Hamilton e Bolt em Austin, de chorar de rir!
Comentários (2)Posts tagueados como ‘Bolt’
-
“PLEASE, BE ON!”
-
MARLEY, CLIFF & BOLT
PEQUIM (dá pena dos outros) - A equipe de velocistas da Jamaica fechou com chave de ouro sua participação em Pequim, com mais um ouro acompanhado de recorde mundial, no revezamento 4 x 100 m (37s10). O time: Nesta Carter, Michael Frater, Usain Bolt e Asafa Powell, pela ordem de entrada na pista. Colocaram quase 1s no quarteto de prata, de Trinidad & Tobago. Os brasileiros ficaram em quarto, muito perto da medalha, com 38s24 (os japoneses, bronze, fecharam a prova em 38s15).
Bolt, depois de passar o bastão a Powell, continuou correndo, me relatou o Maurício Teixeira, direto do Ninho. Acompanhou o colega por alguns metros, gritando e incentivando. Foi o máximo. São o máximo, esses caras. E a pequenina Jamaica, de Bob Marley e Jimmy Cliff, está em 11º no quadro de medalhas, com seis ouros, três pratas e um bronze.
Vou homenagear a Jamaica esta noite. Ouvindo reggae, canalhas, não é nada do que vocês estão pensando!
Comentários (32) -
O PERSONAGEM
PEQUIM (never forget Beijing) – Faltam só três dias para acabar. Vou voltar com a sensação de que nada mais será igual. Tempo e distância fazem isso com a gente. Mas depois falo disso, ainda faltam três dias. Melhor esperar terminar tudo. Começo, meio, fim. Falta o fim.
Ao longo destes dias, que na minha escala de tempo foram algo como 5.000 anos, alguns personagens desfilaram por este blog. Vamos eleger o principal deles, então. São seis candidatos. E a blogaiada vai votando.
Começando com Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo, ouro e recordista mundial nos 100 m e nos 200 m rasos, o homem que levou o Ninho ao mais autêntico delírio. E que deixou atordoados todos os especialistas, e se mordendo de inveja os adversários, que já não insinuam mais nada, têm certeza: o cara estava dopado. Para mim, o doping dele se chama alegria. É nosso personagem número 1 nesta que será uma acirradíssima eleição.
Depois dele, Michael Phelps, o peixe, que derrubou a marca histórica de sete medalhas de ouro de Mark Spitz em Munique/1972 até chegar a oito douradas, um fenômeno aquático e midiático, que será lembrado para sempre dentro daquele cubo azul. É o número 2 na nossa cédula eleitoral virtual.
O terceiro é chinês, Liu Xiang, grande esperança da nação vermelha nos 110 m com barreiras, que se machucou antes da largada e, primeiro, calou o Ninho; depois, inundou-o com as lágrimas de 1,3
bilhão de pessoas. O maior drama de Pequim, nosso personagem número 3.
Drama também viveu Fabiana Murer, gatinha brasileira, candidata a medalha no salto com vara depois de conseguir bons resultados no ano, que na hora de saltar descobriu que a vara que precisava para aquela altura não estava no estádio, estava sabe Buda onde, e foi uma agonia vê-la procurando por todos os cantos, até estancar à frente de uma competidora chinesa como se fosse uma estudante na Praça da Paz Celestial disposta a brecar no braço uma coluna de tanques. Acharam a vara depois, bem longe dali, na Vila Olímpica. E acabaram os Jogos para a menina. Fabiana é a número 4 de nossa pequena eleição.
E enquanto Fabiana se desesperava, perto dali, debaixo de uma cabana feita de toalhas brancas, se isolava do mundo Elena Isinbaeva, musa incomparável, esculpida por mãos sacras, uma mulher alada que conversa com o céu antes de saltar, e quando salta voa, flutua, e vai quebrando recordes e espalhando sua perfeição e seu sorriso para milhões de pessoas atônitas com tanta beleza. A russa, que tem um Lada cor-de-vinho (se não tem, dou um para ela) é a número 5 e penúltima personagem olímpica.
Por fim, o único que não disputou prova alguma, não quebrou recorde algum, não ganhou nenhuma medalha, não teve de justificar derrotas ou de se preocupar em como celebrar vitórias.
É o sábio dos sábios, aquele que passou as últimas semanas iluminando nossos obscuros e tortuosos caminhos com seus ensinamentos seculares de profundidade inquestionável, um sopro de lucidez e serenidade num mundo tão voraz e competitivo, que com sua voz suave e firme ao mesmo tempo nos fez refletir sobre a alma humana em sua essência.
Comentários (121)Nosso personagem número 6 é o milenar Confúcio, que sobre a liberdade de escolha dos povos e dos blogueiros um dia disse a seu fiel e inseparável discípulo Gah-Fang-Yotung: “Votai, votai, escolhei o melhor, o mais belo, o mais forte, aquele que toca teu coração”. E diante da clara irritação de Gah-Fang-Yotung, porque aquele era seu único fim de semana de folga no ano, consentiu: “Tudo bem, se não der pra votar justifica e pode ir pra praia, mas olha lá quem vai levar, não quero zona no meu apê”.
-
USAIN
PEQUIM (começou, acabou) - Me contou o Fábio Seixas, da “Folha”, que Usain Bolt, ontem, antes de pulverizar o recorde mundial dos 100 m rasos, comeu nuggets, dormiu e depois comeu mais nuggets. É que tem um McDonald’s na Vila Olímpica. A prova foi tarde, dez e meia da noite, e Bolt teve fome durante o dia. É natural. Comeu nuggets e foi ao Ninho.
Acabou sendo a prova mais espetacular dos Jogos, como quase sempre acontece com os 100 m. Pela expectativa, pela nobreza, pela velocidade pura. Mas ontem foi ainda melhor. Porque Bolt parecia ter uma turbina embutida no rabo e, se quisesse, baixava mais ainda a marca de 9s69. A vantagem foi tão grande que nos metros finais ele abriu os braços, olhou para os lados, não viu ninguém, começou a comemorar. Fiquei com a impressão de que se ele corresse de ré, ganharia do mesmo jeito.
Já nas semifinais os jamaicanos davam pinta de que não perderiam o ouro, ainda mais depois que Tyson Gay, considerado um dos favoritos, ficou pelo caminho. Ambos, Usain e Asafa Powell, seu parceiro de bandeira, ganharam muito fácil suas séries, ambos dando as últimas passadas como se estivessem na banguela — engataram a primeira, a segunda, a terceira, e não precisaram nem passar a quarta. Os adversários pareciam correr com pneus de chuva e eles, com slicks.
Um amigo meu brincou que o resultado é a prova concreta de que a erva mais apreciada pelos jamaicanos faz bem, e eu retruquei que só se for para aprender a correr da polícia — já citando Confúcio, que sempre dizia a seu fiel discípulo Gah-Fang-Yotong, de modo a testá-lo: “Corre que é fria!”, e quando Gah-Fang-Yotong saía correndo, tomava uma chinela pra aprender.
Comentários (11)