OS NOVOS DEMÔNIOS

SÃO PAULO (e até amanhã) – Fecho o dia propondo uma reflexão da blogaiada (nossa, que coisa mais séria!). Ela deve ser feita a partir do artigo abaixo de Michael Moore, aquele cineasta que faz ótimos documentários muito críticos ao “American Way of Life”. Quem mandou foi a Joelma Couto, e o original em inglês pode ser lido aqui.

Depois eu volto para comentar.

*****

ADEUS, GM

Escrevo na manhã que marca o fim da toda-poderosa General Motors. Quando chegar a noite, o Presidente dos Estados Unidos terá oficializado o ato: a General Motors, como conhecemos, terá chegado ao fim.

Estou sentado aqui na cidade natal da GM, em Flint, Michigan, rodeado por amigos e familiares ansiosos a respeito do futuro da GM
e da cidade. 40% das casas e estabelecimentos comerciais estão
abandonados por aqui. Imagine o que seria se você vivesse em uma
cidade onde uma a cada duas casas estão vazias. Como você se sentiria?

É com triste ironia que a empresa que inventou a “obsolescência
programada” – a decisão de construir carros que se destroem em poucos
anos, assim o consumidor tem que comprar outro – tenha se tornado ela
mesma obsoleta. Ela se recusou a construir os carros que o público
queria, com baixo consumo de combustível, confortáveis e seguros. Ah,
e que não caíssem aos pedaços depois de dois anos. A GM lutou
aguerridamente contra todas as formas de regulação ambiental e de
segurança. Seus executivos arrogantemente ignoraram os “inferiores”
carros japoneses e alemães, carros que poderiam se tornar um padrão
para os compradores de automóveis. A GM ainda lutou contra o trabalho
sindicalizado, demitindo milhares de empregados apenas para “melhorar”
sua produtividade a curto prazo.

No começo da década de 80, quando a GM estava obtendo lucros recordes,
milhares de postos de trabalho foram movidos para o México e outros
países, destruindo as vidas de dezenas de milhares de trabalhadores
americanos. A estupidez dessa política foi que, ao eliminar a renda de
tantas famílias americanas, eles eliminaram também uma parte dos
compradores de carros. A História irá registrar esse momento da mesma
maneira que registrou a Linha Maginot francesa, ou o envenenamento do
sistema de abastecimento de água dos antigos romanos, que colocaram
chumbo em seus aquedutos.

Pois estamos aqui no leito de morte da General Motors. O corpo ainda
não está frio e eu (ouso dizer) estou adorando. Não se trata do prazer
da vingança contra uma corporação que destruiu a minha cidade natal,
trazendo miséria, desestruturação familiar, debilitação física e
mental, alcoolismo e dependência por drogas para as pessoas que
cresceram junto comigo. Também não sinto prazer sabendo que mais de 21
mil trabalhadores da GM serão informados que eles também perderam o
emprego.

Mas você, eu e o resto dos EUA somos donos de uma montadora de carros!
Eu sei, eu sei – quem no planeta Terra quer ser dono de uma empresa de
carros? Quem entre nós quer ver 50 bilhões de dólares de impostos
jogados no ralo para tentar salvar a GM? Vamos ser claros a respeito
disso: a única forma de salvar a GM é matar a GM. Salvar a preciosa
infra-estrutura industrial, no entanto, é outra conversa e deve ser
prioridade máxima.

Se permitirmos o fechamento das fábricas, perceberemos que elas
poderiam ter sido responsáveis pela construção dos sistemas de energia
alternativos que hoje tanto precisamos. E quando nos dermos conta que
a melhor forma de nos transportarmos é sobre bondes, trens-bala e
ônibus limpos, como faremos para reconstruir essa infra-estrutura se
deixamos morrer toda a nossa capacidade industrial e a mão-de-obra
especializada?

Já que a GM será “reorganizada” pelo governo federal e pela corte de
falências, aqui vai uma sugestão ao Presidente Obama, para o bem dos
trabalhadores, da GM, das comunidades e da nação. 20 anos atrás eu fiz
o filme “Roger & Eu”, onde tentava alertar as pessoas sobre o futuro
da GM. Se as estruturas de poder e os comentaristas políticos tivessem
ouvido, talvez boa parte do que está acontecendo agora pudesse ter
sido evitada. Baseado nesse histórico, solicito que a seguinte ideia
seja considerada:

1. Assim como o Presidente Roosevelt fez depois do ataque a Pearl
Harbor, o Presidente (Obama) deve dizer à nação que estamos em guerra
e que devemos imediatamente converter nossas fábricas de carros em
indústrias de transporte coletivo e veículos que usem energia
alternativa. Em 1942, depois de alguns meses, a GM interrompeu sua
produção de automóveis e adaptou suas linhas de montagem para
construir aviões, tanques e metralhadoras. Esta conversão não levou
muito tempo. Todos apoiaram. E os nazistas foram derrotados.

Estamos agora em um tipo diferente de guerra – uma guerra que nós
travamos contra o ecossistema, conduzida pelos nossos líderes
corporativos. Essa guerra tem duas frentes. Uma está em Detroit. Os
produtos das fábricas da GM, Ford e Chrysler constituem hoje
verdadeiras armas de destruição em massa, responsáveis pelas mudanças
climáticas e pelo derretimento da calota polar.

As coisas que chamamos de “carros” podem ser divertidas de dirigir,
mas se assemelham a adagas espetadas no coração da Mãe Natureza.
Continuar a construir essas “coisas” irá levar à ruína a nossa espécie
e boa parte do planeta.

A outra frente desta guerra está sendo bancada pela indústria do
petróleo contra você e eu. Eles estão comprometidos a extrair todo o
petróleo localizado debaixo da terra. Eles sabem que estão “chupando
até o caroço”. E como os madeireiros que ficaram milionários no começo
do século 20, eles não estão nem aí para as futuras gerações.

Os barões do petróleo não estão contando ao público o que sabem ser
verdade: que temos apenas mais algumas décadas de petróleo no planeta.
À medida que esse dia se aproxima, é bom estar preparado para o
surgimento de pessoas dispostas a matar e serem mortas por um litro de
gasolina.

Agora que o Presidente Obama tem o controle da GM, deve imediatamente
converter suas fábricas para novos e necessários usos.

2. Não coloque mais US$30 bilhões nos cofres da GM para que ela
continue a fabricar carros. Em vez disso, use este dinheiro para
manter a força de trabalho empregada, assim eles poderão começar a
construir os meios de transporte do século XXI.

3. Anuncie que teremos trens-bala cruzando o país em cinco anos. O
Japão está celebrando o 45o aniversário do seu primeiro trem bala este
ano. Agora eles já têm dezenas. A velocidade média: 265km/h. Média de
atrasos nos trens: 30 segundos. Eles já têm esses trens há quase 5
décadas e nós não temos sequer um! O fato de já existir tecnologia
capaz de nos transportar de Nova Iorque até Los Angeles em 17 horas de
trem e que esta tecnologia não tenha sido usada é algo criminoso.
Vamos contratar os desempregados para construir linhas de trem por
todo o país. De Chicago até Detroit em menos de 2 horas. De Miami a
Washington em menos de 7 horas. Denver a Dallas em 5h30. Isso pode ser
feito agora.

4. Comece um programa para instalar linhas de bondes (veículos leves
sobre trilhos) em todas as nossas cidades de tamanho médio. Construa
esses trens nas fábricas da GM. E contrate mão-de-obra local para
instalar e manter esse sistema funcionando.

5. Para as pessoas nas áreas rurais não servidas pelas linhas de
bonde, faça com que as fábricas da GM construam ônibus energeticamente
eficientes e limpos.

6. Por enquanto, algumas destas fábricas podem produzir carros
híbridos ou elétricos (e suas baterias). Levará algum tempo para que
as pessoas se acostumem às novas formas de se transportar, então se
ainda teremos automóveis, que eles sejam melhores do que os atuais.
Podemos começar a construir tudo isso nos próximos meses (não acredite
em quem lhe disser que a adaptação das fábricas levará alguns anos –
isso não é verdade)

7. Transforme algumas das fábricas abandonadas da GM em espaços para
moinhos de vento, painéis solares e outras formas de energia
alternativa. Precisamos de milhares de painéis solares imediatamente.
E temos mão-de-obra capacitada a construí-los.

