Essa nova Fórmula 1 está espertíssima. Marcus Reis, de Andrômeda, mandou o vídeo.
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LONDON, LONDON
RIO (saudades de você, cidade querida) – A F-1 foi para as ruas de Londres ontem, quarta, num evento meio que marcado em cima da hora, quase singelo, que se insinuava discreto, até, pela divulgação não muito grande. E foi um sucesso. Dois carros históricos, alguns atuais, alguns recentes, e nada menos do que 19 dos 20 pilotos do grid levaram a categoria para as ruas da capital inglesa na semana da corrida de Silverstone. Só Hamilton faltou. Justo ele.
Foi ótimo para medir a popularidade da F-1 em tempos estranhos no que diz respeito às relações entre seres humanos e seres de quatro rodas que correm. Há um senso comum que aponta para um claro afastamento entre jovens e automóveis — o que traz consequências óbvias para um esporte baseado em carros. Esse desinteresse precisa ser combatido para que o automobilismo sobreviva.
Londres mostrou que as pessoas ainda amam a F-1. Como não amar?
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NO CRONÔMETRO
SÃO PAULO (que doideira) – Buemi, finalmente. O suíço ganhou o título da Fórmula E hoje em Londres do jeito mais esquisito de todos: numa corrida-solo contra o relógio, ao fazer a melhor volta da prova. Mas não porque estava num ritmo alucinante e tudo mais. Porque foi o que restou a ele. Assim como a Di Grassi. Os dois decidiram o campeonato nos dois pontos da volta mais rápida, item previsto no regulamento da categoria. E isso graças a um acidente inacreditável na primeira volta da segunda corrida londrina no fim de semana, que tirou ambos da luta por qualquer posição que pudesse valer pontos.
Inacreditável porque não deu para entender a batida de Lucas na traseira de Buemi — um abandono duplo daria o título ao brasileiro por ter um terceiro lugar a mais do que o helvético. Não é do feitio do piloto da Audi-Abt fazer coisas que não o deixem dormir em paz. E foi logo na largada.
O feioso narigudo da Renault pulou na frente, mantendo a pole. Prost, seu companheiro e segundo no grid, foi na escolta e Di Grassi, terceiro na partida, em terceiro ficou. Tudo normal. Mas na primeira freada forte, Lucas jogou o carro para a direita, tirou de Prost e acertou em cheio a traseira de Buemi. Foi muito doido. Mas foi, sobretudo, um erro primário do brasileiro.Ainda não ouvi as declarações pós-corrida de cabeça fria. No rádio, Lucas falou que Buemi freou muito cedo. Mesmo que isso tenha acontecido, quem vem atrás precisa tomar cuidado e contar com freadas antecipadas de quem está na frente, que estabelece o ritmo de corrida que quiser. É é normalíssimo frear um pouco mais cedo na primeira volta porque freios estão frios, pneus idem, não faz sentido brecar no deus-me-livre.
Portanto, olhando apenas o que aconteceu e sem saber de detalhes — sei lá se Lucas ficou sem freio, mas creio que não –, a responsabilidade pela batida é dele. O piloto nega e fala que Buemi brecou 50 metros antes do que devia. Sigo com minha opinião. O suíço freia onde quer, desde que não esteja fazendo um “brake-test” de sacanagem, e evidentemente não era nisso que estava pensando na primeira volta de uma corrida decisiva, sabendo que podia perder o título ali.
Sorte de ambos, e para a decisão do campeonato, que os dois levaram seus carros arrebentados para os boxes, pegaram os carros novos e partiram para a decisão via volta mais rápida — já que não teriam bateria para ir até o final.
Lucas fez a dele primeiro. Mas Buemi devolveu depois com duas voltas muito boas, entrando e saindo das garagens ao comando da equipe, que o soltava na pista quando o caminho estivesse livre. O mesmo fazia a Audi com Lucas. Briga de gato e rato.
Mas, com um carro melhor, para Buemi era apenas questão de acertar uma volta perto da perfeição — imaginem a tensão — para sacramentar a conquista, que no fim das contas, embora pouco usual, foi justa. Sébastien levou uma pancada do destino na primeira temporada da F-E ao perder o título para Nelsinho na última etapa, e outra há alguns dias em Le Mans – fazia parte da tripulação da Toyota que perdeu as 24 Horas a três minutos do final.
Por isso chorou tanto ao sair do carro. Até que enfim os ventos sopraram para seu lado.
A F-E volta em outubro com muitas novidades no calendário de seu terceiro campeonato. China, Malásia, Uruguai e Rússia deixam a categoria para a chegada de Montreal, Bruxelas, Nova York e Marrakech. Mônaco volta, Paris fica, Londres será em outro lugar. Várias mudanças e encerramento na “Big Apple” com rodada dupla — assim como no Canadá. Tem também um evento em Las Vegas, uma “corrida virtual” com pilotos e fãs em simuladores. Vai ser legal. Por enquanto, duas temporadas emocionantes e interessantes. Que continue assim.
