Isso é corrida. Julio Cezar Kronbauer mandou o vídeo. O #17 foi punido e perdeu o campeonato.
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DICA DO DIA
RIO (só silêncio) – O Kiko Costa mandou o vídeo dessa Commodore (parece uma Caravan) da Holden que já leva a nova geração de motores que a V8 Supercars australiana vai adotar em 2019. Que não serão V8, e por isso o nome do campeonato já mudou para apenas Supercars. Essa nova geração prevê motores V6 biturbo, menos barulhentos e impressionantes. Ao menos não tem nada híbrido aí, pelo menos por enquanto.
Os caras estão quebrando a cabeça para manter a relevância da categoria, atrair fábricas, salvar o que for possível nestes tempos em que automóvel parece ter virado a desgraça do mundo.
Isso tudo à parte, adoro ver peruas correndo.
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A menina nasceu de novo. Kathy Lisson é o nome dela, e a corrida foi realizada na Austrália. A categoria, Fórmula Vee — similar à que temos no Brasil. O brother Fernando Santos mandou o vídeo. Roda com roda é foda.
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DICA DO DIA
Que tal a história de um Puma que participa de corridas de clássicos na Austrália? Dica do Rodrigo Barreto.
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Oscar de mecânica para os aborígenes australianos! Sensacional! Claudio Aun mandou. Vejam, é demais!
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MOTOLAND
Se eu morasse na Austrália, já estaria na minha garagem. De graça! O Renato Feijó, que mora lá, mandou.
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ESSA É A SUA CARA?
SÃO PAULO (boa) – As campanhas para prevenção de acidentes automobilísticos na Austrália são, em geral, fortes e impactantes — detesto essa palavra, assim como “foco”; mas não encontro outra melhor. Anos atrás publiquei aqui no blog um filme de uma campanha de Natal do governo do Estado de Victoria. Esta, em especial, foi muito marcante, violenta e eficiente. Os índices de acidentes no país têm caído ano a ano. O vídeo está aí em cima. Já aviso que é violento e doloroso. Mas necessário.Agora, surge Graham. Graham é o nome desse protótipo de ser humano do vídeo abaixo — um boneco feito de fibra de vidro, resina e pelos naturais. Ele mostra como deveria ser um homem se seu corpo tivesse sido “projetado” para resistir a acidentes: sem pescoço, com vários mamilos, olhos deslocados para o fundo, cérebro envolto em fluido, e por aí vai. Um ser com essa aparência monstruosa seria capaz de sobreviver aos impactos que o corpo humano recebe em uma batida de carro.
Lá, essas coisas funcionam. As pessoas se sensibilizam e se tocam. Aqui, e falo sobre a cidade de São Paulo, somos obrigados a conviver com uma malta de pentelhos que não aceitam o resultado das medidas tomadas nos últimos anos para reduzir a quantidade de acidentes e de mortes no trânsito. A redução da velocidade em quase todas as vias da capital fez com que, no ano passado, o número de mortes caísse 20,6% — a maior queda desde 1998.
A desonestidade da imprensa paulista insiste que esses dados são influenciados “pela crise econômica que faz com que menos carros circulem”, sem apresentar um único dado a esse respeito. Ontem, na “Folha”, ao ser noticiada nova queda do número de mortes — 21% a menos no primeiro semestre deste ano do que no primeiro semestre de 2015 –, o texto me sai com essa aqui:
Especialistas consideram a desaceleração da economia do país como um fator que contribui para reduzir os acidentes. Com a crise, o número de entregas diminui, desempregados passam a não usar o veículo e quem deseja economizar deixa o carro em casa.
Quais “especialistas”? Nenhum foi ouvido, ou citado. Nada. Puro chute. No meu tempo de jornal, alguém que escrevesse uma baboseira/mentira dessas seria demitido. Não se citam “especialistas” se eles não têm nome, ou se nada disseram — não há ninguém falando em relação entre “desaceleração da economia” e redução de acidentes, nenhuma aspa, nenhuma declaração. O único verdadeiro especialista consultado pela reportagem, este com nome, sobrenome e função, disse o seguinte:
Para José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, foi determinante para o melhor resultado na capital paulista a redução dos limites de velocidade máxima, medida da gestão Fernando Haddad (PT) que ganhou força a partir do ano passado. “Com velocidade menor, há menos acidentes. Mesmo quando ocorrem, têm menos risco de serem letais. Além disso, a cidade tem fiscalização de infrações que causam acidentes muito superior ao que ocorre em municípios do interior”, afirma Ramalho.