8. Dê incentivos fiscais àqueles que usem carros híbridos, ônibus ou
trens. Também incentive os que convertem suas casas para usar energia
alternativa.

9. Para ajudar a financiar este projeto, coloque US$ 2,00 de imposto
em cada galão de gasolina. Isso irá fazer com que mais e mais pessoas
convertam seus carros para modelos mais econômicos ou passem a usar as
novas linhas de bondes que os antigos fabricantes de automóveis irão
construir.

Bom, esse é um começo. Mas por favor, não salve a General Motors, já
que uma versão reduzida da companhia não fará nada a não ser construir
mais Chevys ou Cadillacs. Isso não é uma solução de longo prazo.

Cem anos atrás, os fundadores da General Motors convenceram o mundo a
desistir dos cavalos e carroças por uma nova forma de locomoção. Agora
é hora de dizermos adeus ao motor a combustão. Parece que ele nos
serviu bem durante algum tempo. Nós aproveitamos restaurantes
drive-thru. Nós fizemos sexo no banco da frente – e no de trás também.
Nós assistimos filmes em cinemas drive-in, fomos à corridas de Nascar
ao redor do país e vimos o Oceano Pacífico pela primeira vez através
da janela de um carro na Highway 1. E agora isso chegou ao fim. É um
novo dia e um novo século. O Presidente – e os sindicatos dos
trabalhadores da indústria automobilística – devem aproveitar esse
momento para fazer uma bela limonada com este limão amargo e triste.

Ontem, a último sobrevivente do Titanic morreu. Ela escapou da morte
certa naquela noite e viveu por mais 97 anos.
Nós podemos sobreviver ao nosso Titanic em todas as “Flint –
Michigans” deste país. 60% da General Motors é nossa. E eu acho que
nós podemos fazer um trabalho melhor.

*****

É difícil não concordar com Moore, que é um sujeito muito eloquente e convincente, embora seja acusado, aqui e ali, de manipular fatos e dados para chegar às conclusões que deseja. Ele não é unanimidade nos EUA e em lugar algum, mas estou entre aqueles que admiram sua tenacidade para mostrar o que acha que está errado e, algumas vezes, apresentar soluções que muitas vezes parecem simplistas e inviáveis sob a luz da racionalidade.

A reflexão que esse texto nos leva a fazer é: qual o futuro desse negócio de que a gente gosta tanto, os carros? Serão eles, mesmo, os grandes vilões da humanidade? Por que, de um dia para o outro, qualquer coisa que tenha rodas e um motor virou um demônio?

Carros sempre foram, desde o início do século passado, quando a Ford os transformou em um produto acessível para qualquer mortal, um símbolo de liberdade e mobilidade. Graças a eles, a raça humana ganhou velocidade para ir de um lugar a outro. Os carros (e seus derivados) encurtaram distâncias, aproximaram pessoas, espalharam o progresso. É impossível imaginar o mundo sem eles.

O tempo foi passando e eles foram deixando de ser apenas um meio de transporte. Ganharam caras e formas, potência e charme. Realizaram sonhos e permitiram às pessoas ver o mundo à sua volta, foram para as telas do cinema, para as páginas dos livros, viraram objetos de culto.

Hoje não são vistos como nada disso, são o Mal esculpido em ferro, plástico e borracha, poluem, engarrafam as ruas, matam, furam a camada de ozônio, causam doenças respiratórias, derretem as geleiras, aquecem o planeta. Exagerando, gostar de carros é como fumar, faz de você um pária da sociedade, as fábricas quase se envergonham daquilo que produzem.

Mas e tudo aquilo que eles sempre foram, não vale mais nada? O prazer de pegar uma estrada com os vidros abertos, de rasgar o asfalto, de se sentir livre para ir aonde quiser ouvindo o murmúrio de um motor, o ronronar dos pneus no silêncio da noite, de se sentir parte dele, isso não conta mais?

As pessoas ainda gostam dos seus carros como eu, por exemplo, que nesta semana estou completamente apaixonado pelo jipinho russo que apareceu na minha garagem? Seremos todos uns foras-de-moda, cafonas e antiquados, condenados aos olhares de censura da modernidade?

Sei lá. Gosto dos meus carrinhos. Vou pegar meu jipinho nesta noite fria, ligar o ar quente e dar uma volta pela cidade. E se alguém olhar feio para ele e para mim, vou fingir que não vi.

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Daniel Ramos de Oliveira
Daniel Ramos de Oliveira
14 anos atrás

O texto dele foi simplesmente ótimo.Tudo bem eu concordo com ele quando diz sobre os erros da GM,mas eu acredito que todos nós apaxoinados por carros adora ouvir o ronco de um potetente motor V8 rocando alto na sua frente,e sentindo toda a emoção de está acelerando e sabendo que você é o centro das atenções,e quando agente tá dentro de um desse,sem duvida acaba se esquecendo disso.Mas acredito que apartir de agora as pessoas vão querer ver carros mais ecológicos nas,mas tomara que nunca aconteça essas coisa de carro voador,carro que dirige sozinho etc,ideias absurdas que eriam acabar com a senção boa que é dirigir um carro,mas bem que as empresas poderiam começar a instalar motores movidos a Ethanol(o Brasileiro claro),Hidrogenio,Movidos a Eletrecidade e deixar o plástico,aço e outras coisas,para se utilizar materiais ecológicos,como a variedade de óleos e fibras que são produzidas atualmente,e que poderiam ser utilizadas tranquilamente no lugar desses materias que são usados atualmente.

Hugo R.C
Hugo R.C
14 anos atrás

Não acho que a grande questão aqui seja o carro prestar ou não, a GM ser ou não a grande vilã deste enredo construído pelo M. Moore. O que não acho decente é o contribuinte Norte Americano (e nós também, por tabela, que pagamos essa farra do empresariado de potencias imperialistas) arcar com os prejuízos do capital privado. Durante as décadas de gordos lucros nunca vi a presidência da GM, ou de empresa alguma, ou seus acionistas e executivos bem pagos, distribuindo dinheiro para caridade, ou se preocupando com níveis de desemprego. Nesse ponto concordo com Moore, que se estatize a tal defunta, diminuindo os efeitos nocivos no mercado, nas nossas vidas, pobres mortais, atendendo a uma finalidade pública, ao invés de ficar injetando dinheiro publico no negocio privado, bancando a irresponsabilidade desses senhores. Ou então que a enterre logo, antes que comece a feder. Aliás, isso do governo ficar cedendo generosas quantias de impostos para empresário parece que virou moda recente, mas se fomos investigar melhor, veremos que essa prática é mais comum que se julga parecer. O problema é que, agora, se perdeu a vergonha, se faz “na cara” mesmo. Por isso costumo dizer que o interesse público é mais privado que se imagina. Não é por um acaso que os financiadores de campanhas eleitorais se incomodam tanto com um sistema eleitoral de financiamento exclusivamente público, que acabe com a chantagem, a dependência econômica da pecúnia privada nas candidaturas, na negociata as obscuras, na pilhagem da maquina pública. Ficamos aqui com discussões ingênuas, idealismos tolos, mas o fato é que nem temos idéia da sujeira que rola nos bastidores do poder, nem na bolada alta que está por trás disso tudo. É a mais pura verdade. Infelizmente.