Quanto a Lucas, pode-se dizer que perdeu o título por conta da corrida de Berlim, em que a Audi não deu ordem para Abt deixá-lo assumir o segundo lugar. Lucas não reclamou e disse que preferia assim — nada de ordem de equipe. Curioso é que Abt disse que não se importaria.
No fim, foi o que decidiu o campeonato. Mas é claro que alguém há de lembrar da desclassificação no México, por erro do time. E, na primeira temporada, outra desclassificação em Berlim — também bobeada do time. Lucas poderia hoje, se essas duas vitórias fossem confirmadas, estar comemorando o bicampeonato. Me parece ser o melhor piloto da Fórmula E — seus resultados são muito expressivos.
Mas é assim que são as corridas. Tem de partir para a próxima. Não há outro caminho.
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PROST & SENNA
SÃO PAULO (recuperando) – 23 anos depois do GP da Austrália na F-1, um Prost e um Senna no mesmo pódio, com Nicolas em primeiro e Bruno em segundo. Legal isso ontem na Fórmula E, que segue abertíssima depois do quarto de Di Grassi e do quinto de Buemi.
Eram três pontos de vantagem para o brasileiro, que foram eliminados com a pole de Buemi para a segunda prova da rodada dupla, agora há pouco. Pole com autoridade, diga-se. Prost larga em segundo e Lucas, em terceiro.
Lucas e Buemi partem empatados nos pontos para a decisão em instantes em Londres. Apostas?
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GIRA MONDO, GIRA
SÃO PAULO (London, London) – Eu e o Seixas tínhamos combinado de nos encontrar na Avis de Heathrow na quinta-feira. Nossos voos chegavam mais ou menos no mesmo horário, vínhamos de Paris por companhias diferentes, acho que era isso. A dobradinha França-Inglaterra era das mais esperadas do ano, porque a gente engatava duas semanas na Europa sem ter de voltar ao Brasil. O Seixas, na verdade, morava em Londres na época. Para ele, as coisas estavam mais tranquilas na temporada europeia. Para mim, o desgaste das viagens já começava a dar no saco depois de 18 anos fazendo aquilo.
Depois de Magny-Cours, fomos para Paris de carro e passamos alguns dias por lá. Mas dei um perdido na programação oficial e fui fazer meu turismo particular, que incluiu uma passada por Le Bourget para conhecer de perto um Polikarpov.
(O perdido foi porque o Seixas me convidou para ficar na casa de uma amiga brasileira que morava em Paris. Gente boa, mas meio esquisita. O apartamento era minúsculo e dormimos empilhados em colchões no chão, com as malas separando uma “cama” da outra. Problema é que quando acordei tinha uma porção de grãos de café no meu lençol. A menina disse que colocou para espantar energias negativas, ou coisa que o valha. Achei aquilo tudo muito estranho e me mandei para um hotel.)
Sei que no meio da manhã de quinta cheguei a Londres e já me dirigia à locadora pegar o carro e seguir para Silverstone quando, num dos corredores do aeroporto, vi uma TV com imagens de um ônibus arrebentado e a tarja vermelha dizendo “breaking news”, e apressei o passo, me aproximei do aparelho, e ao ler sei lá quantos mortos comecei a correr já pegando o celular.
O Seixas já tinha desembarcado, atendeu e antes que dissesse “alô” saí falando, explodiram a porra toda, já tô sabendo, vamos pra lá, e dez minutos depois estávamos na M4, ou na M25, ouvindo o rádio e falando no rádio. Sim, porque trabalhávamos em rádio e todas as emissoras do Brasil, quando souberam que estávamos lá, começaram a nos telefonar loucamente para que déssemos algum tipo de informação sobre os atentados que mataram 52 pessoas e deixara mais de 700 feridos em três explosões no metrô e num double-decker na superfície.Sabe-se lá como, com tudo fechado e bloqueado pela polícia, pelo exército e pelo MI6, conseguimos chegar de carro a poucos metros de uma das estações mais atingidas, acho que Russell Square, e passamos o dia na cidade levantando informações, observando a reação dos londrinos, o trabalho das autoridades, e passando boletins para nossa emissora a cada cinco minutos.
Silverstone ficou obviamente para depois, fomos chegar ao autódromo na sexta à noite ou no sábado, nem lembro direito. Nessas horas, o que se chama de “cor local” no jornalismo vale muito, e pudemos contar às pessoas que nos ouviam no Brasil aquilo que víamos de muito perto numa cidade inicialmente chocada com tudo, mas que em pouquíssimo tempo voltou à vida normal.
