EU E A PAN
SÃO PAULO (pingos nos is) – Hoje passei na Cultura do Conjunto Nacional, um dos lugares mais bacanas de São Paulo, e como sou compulsivo comprei um monte de livros, entre eles o enorme “Ninguém faz sucesso sozinho – bastidores dos anos de ouro da TV Record e da Jovem Pan”, de Antonio Augusto Amaral de Carvalho, o Tuta. Tuta é o dono da Jovem Pan, figura por quem tenho enorme respeito profissional, um dos mais importantes homens de comunicação do Brasil. Como trabalhei oito anos na Pan, ótimos anos, é obra indispensável para mim.
O Everaldo Marques, meu colega de ESPN Brasil (e foi colega também na rádio e no Grande Prêmio, nos primórdios do site), tinha me dito que nós dois merecemos algumas linhas do livro, e fui lá procurar, curioso.
Reproduzo as quatro linhas a que tive direito (não acho que teria de ter mais; foram oito anos, só, numa emissora que tem décadas), apenas para reparar uma coisinha ou outra. Elas fazem parte do capítulo “Muitos times, uma só equipe”, e estão na página 233:
“Flavio Gomes era apresentador da Hora da Verdade e participou das narrações de corridas de Fórmula 1. Mas vivia dizendo que queria mesmo era fazer televisão. Terminou me convencendo. Cedi:
— Vai, Flavio, fazer televisão.
Ele foi. No lugar pus Everaldo Marques, que era plantonista de esporte e gostava de automobilismo.”
Gostaria que tivesse sido assim, juro. Esse tratamento paternal, que o Tuta realmente dispensa a alguns, nunca ocorreu, porém. Eu fui âncora da “Hora da Verdade”, um jornal diário de fim de tarde, de 1996 a 2001. Mas no fim fui sendo afastado, porque falava demais. Falava coisas que a Pan não gosta, como defender o direito de pessoas se manifestarem na avenida Paulista, ou criticar as administrações de prefeitos como Paulo Maluf e Celso Pitta, ou esculhambar com o embargo dos EUA a Cuba, ou me recusar a participar de uma inóspita campanha contra os impostos (que é quase uma campanha pró-sonegação), essas coisas.
Direito da rádio, claro. Colocou, pode tirar. Afinal, eu tinha sido contratado para fazer F-1, o resto era troco. E eu não participava das narrações, assim tão vagamente. Na verdade, eu era repórter e comentarista de F-1, e ajudava a viabilizar comercialmente a cobertura (por cinco anos, a Pan não precisou gastar um centavo com passagens, que eu conseguia graças à minha atividade na mídia impressa, também). Mas isso não importa. O que não entendi foi o papo da TV. Eu nunca disse ao Tuta, nem a ninguém, que “queria mesmo era fazer televisão”. Nunca quis fazer televisão. Sempre fui um cascateiro profissional de rádio e jornal. Nunca falei com o Tuta sobre fazer TV.
“Vai, Flavio, fazer televisão.” Seria legal ouvir isso do Tuta se eu realmente quisesse fazer televisão. Mas fui demitido por outra razão. Me chamaram às vésperas do 11 de setembro para propor uma redução de salário, porque eu estava “ganhando muito só para fazer F-1”. Ainda havia duas corridas programadas para aquele mês, Monza e Indianápolis, e eu disse que não aceitaria ganhar menos, claro, e que ficaria até o fim de setembro e depois iria embora. Fiz as duas provas e me despedi da Pan no GP dos EUA de 2001. De lá, não fui fazer televisão. Fui para a Bandeirantes fazer rádio. TV, só em 2005, na ESPN Brasil.
Talvez o Tuta pensasse isso, mesmo, talvez tenha fantasiado, talvez a memória tenha falhado. Mas também não importa, essas quatro linhas têm pouca relevância no livro e na história da rádio — não tenho a menor pretensão de me considerar um capítulo à parte na trajetória da Pan. Apenas queria dizer que não, não vivia dizendo que queria fazer televisão. Me acho péssimo na televisão.
E boa sorte à Pan. Deixei amigos lá, muitos. E tenho enorme respeito pela emissora.
Rapaz…e esse “Pingo nos is” que foi copiado e virou nome de programa na Pan hein rsrsrs
Olha só isso rsrs
Ao meu ver você fez certo de ter saído da Jovem Pan, pois agora eles tem um super reporter de F que é o Felipe, muito.
Sou suspeito para falar, adoro a rádio JP e adoro o trabalho do FG, então, me desculpem, mas eu fico com os dois ehhehe
Marco, não compre o livro.
pelo jeito essas quatro linhas saem da próxima edição.
(btw, se o autor erra tanto em uma menção de quatro linhas, o que dizer de todo o resto?)
me lembrem de não comprar o livro.