Lucas
Lucas
14 anos atrás

Acabei me esquecendo…
Pergunte aos ricaços e depois aos nossos políticos qual é à conta de luz gás e quanto se gasta por mês com combustível (carro helicóptero, avião, trem).
Depois senta e chora, pois vocês espertalhões não podem gastar tanto com essas coisas legais (carrões, hidros, Paris, Dubai, Polinésia Francesa). Preferem economizar sua mísera conta de água luz ou o que seja…
Pois não tem piscina nem 10 TVS de plasma, tão pouco um carrão na garagem.
Abre o olho gente não estão cansados de fazer tudo para os outros viverem bem?
Não sei nem como uma pessoa viveria nos dias de hoje sem utilizar coisa que poluem (seja diretamente ou indiretamente)

Lucas
Lucas
14 anos atrás

Parece até que esse bando de gente preocupada com a “poluição” acha que um dia vamos viver como em Blade Runner.
É um bando de chatos.
Quanta energia é gasta para se fabricar um par de tênis?
Quanta energia é gasta para se fabricar um componente eletrônico do seu computador? Quanto lixo é produzido pelos ditos “eletrônicos” computadores que não tem mais uso e o escambal? Não olhem para nosso país, pois ele não é parâmetro pra nada…
Olhem para os países ricos… Onde vocês acham que vão parar computadores obsoletos em países ricos? INCLUSÃO DIGITAL? HA HA HA
Quanto dinheiro vocês acham que as indústrias ganham? Quanto dinheiro vocês acham que se gasta para “despoluir qualquer coisa”? Despoluir qualquer coisa é uma ação eficiente? De que modo?
Ninguém se pergunta essas coisas?
Simplesmente VOMITAM para todos os lados que o mundo vai acabar que a água vai acabar e o que valha.
ESSES MESMOS CARAS andam de avião (polui pacas) usam produtos industrializados (as indústrias que os fabricam polui em pacas) todo tem suas casas, com luz elétrica, água encanada e esgoto, vivem em grandes metrópole e o cacete.
Pergunta para um pobrezinho que mora no interior do sei La onde se ele se importa com essa baboseira… Esse cara quem uma geladeira, uma TV, um burrinho e meia dúzia de vacas. Pergunte a um CHINES bem La do interior da china o que ele acha disso…
Vão à merda… O mundo é muito maior que um bando de rico querendo cagar regras… O mundo precisa de outras coisas e não de um bando de ecochato pentelho que fala um monte de merda e os bestas acreditam…
Como já dizia Anatole France
“Se 5 bilhões de pessoas acreditam em uma coisa estúpida, essa coisa continua sendo uma coisa estúpida”

A poluição é um problema de todos? Que seja. Existem problemas muito maiores pra se preocupar.
A poluição não vai acabar com o mundo nem nada disso… Acabaremos-nos com nos mesmos uma hora ou outra e não teremos tempo de usufruir do nosso universo Blade Runner.

As favas

Edilson Vieira
Edilson Vieira
14 anos atrás

O problema não é o carro, mas, o que foi feito da invenção de Daimler e Benz. Há muito tempo que os motores á combustão deveriam ter sido encerrados (a patente do carro elétrico é de 1920!) são os motores a explosão que poluem e destroem mais a natureza, mas do que qualquer fábrica. O problema é que os americanos da industria petrolifera do começo do século passado achavam que suas reservas seriam suficientes ou podiam dominar os “atrasados” árabes e explorar todo o petroleo do jeito que bem entendessem. Todo mundo paga caro por isso hoje. Se hoje tívessemso carros a hidrogenio, ou eletricos em massa, a historia seria outra. Ah, mas sossegue, FG, vai demorar outro século para que os carros deixem de ser o que significam para nós ainda hj.

Side Show Bob
Side Show Bob
14 anos atrás

Não adianta falar em reduzir emissão de carbono na atmosfera, seja através de bondinhos elétricos, ou impedindo a queima sistemática de áreas florestais.

O único caminho é a urgente redução nos níveis de natalidade.

Não adianta acabar com carros com motores de combustão interna, enquanto o petróleo continuará sendo extraído para fabricar plástico, isopor e fertilizantes para saciar necessidades básicas de um crescimento populacional vertiginoso e irresponsável.

Poluição, ocupação desordenada do solo, criminalidade, escassez de alimentos, destruição dos mananciais de água passível de potabilidade…

Tudo isto é inútil discutir, sem antes, ter um objetivo, concreto e coercetivo controle de natalidade.

Quanto ao discurso do Michael Moore, tão óbvio e cheio de clichés como normalmente ele faz com uma câmera nas mãos. Uma elégia ao politicamente correto e ao irreal.

Rafael Jorgens.
Rafael Jorgens.
14 anos atrás

E isso que a GM acabou com os bondinhos nos states.

Luis
Luis
14 anos atrás

A GM, ah a GM…
O mundo em mudança constante, tudo muda, amanhã tudo será diferente. Não sei se melhor, mas será diferente.
Pode ser que não saia pra trabalhar. Poderei ficar em casa por vários motivos, vou tentar enumerar alguns deles.
– Os produtos que produzo duram por volta de cinco anos, porém incentivamos o consumo desenfreado deles para que eu possa produzir cada vez mais e pior.
– Os meus chefes, acho eu, que não têm nem idéia do que produzo, a maioria deles, não tem a mínima idéia do que produzo e de como produzo, apenas querem que eu produza mais e “melhor”, aliás, eles nunca estiveram em um chão de fábrica.
– Os meus chefes ganharam “bônus” que eu não sei qual o motivo, e acredito que nem eles saibam, mas claro que o bônus que eles ganharam é maior que o salário que eu iria ganhar na mesma companhia se trabalhasse lá por toda a minha vida.
– Executivos, ah os executivos, estes ganham cada vez mais, fazem cursos no exterior, falam diversas línguas que eu não sabia nem que existiam, porém não tem a mínima idéia de como um motor de carro funciona, não tem a mínima idéia de como um carro é produzido.
– Mas eles se preocuparam. Preocuparam-se em absorver outras marcas que tinham qualidade e história como principal produto, e agora não tem futuro.
– Os executivos, ah os executivos. Estes estarão em outras empresas, ganhando bônus ainda maiores, “alavancando” negócios ainda maiores, porém com um futuro breve e certo.
– Os funcionários da GM sabem muito bem disso.
– Eu provavelmente saberei em breve…

Ivan Tadeu
Ivan Tadeu
14 anos atrás

Flávio,
O Michael Moore é um idiota: simples assim!

carlos alberto moraes
carlos alberto moraes
14 anos atrás

com esta onda de motores com consumo menor la o governo deixa de ganhar muito em impostos , quero ver como vao tirar esta diferença .

Marilia Compagnoni Martins
Marilia Compagnoni Martins
14 anos atrás

eu tb quero uma garagem onde jipinhos russos apareçam!!!! :P

Lucas
Lucas
14 anos atrás

Esse papo ecochato já deu nos colchões.
Porque diabos nos do terceiro mundo (não que o texto diga isso) deveríamos nos preocupar com consumo de energia ou poluição??
Veja bem:
As mega indústrias não vão deixar de poluir (e vão encher o rabo de seus donos de dinheiro)
Os países de primeiro mundo não vão deixar de consumir produtos que consomem energia (um americano médio tem cinco TVs em sua casa, dois carros com motor grande, consomem uma enormidade de produtos, que para serem feitos, poluem e gastam uma infinidade de energia e sem ser repetitivo, encher o traseiro dos donos de dinheiro).
Uma indústria, por exemplo, que fabrica aço ou como a COSIPA, ou uma que produz fertilizante, deve poluir em um dia o mesmo que do todos os carros da cidade de São Paulo poluem em um mês.
Esse papo de consumo de energia só vale pra pobre. O rico não vai deixar de consumir a qualquer custo a energia que consome.

Penso que muita coisa que é dita o pessoal engole porque acha bonito, legal, politicamente correto. Ninguém para pra pensar e comparar a quantidade de energia que um cidadão brasileiro consome contra a quantidade de energia que um americano comum consome (o mesmo vale para a poluição)

Abre o olho pessoal… Esse papo de que a água vai acabar é papo furado antes disso nos Seres Humanos não mais estaremos por aqui. O mesmo vale para as florestas e o escambal. Árvore não limpa ar nenhum, os fabricantes O2 do nosso planeta se chamam Cianofíceas ou ciano-bactérias.
Para acabar um misero vulcão, isso mesmo um misero vulcão ativo, produz em um dia o mesmo que TODOS OS SERES HUMANOS PRODUZEM EM um ANO dos ditos gases de efeito estufa (diga-se de passagem, que o efeito estufa é natural do planeta terra sempre existiu mesmo milhões de anos antes de nos darmos a cara nesse planeta).