A redução da velocidade nas marginais, que entrou em vigor há exatamente um ano, é algo que faz com que paulistanos histéricos, em seus carrões blindados e possantes, deem chiliques permanentes deste então. Eles não se conformam em ter de andar devagar. Quando se apresenta um dado concreto — no caso das marginais, a redução de acidentes com vítimas foi de 37,5% no primeiro semestre deste ano –, os chiliquentos começam a vomitar alguma bobagem sobre “indústria de multas”, “radares escondidos” ou outra merda qualquer.
É uma pena que a maioria não reconheça que alguma coisa tem sido feita. Que mortes têm sido evitadas. Que vidas têm sido poupadas. Que o trânsito tem sido algo menos agressivo e violento. É algo que, na Austrália, como se vê com Graham e com os vídeos de Victoria, é dito claramente. Velocidade, imprudêncuia, bebida. É o que mata.
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FOTO DO DIA
SÃO PAULO (sei bem) – Ao ver a foto do jantar dos pilotos na China e a divertida história de dividir a conta por 18, lembrei de outra que, provavelmente, já contei aqui.
Mas conto de novo.
Estávamos na Austrália, abertura de temporada. Acho que 2003, talvez 2004. Não vou lembrar direito.
Os jornalistas brasileiros sempre tiveram o hábito de jantar juntos. E quase sempre nos mesmos restaurantes, ano após ano. Tínhamos vários favoritos. O La Lanterna, em Kelberg, pertinho de Nürburgring, era um desses. Jantares épicos com o anfitrião Maurizio, um italiano que foi com a família para a Alemanha quando era criança, e que terminava a noite na mesa bebendo grappa com a gente.
Tinha também o “Bife na Pedra” em Nevers, que naturalmente não se chamava “Bife na Pedra”, e sim La Mange’Oir, onde a gente comia sempre a mesma coisa — bife na pedra. Sendo bem honesto, descobri o nome agora, entrando no Google Fuckers Mappers. Foi só achar a estação de trem e subir a rua.
Em Heidelberg, era também um italianinho que tinha na parede, entre dezenas de quadros, uns desenhinhos que as filhas do Reginaldo Leme fizeram quando crianças. O dono colocou moldura e lá devem estar até hoje. A gente acabava a noite invariavelmente bebendo sambuca com grãos de café flambados no Café Journal — o original.
Na Inglaterra, era o pato laqueado, ou desfiado, ou sei lá como, no Rice Bowl em Towcester. A chinesinha — como pude esquecer seu nome? — nos recebia todos os anos com a mesma alegria e, incrível, lembrava o nome de todo mundo. Todo mundo. Sei que nos entupíamos de pato e cerveja chinesa, até não querer mais.
Em Montreal, nos anos Senna, o ponto de encontro era um restaurante português cujo nome esqueci — mas o Ayrton jantava lá, era Estrela de Alguma Coisa, se não me engano. Depois, adotamos o Gibby’s na Cidade Velha, onde devorávamos bifes gigantescos e sempre tínhamos problemas com as reservas — ou chegávamos atrasados, ou em número muito maior de comensais. Foi lá que eu e Fábio Seixas, uma vez, jantamos com a futura senhora Ecclestone, a Fabi, e sua irmã. Poucas vezes na história da humanidade duas moças ficaram tão chocadas com a quantidade de besteiras que dois homens podem dizer.
O 7 Portes, em Barcelona, foi nosso refúgio gastronômico por anos, até percebermos que era turístico demais e caro além da conta. Desertamos e adotamos o Salamanca, na Barceloneta, frequentado por jogadores do Barça e pela Mirian Dutra — foi onde conheci o pequenino FHC. Frutos do mar em ambos.
Em Imola e Monza nem sempre conseguíamos jantar juntos, porque as turmas se dividiam pelas cidades próximas — eu sempre fiquei em Riolo Terme para o GP de San Marino, e em Milão para o GP da Itália. Na Hungria, havia o “Caviar”, que também tinha outro nome — esse não consigo encontrar –, de onde saí carregado uma vez e o Cândido Garcia teve de me colocar debaixo do chuveiro gelado quando chegamos ao hotel.