Acho que a pior coisa da Pan ultimamente é o tal panico na tv (embora o nome penico seja melhor)
Nunca gostei da Pan. Poucos lá se salvam.
Rádio retrógrada, preconceituosa às vezes.
“O Flavio queria fazer televisão. Foi tentar um emprego na Semp Toshiba”
Para mim sua passagem que mais marcou, esta indiretamente relacionada a voce. Era um sabado a tarde e vc estava na Europa e No dia seguinte jogaria Gremio e Portuguesa(ateh hj nao sei pq o Cesar cabeceou aquela bola de volta). Antes de te chamar o Milton “Chaton” Neves pois o hino da Portuguesa( o Do Roberto Leal). Foi a primeira vez q tinha ouvido esse hino da Portuguesa e achei lindo(outro era horrivel). Qdo vc entrou no ar dava para ver q tava com a voz embargada. Lembro q adorei o hino e passei a te admirar. De um corinthiano que gosta de F1 e Futebol
corrigindo o email [email protected]
bom..fui companheiro do flavio gomes nos 8 anos de pan e depois ele como apresentador da hora da verdade..entre aspas sabemos os motivos da sua saida..se eu tivesse poder de decisao,nunca o teria demitido..mas vai saber..cabra bom é ele..rsrs..so tenho elogios..entao minha defesa é sempre para o correto..tenho um orgulho imenso de te lo com amigo.mas foram poucas as linhas deveriam ser ate mais e mais elogiosas…parabens falvio..
Boris, você mora no meu coração, sabe disso. E carrega essa rádio nas costas. Abração, amigo!
É verdade. Vc não fica bem na tv… A moça que apresenta o Jornal da Globo fica beeeem melhor que vc!
Mas continue com “pingos nos is”, pois é bacana lê-lo.
Realmente o Everaldo Marques é um exemplo de profissional. As transmissões da NFL na ESPN são simplesmente perfeitas… não tem jogo chato nesse canal. E quando o Everaldo apresentou o Limite no lugar do canalha… nossa outro nível de programa… muito melhor!
Flávio, já que o assunto é vc e a JP, coloco algumas perguntas:
1) o que vc acha do carsugui, como conhecedor de F1 e como comentarista?
2) como era (e é?) seu relacionamento com M Neves? O que vc acha deste cidadão?
3)O que vc acha do F Prado?
Acrescento uma professia:
Como “ninguém faz sucesso sozinho”, vc um dia ainda voltará a trabalhar na JP. Vc é bom demais para ficar restrito à espn, com todo o respeito que esta merece.
Vc é um jornalista/comentarista de primeira linha, sobre F1,
e a JP é o lugar natural desta espécie de profissional.
ABC…Z
A resposta para as três perguntas é: “ótimo”.
Fique na ESPN, me parece muito transparente.
A moral da história é que o Everaldo assumiu o seu lugar, o que é um sinal brutal de evolução.
Confesso que fiquei um pouco “assustado” com essa informação do Flávio Gomes…o que me deixa com a pulga atrás da orelha é também a saída do Milton Neves da JP… guardada as devidas proporções, me parece que as 2 saídas têm um motivo em comum…o “Seo Tuta”…e isso me deixa entristecido, pois ouço a JP desde o Jornal da Manhã até o Jornal da Madrugada…agora me pergunto se outros apresentadores da JP (como a Madeleine Lakso) também não saiu da JP devido a alguma divergência…é não sei não…!!!
Pow Gomes, compra o livro sabendo que citava teu nome, começa elogiando o cara para depois ficar dementindo? Coisa feia meu. Pareceu aquelas meninas que nunca perdoam o namoradinho que colocou ela de lado. Tu passa essa imagem de “to nem aí” mas no fundo é um puta fresco que adora se bajulado aqui.
Pelo teu tamanho e pela tua insignificancia, tu é um merdinha mesmo.
Flávio, não faço a menor idéia de quanto você ganhava nem quero saber. Mas tenho certeza que era pouco para o profissional que você aparenta cer. Se todos tivessem a mesma firmeza com opinião própria não iriamos precisar ver tantos casos de puxasaquísmo e roubalheira em geral.
Resumindo: a citação foi astuta, faltou tato ou tutano .
É isso.
Pelo menos uma coisa é certa: se apenas nessas quatro ou cinco linhas bem simples da história da PAN temos tantas imprecisões (um pequeno eufemismo pra mentiras) o que será que se pode dizer das tantas outras linhas ou então dos “principais” capítulos dessa história?
Suspeito, no mínimo.