Não sejam enganados e sempre se lembre que os ricos consomem e nunca vão parar de consumir

Luciano
Luciano
14 anos atrás

Olha Flavio, esse texto do Michael Moore tem toda a coerência, mas o grande problema está neste mundinho chamado EUA, que é onde ele vive. Admiro a eloquência e sensatez dos textos e filmes dele, mas todos eles miram os EUA somente, assim como o “American Way of Life” – e essa verdadeira zona economico-ecológica que o mundo virou se deve em enorme parte aos EUA. É muito poético falar para o mundo usar trens bala (acho que é assim) e deixar os carros de lado, mas dizer que os carros já nos serviram demais é coisa para americano ouvir, principalmente por possuírem – até hoje – peruas e carros enormes, beberrões e pesados, que engolem a natureza, enquanto que o restante do mundo dirige veículos mais leves, menores e tão seguros e ágeis (ou mais) quanto as banheiras americanas dos últimos tempos – e olha que eu sou um apaixonado pelos carros americanos das décadas de 50 e 60!
É tudo questão de bom senso – não tem a menor lógica usar uma Veraneio para ir trabalhar, sozinho, todos os dias; assim como é ridículo hoje alguém dizer que não recicla pois “não tem tempo” ou “o poder público tinha que fazer isso” – não se trata só de carro, GM ou petróleo, trata-se de mudanças de prática, para mudar a cultura! O mundo não sustentaria nunca cinco países iguais aos EUA (e estamos nesta pindaíba porcausa disso), mas falar para algém guardar em casa e ir de trem bala é simples quando se tem um carro (ou até dois) na garagem, e mora numa linda casa – diga isso a quem pega um ou dois ônibus lotadaços para o trabalho/escola todo o dia, e tem que abreviar horas de sono porcausa disso; ou então tem que se isolar no bairro ou cidade onde mora devida a falta de carro. Posso estar sendo muito duro no meu comentário, mas vejo que ele é muito específico para a realidade americana (e porque não, canadense), que é bem diferente do resto do mundo. O meu grande receio é que isso acabe virando o padrão para TODO O MUNDO, e todo o mundo vire bandido de uma hora para outra.
Fui na terça-feira para Floripa no meu Opala 74, saindo daqui de São Bernardo do Campo, e voltei para cá ontem. Foi um tesão de viagem, e se pudesse, faria tudo de novo hoje (e vou fazer o ano que vem, com algum outro antigo – se quiser, mando uma foto dele em Floripa). Realizei um sonho (sim, sempre quis viajar de carro antigo até algum lugar mais longe que a esquina), e recomendo a cada um que tenha carro antigo a deixá-lo em ordem para aguentar o tranco e colocá-lo na estrada, pois é bom para todo o mundo; e se algum eco-chato me olhar torto, eu não vou querer nem saber, pois por outro lado, preservamos e fazemos a história rodar. E não vai ser porcausa deles que vou vender meu Opala, o GTB, o Fusca ou qq outro carro (seja antigo ou novo), e me espremer no ônibus desregulado e superlotado para fazer o que precisar fazer, ou então ver o mundo deixar de ter um certo conforto porque os americanos estão falindo e não poderão mais manter dois SUVs gigantes na garagem (mas podem continuar comendo em uma semana a mesma quantidade de calorias que muitos brasileiros, chineses e indianos comem em três meses – aliás, alguém fala desse tipo de impacto ambiental provocado pelo consumo exagerado de alimentos e a consequente sobrecarga à cadeia produtiva de alimentos, remédios e insumos hospitalares, e quais os efeitos colateriais para o planeta?).
Um abraço!

José Renato
José Renato
14 anos atrás

Não perdi tempo lendo o texto, apenas li os seus comentários.

Mas, invariavelmente, tem sido assim, em tudo o que a gente vive: o óleo das frituras, por exemplo, é o responsável pela poluição das águas, e não se fala das grandes indústrias que, para ganhar rios de dinheiro, degradam os rios, que já não são mais só de água.

Acho que cada um deve ser responsável pelo bem estar geral, mas dentro dos limites.

Eu, por exemplo, vou tirar o catalisador do meu carro! hahaha.

Abraços

Marcio cordeiro
Marcio cordeiro
14 anos atrás

Brasil e EUA nao investem em trens bala, trens -balas ,trembalas? porque eles transferem todo seu orçamento na confecçao de balas ou uso das mesmas.EUA nas guerras e Brasil no trafico internacional pra abastecer os antes prodres de ricas fossas nasais europeias e norte americanas.

Mário Mesquita
Mário Mesquita
14 anos atrás

Pô, então se eu sair com meu LeBaron podre, eu vou preso? Ele polui mais pela “farofa” de ferrugem que deixa na pista… Vou trocar por um Gordini então. Para as pessoas deixarem mais o carro em casa, transporte publico decente e barato resolve. Aqui no Rio pra se ter um confortinho, só de van. Curioso é o monte de onibus para a zona sul vazios, já pro suburbio, lata de sardinha. Assim não dá pra ser feliz! Se o cara consegue comprar um chevelho ou uma moto, já tá dando uma banana pro busão. Para homenagear a Chevrolet vou dar uma volta no meu 52 esse fim de semana. R.I.P. Chevy!

Enio Peixoto
Enio Peixoto
14 anos atrás

“À medida que esse dia se aproxima, é bom estar preparado para o surgimento de pessoas dispostas a matar e serem mortas por um litro de gasolina.”

Já tem americano matando e morrendo por gasolina lá no Iraque.

Moore é meio exagerado, mas tem razão. Como é que um país de dimensões continentais como os EUA (e o Brasil também) não tem trem bala.

Minervino (Escatologia vs Saudosismo)
Minervino (Escatologia vs Saudosismo)
14 anos atrás

Os combustíveis, as florestas, os oceanos (água doce já era!), o feijão com arroz…. tudo vai acabar. Inclusive o mundo e quem o inventou. Tudo vai acabar, tudo. E pra que tanta gritaria? Estamos apressando as coisas tão-somente. Se eu pudesse teria quantos carros quisesse. É isso!

Mas eu gostaria de morar bem pertinho de onde trabalho, ir e voltar a pé… No fundo, eu sou um saudosista!

Emerson Sanches Huguenin
14 anos atrás

O moore é muito bom. Exagero à parte, ele tem muita razão no que diz. Temos apenas visão da marca GM como veiculo, fabricante dos carros Chevrolet, Opel, etc, mas não sabenos nada sobre o que há por trás desses grandes conglomerados. Suas práticas trabalhistas e comerciais. Acho que a GM deve mesmo falir como marca, como empresa, porém o parque, a estrutura industrial devem permanecer. E veja que ironia, os EUA, o simbolo do capitalismo virando donos do capital. Sinal dos tempos.

Oliveira
Oliveira
14 anos atrás

Tudo tem um tempo.

Um fidalgo que passou pela transição do cavalo para o carro, provavelmente estaria suspirando de saudade antecipada como tu e dizendo… como viver num mundo sem a cavalgada matinal no meu puro sangue…?

Mas chegou um tempo que era tanto cocô de cavalo nas cidades que eles foram banidos… Em NY li que tinham centenas de milhares de cavalos andando e “cagando”… puxando bondes, carroças etc…

Cada época tem um prazer e desprazeres.

O que me motiva é que nem tudo é como dizem.

Já disseram que quando o homem chegasse a 80 kilômetros por hora, morreria sem ar…

Já disseram na década de 60 que hoje o mundo entraria em colapso por causa da incapacidade de alimentar tanta gente…

Eu sou um otimista.
Homens criativos sempre irão se superar e…

… inventar uma “turbina” que puxe água salgada no oceano e faça jorrar a mesma a custo baixo nos centros das cidades e do campo…

… inventar um novo sistema econômico que não seja baseado no sempre aumento dos índices de produção, no lucro e consumo desenfreado, etc, e que não seja nem capitalismo nem comunismo…

… inventar tecnologias de informação que permitam que o homem trabalhe sem sair de casa para tudo, e quando sair, até pegará pouco trânsito, pois os hábitos e os fazeres poderão todos ser feitos sem arredar o pé de casa…

… inventar transportes viáveis para um terra de bilhões de humanos…

Enfim se homens criativos não se superarem, a guerra será reinventada, bilhões morrem e um novo tempo começa.