O que mais me espantou naquela quinta-feira, 7 de julho de 2005, exatamente dez anos atrás, foi que com todos os funcionários de escritórios no centro da cidade tendo sido dispensados do trabalho, e sem serviços de ônibus ou metrô, a happy hour foi antecipada em algumas horas e os pubs e bares ficaram cheios de gente no meio da tarde, conversando animadamente sobre tudo — inclusive as bombas que haviam explodido pela manhã.
O mundo é muito louco, comentei, sagaz. Eu e o Seixas, eméritos apreciadores de pints em pubs ingleses, não conseguimos nos juntar àquela alegre confraternização sabendo que debaixo de nós ainda havia corpos, fumaça e horror. Arrebentados de fome e cansaço, quando anoiteceu, e anoitece tarde na Europa no verão, encontramos alguma porcaria para comer e voltamos para casa.
Ainda tive tempo de escrever um texto meio bobo. Está aqui. Vale pela memória.
Nunca mais voltei a Londres depois daquilo, mas não por algum motivo especial — apenas não voltei.
Voltarei, claro.
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FOTO DO DIA
Frame capturado da transmissão do Fox Sports. Nelsinho ficou na dúvida sobre o título. Quando teve certeza, chorou. Porque esse comeu o pão que o diabo amassou. OK, ajudou a amassar, com uma atitude imperdoável no escândalo de Cingapura. Expulso da F-1, porém, foi à luta e soube se reinventar. É campeão.
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PIQUET & SENNA
SÃO PAULO (incrível) – O mundo do esporte dá voltas. Ô, se dá… Quis o destino que hoje um Senna tenha ajudado um Piquet a conquistar um título mundial. A Fórmula E encerrou sua temporada com uma rodada dupla em Londres que teve tudo aquilo que o fã do automobilismo gosta. Drama, tensão, chuva, ultrapassagens, alto nível de pilotagem, punições, suspense até o último instante.
E Piquet. E Senna.
Dois que nunca se deram, Nelson pai e Ayrton tio.
Dois que se dão, Piquet filho e Senna sobrinho.
Hoje, Nelsinho era o que tinha menos chances de ser campeão, apesar de liderar nos pontos. Sua classificação, pela manhã, foi um desastre. Não por sua culpa. Os dois últimos grupos pegaram pista molhada. Buemi, que ao lado de Di Grassi brigava com o título também, andou com pista seca.
Resultado: Buemi em sexto no grid, Di Grassi em 11°, Piquet pimpolho em 16°. Nessas condições, num circuito estreitíssimo, era muito difícil conseguir chegar perto o bastante do suíço. O normal seria ver o ex-piloto da Toro Rosso ganhando uma ou duas posições, tentar uma volta mais rápida, que dá dois pontos, e faturar o título — ainda que por pequena margem. Lá de trás, o brasileiro teria enormes dificuldades, talvez, até para pontuar.
Mas Nelsinho largou muito bem. Ganhou quatro posições de cara. Um dos que estavam à sua frente era o companheiro de equipe, o que facilitaria as coisas quando fosse necessário. No primeiro stint, Piquet segurou a onda para trocar de carro depois dos outros. Não deu muito certo, nem muito errado. Voltou onde estava, de novo atrás do parceiro, mas a quase 10s dele.Aí a sorte deu u’a mão. Ou duas.
Primeiro, Buemi rodou quando saiu dos boxes e perdeu a posição que ganhara no início da prova. Foi ultrapassado por Bruno Senna. A matemática entrou em campo.
Depois, um safety-car na 20ª das 29 voltas aproximou todo mundo — batida de Leimer. Isso permitiu que na relargada Nelsinho passasse o parceiro Oliver Turvey e, na balada, ganhasse também a posição de Salvador Durán — esta, sua ultrapassagem mais fácil e importante na corrida. Assumiu o oitavo lugar. Imediatamente à frente, o inimigo Di Grassi. Tentar algo sobre ele estava fora de questão — Lucas mandaria o jovem Piquet para o lago do Battersea Park. Assim, restava torcer para tudo acabar como estava. Com Buemi em sexto, Nelsinho seria campeão por um mísero ponto. “Vai, Bruno!”, deve ter gritado dentro do capacete.
Claro que a e.dams avisou seu narigudo piloto de que a vaca estava indo para o brejo. E ele partiu para cima de Senna alucinadamente, porque era a única chance que tinha de ser campeão. O primeiro-sobrinho foi duro na defesa de sua posição, mas não fez nada de errado. Se não se esforçasse tanto, tiraria o título de Nelsinho. Senna segurou uma barra pesadíssima, porque o helvético tinha mais carro e, claro, motivos mais do que suficientes para passar por cima dele. Mas Bruno ficou firme. E deu a taça a Piquet.