Em Mônaco, a campeã de audiência era uma pizza com ovo estralado debaixo das arquibancadas da velha reta dos boxes. Na Bélgica, o querido Henrique Cardão, jornalista português que nos deixou em 2013, preparava moules avec frites na casinha de Robertville que alugávamos e onde se travava uma batalha jamais admitida pelos melhores quartos — eu resolvia isso chegando antes e tomando posse da suíte de cima, com vista para a montanha e banheira no banheiro.Voltemos à Austrália, onde começou este texto. Melbourne é uma cidade grande, e também lá ficávamos espalhados — eu e o Seixas, normalmente, nas espeluncas mais baratas. Também não havia nenhum lugar especial para comer todas as noites, mas o Donovan’s, em St. Kilda, era objeto do desejo dos mais esfomeados — de novo, eu e o Seixas. Caríssimo, na beira da praia, não era definitivamente pro nosso bico.
Mas no fim deu que a turma combinou, vamos lá, deixa de frescura, e acabamos fondo.
Mesa grande, Galvão Bueno entre nós — grande companheiro de viagem, devo dizer, parceiro de bizarrices como pular catraca do metrô em Viena –, e Galvão estava estudando sobre vinhos, e resolveu escolher os vinhos a partir de seus conhecimentos de enologia recém-adquiridos, e quando vimos os preços dos vinhos, bem, nos fodemos.
E vinham os vinhos, e as lagostas, e os camarões, e os mariscos, e puta que la merda, essa conta vai evaporar toda nossa verba, pensamos eu e o Seixas, cujo orçamento era significativamente menor que o do Galvão, e mais vinho, a uva daqui é a Shiraz, vejam, percebem as notas florais de violeta?, sacaram o aroma de ameixa e mirtilo?, e é claro que não estávamos sacando nada, apenas nos desesperávamos mais a cada garrafa pedida, até que o Galvão foi ao banheiro, ou fumar um cigarro.
Convoquei imediatamente uma assembleia na mesa assustada — além de nós dois, os pobretões, tinha um monte de gente da Globo, de imprensa escrita, pessoal da Petrobras, de rádio, amigos, anexos, bicões — e pedi a palavra. Nós não vamos conseguir pagar essa conta, falei. Fodeu. E apontei na direção das sei-lá-quantas garrafas de Shiraz com aroma de violeta. Vamos fazer o Galvão pagar, decidi.
Todo mundo falou ao mesmo tempo, questão de ordem, Excelência, ele paga um pouco mais, eu não tenho dinheiro, meu cartão não vai passar, vamos rachar, vamos fugir e deixar ele aí, sem a sobremesa eu não saio de jeito nenhum, e naquela confusão danada vi ao longe que Galvão voltava, pedi silêncio energicamente e disse, apenas: “Deixem comigo”.
Galvão voltou e pediu mais dois Shiraz, estes mais robustos e densos com aroma de damasco e alcaçuz, não é possível que vocês não vão notar, estes deixam um sabor de chocolate preto e gengibre no final, e então eu falei: Galvão, tá sabendo do Bolacha?Bolacha era Luciano do Valle, por anos os dois dividiram a preferência do telespectador brasileiro, o que tem o Bolacha?, perguntou, e saí contando uma cascata alucinada sobre a casa que ele tinha comprado em Porto de Galinhas, que estava rico pra cacete, tinha assinado um contrato que previa um salário faraônico com a Bandeirantes, e olha que só narra de domingo e jogo bom, mas é maior que o meu?, perguntou de novo, e eu não parava de falar, mencionei labradores e araras amazônicas, uma mansão em Vinhedo com lago e cachoeira, duas Mercedes blindadas e duas Ferrari amarelas, e quando falei do helicóptero, Galvão me interrompeu.