Nessa época voltava pra casa de onibus, e lembro que te ouvia sempre na JPan… e sempre pensava:
“Esse cara é o maior comunsta… ”
Por muitas vezes pensava como voce era mantido na Pan dizendo aquelas coisas… chegava a ser engraçado a visão simplista de algumas posições que voce tomava… mais ou menos como o ditado: “se é governo, sou contra”.
O tempo muda… a tudo e a todos.
Abraços
Imperador Ricardo
Flavio, naquela epoca lamentei sua saída da Pan, mas lamentei mais ainda quando você saiu da Bandeirantes.
O trio Favio, Fabio e Odinei era fantástico!! O Odinei com a equipe atual continua muito bom, mas não é a mesma coisa. Calma aí! Vc não é o máximo! Desce daí! rs… Mas a química no ar de vocês 3 realmente era outra. Sorte de quem ouviu…
Aliás, você não sente falta de fazer algo relacionado a F1 ao vivo???
Abs!
Não.
Nem se o Reginaldo Leme aposentar???
malandro, tú é BOCA-DURA mesmo,hein????
Esse Tuta, foi o criador e idealizador do famoso “jabá” – pro artista poder tocar na sua rádio, tinha que liberar um dinheirinho, se não pagassem, nada de tocarem suas músicas nessa rádio…perguntem aos VIPS – Márcio e Ronaldo…
A julgar pela sua resposta, pode-se imaginar que, além da sua, há várias outras histórias, fantasiosas, criadas pelo mr. Tuta. Até compraria o livro. Mas só existe um Flávio Gomes para contar a história direitinho como aconteceu. Colocando os pingos nos is.
Sempre gostei do seu trabalho nas transmissões da Pan, e com certeza a referência ao seu trabalho na emissora não foi fiel com o trabalho que realizava. Sou fã desde pequeno da Jovem Pan, e escuto a programação diariamente, desde o Jornal da Manhã até o Pique da Pan.. mas sinceramente, achei que o AAA de Carvalho, em alguns momentos do livro, se vangloria demais, o que não combina com um livro com o título “Ninguém faz sucesso sozinho”. Que ele foi e é um dos maiores homens da comunicação brasileira não tenho a menor dúvida, e que devemos muito a ele, mas se agora sabemos, por exemplo do motivo real de sua saída, podemos confiar em tudo que está escrito ali?
Flávio, há anos tinha curiosidade de saber o motivo de sua saída da Pan. Finalmente, 8 anos depois, tenho uma curiosidade a menos na vida.
Agora, sou fã da JP e, desde que esse livro começou a ser anunciado na rádio, tenho interesse em compra-lo.
Agora, diante desta sua “denúncia” (muito entre aspas), fico um pouco com o pé atrás.
Será que vale a pena gastar tempo com ele?
Será que, assim como a sua história, a de outros personagens também estão deturpadas.
Não conheço o autor do livro e não tenho elementos para avaliar. Também não conheço nem de perto as histórias verdadeiras para comparar com as do livro.
Então, Flávio e colegas, o que vcs acham? Vale a pena ler o livro?
abc
Aproveitando a citação ao Everaldo, quero dizer que o considero um dos grandes narradores da atualidade, muito melhor que todos os globais juntos. Um estudioso sem ser chato (ao contrário do PVC, por exemplo), e verdadeiramente entusiasta dos esportes que narra. Além de tudo, torcedor dos Knicks, como eu (no futebol americano torce, se não me engano, para os Giants, ninguém é perfeito…). Ele forma com o sensacional Paulo Antunes a melhor dupla narrador/comentarista da TV. Sendo que a segunda melhor dupla é Everaldo/Zé Boquinha.
Acho que torce pro Green Bay
Quem torçe pro Giants é o Ivan Zimermann
Ah, é verdade, torce pro Green Bay. E o Paulo Antunes para o Dolphins, o pior nome já inventado para um time de futebol americano. Se ainda fosse Miami Sharks ou, já que o blog é sobre carros, Miami Stingrays, Miami Barracudas…
Nós, os Tutas, ainda dominaremos o mundo… ou não.
FG foi na Pan q comecei a ouvi-lo e depois fui pra Band, onde ouço até hj as trasmissões da F1. Faz pelo menos uns 4 anos q ñ ouço mais a Pan. E olha q eu era fã dessa rádio…
Se o comentado desmente o fato…
Nunca entendi direito como trabalhavam na mesma rádio você e o José Nêumanne Pinto. Aquele cara é muito mala.
A Jovem Pan é o que existe de pior no jornalismo do sistema solar. Mentirosa e Tendenciosa. Agora para fazer rir não a melhor.
Este livro meia boca do playboy tutinha, só vendem alguma coisa porque tem um monte de jornalista puxando o saco.