Prefiro pensar otimistamente.

A tecnologia vai se superar, e poderemos viajar pelo mundo sem sair de casa, trabalhar sem sair de casa, gastar o tempo em mais caminhadas, conversas, e viver com um teto… tipo este da fórmula 1, que vão colocando freios para que não passe a ser um carro dando voltas feitas por computadores, com um boneco bonitinho sentado segurando o volante para que o circo não acabe.

Vou sentir saudades do carro, assim como o fidalgo sentirá falta dos passeios matinais de charrete no seu puro sangue.

Mas o fidalgo morreu e eu também vou morrer, e meus filhos e netos vão olhar para o carro assim como eu olho para a charrete… peças de museu e uma outra vida e uma outra época.

Eu que tenho medo de andar de avião, vou me deliciar poder navegar em tempo real por qualquer lugar que seja no mundo a partir de bilhões de câmeras instaladas nos lugares públicos. Turismo tecnológico sem sair de casa.

É um belo tema para se discutir e um excelente tempo para se viver… um tempo de mudança e de oportunidades.

Me desculpe… escrevi demais.

Um dia quem sabe, pego o trem bala aqui em SC, vou até SP em 1 hora, pego uma bicicleta e vou pedalando até o seu museu, lá vemos os seus carros todos estacionados, você me dá um aula de história, rimos, bebemos um copo de vinho, pego a bicicleta no final da tarde, pego o trem bala, mais 1 hora, e no início da noite estou jantando em casa e contando suas histórias para a minha velha e para os meus netos, isto se eles não forem comigo para verem pessoalmente o que é um lada.

Hoje se pergunto para a minha filha o que é uma charrete…? Ela …
Amanhã eu vou perguntar para os meus netos o que é um lada…? E eles …

Tudo tem um tempo.

Ivan Drumond
Ivan Drumond
14 anos atrás

Eu adoro meu carro. O Voyagin me leva pra onde preciso ir e não me deixa na mão. Gosto tanto dele que ano passado percebi que eu era um sobre-rodas. Pra tudo que precisava de mais de 100 m de deslocamento eu usava o carro.

Aí percebi que tenho pernas. E que se não usá-las, elas não durarão muito. Então descobri que gosto mais das minhas pernas que do meu carro.

Passei a usá-lo como vem escrito no documento de licenciamento: automóvel de passeio.

Hoje eu ando a pé, mas se for mais de 30 min. de caminhada eu pego um ônibus, se não tiver busum pra lá eu pego um táxi e se for custar muito caro aí eu tiro o Voyage da garagem a trabalho.

Fora isso ele só roda mesmo a passeio. Mas se no passeio for rolar birita, TX é o esquema.

Fazendo tudo isso descobri que nosso sistema de transporte coletivo é mesmo uma merda, custa muito caro, é sujo, desconfortável e por aí vai. O motorista brasileiro é um idiota, se acha melhor que todo mundo e vai passando por cima dos pedestres, muitos dos quais são tão idiotas quanto os motoristas.

O problema não é o carro, e sim o mau uso dele.

Pra corrigir vai custar caro, muito caro. E vai precisar de gente boa no comando, coisa que espero ver antes de meus netos nascerem.

Daniel
Daniel
14 anos atrás

acho que mudar o perfil da GM (afinal é GENERAL motors) e talvez até direcionar suas plantar para a produção de transportes coletivos. Só não acho que é preciso alfinetar toda a industria de automoveis como argumento….

luidhi
luidhi
14 anos atrás

Mais preocupação que tenho do que acabar com os motores a combustão é acabar com os jornalistas como você, Geraldo Tite Simões e Bob Sharp, que não tem medo de expor sua opinião, mesmo contrário a maioria.

É uma espécie em extinção, assim como bons engenheiros, profissionais de TI, vendedores (aqueles que conhecem o assunto do que estão vendendo) e outros profissionais.

Sobre carros a combustão, concordo que deve prevalecer o transporte coletivo e menos poluidor nas grandes metrópoles.

Isso não significa a extinção dos carros, muito pelo contrário, não sinto prazer em ficar 2h em um carro para percorrer 20 km.

Dá para fazer combustível até de lixo, ainda se utiliza petróleo porque é barato em relação a outros combustíveis.

A idade da pedra não acabou por falta de pedras. Nem a idade do petróleo vai acabar por falta de petróleo.

[]’s

Fábio Peres da Silva
Fábio Peres da Silva
14 anos atrás

Creio que o problema, amigos, é mais embaixo …

Por mais que não queiramos compreender, o problema maior não está só em andar de carro, mas sim em depender do carro para absolutamente tudo, o que ocorre porque a maior parte dos habitantes das grandes cidades (e médias também, principalmente) moram longe de seu ambiente de trabalho, e, portanto, devem optar por uma das duas alternativas, ambas desagradáveis:

– ou se movem pelo sempre cheio e complicado transporte coletivo (caso dos mais pobres);
– ou se movem pelos carros, confortáveis, porém poluentes (caso dos mais ricos).

Existem alternativas? Sim, com certeza.

Entretanto o uso delas está limitado pela praticidade – bicicletas, por exemplo, não funcionam em cidades onde há muitos aclives e declives (caso de São Paulo e, porque não, Lisboa, a única capital européia onde a onda das ciclovias não funcionou); VLT´s, os bondes modernos, não são mais rápidos do que ônibus nem são versáteis, pois andam por trilhos; e carros pequenos são limitados pelo desejo e pela necessidade dos consumidores (vender Smart para quem gosta de espaço é, no mínimo, uma furada sem tamanho).

Existem alternativas? Sem dúvida – mas quem quer topar mudanças reais no estilo e na estrutura de suas vidas, para viver de forma sustentável, inteligente e, principalmente, prática?

Luiz Eduardo
Luiz Eduardo
14 anos atrás

A minha modesta opinião: tenho 53 anos e sou fanáticamente apaixonado por carros desde que me lembro de alguma coisa, porém hoje tenho que admitir que os carros, da forma como se apresentam, tornaram-se realmente vilões. Cada vez mais os carros vem deixando de ser um bem utilitário para se tornar um símbolo, pois só isso me explica a enxurrada de SUV’s que jamais passaram por um único metro de estrada sem pavimentação, Pick-up’s com caçamba coberta ou repletas de equipamentos de som e outras aberrações, a última uma BMW monstrenga, misto de Jeep com carro esporte fast-back . A meu ver, uma idiotice de péssimo gosto. Carros que deveriam diminuir de tamanho, pelo contrário, aumentam a cada nova versão e são festejados pelos “especialistas”. Ou seja, os dinossauros estão crescendo ao invés de serem extintos. A engenharia automotiva deveria estar voltada para a adaptação do automóvel a um mundo que exige cada vez mais maiores cuidados e carinhosos tratos. Os carros devem diminuir ao invés de aumentar, ninguém, por mais rico que seja, precisa de um motor com 400 ou 500hps em sua “barca” e ostentação é coisa fora de moda ou de emergentes de mau gosto. Pior do que fumar nos bares da noite é sair por aí a bordo de uma nave com um motor enorme, que além de sujar o ar ocupa espaço nas ruas. Podemos todos ter carros pequenos ou médios, com motores eficientes e mais limpos e ainda assim divertidos. Porque não novas versões de Romi-Isettas, Smarts mais em conta ou os velhos Mini-Coopers com motores modernizados e engenharia atualizada (não é a última versão). Alguém realmente precisa de um carro maior que um Golf e motor 1.6? Mais que isso é desperdício tanto na construção como na utilização. Além disto temos de usar combustíveis alternativos, álcool no caso do Brasil e eletricidade em outros lugares, bem como privilegiar enormemente o transporte coletivo, criando novas alternativas para ele. Ou o caos.

