construiu na Barra Funda não tinha paralelo em nenhuma emissora do país.
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LADALAND
A foto foi pescada na página da Prefeitura de Santo André no Facebook. Mostra o prédio do Mappin na cidade em 1991. Anexa, uma concessionária Lada. Vocês aí do ABC, me digam: no que se transformou esse Mappin?
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DICA DO DIA
Um festival de porradas na temporada de 1991. Como os caras batiam! Alexandre Neves mandou.
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A QUEM INTERESSAR POSSA
SÃO PAULO (cedo, cedo) – Será leiloado no dia 10 de maio este macacão usado por Ayrton Senna em 1991, com certificado de autenticidade da McLaren. Estimativa inicial de valor: entre 30 mil e 40 mil euros. Como faz mesmo aquele “E” de euro? Esqueci.
Quem mandou a informação foi o Márcio Príncipe Valente. É uma bela peça de coleção e talvez algum brasileiro mais abastado se interesse. 1991 foi a temporada do último título de Senna e de algumas vitórias inesquecíveis, como a de Interlagos — sua primeira no Brasil.
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ESSES JAPONESES…
SÃO PAULO (são únicos) – O Marco Graviola vai a Le Mans neste ano e anda caçando vídeos no VocêTubo. Mandou este aqui, do único carro de uma equipe japonesa a vencer as 24 Horas, em 1991, com o trio Herbert/Gachot/Weidler. É o Mazda 787B, sobre o qual, espero, nosso amigo Ricardo Divila compareça para falar mais sobre ele. Em 2011, quando a vitória completou 20 anos, a Mazda restaurou o carro. Como digo sempre, isso é se preocupar com a memória de uma marca.
Ah, o Filipe mandou aí nos comentários o resultado da restauração. Tem de ver. Mas aumenta o som.
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TRI, 20
SÃO PAULO (e assim se passaram…) – Diz a lenda que Mansell, quando entrou na reta, disse a seu engenheiro, pelo rádio: “I’m cruising, guys”. Era a abertura da décima volta do GP do Japão naquele 20 de outubro de 1991. Céu de brigadeiro para o inglês, que estava atrás da dupla da McLaren, o “coelho” Berger e Senna logo atrás. A Williams, àquela altura, já tinha um carro melhor que os rivais. A vitória era possível, sair de Suzuka com chances de ganhar o Mundial era uma possibilidade concreta. A superioridade dos carros de outro planeta seria plenamente confirmada no ano seguinte, com um massacre do Leão.
A corrida era longa e Mansell tinha tempo para atacar, por isso fez questão de dizer à equipe que estava tudo bem, era só comecinho de prova e o ritmo era bom. Mas segundos depois de tranquilizar o time pelo rádio foi parar na brita, em mais uma de suas trapalhadas. E Senna faturou o tri sem ter de enfrentar o assédio de Nigel.
Depois, passou Berger e, na última volta, entregou a posição ao escudeiro a pedido da equipe. Foi o momento do famoso “eu sabia!” de Galvão Bueno. Ayrton não gostou muito da história de deixar o outro ganhar, mas tudo bem. Com seis vitórias na temporada, quatro delas num arrasador início de campeonato, já tinha assegurado o título. A reação de Mansell dera-se a partir da metade do ano, depois de um começo desastroso, zerado nas três primeiras etapas. Sair perdendo de 30 a 0 não era mesmo muito animador. Chegar às últimas provas lutando pelo título era quase lucro.
Hoje faz 20 anos que um piloto brasileiro ganhou um campeonato do mundo. De lá para cá foram três vices, dois de Barrichello e um de Massa, tudo na Ferrari. Mas apenas uma briga direta, com Felipe em 2008 — Rubens nunca lutou verdadeiramente pelo título, nem com Schumacher, nem com Button, apesar de ter um carro que nas mãos do companheiro foi campeão.