Um Piquet. E um Senna.
Buemi ficou bravo, gesticulou em direção a Bruno, mas estava mais irritado consigo mesmo do que qualquer outra coisa. “Ele se colocou nessa posição quando rodou sozinho e eu o ultrapassei”, disse Bruno. Tinha toda razão. No final, o vencedor Sarrazin foi punido com 30s em seu tempo total de prova por usar mais potência do que o permitido e a vitória ficou com o inglês Sam Bird. Bruno foi o quarto, com Buemi em quinto, Di Grassi em sexto e Nelsinho em sétimo.
Piquet pilotou muito bem durante toda a temporada. Ganhou duas corridas, aprendeu rápido a lidar com carros que eram uma novidade total, soube usar de estratégia, foi agressivo quando precisou, largou quase sempre de forma precisa e decisiva, mereceu amplamente o que conquistou. Foi por um ponto, 143 x 144. Quando seu pai ganhou o Mundial de F-1 pela primeira vez, em 1981, também foi por um ponto, 50 x 49 na disputa com Carlos Reutemann.
Os deuses das corridas capricham, quando querem.
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E-BUEMI
SÃO PAULO (será?) – Sébastien Buemi venceu a primeira perna do ePrix de Londres. O campeonato se define amanhã e Nelsinho, quinto, segue na liderança. Mas ele largou com 17 pontos de vantagem para o vice na classificação. Agora, tem apenas cinco. Di Grassi, quarto, ficou para trás e tem chances mais remotas.
Acho que esse título se resolve na classificação, amanhã. O circuito montado no Battersea Park é estreito demais, dificulta muito as ultrapassagens, e quase indecentemente ondulado. Por conta disso, tiveram de afunilar a primeira curva, que era rápida demais para carros que nela chegavam quicando, e a largada aconteceu com o safety-car, o que tira o brilho de qualquer prova.
Apesar disso, a primeira corrida em geral foi boa, tensa como devem ser as decisões. Vergne, que ultrapassou os dois brasileiros e terminou em terceiro, foi quem mais se destacou individualmente — fora Buemi, claro, que fez a pole e liderou o tempo todo.
E houve dois pontos altos: a tentativa de Nelsinho sobre Lucas usando o Fan Boost, com o segundo se apoiando no carro do primeiro para ambos não rodarem — Piquet pimpolho nem reclamou, ao menos não na entrevista depois da prova –, e a pior volta de todos os tempos de Daniel Abt, ultrapassado por três carros e terminando na barreira de contenção num espaço de 30 segundos.
E agora, quem leva? Apostem aqui, vamos ver quem acerta a bagaça. Lembrando que a corrida, amanhã, começa às 11h30 no Fox Sports. Às 8h, o treino de classificação.
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LONDON, LONDON
SÃO PAULO (quero ir…) – Moda na Inglaterra, segundo este site: feiras de antiguidades nas quais os vendedores apresentam suas mercadorias junto com seus carros antigos. E a “praça de alimentação” é toda montada por furgões, Kombis e outros “food trunks”, como essa coisinha mágica aí embaixo.
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FUSCA DO DIA
SÃO PAULO (moleza) – O Henrique Ferreira, que mora em Londres, fotografou essa belezinha aí e ficou intrigado. “Automático? Existe motor boxer automático?” Fusqueiros juramentados, expliquem tudo ao nosso representante londrino.
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AÍ SIM
SÃO PAULO (esse é o cara) – Meu ídolo gastronômico Jamie Oliver acaba de comprar um Reliant Robin! O clássico britânico de três rodas! Oliver vai usá-lo para fazer entregas na área de Kensington e Notting Hill. A isso se chama estilo. O resto é cascata.
Quem mandou a foto, pelo Twitter, foi o Lincoln Barboza.
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DICA DO DIA
SÃO PAULO (chegando) – Dia meio tumultuado, daqui a pouco falamos de Hockenheim. Antes, olha que legal me mandaram pelo Twitter. Uma webcam em Abbey Road. Dá para ver todos os patetas que ficam imitando os Beatles ao vivo. E dá também para tomar lições diárias de respeito à faixa de pedestres.
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LONDON, LONDON
SÃO PAULO (lua linda) – Está começando a ficar séria essa história de uma corrida noturna de F-1 nas ruas de Londres. Ontem, o Santander apresentou vídeos com uma simulação do circuito, que teria 5.156 m de extensão e passaria por alguns dos pontos mais conhecidos da cidade. Button e Hamilton são, por assim dizer, embaixadores da ideia. Participam de um dos filmetes do banco espanhol, que patrocina a McLaren. E a Ferrari. E um monte de GPs com seu troféu em forma de cocozinho.