Jeambro
Jeambro
14 anos atrás

E o Lisarb, como diz o Tite, andando na contra-mão, cada vez mais SUV´s poluindo e enchendo o saco nas ruas, com sua madames indo nos cabeleireiros e buscando os filhos na escola (é mais seguro pros pimpolhos). Haja.

Nadson
Nadson
14 anos atrás

Ele retratou bem o problema, que no Brasil, é mais grave ainda.

O Transporte público deveria ser priorizado, para que não fiquemos horas em congestionamentos intermináveis, poluindo o ambiente e jogando fora muito dinheiro.

Se tivéssemos um sistema de transporte descente, poucos se utilizariam de carro diariamente como hoje. Nele podemos ler, dormir, bater papo, conhecer pessoas, jogar estudar, ao invés de nos estressarmos.

Só enfrentaria o trânsito, quem quisesse, caso ele ainda existisse.

Dessa forma, todos levariam vantagem. As pessoas que hoje se utilizam do péssimo serviço de transporte público e as pessoas que precisam ou simplesmente querem utilizar seus veículos particulares.

Daniel
Daniel
14 anos atrás

Pois eu digo que todos deveríamos voltar ao tempo dos cavalos. Todos os prédios teriam baias no subsolo, e os lugares públicos teriam grandes troncos onde pudéssemos amarrá-los. Seria bem legal.

Leonardo
Leonardo
14 anos atrás
Leandro 440 magnum
Leandro 440 magnum
14 anos atrás

Se alguem se sentiu sensibilizado com as declaracoes do Moore pode
jogar suas adagas ,especialmente da marca Chrysler, em meu quintal.

Rodrigo Mora
Rodrigo Mora
14 anos atrás

Com o Flavio eu concordo, como de costume. Com o Moore, nem tanto. Em relação às críticas à GM, irretocável. A GM tá nessa merda toda por ser arrogante, esbanjadora e fabricar carros com apelo emocional, mas com qualidade bem inferior a japoneses e alemães.

Só que Michael Moore esquece que carros são úteis, sim, à humanidade. Ele reclama que a GM acabou com milhares de postos de trabalho. Oras, postos de trabalho ocupados por gente construindo….carros! Concordo que chegamos num ponto em que temos que pensar num meio sustentável de transportes, mas daí a creditar a culpa da poluição só aos carros, é cômodo demais. Coisa de gente hipócrita, que precisa de uma bandeira ideológica qualquer pra levantar, pra dar razão à própria existência. E criticar carros está na moda. Não há um produto ao nosso redor que não seja “culpado” por essa agressão à natureza. Desde o óculos que ele usa, às roupas, escova de dentes..tudo. As câmeras que ele aponta para os “vilões”, os carros, são produtos industrializados. E indústria que é indústria solta fumaça, produz lixo…etc…Culpa mesmo tem quem põe na terra 6,7,8 filhos….Menos gente no mundo é igual e menos gente consumindo, simples assim.

Devemos tomar pra nós atitudes conscientes. O ideal é o uso consciente do automóvel. Usar, sempre que possível, transporte público, rachar carona, taxi, usar uma bike…etc. Isso não quer dizer que o carro deve ser abandonado. Quero ver o Michael Moore ir pro hospital a pé ou de bike quando a mulher dele estiver parindo. Ou chegar ao seu casamento a pé. Ou, após uma reunião com amigos num bar (bar=cerveja=igual produto industrializado, novamente) e voltar pra casa de bike às 4h da manhã. Sem contar no fato de que os carros também são sonhos, objetos de desejo. Quem tem culpa de ser apaixonado por um carro? Pra mim, não há graça alguma em obras de arte pinduradas na parede, mas pra muita gente tem. E isso deve ser respeitado, por que aquela é a paixão da pessoa. A minha, do Flavio, e de outros milhares são os carros, oras.

Enfim, acho que um mundo mais limpo parte de cada um, e isso não significa destruir os carros. Não gosta do seu, abandona na minha garagem…

Moisés Dutra
Moisés Dutra
14 anos atrás

Não vejo os carros como grandes vilões. Vejo antes, a indústria petrolífera. A tecnologia dos carros elétricos existe há anos, mas se não me engano, a patente das baterias necessárias a eles pertecem todas às grandes coorporações da indústria automobilística, que não têm interesse neste assunto.

EduardoRS
EduardoRS
14 anos atrás

Os carros em si não são os grandes vilões dessa história: é o EXCESSO de carros. Tem muita tralha rodando por aí. Milhões de Celtas, Palios e coisas do tipo que entopem as nossas ruas todos os dias.

Existem carros, e carros. Carros de verdade são objetos de desejo das pessoas, algo que elas tem, cultuam, e se apegam. E tem carros que só servem pra te levar do ponto A até o ponto B. Eu tenho um Fiat Uno, por necessidade. Pois da minha casa até o meu trabalho, não tem transporte público eficiente – levaria mais de 1h30 pra percorrer 10km, num trajeto que faço em 15min de carro, e as passagens custariam o dobro do que eu gasto em km rodado com o Uno. Porém, eu não morro de amores pelo Uno, muito pelo contrário. Se houvesse um sistema de transporte público decente e acessível, não teria problema nenhum em vender ele e andar de ônibus/trem/bonde/balsa/etc. Esses são os grandes vilões, os carros que só servem pra levar de A até B e poderiam ser substituídos por transporte público de qualidade e acessível para todo o povo.

Os carros de verdade, aqueles que despertam nossa emoção, raramente são vistos entupindo ruas e avenidas. São os carros que guardamos com carinho, e levamos pra dar uma volta nos fins de semana, para curtir ele mesmo. Se eu tivesse um Laika, não ia andar com ele todos os dias. Talvez quando o tempo estivesse muito ruim pra pegar transporte público, mas seria muito de vez em quando. Ou seja, não é nenhum problema grave.

A grande M é que o Brasil segue o mesmo caminho dos EUA na industria automobilística. Os carros atuais ditos “populares” são um verdadeiro câncer para o nosso trânsito, além de oferecer conforto pífio, valor emocional próximo de zero e qualidade de montagem idem. Eles se desmancham em 3 ou 4 anos de uso intensivo, ou até menos. Iguais aos tanques ianques. E os nossos governantes não tomam NENHUMA medida para incentivar o transporte coletivo universal e de qualidade, apenas se fala em redução de impostos de carros populares, e o povo e a mídia tem grande parcela de culpa no cartório.

Manfred W.
Manfred W.
14 anos atrás

Gomes,cadê o jornalista que dizia qua a GM era um modelo e que a Lada era retrógrada?
Agora,dependem do dinheiro dos russos para “salvar” a GM .

RESPOSTA DO FG:

Aquele texto saiu na “Gazeta Mercantil”. Que deixou de circular na sexta-feira passada. Lamento pela história do jornal. Fico feliz porque a anta que publicou aquilo perdeu o emprego.