Duas décadas sem uma taça é algo que, claro, tem alguma explicação. Ainda mais quando tal jejum se segue a um período de 20 anos de muito sucesso, com oito conquistas entre 1972 e 1991 e outros tantos vices (quantos, mesmo? Acho que seis, mas estou com preguiça de procurar). A explicação é óbvia: o automobilismo nacional acabou, internamente não temos nada que preste, os autódromos viraram ruínas, os dirigentes se preocupam com coquetéis e carteirinhas.
Quando vai aparecer um novo Senna?, é o que mais ouço de transeuntes que não ligam muito para corridas mas aguardam ansiosos por alguém que alegre nossas manhãs de domingo para que possam voltar a ligar para as corridas. Não há nada no horizonte, respondo, sem me estender muito. Porque se tiver de elaborar uma resposta mais detalhada, terei de dizer que não só não existe um novo Senna no horizonte, como também não há um novo Rubinho, ou um novo Massa. No horizonte do automobilismo brasileiro não há nada, para ser sincero.
Senna foi um dos grandes e esse título de 1991 foi o mais fácil dos três que conquistou. No vídeo acima gosto especialmente do finzinho, quando outros carros chegam no brasileiro na volta de retorno aos boxes e, respeitosamente, escoltam a McLaren do novo tricampeão. Pilotos, por mais que todos se achem melhores que os outros, respeitam aqueles que julgam especiais.
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1991
SÃO PAULO (voou) - Daqui a exatamente uma semana o terceiro título de Ayrton Senna, último de um piloto brasileiro na F-1, completa 20 anos. A “Autosport” inglesa está fazendo um certo barulho por ter colocado no ar, depoius de tanto tempo, o vídeo da entrevista de Senna com o lendário Murray Walker na festa de premiação da revista no final daquela temporada. A entrevista em si não tem nada demais, nenhuma revelação bombástica — exceto a historinha de ter dado um capacete de presente a Balestre —, mas se observada com atenção mostra como Ayrton era respeitado na Inglaterra e como seu carisma e timidez exerciam um poder raro mesmo sobre audiências acostumadas a conviver com grandes nomes das pistas. Vale como documento histórico.
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AQUELES DOMINGOS
SÃO PAULO (lá vem…) – 2 de junho de 1991. Hoje faz 20 anos da última vitória de Piquet na F-1. Como pude esquecer? Ainda bem que me lembraram pelo Twitter. E a mesma alma caridosa me mandou esta primeira página do caderno de esportes do “Jornal da Tarde” aí embaixo, que lembra que o triunfo representava a sétima vitória consecutiva de brasileiros no Mundial. Foram duas de Nelson em 1990 (Japão e Austrália, ambas pela Benetton), quatro de Senna em 1991 (EUA, Brasil, San Marino e Mônaco pela McLaren) e Piquet de novo em Montreal, também com a Benetton. Notem a cobertura do “JT”: seis páginas, mais a capa do caderno de esportes!
Outros tempos, não?
Essa corrida do Canadá foi histórica porque Mansell liderou de ponta a ponta e na última volta parou ninguém sabe direito por quê. Dizem que ao acenar para a torcida alegremente desligou a chave geral do carro. Nunca foi devidamente esclarecida a questão.
(O vídeo aí no alto está com as imagens invertidas, não sei por quê. Mas enquanto não achar outro, vai esse mesmo, porque tem a narração original da Globo.)
Não estive naquela prova. Eram meus últimos dias como editor de Esportes da “Folha”, já estava decidido que o Mario Andrada e Silva, que estava voltando de Paris, iria assumir a editoria e eu iria par seu lugar como repórter especial. A corrida seguinte, no México, foi minha primeira como correspondente exclusivo para a F-1. Detalhe irrelevante, mas é que me lembrei disso agora.