Helicóptero? Pois é, respondi fazendo pouco caso de seu assombro e dando um gole no Shiraz com notas de groselha e cerejas pretas. Helicóptero, continuei, e você com aquela fazenda mequetrefe em Londrina com duas vacas, três bodes e cinco galinhas, o cara tá rico demais, não sei quanto você ganha na Globo, mas o contrato do Bolacha, olha, hoje, aqui, ninguém boatava a mão no bolso…
E então Galvão bateu na mesa e, entre indignado e desafiado, nem me deixou terminar a frase, ah, ele pagava a conta, é?, então essa conta aqui é minha, eu pago esta merda, vocês acham que ele ia pagar tudo isso?, e então olhei discretamente para os amigos que ouviam aquele diálogo em respeitoso espanto, notei neles certo alívio, chamei o garçom e pedi mais um Shiraz. Aquele com notas de cerejas pretas e groselha, acrescentei. Milani.
No jantar do pilotos, dividiram em 18.
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MOTOLAND
SÃO PAULO (só confusão) – Em 2009, o inglês Nathan Millward vivia de boa em Sydney, na Austrália, e trabalhava num café. Então, um dia, a extensão de seu visto foi negada e ele tinha três dias para empacotar tudo e voltar para Londres. Em vez de reservar um voo, pegou sua Hondinha 105 cc e resolveu voltar… de moto. Nathan saiu na loucura, sem vistos, conhecimento mecânico, pouca grana. Nove meses, 18 países e 37 mil km depois, chegou à Inglaterra. Suas aventuras viraram livro e podem ser encontradas aqui. Adoro essas histórias. Morro de inveja de quem tem peito para fazer coisas assim.
Desculpe quem mandou o vídeo, não anotei o nome.
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O cara que estava atrás é um assassino. E é irmão do outro, pelo que entendi. Foi em Bathurst, Austrália, onde um pouco mais cedo, no treino da V8 Supercars, outro acidente violentíssimo feriu piloto e fiscais.
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PERUAS NA PISTA
SÃO PAULO (bem-vindas de volta) – A Volvo já participa da V8 Supercars na Austrália com o sedã S60. Vai com ele até o fim do ano que vem. Mas em 2017 o regulamento vai permitir novas carrocerias. E, aparentemente, os suecos pretendem colocar a wagon V60 para correr, revivendo o estouro das peruas 850 no BTCC em 1994 — preparadas por Tom Walkinshaw. A categoria australiana também vai abrir o leque para motores turbo de quatro e seis cilindros a partir de 2017. É, hoje, o campeonato mais atraente de carros Turismo do mundo.
Sou chegado numa perua de corrida.
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Última volta da etapa de Adelaide da V8 Supercars, segunda do ano. Simplesmente inacreditável. Marcelo Torrão mandou.
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ESQUISITICES
SÃO PAULO (mas belíssimo) – Country Buggy é o nome do brinquedinho e, segundo o anúncio, 842 deles foram fabricados na Austrália no final dos anos 60. Esse aí, restaurado, é 1968 e está à venda, pelo que entendi, por 25 mil dólares nos EUA. O anúncio tem outros links com a história dele. Quem mandou foi meu amigo Rogério Gonçalves, bugueiro em Natal.
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“MUDOU MINHA VIDA”
SÃO PAULO (o Brasil precisa de algo parecido) - A todos que defendem o motoqueiro do post um pouco mais abaixo, que dizem que seus vídeos de barbaridades no trânsito “mudaram suas vidas”, digo apenas que um vídeo como este é que é capaz de mudar a vida das pessoas. O resto é tudo cascata.
Quem mandou foi o Márcio Nascimento. Não é a primeira vez, creio, que coloco aqui. Para quem não entende inglês ou tem preguiça de entender, traduzo a descrição:
No dia 10 de dezembro de 1989, o primeiro comercial da TAC (Transport Accident Commission, do governo de Victoria, na Austrália) foi ao ar. Naquele ano, o número de vítimas nas estradas foi de 776. Em 2008, tinha caído para 303. Este vídeo contém uma retrospectiva de cinco minutos das campanhas de segurança no trânsito feitas pela TAC nos últimos 20 anos. A montagem contém imagens que ajudaram as pessoas na Austrália a mudarem a maneira como dirigem. A trilha sonora é a música “Everybody Hurts” do REM. Esta campanha é a chance de rever algumas imagens que ficaram gravadas nas nossas memórias, para lembrar as milhares de pessoas que foram vítimas de acidentes de trânsito, e para nos lembrar que, em nome de todos, por favor dirijam com segurança.