YPVS
YPVS
14 anos atrás

FG, já que a idéia é reflexão vou me estender mais um pouquinho nesse post.
Acho que agora, criou-se, até de forma justificada, uma certa histeria ambiental. Baseada em dados e fatos. Não há como mentir. A estupidez humana levou a isso. O meio ambiente deu o xeque-mate já que nossa inteligência não foi capaz. A merda é que agora os justos vão pagar pelos pecadores. Assim como a Europa que dizimou tudo que tinha de floresta, os EUA vem “dizimando” as reservas de petróleo e ignorando os apelos mundiais pedindo mais racionalidade. Agora, todo mundo vai pagar por isso, mesmo aqueles que nunca poluiram mto e aí inclui-se o BR. Nossa maior fonte de contribuição é a queimada da Amazônia. É importante notar que existe interesse demais por trás disso tudo. Assim como a indústria automobilística contrbuiu ao longo de 100 anos pra que soluçõea alternativas de combustível fossem mortas (fortalecidas pela indústria do petróleo), nesse momento ela também tem uma janela de oportunidade tremenda, que é dizer que todos somos uns imbecis, agressores do ambiente de termos comprado seus automóveis e poderem vender toda uma frota de híbridos, que bem sabemos não resolve o problema. O híbrido não é uma quebra schumpteriana. É um remedinho já que não temos a cura. Com o híbrido agradamos a todos. Mantemos o petróleo como principal combustível e damos um novo fôlego a ind. automobiliística para que essa ganhe tempo. Qto faz um Prius? Não passa de 20Km/l. Te pergunto. É tão melhor assim que um belo motor diesel moderno. Aluguei na Europa há 2 meses uma BMW 120D e ela fez média de 16,8 km/l e isso andando a 130 km/h. Outra estupidez é que naquele país estimulou-se sempre o transporte individual, ao invés do coletivo. As cidades foram pensadas assim. É quase uma humilhação vc andar de transporte público na cabeça do americano, salvo em NYC e algumas cidades da California.
Acho que a bestialização do automóvel exagerada. O que aconteceu é que o abuso e a irresponsabilidade de governantes levaram a esse ponto. Mta gente ganhou com isso. Foi empurrando com a barriga e agora diz que a culpa é justamente de quem comprou o que eles empurravam!! Qdo os EUA entraram na crise o governo foi pra TV pedir que todos fizessem sua parte, inclusive que comprassem carros! Nosso presidente fez o mesmo. Estava num curso na França e tinham varios americanos na turma. Num belo dia, eles conversando perguntavam quem tinha feito a sua parte. Dois estavam orgulhosos de terem comprado autenticos muscle cars. Um tinha comprado um Dodge Charger desses novos e outro um Mustang V8. Ou seja, tudo errado! Enfim, desculpa o tamanho do texto. Acho que vão dar um remedinho pros americanos. SUVs híbridas. Os caras vão achar que isso é verde, vão comprar a merda toda de novo e aí alem de manter carros grandes, vão criar mais um problema que é onde descartar essa merda dessas baterias! Como tudo o segredo é fazer de forma moderada. Mas num país que vc por 0,50 centavos aumenta sua porção de batata frita de 1kg pra 3kg depois de um sanduíche de 1500 calorias, não há como pedir isso. E o culpado agora somos nós que dirigimos Gol 1000, Chevette Junior, Uno Mille, Escort Hobby e outras porcarias…
Abs

vitão
vitão
14 anos atrás

você FG foi muito ponderado, ao contrário do Moore, o Oscar Maroni (= cafetão ) do capitalismo (os outros se lascam e ele vive da participação, assim é fácil ser contra ) . Realmente as áreas urbanas são execissavemente dependentes do carro. Mas daí a dizer que ele é o vilão do mundo, vai uma garnde distância.

Verde
14 anos atrás

Carro é uma coisa que você observa em duas óticas: a do fim de semana e a entre segunda e sexta-feira.

Durante a semana, não deixo de usar carro, um meio de transporte que me é caro aqui. O transporte público campineiro é caro, irregular e não me leva pra onde preciso. Fora que moro longe de tudo. O carro funciona como um mero meio de transporte, bastante chato de se dar manutenção, diga-se. Nesse caso, preferiria usar um metrô. Ou bicicleta.

Para os fins de semana, o carro vira um instrumento quase que necessário de maneira social mesmo. Minha namorada não iria gostar de andar de ônibus comigo. Nesse caso, é interessante ter um carro com o qual você se identifica, que te dê prazer.

Não nego que meu sonho é ter um Crown Victoria ou algo que o valha. Um carro desnecessariamente grande, confortável, rápido, barulhento, do jeito que gosto. E incômodo para uma vida urbana.

Gosto de carros. E detesto Michael Moore. Mas ele tem uma ponta de razão.

Marcio Vieira
14 anos atrás

Ótimo texto, ótima reflexão sua, Gomes.

O que penso: usar carro pode ser usado, não é vilão, mas deve ser usado com consciência. 80% dos carros têm lugar para 4-5 pessoas e só levam o condutor.

Acho que o uso do automóvel deve estar condicionado à compensação ecológica com o plantio de árvores.

Você pode usar o Niva, DKW, Passat, etc., mas que no final da semana vá em algum lugar plantar algumas mudas de árvores.

O que falta, neste mundo, é todos sairmos da caixa e pensarmos coletivamente. O mundo é um só. O índio Xavante vai sofrer os mesmos problemas que o Chinês que trabalha na termoelétrica.

O mundo é um só. Individualismos vão existir, devem existir, mas essas pessoas tem que pagar (neutralizar, compensar) por ser individuais.

Luciano Falkowski
Luciano Falkowski
14 anos atrás

Não sou o maior fã do Moore.

Mas concordo com o texto dele. Não com a visão apocalíptica da questão, mas sim no sentido de que é necessário adotar uma medida firme para que iniciemos uma nova cultura em relação ao transporte.

E hoje existe a possibilidade para fazer isso, na maior vitrine do universo. Acredite, se os EUA fizerem isso, o mundo irá seguir. E esse é o problema. Sempre que os EUA tiveram a possibilidade de adotar uma medida verdadeiramente boa para todos, eles se negaram a fazê-lo (Kyoto?).

Espero que a sugestão do MM seja atendida, ao menos em parte.

Sérgio Hingel
Sérgio Hingel
14 anos atrás

Moro em Petrópolis-RJ,cidade serrana com aproximadamente 320 000 habitantes e cerca de 110 000 automóveis emplacados. Para ir da minha casa até ao centro da cidade,11 km, eu preciso de 40 minutos, isso com o trânsito normal. Dizem que em quatro anos serão mais 40 000 veículos. Será um grande estacionamento.

Irapuã
Irapuã
14 anos atrás

Posso até refletir sobre tudo isso, mas…

eu os perdoo pelo simples fato de terem costruido os tri-Chevy (55a57) e a tão sonhada Cadillac 54 conversível. Quem criou ícones como estes merece vida eterna.
Sei lá, gosto dessas banheiras, mesmo que poluidoras e não caibam em qualquer garagem. Eu alugo…

Júlio Rissa
Júlio Rissa
14 anos atrás

Penso que tudo na vida é cíclico, a natureza passa por ciclos, a humanidade passa por ciclos, é um caminho inevitável. O que pode ser alterada é a velocidade com que cada ciclo inicia e termina.

Estamos no final de um ciclo… a descoberta dos combustíveis fósseis, o motor à combustão e os carros pelos quais somos apaixonados hoje têm seu fim muito próximo. Logo serão peças de colecionadores e o que veremos nas ruas serão carros movidos a eletricidade, hidrogênio ou outros combustíveis limpos.

Porém, os apaixonados por carros, pelo som de um motor roncando a 200km/h, não serão taxados de demônios nesse futuro, mas simplesmente de apaixonados e saudosistas, assim como aqueles que adoram os Ladas, DKW e afins de hoje…

Então, não fiquem tão preocupados com isso, daqui a alguns anos poderemos ir a qualquer concessionária e comprar nosso vectra elétrico, mas poder ter um opala na garagem para andar no fim de semana. O ruim vai ser encontrar gasolina…

Aliandro Miranda
14 anos atrás

MIchael Moore é um cara inteligentíssimo. Mas às vezes infla estatísticas, talvez para chamar a atenção. E consegue.

Não sou contra carros, mas conceitos precisam ser revistos. Nos EUA, carro 1.0 não existe, é um ode ao desperdício, e isso sim ajuda a alavancar os índices de poluição e a grande contrubuição deste país para o aquecimento global e outras mazelas climáticas no planeta.

Hoja, a aposta no transpote coletivo limpo, como trens elétricos, é a solução mais viável e inteligente que se possa imaginar. Tirar uma parcela considerável de carros das ruas diminuirá o tráfego e contribuirá para o declínio da poluição sonora e do ar. Quanto a isso não há dúvidas.