Nelson deixaria a F-1 no fim daquele ano, o mesmo da estreia de Schumacher pela Jordan na Bélgica. Na etapa seguinte, em Monza, ele passaria a ocupar o lugar de Roberto Moreno na Benetton e, dizem também, aposentou Piquet. Claro que não foi assim tão simples. Nelson já estava mesmo pensando em parar e a chegada do alemão talvez tenha precipitado as coisas, porque o tricampeão não recebeu nenhuma boa proposta para continuar e acabou optando pela retirada sem grandes dramas. Aí foi disputar as 500 Milhas em Indianápolis, houve o terrível acidente nos treinos, voltou ao IMS em 1993, de muletas, e o resto é história.
Piquet sempre foi um piloto excepcional e um personagem idem. Nos meus primeiros anos de F-1, ele estava mais arredio do que de costume porque tinha deixado a Williams, pegou uma Lotus capenga, Senna começou a fazer muito sucesso, aquelas coisas. Mas ele tinha atitudes que julgo inesquecíveis e fazem parte do meu pequeno rol de historietas pouco importantes que guardo com carinho.
Em 1989, eu já tinha começado com esse negócio de correr de carro antigo e estava fazendo uma carretera DKW. Meu mecânico era o Miguel Crispim, gênio da Vemag que, nos anos 70, foi uma espécie de pai de Piquet na Fórmula-Vê. Nelson vinha de Brasília numa Kombi, muitas vezes não tinha onde dormir, ficava com o Crispim, que o ajudava nos boxes, os dois ficaram amigos do peito.
Aí eu estava em Monza para a corrida, cruzei com o Nelson no paddock, ele estava puto porque tinha andado mal no treino, algo assim, mas o chamei. “Nelson, Nelson!”, e ele, apressado, “Não enche o saco, baixinho”, e eu: “Hei, não quero te entrevistar, não”. Tirei um pequeno papel do bolso, dei a ele e disse: “Ó, o Crispim mandou te entregar, é o telefone dele, pediu pra você ligar”. Piquet parou na hora, abriu um sorriso luminoso, pegou o papel e falou, “Puta que pariu, onde anda o negão, você tem falado com ele?”, e a gente ficou conversando um tempão sobre meu DKW, sobre a oficina do Crispim na Saúde e tudo mais.
Grande Nelson.
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A ESTREIA
GUARUJÁ (economizei protetor hoje) – Já não sei quem mandou, então sorry pela ausência de crédito. Mas é interessante ver este pequeno resumo do GP da Itália de 1991 (na mesma página tem das outras provas daquele ano; vale a pena assistir). Na prática, foi a estreia de Schumacher, já que na corrida anterior, em Spa, pela Jordan, ele não chegou a completar uma volta. Já na Benetton, terminou nos pontos em Monza. Legais as entrevistas de Eddie Jordan, Tom Walkinshaw e do próprio Schumacher, sobre a mudança de equipe.
A corrida foi muito boa. Vitória de Mansell, com Senna em segundo e Prost em terceiro. Foi o 200º GP de Piquet na F-1. Eu estava na festinha mostrada o início do vídeo. Tenho esse boné em casa. Vou procurar. Alguém quer de presente? Quem sabe sou tomado por alguma espécie de generosidade de ano novo…
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SENNA, 15
SÃO PAULO (free Gachot) – Série é série, não é mesmo? Não pode pular dia nenhum. Seguimos nesta “semana Senna” com corridas, digamos, menos votadas. Agora, GP da Bélgica de 1991. Ayrton ganhou, foi uma bela prova. Mas escolhi pela curiosidade. Naquele dia, estreou na F-1 um alemão meio queixudo e muito rápido, na Jordan, Michael Schumacher. Correu no lugar do Bertrand Gachot, que estava preso na Inglaterra. Os pilotos usaram camisetas pedindo sua liberdade. Devo ter uma dessas em algum canto.
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BRATWÜRSTE (11)
Comentários (15)SÃO PAULO (aqui é rápido) – Já pintou a primeira foto com os dois juntos, Senna e Piquet, na Bélgica/1991. Foi o último pódio com dois brasileiros. Ricardo Bromer foi o blogueiro que mandou o link, valeu!