Para ver os detalhes desta sonhada pista de rua londrina, é só clicar aqui. Aqui também tem um desenho legal, com estimativas de custos, necessidades de infra para montar a pista, receitas, possíveis preços de ingressos e tal. Londres está bem na fita. Fará os Jogos Olímpicos neste ano e não parece respirar os ares de crise que varrem boa parte da Europa.
Mas, por enquanto, essa prova está só nas animações de computador. O Santander parece disposto a investir. Não há data, apenas sonhos e planos. É bom ficar atento, porém. Porque se é verdade que o Santander abraçou o projeto, não é menos verdade que o banco não vive seus dias mais tranquilos.
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SANTANA ABANDONADO
SÃO PAULO (que pena…) – Lembram dos meninos brasileiros que moram na China e iriam de Pequim a Londres para os Jogos Olímpicos num Santana? Pois eles tiveram de abandonar o carro na fronteira com o Cazaquistão. A alfândega não deixou que eles passassem com o automóvel, que foi deixado num estacionamento. Seguirão viagem, porém, do jeito que for possível. Já pegaram até carona num trator! “Thunder Love”, o Santana, será resgatado depois. Uma sacanagem, porque nessas grandes jornadas o carro é, geralmente, o principal personagem.
As aventuras do grupo seguem sendo relatadas aqui, num blog com fotos excelentes. Vale a pena acompanhar. E mandem mensagens de apoio para a garotada, que eles merecem!
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MAS O CARRO…
SÃO PAULO (boa sorte!) – Olha que legal… Três brasileiros que moram na China resolveram ir de carro de Pequim a Londres para ver a abertura dos Jogos Olímpicos. A viagem será registrada neste blog aqui. Serão 20 mil km em 57 dias passando por mais de 20 países.
O carro será um Santana branco 2005, modelo muito popular na China, fabricado lá. Aliás, quando fui à China pela primeira vez fiquei abestado com a quantidade de Santanas pelas ruas, muitos deles usados como táxi.
A viagem tem tudo para ser um barato e eu, se pudesse, faria algo parecido. Mas o carro escolhido… É meio sem graça, não? E é aí que chego no ponto: o carro, para as novas gerações, é o de menos. Na minha cabeça enferrujada, carro sempre tem de ser o “de mais”. Não faria uma viagem dessas num carro comum, que nada me diga ao coração. O barato seria a viagem, claro, mas o barato maior seria o carro para fazer a viagem.
De qualquer forma, os meninos batizaram o Santanão como “Thunder Love” e, queiram ou não, ao longo da jornada vão se afeiçoar a ele, ou odiá-lo, dependendo do que acontecer. O que deu para perceber é que, até agora (a viagem nem começou), o carro não é um personagem da aventura, apenas um coadjuvante. Impressão minha, pelo menos.
Sucesso aos rapazes, e vamos acompanhar tudo por aqui!
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BUS STOP
SÃO PAULO (humpf) – Aí está o novo modelo de double-decker que será adotado em Londres a partir do ano que vem. OK, é bonito, tá bom. Concordo, capricharam. Mas não se compara aos antigos, jamais. Detalhes aqui.
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MINHA LONDRES
SÃO PAULO (preciso voltar) – Vendo hoje as imagens do casamento de William e Kate, e acho o maior barato essas coisas, lembrei da última vez que estive em Londres, no dia dos atentados de julho de 2005. Aí escrevi umas bobagens. Errei até o número de soldadinhos de chumbo. Fui descobrir quando os tirei da caixa de sapatos. Se interessar a alguém, aí vai…
London, London
As lembranças.
Dois soldadinhos de chumbo, um com aquele chapéu enorme, o outro da guarda de honra da rainha. Restam numa caixa de sapatos.
Uma tarde de verão de 1989, a chuva que para, o sol que aparece fugidio, é o tempo de bater o retrato, que fica lindo, ela de capa num pequeno jardim que nunca mais vou saber onde é, a luz dourada, o sorriso largo, os braços abertos, a foto de que mais gosto.
O sinal para o ônibus em Hyde Park, o passeio no andar de cima, comendo sanduíche e tomando coca-cola, sem destino, Abbey Road, nem sei se era mesmo, ficou sendo.
O jantar no restaurante indiano, a pimenta ardida, o chefe que virou amigo e nunca mais vi, o banho de banheira, as malas entupindo a salinha pequena a visita à BBC que eu ouvia em ondas curtas.
O barco com nome de uísque, a linha do tempo, da hora certa, dos dias certos.
E é tudo que guardo de bom desta cidade, porque depois, quando voltei, e foram muitas vezes, sempre a encontrei fria, opressiva, cor de chumbo.