O site da TAC está aqui. Os vídeos da Comissão mostram o horror dos acidentes de trânsito, causados por pessoas como o motoqueiro admirado por seus vídeos no YouTube e por outros tantos milhões que fazem o mesmo, mas não necessariamente gostam de divulgá-los como se fossem heróis.
Se alguém, depois de ver isso, ainda acha que é legal sair botando terror de moto ou de carro pelas ruas e estradas, é doente e precisa de tratamento. Seria ótimo que todos os seguidores do motoqueiro, ou aqueles que adoram ver vídeos de atrocidades cometidas por gente de todos os tipos (brancos, negros, motoboys, riquinhos, pobres, caminhoneiros, motociclistas, taxistas, motoristas “civis”, playboys, jovens, velhos, TODOS), perdessem cinco minutos de suas vidas vendo isso. Ao rapaz da moto também recomendo. Sempre é tempo para parar e refletir sobre o que se faz da vida.
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LÁ E CÁ
SÃO PAULO (é preciso) – E este foi o Ricardo Botto que mandou. Uma compilação de campanhas da TAC australiana (Transport Accident Commision) que, nos últimos anos, ajudaram a reduzir drasticamente as mortes no trânsito no país.
Agora vejam este aí embaixo, que está circulando alegremente (o vídeo) no YouTube e (o cretino) nas estradas — neste caso, a Imigrantes.
Alguns anos atrás postei aqui algo parecido, pior, eu diria, de um cara num Porsche amarelo. Cheguei a levar o caso adiante, escrevendo para Ministério Público, comando da Polícia Rodoviária e tudo mais. Não deu em absolutamente nada. Alguns dias mais tarde encontrei o Porsche, por uma enorme coincidência, estacionado ao lado do meu Lada onde guardo uns carros.
No caso desse moleque aí em cima, temos: rosto do meliante, crime gravado, autor do vídeo facilmente localizável, escárnio total. Vai dar no quê? Nada.
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BUS STOP
SÃO PAULO (vamos acompanhar!) - Essa veio da Ingryd Lamas, blogueira histórica do pedaço. Uma garota, Crystal Thomas, comprou um ônibus 1970, um double decker clássico, e resolveu transformá-lo numa casa de campo. Está registrando tudo num blog muito legal. Conta com a ajuda de amigos e crianças. Isso tudo está acontecendo na Austrália. Vai ficar bárbaro.
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CORRIDA DE VERDADE
SÃO PAULO (de tirar o fôlego) - O Jayme Cunha mandou o vídeo acima e o comentário. “Este video é pra sentar e curtir. São 12 minutos, mas vale a pena! Uma boa lição pro pessoalzinho da Stock, que acha que aquilo é corrida, e aprenderem a fazer um circuito de rua rápido. O ronco é uma sinfonia!!! Tirando a turma da frente que é da casa, a partir do quarto vale a pena prestar atenção em quem estava andando. Vou mandar pra dona Globo, que a gente é obrigado a aguentar, aprender a narrar uma corrida.”
A prova da Supercars V8 australiana foi em Gold Coast. As últimas voltas são absolutamente espetaculares. O Max Wilson deve morrer de saudades dos tempos em que corria lá.
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CANGURUS VELOZES
SÃO PAULO (ciclos) – Muito legal a história que está no Grande Prêmio. Mark Webber arranjou uma grana para Will Power continuar correndo nos idos de 2002. Hoje, os dois australianos lideram os principais campeonatos de monopostos do mundo. Webber, que faz 34 anos no fim do mês, é a grande surpresa da F-1 nesta temporada. Power, 29, vem dominando a Indy de forma igualmente surpreendente, diante do favoritismo de figurões como Franchitti, Dixon, Castroneves & companhia bela.
A Austrália virou o país da velocidade.
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DIÁRIOS, AUSTRÁLIA
SÃO PAULO (hoje, intermitente) – Vamos lá, a tchurma gosta de uns textos enormes, então vamos zerar o calendário. Já publiquei meus Diários de Viagem da China e do Bahrein, agora vai o texto escrito em março de 2004, quando da abertura do Mundial daquela temporada, em Melbourne. Texto revisado segundo as novas normas ortográficas. Argh.
Se estiver enchendo o saco, avisem que eu paro.