Como já disse.. não confuda.. Tutinha (JP FM) com Tuta, (JP AM), pai do Tutinha.. grande jornalista e um dos fundadores da TV Record.
vou corrigir então:
este livro meia boca do pai do playboy tutinha, ó vendem alguma coisa porque tem um monte de jornalista puxando o saco.
e claro fui injusto.. a jovem pan não ó que existe de pior no jornalismo no sistema solar.. esqueci da veja
Sempre ouvi dizer que o Tuta era um grande fil… antropo!
Todo mundo esconde a verdade de uma história para parecer mais bonzinho.
Por isso que, ultimamente, minha leitura está restrita à Graciliano Ramos e Guimarães Rosa.
Caro Flávio;
A propósito do tema, como foi aquela história que você contou neste blog, há alguns anos, de que a Pan estava falindo?
Um grande abraço de quem admira muito você e a Pan e, tendo a certeza de que você ainda voltara para lá.
Olá,
Acompanho o seu trabalho desde a época da Jovem Pan, o considero uma pessoa coerente e um grande conhecedor daquilo que faz.
Essa história do livro é realmente maluca e na boa, sem ser pedante, faltou um pouco de respeito com você.
Por isso, que é necessário sempre conhecer os dois lados da história, pois ninguém é o dono da verdade, mesmo não fazendo sucesso sozinho.
Abs
Luis Biason
Filho da Tuta!
Flávio, pelo jeito a Jovem Pan ainda não gosta de quem crítica a atual administraçaõ municipal e estadual. O relacionamento deles com José Serra é de pai pra filho, o estado não tem problemas, muito menos a cidade, administrada pelo seu vice. Tirando o trânsito, que garante emprego de muita gente lá, o resto é muito bonito no estado de São Paulo ( pelo menos pro Tuta )
Meu primeiro emprego foi na TV Record (1956 a 1967!).Iniciei como cabo-man, depois passei para o setor administrativo.
Convivi bastante com o Tuta – havia assuntos que eu só podia levar adiante após o seu “visto”; enfrentei-o nos campeonatos internos de futebol de salão e xadrez.
A imagem que guardo dele é a de um camarada justo, honesto, amigo e de bons princípios. Não tenho dúvida de que a citação errada do episódio da sua saída deveu-se a uma falha de memória, como você mesmo supõe (ou de má interpretação do Nêumane).
Flávio
se três amigos estiverem juntos, e os três assistirem ao mesmo fato, cada um dos três vai contar uma versão diferente do mesmo fato.
De qualquer forma, você é um mestre escrevendo. Espero que esta atividade você não abandone!
Depois disso, Flávio, será que vale a pena ler o livro? Se só em relação a você a história já foi tão deturpada…
Flávio, eu realmente acho que você deveria ter mais espaço nos meios de comunicação, seja impresso, televisão, rádio, o que seja e não necessariamente falando sobre esportes.
Você é um jornalista corajoso e é sempre muito bom ver gente defender suas próprias idéias com coragem e personalidade e o mais importante, comprometido com seus próprios valores de vida, não com instituições.
Espero que você tenha vida longa na TV e continue escrevendo esse punhado de textos, que sabemos muito bem, incomodam “alguns colegas”.
Bem, se era para “bater”, essa doeu, Mr. Big Sheet ( trocadilho bacana com o nosso “carinhoso” apelido como fã que somos ). E parece que nos parecemos mesmo, por que eu ODEIO fazer TV ( Sim Flávio, sou Jornalista e Radialista, por isso, esse merdinha que vos fala se identifica tanto contigo ). Tudo de bom e um ótimo dia =)
Mudando de pato pra ganso, é verdade que o Tuta era quem fazia o Djalma Jorge?
Sim, era ele!
E é ele quem dirige o Pânico na TV. O Allan é apenas um assistente de direção.
Não confundir o Tuta com o Tutinha. Tuta é o pai, Tutinha é o Djalma Jorge / Dr. Pimpolho.
Na verdade, quem fazia o Djalma Jorge era o Tutinha, filho do Sr. Tuta.
Cuidado, o Tuta (Tutinha) da Jovem Pan FM, e do Pânico, é filho do Tuta (Antonio Augusto Amaral de Carvalho) do livro e da Jovem Pan AM
Caros,
Dr. Pimpolho é interpretado por Felipe Xavier.
Ô Flávio, o pedido do Tarcisio é bom, conta aí…
Putz, não sabia que foi o José Neumane que elaborou a ‘obra’, jamais colocarei minhas mãos nessa coisa obrada pela criatura. D’us me livre!!!
E dá-lhe Milton Neves!!!
Caro Flávio Gomes
O importante é o relato!
Temos o que está no livro e temos o seu relato. Cabe ao leitor chegar a sua própria conclusão. SAUDAÇÕES
Não sabia desse lado Datena, FG!! ahuahua