Nunca mais morri de amores por ela, fui-me distanciando, porque acho que nunca fui capaz de vê-la como o bardo que ao cruzar suas ruas sem medo, notar o verde de sua grama, o azul de seus olhos, o cinza do seu céu, a dor e a felicidade silenciosas de sua gente, disso tudo tirou versos e fez música.
Então a sangram, não mais será possível andar por ela sozinho sem sentir medo, e a vida vai aos poucos roubando nossa inocência e enterrando meus soldadinhos de chumbo e minha foto dourada.
Na madrugada fria rodo por ela, aqui e ali uma sirene, lá embaixo ainda há fumaça, destroços e carne, mas como só sei, e não vejo, vejo sim como ainda é bela aqui em cima, cruzando o rio e acertando o relógio, e como as madrugadas são sempre silenciosas é possível olhar para ela com outros olhos, o cinza desaparece, as luzes amarelas lhe dão uma estranha tonalidade, pequenos sóis que só surgem de noite e iluminam pouco, o bastante para sentir ternura.
Na desgraça a ternura volta, comigo é assim, mas é algo que não dá para explicar. Não é pena, não é dó, não é compaixão, não é nada disso, é apenas ternura por um lugar onde há séculos tirei uma fotografia e subi no segundo andar do ônibus vermelho, magrelo, cambaleante e divertido, barulhento e encardido, eu e o ônibus.
Londres, Londres, não somos mais os mesmos.
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FOTO DO DIA
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LONDON, LONDON*
Dois soldadinhos de chumbo, um com aquele chapéu enorme, o outro da guarda de honra da rainha. Restam numa caixa de sapatos.
Uma tarde de verão de 1989, a chuva que pára, o sol que aparece fugidio, é o tempo de bater o retrato, que fica lindo, ela de capa num pequeno jardim que nunca mais vou saber onde é, a luz dourada, o sorriso largo, os braços abertos, a foto de que mais gosto.
O sinal para o ônibus em Hyde Park, o passeio no andar de cima, comendo sanduíche e tomando coca-cola, sem destino, Abbey Road, nem sei se era mesmo, ficou sendo.
O jantar no restaurante indiano, a pimenta ardida, o chefe que virou amigo e nunca mais vi, o banho de banheira, as malas entupindo a salinha pequena, a visita à BBC que eu ouvia em ondas curtas.
O barco com nome de uísque, a linha do tempo, da hora certa, dos dias certos.
E é tudo que guardo de bom desta cidade, porque depois, quando voltei, e foram muitas vezes, sempre a encontrei fria, opressiva, cor de chumbo.
Nunca mais morri de amores por ela, fui-me distanciando, porque acho que nunca fui capaz de vê-la como o bardo que ao cruzar suas ruas sem medo, notar o verde de sua grama, o azul de seus olhos, o cinza do seu céu, a dor e a felicidade silenciosas de sua gente, disso tudo tirou versos e fez música.
Então a sangram, não mais será possível andar por ela sozinho sem sentir medo, e a vida vai aos poucos roubando nossa inocência e enterrando meus soldadinhos de chumbo e minha foto dourada.
Na madrugada fria rodo por ela, aqui e ali uma sirene, lá embaixo ainda há fumaça, destroços e carne, mas como só sei, e não vejo, vejo sim como ainda é bela aqui em cima, cruzando o rio e acertando o relógio, e como as madrugadas são sempre silenciosas é possível olhar para ela com outros olhos, o cinza desaparece, as luzes amarelas lhe dão uma estranha tonalidade, pequenos sóis que só surgem de noite e iluminam pouco, o bastante para sentir ternura.
Na desgraça a ternura volta, comigo é assim, mas é algo que não dá para explicar. Não é pena, não é dó, não é compaixão, não é nada disso, é apenas ternura por um lugar onde há séculos tirei uma fotografia e subi no segundo andar do ônibus vermelho, magrelo, cambaleante e divertido, barulhento e encardido, eu e o ônibus.
Londres, Londres, não somos mais os mesmos.
* Naquela mesma semana de 2005, essa foi minha coluna no Grande Prêmio e no “Lance!”. Só para constar.
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7 DO 7 DE 2005
SÃO PAULO (é…) – Putz, cinco anos, já. Só descobri isso ao ler o blog do Fábio Seixas, que está fazendo a viagem mais louca que qualquer ser humano já realizou. Cinco anos do atentado de Londres. Estávamos lá. Foi o último “Diário de Viagem” que escrevi.
Bom, se interessar a alguém, e como foi às vésperas de um GP da Inglaterra, lá vai a bobagem que escrevi. Essa não está no livro, que a Alessandra Alves continua vendendo alegremente pelo aalves77@hotmail.com.