NÃO GOSTO DE QUIABO
Passei cinco dias na Austrália escutando uma rádio de viado. Só tocava “It’s raining man” e “I will survive”. O rádio do carro não pegava nenhuma outra estação. Era o dia inteiro essa bichice, com Boy George e Seal gemendo e um locutor viado cochichando e sussurrando e resolvendo os problemas dos amigos viados dele. Eu não gosto de aparelhos de rádio digitais. Nunca sei quando devo apertar “seek” ou “scan” para mudar de estação. Quando para numa que quero, não sei a qual botão recorrer para lá ficar. Os números ficam girando, e voltam sempre à rádio dos viados. Prefiro o dial com ponteiro, AM, FM e OC.
Aqui vale uma observação sobre viados. A palavra não existe. O certo é veado, com “e”, encontrável em qualquer bom dicionário tendo como alguns de seus significados “pederasta” e “homossexual”. Pois bem. Mas veado é um animal. Ninguém chama o outro de “veado”. “Seu veado!”. Não, usa-se “viado”, com “i”. “Juiz viado!”, grita-se nos estádios. “Deixa de viadagem!”, diz-se, aos amigos. Não se fala “deixa de veadagem”, acentuando a sonoridade do “e”. Prefiro viado. Para mim, viado é viado, veado é veado, e não se fala mais nisso.
Não foi uma jornada totalmente desprovida de infortúnios, esta à Oceania. A rádio dos boiolas foi o menor deles e em um certo ponto passei até a simpatizar com os perobos e suas crises existenciais. Aconteceu coisa muito pior. Perdi a carteira, mas achei, sem o dinheiro, e também um pé de tênis. Lamentei mais o dinheiro que o tênis, mas é claro que o desaparecimento do segundo foi bem mais intrigante. Como pode sumir um pé de tênis? Um só, de dentro do quarto do hotel? O que fazer com o pé que sobrou? É objeto de explícita inutilidade, não se pode sequer doar, a não ser que seja a um perneta, e imagino poucas coisas mais mórbidas do que guardar um pé de tênis para dar a um perneta. Corre-se ainda o risco de ser o pé, este que sobrou, o errado, e o perneta ficar puto. Deixei em Melbourne, junto com o mistério que envolveu o desaparecimento de seu par. Meu companheiro de quarto, provavelmente, foi o responsável pelo sumiço do pé faltante. No dia em que chegamos, num acesso de raiva, sem motivo aparente, uma viadagem qualquer, atirou-o ao banheiro. Lá ficou porque eu já estava dormindo, ou me preparando para deitar, e a única explicação plausível é que tenha sido levado pela camareira na manhã seguinte. Por engano, sem atinar para o que estava fazendo, ou por ser perneta, talvez, ou por conhecer algum perneta precisado. Que faça bom proveito e tenha longa vida, meu tênis.
Fazia tempo que não viajava e como sempre esqueci de colocar algumas coisas na bagagem, embora não tenha olvidado do essencial, como a pasta de dentes. Nunca tinha reparado com a devida e merecida atenção no tubo de pasta de dentes que tenho usado com mais frequência. Ele é trilíngue. Feito no Brasil, mas ao que parece vendido a vários países de língua espanhola e inglesa. Creme dental globalizado, Close Up Eucalyptus Mint Septibucal Max Protection. E em caso de necessidade, informa-me o espantoso tubo, há telefones de atendimento ao cliente em Honduras, Guatemala, El Salvador, Venezuela, Colômbia, Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile, Panamá, Nicarágua, Costa Rica, Trinidad Tobago e Equador. Saber que se um dia estiver em Trinidad Tobago e meu tubo apresentar algum defeito há um telefone para saná-lo é uma das grandes vantagens da globalização, quanto a isso não resta a menor dúvida.
Sem dinheiro, pois que o meu foi tungado da carteira, comi mal na Austrália. Um dia fui ao restaurante grego na esquina do hotel e experimentei um tal de suvacki, não tenho a menor ideia se a grafia é essa, um monte de carne cheia de gordura dentro de um pão sírio com salada, tomate e molho. É sobejamente difícil comer um negócio desses sem que o conteúdo despenque pela parte inferior do guardanapo que o envolve, emporcalhando tudo. Foi uma das coisas mais nojentas de que já tomei parte, o ato de comer o “suvaco”. Caiu tudo no balcão, voltado para a rua, com janela, as pessoas passando e testemunhando aquela briga insana entre minhas mãos e o “suvaco”, espirrando molho no vidro, uma meleca formidável. Na manhã seguinte saí para correr e passei pelo restaurante grego e as marcas da batalha estavam ainda lá, no vidro. A vigilância sanitária deveria fechar aquela chafurda.