E quanto aos carros que ficarem em circulação, acredito que o Brasil está na vanguarda para abastecê-los, já que está chegando o biocombustível e o GNV é farto nos postos. De fato, a gasolina e os outros derivados de petróleo vão acabar, isso é certo. E que mal há em mover carros com outro tipo de combustível? É inteligente e ecologica e financeiramente correto.

calloni
calloni
14 anos atrás

nao eh mais facil desenvolver uma energia mais limpa e motores mais economicos do que transformar a industria A para B
trens sao maravilhosos mas nao podem ser substitutos de carros e vice-versa… ambos tem sua funcao social

Leandro Mariano
Leandro Mariano
14 anos atrás

Li esse post ontem a noite e fiquei pensando em como abordar esse assunto a noite toda…

Sou físico e tenho um grande contato com o pessoal da área de física atmosférica. Poderia falar com um pouco mais de conhecimento técnico sobre o assunto mas acho que não é essa a questão.

Carro é a paixão de todos os que lêem esse blog. Porém, pensá-los como meio de transporte esta cada vez mais inviável. Energeticamente falando, não faz sentido deslocar uma tonelada de metal para apenas uma pessoa ir e voltar do trabalho.

No post, você, metaforicamente, compara o carro com fumar. Mas não é bem assim. Quando fumamos estragamos apenas a nossa saúde. Nós mesmos pagaremos o preço da nossa irresponsabilidade. Com os carros é diferente. Quem vai pagar a conta, no final, são os nossos filhos e os filhos deles. É nos pequenos que devemos pensar.

Não defendo que se deixem de produzir carros. Não é isso. Porém, a partir de agora, eles devem ser vistos apenas como um hobby, não como um meio de transporte.

Defendo que todo mundo vá trabalhar de metrô, trem, bonde etc durante a semana e no fim de semana, pegue seu carrinho e saia para matar a saudade…

Batista Haddad
Batista Haddad
14 anos atrás

Eu acredito que, se realmente pode-se fazer carros ecológicamente corretos, que se faça, seja ele um Celta ou um Ômega.

Poderia tb se fazer tb uso de mais alternativas de transporte, como o trem. Já foi provado que a logística do trem pode ser bem mais eficiênte do que de caminhão e polui muito menos.

Talvez a gente não perceba, mas os carros estão ocupando espaço mesmo, isso é inegável. O que aumentou o número de terrenos que viraram estacionamentos que poderiam ser qualquer coisa, ou até mesmo um dia foram história do nosso país virou um espaço vazio para carros.

Os carros não deixarão de existir nunca, o que se pode fazer é adaptá-los a combustíveis menos poluentes e mecanismos que diminuam ainda mais a poluição desse combustível.

A segunda opção é retirar imediatamente carros caindo aos pedaços, podendo facilitar muito a compra de um carro mais novo aos donos desses carros, por exemplo, um dono de uma Belina sem vidro, amassada, soltando fumaça à rodo, poder trocar seu carro por um Fiesta mais simples que tiver com um desconto enorme e parcelas bem pequenas. (isso pode ser uma utopia, mas é uma alternativa bem viável)

O carro é a nossa realidade hj, temos agora que nos adaptar a isso e buscar alternativas para que possamos “viver” novamente.

Rogério Magalhães
Rogério Magalhães
14 anos atrás

Só pela apologia aos ônibus que tanto amamos, o Moore já matou a pau. Tá mais do que certo sim de propor uma idéia radical como essa para FINALMENTE as “otoridades” começarem a se mexer para que venha aí a revolução do transporte coletivo. Transporte coletivo limpo, é bem verdade, com tecnologias menos poluidoras.

Imagina se a GM voltasse com os belos Coach, mas agora com um motor elétrico ou mesmo a hidrogênio, como por exemplo já se testa aqui no Brasil? Cada vez mais a tecnologia para ônibus tem crescido no sentido do controle das emissões, desde os tempos do Gás Natural, passando por soluções como os híbridos ou mesmo biocombustíveis ou a hidrogênio. Sem contar os tróleibus, que ao que parece vão aos poucos reconquistando algum fôlego em São Paulo, depois do desmonte CRIMINOSO feito pela nefasta administração da Madame Martaxa.

Nesse mundo cada vez mais individualista, em que as pessoas tem NOJO de olhar para pessoas ao lado, só mesmo decisões radicais é que vão dar o impulso para que o REALMENTE deve ser feito aconteça. É como a questão do pedágio urbano nos grandes centros. Vem sempre aquele argumento babaca de “ah, mas não dá para pensar em pedágio urbano se o sistema de transporte não comporta”. É aí que tem de meter pedágio sim! Tem que criar o problema, para que seja a pressão a fonte de força para OBRIGAR nossos governantes a se mexerem para resolver o problema, investir no transporte público. POLÍTICO SÓ FUNCIONA NA BASE DA PRESSÃO! E 90% de nossa tosca sociedade também só funciona na base da pressão, do problema sufocante.

Acho que esse é o cerne da questão que o Michael Moore levanta no seu longo texto e, em tese, está bem correto e tem meu apoio. Ia ser louco ter a estrutura da GM sendo o ponto motriz dessa reação. Ainda mais em uma sociedade que se acha o centro do universo e que, por isso mesmo, poderia impor sua nova filosofia (adotada na marra) para o resto do globo que se submete à sua influência.

Carro até pode ser mesmo bom e é por isso que tanta gente gosta. Mas não pode ser O PRINCIPAL na vida de uma pessoa, como se nada mais motorizado existisse na face da Terra, meio como o sangue que corre nas veias e, sem ele, morre-se. Um carro pode perfeitamente continuar existindo, talvez para viagens em que vale a tal “liberdade” citada pelo FG, um passeio com a família, um cantinho de intimidade com a mulher amada. E aí, talvez, a galera projetista da GM daqui do Brasil poderia ajudar os ianques a projetar os carros limpos e nada beberrões e poluentes que eles necessitam.

Mas circulação diária pelos grandes centros, para trabalho ou estudo, DEVE ser feita com ônibus, trem e metrô. Até porque a própria qualidade de vida melhora. Se eu fosse motorista (sim, não tenho carta, mesmo gostando de corridas), não teria o prazer de uma boa leitura ao volante, coisa que tenho sentado ao banco de um ônibus que tanto amamos. Estaria é estressado parado em algum congestionamento, solitário. Até mesmo um congestionamento dentro de um ônibus me permite, eventualmente, ter boas conversas, conhecer pessoas, quem sabe até companheiras para uma vida toda.

Enfim, é isso. Trocar a cultura individualista de um carro por uma cultura coletiva e gregária de um ônibus ou trem ou metrô é um bom caminho para mudar a própria essência cada vez mais individual de toda a sociedade mundial. Um passo que pode ser dado e o será apenas com GRANDES EMPURRÕES RADICAIS como uma idéia estilo essa do MM.

Gustavo
Gustavo
14 anos atrás

Também adoro carros mas é sabido que não há paixão que resista a tantas restrições, e é o que acontecerá – e já acontece – em diversos pontos do globo. Quem suporta dirigir a 25 km/h por horas no trânsito? isso é prazer? é atividade mental da mais rasteira diria eu…e não há como escapar. Moro em cidade pequena e tenho calafrios só em imaginar o cotidiano congestionado de uma cidade como São Paulo por exemplo, e essa condição se alastra para todos os centros urbanos…que tipo de satisfação teremos com os carros daqui alguns anos? viajar de madrugada para pegar estrada vazia? elas estarão vazias? ultrapassar fugazmente o limite de velocidade aonde? carros serão avaliados pela capacidade de retomadas fortes para ultrapassagens cada vez mais complicadas, é o caos se avizinhando e já vivemos nele sem saber….todo mundo fala, mas tudo é adiado, o preço será bem alto no final. Carros pequenos e elétricos deveriam ser realidade a muitos anos já, bem como infrestrutura viária decente….até as autobahns estão ficando congestionadas, o limite chegou, agora vamos aprender a viver com ele.

adriano
adriano
14 anos atrás

esqueci de dizer uma coisa: os americanos jamais vão abandonar os automóveis, são uma nação que vive em torno do carro, com seus drive thrus, drive ins etc, além de suas imensas estradas, freeways e a classe média morando em subúrbios distantes da cidade.

Carlos do Carmo
Carlos do Carmo
14 anos atrás

Parabéns Flávio, pela crónica.
Quem me dera poder acompanhá-lo!