Comentários (8)LONDRES, 2005
Desembarquei em Heathrow às 10h. No caminho para pegar as malas, vi ao longe, no andar de baixo, a imagem na TV e a legenda enorme, letras brancas sob fundo vermelho. Breaking news. Ônibus explode no centro de Londres. Peguei a mala, entrei no ônibus que me levaria à locadora de carros, um sujeito recebe uma ligação no celular, fala alguns palavrões, desliga, vira-se para mim e diz: “Estão explodindo tudo, já morreram quatro”.
Bem, vida de repórter é isso aí. Enquanto pego o carro e assino a papelada, chega meu colega da “Folha”. Nem tem muito o que discutir. Silverstone saberá esperar. Vamos a Londres.
Foram quatro explosões, entre 8h51 e 9h47. As três primeiras em trens do metrô; a última, num ônibus de dois andares. Londres acordou cheirando fumaça, sangue e carne queimada. Morreram 37 pessoas e mais de 700 ficaram feridas. Os alvos estavam todos na região central da cidade. A primeira bomba foi detonada entre as estações de Aldgate e Liverpool Street. A segunda, na linha Piccadilly, a mais movimentada de todas, entre King’s Cross e Russell Square. A terceira, na estação de Edgware Road. O “gran finale” ficou para um “double decker” vermelho, um dos símbolos da capital britânica. Na altura de Tavistock Square, o teto do ônibus foi pelos ares e ele se abriu como uma lata de sardinhas.
Imediatamente, o centro de Londres foi evacuado e fechado pela Polícia Metropolitana e pelos serviços de emergência, que desde 2001 fazem exercícios simulados para atender a catástrofes como as de ontem. A cidade estava sob ataque. O metrô foi paralisado, os ônibus deixaram de circular, as ruas foram bloqueadas, as linhas de trem foram interrompidas e o atendimento aos feridos em hospitais da região foi considerado “rápido e exemplar” pelas autoridades locais, que pediam, pelo rádio, que ninguém viesse a Londres. Aos que se encontravam no centro, o pedido era para que ficassem quietinhos e não fossem a lugar algum. No panic, please.
Da Escócia, onde participava da abertura da cúpula do G8, o primeiro-ministro Tony Blair mandou avisar que seu país não iria se dobrar a ameaças terroristas, “bárbaras e cruéis”. Já ouvi esse papo antes. Pegou um helicóptero e logo depois do almoço estava em Downing Street, 10, a sede do governo britânico. Quase ao mesmo tempo, num site da internet, um grupo autodenominado Organização Secreta Al Qaeda na Europa assumia os atentados. Terrorismo globalizado é isso aí. A Al Qaeda tem filiais no Ocidente.
Esperava-se o caos, mas ele não veio. Na periferia da cidade, a vida seguia normalmente. Comércio funcionando, crianças nas escolas, gente trabalhando, serviços funcionando, trânsito ruim, mas não muito pior do que de costume. A tomada da região central pela polícia foi ordenada e, dentro do possível, tranquila. Os locais das explosões foram cercados com fitas e policiais se encarregavam de dar informações, educadamente, aos pedestres. Vai por aqui, entra ali, segue em frente, dobra à direita, sir.
Foram sete mortos na primeira explosão, 21 na segunda, sete na terceira e dois no ônibus. Aliás, acredita-se que um deles tenha sido um homem-bomba, marca registrada do terrorismo islâmico. Homem-bomba e burro, já que o ônibus tinha pouquíssimos passageiros e explodiu bem em frente ao prédio da Associação Médica Britânica. O que não faltou, claro, foi gente preparada para atender às vítimas.
Sem poder usar o “tube”, que é como os londrinos chamam seu metrô, saiu todo mundo andando. O centro da cidade foi ocupado por gente de terno e gravata e mulheres bem vestidas que resolveram voltar para casa a pé, ou usando o serviço de barcos do Tâmisa. No rosto de cada um, não se viam traços de terror, como em Nova York, quatro anos atrás. Ao contrário. No caminho para casa, há pubs aos montes. O dia estava agradável, o sol saiu de tarde, depois de uma chuva fraca e gelada, e muita gente parou para seguir a crise pela TV tomando cerveja.
Consumiu-se muita cerveja e amendoim na tarde dos atentados de Londres. Ninguém chorava ou demonstrava desespero. Executivos de vários escalões e pessoal do mercado financeiro anteciparam o happy hour batendo papo animadamente, com seus “pints” nas mãos, a poucos metros das estações de metrô estouradas por terroristas barbudos algumas hora antes. “Não há o que fazer, é como uma loteria, você tem uma chance em um milhão de ganhar. No caso de atentados como esses, tem uma chance em um milhão de estar perto de uma bomba. É tudo uma questão de sorte”, filosofou Terry Buckman, que trabalha perto de Aldgate.