Li três livros, dois muito bons, o outro uma porcaria que não merece sequer menção. O que não falta é tempo para ler quando se vai à Austrália. O primeiro deles foi escrito por um ex-chefe que resolveu pular de paraquedas, tomar Santo Daime, andar de submarino, fazer o caminho de Santiago de Compostela, trabalhar no teatro, cair na putaria e ao fim de tudo pensou em se matar. Li enternecido. É um belo livro de um cara com quem trabalhei oito anos e de quem todos tínhamos medo, por se tratar de uma quase esfinge. Mas não, é um cara cheio de dúvidas e problemas como qualquer um de nós, me surpreende e aborrece saber que por oito anos trabalhamos juntos e nunca dividimos nossas dúvidas e problemas, só porque eu o achava um doido de pedra, e nunca imaginei que ele seria capaz de ficar devastado por um caso amoroso que não deu certo, assim o confessa no livro, como é que algo de tal envergadura acontece a alguém tão próximo e não fazemos nada, não ficamos sabendo? As pessoas passam por nossas vidas e não nos damos conta. Cada um com seus problemas, e queremos é distância deles. Um equívoco.
O outro livro é de um tal de Fernando Jorge, sujeito muito louco, escrito lá pelos anos sessenta. Vocabulário riquíssimo e divertido, uma sátira dos políticos brasileiros que deve ter deixado neguinho muito irritado, na época. Não sei se o autor ainda é vivo. Um cabra que valeria a pena conhecer. Digo “um tal de” correndo o risco de ser chamado de ignorante, o que sou, mesmo. É que não o conhecia, portanto, muito prazer.
Além dos meus livros, que levei daqui, não trouxe nada da Austrália, fiquei sem dinheiro, já disse. No aeroporto havia pequenas pinturas feitas em ossos de canguru e bumerangues, cheguei a flertar com os curiosos objetos. Mas era tudo muito caro, e também não saberia o que fazer com um bumerangue, acho uma das maiores mentiras do mundo esse negócio de jogar um bumerangue para o alto e ele voltar para suas mãos, é uma mentira só não mais mentirosa do que as habilidades descritas dos pombos-correio. A única coisa que queria comprar, mesmo, era pneu pretinho em spray, acho que não preciso explicar o que é pneu pretinho, e reputo os australianos como os melhores de todos, só que não encontrei da marca que desejava, e é um pecado ir até a Austrália e não comprar pneu pretinho. Lamentável, essa viagem.
Registre-se, porém, que nem tudo foram agruras. Vi pelo menos quatro Variant e um Karmann-Ghia na rua, na Austrália, já contei isso uma vez, a garotada gosta de carros antigos e anda com eles, só não tirei fotos. E voltei com uma idéia interessante, contrabandear sandálias Havaianas para lá, eles vendem por dezenove dólares e noventa e cinco centavos, dá quase sessenta mangos, e aqui a gente compra por cinco, dez, se for daquelas mais chiques e coloridas. É uma boa perspectiva de negócios, embora eu deteste chinelos e tenha ganas de espancar quem anda de chinelos por aí, até em aviões. Nada pode ser mais deprimente do que entrar num avião de chinelos com as unhas expostas à visitação pública.
Não gosto também de mochileiros que vestem roupas cáqui cheias de bolsos e sandálias alemãs de sola grossa, e que andam erguendo o dedão a cada passo como se fossem antenas de um inseto a verificar o terreno à frente, e também não gosto de quiabo.
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A BESTA
SÃO PAULO (todos temos nossas bestas) - “Love the Beast” é o nome desse filme estrelado por Eric Bana, aquele cara que fez o Hulk no cinema. Australiano, 40 anos, Bana é apaixonado por seu Ford Falcon GT. Resolveu fazer uma espécie de documentário autobiográfico sobre sua relação com o carro e inscreveu-o no Targa Tasmania Rally, uma espécie de Targa Florio australiano, corrido em estradas da ilha. Parece ser bem legal. Como ando meio afastado das telonas e das telinhas, pergunto: esse filme chegou por aqui? Porque se não chegou, toca procurar o DVD na Amazon…
No site do filme tem até uma área para que os internautas mandem fotos e/ou vídeos de suas “bestas” sobre rodas, com um textinho falando sobre essa paixão às vezes inexplicável entre um homem e uma máquina. Pensei até em escrever algo sobre o #96, mas a preguiça foi maior. Depois, acho que não ganharia o prêmio, uma viagem para a Tasmânia.
Ah, a dica foi do blogueiro Thomas Moraes.
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VOLTAS QUE O MUNDO DÁ
SÃO PAULO (e fica sempre no mesmo lugar) – Graças à dica de um blogueiro em comentário postado já não lembro onde, demos destaque à incrível coincidência envolvendo as duas últimas equipes que estrearam com vitória na F-1: a Wolf, em 1977, e a Brawn GP, domingo.
Ao jornalista inglês James Allen, Ross Brawn contou que trabalhou para a Wolf naquela corrida histórica, em Buenos Aires, 32 anos atrás. Não é uma coisa de louco? A história está aqui.
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Austrália, by Jung
SÃO PAULO (a excelência não é um feito, e sim um hábito) – Como sempre, análises precisas e ponderadas do Andre Jung na sua coluna Apex de hoje. Vale a leitura, vale o debate.
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Bela corrida, Fernandinho
SÃO PAULO (dele ninguém tira) – Pitaquinhos sobre o GP da Austrália, para que vocês discutam à vontade…
1) Alonso corre como quem passeia no parque. Hoje, literalmente. Vai ser o campeão.
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2) A Honda não tem carro para ganhar corridas. Perde muito rendimento depois das primeiras voltas e vai ficando nos pit stops.
3) Rubens pontuou, o que é um alívio para ele. Mas que não sejam pontos ilusórios. A corrida teve muitos abandonos e ele ficou voltas e mais voltas atrás de Sato, com um carro de 2002.
4) A Ferrari deveria descontar do salário de Schumacher a pancada besta no muro. Felipe não teve grande responsabilidade no sanduíche da largada, mas é aquele negócio: quem erra na classificação e vai para o pelotão da merda está sempre sujeito a essas coisas.
5) A Toyota surpreendeu com um poder de reação inimaginável, depois das atuações pífias das primeiras etapas, especialmente no Bahrein. Ralf foi um dos grandes nomes da prova.
6) A BMW, com pés no chão e planejamento, já começa a somar bons resultados. Heidfeld foi outro destaque da corrida.
7) Montoya rodou na volta de apresentação. Tenha dó.
8) E o esporro que o Fisichella tomou no rádio? “Você está dois segundos mais lento que Fernando, isso não é possível!”, gritou seu engenheiro. Levar dura em público nessa idade é triste…
9) As entradas do safety-car salvaram a corrida. Fazia tempo que não se via tanta gente embolada tantas vezes numa mesma prova.
10) Bruno Senna acabou sendo o nome do fim de semana, com três vitórias na F-3 australiana. Não é nada, não é nada, mas são três troféus e o sabor de vencer. O rapaz quer chegar à F-1, que lute pelo sonho, pois. -
Melbourne, dia 1
SÃO PAULO (a caminho de Interlagos) – Espacinho dedicado aos comentários de Vossas Senhorias sobre o primeiro dia de treinos para o GP da Austrália.
Sabe o que eu achei? Nadica de nada.
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Beleza é fundamental
SÃO PAULO (já é terça?) – Continuo achando que essa Stock Jr. é uma categoria inútil, mas o que vínhamos discutindo aqui estava mais ligado à estética que à técnica. E vejam o que me envia o blogueiro Marcos Ferreira: uma foto do equivalente dessa brincadeira na Austrália.
Como se vê, houve uma preocupação com o design, digamos, um pouco maior do que no Brasil com aquele carrinho de parque de diversões com duas bocarras à guisa de radiador (veja nos posts mais abaixo).
Mais informações sobre o Jr. australiano é só clicar aqui. Continuam sendo carrinhos de brinquedo. Mas pelo menos não são iguais àqueles que a gente encontra na feira ou na 25 de março.
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