“Alegre-se nação islâmica. Os heróicos mujahidin empreenderam um ataque sagrado a Londres e agora a cidade queima em medo e terror, de norte a sul, de leste a oeste”, dizia o comunicado da Jihad européia na internet. Na verdade, indiferente ao drama de quem estava entubado na hora das explosões, a cidade estava mesmo era enchendo a cara. De noite, a BBC mostrou um documentário sobre elefantes na TV. Se a Al Qaeda quis apavorar alguém nesta quinta-feira, 7 de julho, fracassou.
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Tudo bem, é um comercial, foi feito para vender celulares, mas… Certas coisas só mesmo em Londres (Trafalgar Square, “Hey Jude” por 13.500 pessoas, dica do Conrado Giuglietti).
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FIM DO MUNDO
PEQUIM (não vou mais a Londres!) - Mais uma da pasta “Penduras”. Mestre Mahar me manda notícia sobre uma aberração londrina, a opção de muitos taxistas pela minivan Vito, da Mercedes, essa da foto. Ela é mais barata, econômica e menos poluente que os tradicionais táxis londrinos cuja marca nunca me lembro (confundo, não sei se são Austins, Astons, algo assim).
Há alguns anos, a fábrica (Austin, ou Aston) tentou dar uma modernizada nos “cabs”, mas eles ficaram quadradões e horrorosos. Aí voltaram à linha retrô. Ficaram legais de novo.
Essa da Mercedes, para ser feia precisa melhorar muito.
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London, London…
Tenho um amigo que vive me dizendo, e acho que vários concordam: o mundo está ficando mesmo muito chato. Chato, e com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que não nos damos conta daquilo que realmente importa. A história das Kombis é apenas uma delas. Relaxa, não falarei de Kombi agora. Não agora.
Falo de Londres. Parece que deu em todos os jornais, mas não vi e só fui alertado pelo amigo/internauta/etc. Aliandro Miranda, de Paracambi (o mesmo que me deu a dica do carro do Rubinho largado num galpão, que mostramos no Limite).
Londres acabou, semana passada, com um de seus símbolos: o doubledecker. Os ônibus de dois andares com cara de calhambeque, motorista e cobrador saíram das ruas. Foram mais de 50 anos de serviços prestados, desde 1954. A última viagem regular aconteceu entre Marble Arch e Streatham Hill na sexta-feira, linha 159.
Motivo? A pentelhação costumeira dos politicamente corretos: faz barulho, polui, não tem acesso adequado para deficientes, é pouco produtivo.
Ora, e daí? Tirando o acesso a deficientes, o resto não tem a menor importância. O mundo não ficará mais enfumaçado ou mais barulhento por causa de alguns ônibus. Quanto aos deficientes, Londres é uma cidade muito bem-servida de acessos em outros ônibus, nos táxis e até no seu metrô velho e encardido (mesmo assim, desafio alguém de cadeira de rodas a chegar a um trem em algumas estações; nem por isso vão fechar o metrô).
Aí tiram os Routemasters (é a marca deles) das ruas, e em seu lugar colocam outros ônibus de dois andares quadradões, sem charme ou história. Caixotes horrorosos. No mês passado, o “Evening Standard” fez uma pesquisa sobre a decisão de aposentá-los. 81% de seus leitores foram contra tal absurdo. Porra, para que serve o povo, senão para consultá-lo e atendê-lo? Cagaram para o povo.
Um dos grandes charmes de Londres era subir e descer nos doubledeckers em movimento, levar esporro do cobrador de vez em quando, ouvir a sinetinha, o ronco grave do motor, o barulhinho da máquina de bilhetes.
Os doubledeckers começaram a funcionar depois da Segunda Guerra para substituir os bondes de Londres. Foram projetados por engenheiros reaproveitados da indústria bélica especialmente para a cidade. Sua morte foi anunciada há 20 anos com a chegada dos quadradões sem cobrador. Em 1996 as autoridades londrinas estabeleceram uma carência de cinco anos para tirá-los de circulação alegando que muita gente se machucava ao sair deles em movimento. Pombas, azar de quem se machuca. Em ônibus nenhum está escrito que o sujeito tem de pular com o bicho andando. Quebrou a perna? Problema da senhora, mora?
Ken Livingstone, que assumiu a Prefeitura em 2000, resolveu reformar a frota e recusou-se a matar os doubledeckers. Eles ganhariam uma sobrevida pelo menos até 2016, data estabelecida pelos pentelhos da União Européia para que todos os ônibus do continente tenham acessos específicos para cadeiras de rodas.
Mas não rolou o prazo. Há dois anos, eram 500 Routemasters rodando alegremente pelas ruas londrinas. Agora, vão ficar apenas 16, fazendo uma rota turística sem grande importância.
Londres, Londres, não és mais a mesma. Quem viu, viu. Quem andou, andou.
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