CARRO DA FIRMA (8)

genealvespacarSÃO PAULO (fome, menos) – Nossa minissérie está perigosamente se desviando para a gastronomia popular. Foi só falar de salgadinhos e refrigerantes, que a blogaiada resolveu lembrar com afinco daqueles tempos em que não precisávamos ter medo de comer, nem de beber nada. Não havia colesterol, nem obesidade. No máximo, as delícias que hoje viraram inimigas mortais da espécie humana produziam garotos gordinhos. E nem era meu caso, magro como um pau-de-sebo… 

Bem, mas já que é assim, que tal este clássico enviado pelo Mário Mesquita? É o Vespacar da Geneal, a mais carioca das redes de carrinhos de cachorro-quente, dominante nas praias da Zona Sul nas décadas de 60 e 70 do século passado.

Morei no Rio nessa época, e não lembro muito dos Vespacars, mas sim das carrocinhas espalhadas pelo calçadão, e dos vendedores ambulantes no Maracanã.

A Geneal sumiu por uns anos e voltou em 1999, mas parece que apenas com lojas em shoppings. Não sei se o sabor do lanche é o mesmo. Os cariocas podem nos contar. Na minha memória afetiva, não era propriamente um sanduíche inesquecível. A salsicha era pálida e o pão muito macio, é do que me recordo. Um sanduba honesto, nada mais do que isso.

Legal mesmo era ver os carrinhos sempre na praia, infalíveis. Eles transmitiam uma inegável sensação de segurança a um menino de oito anos como eu. Sempre que via um Geneal, tinha certeza de que a qualquer momento, mesmo se o mundo estivesse prestes a acabar, haveria um hot-dog para segurar a onda até o dia do Juízo Final. Com mostarda, e sem catchup.

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Daniel
10 anos atrás

Faz tempo que eu não vejo um VespaCar, mas recentemente vi um LambreCar sendo usado por um pipoqueiro aqui em Porto Alegre.

Rouen
14 anos atrás

Esta foto da minha irmã http://fotolog.terra.com.br/bfg1:367 eu a tirei em junho de 1966, também temos mais Vespacar em http://fotolog.terra.com.br/bfg1:1041 e
http://fotolog.terra.com.br/bfg1:1052

Roberto
Roberto
14 anos atrás

Flávio, têm um quiosque da Geneal dentro da estação Uruguaiana do Metrôrio e já vi outras espalhadas por aí!
O carioca que quiser sentir um revival é só ir lá!

alberto medros
alberto medros
14 anos atrás

grandes lembranças. bons tempos que assistia corridas de submanrino e depois comia um hot dog do geneal sem medo de assalto e passar mal..
de preferencia no arpoador e praia vermwelha.
abç

Francisco de Paiva
Francisco de Paiva
14 anos atrás

Olá FG! Não era nascido há época dessa foto (sou de 1968), mas comi muitos Geneais no Maracanã nas décadas de 70/80. Meu pai começou a levar eu e meus 2 irmãos bem cedo, e acho que no começo o futebol não importava tanto pra gente, já íamos pro Maraca pensando no Geneal com CCPL na caixinha que parecia uma piramide (de morango ou chocolate).
E agora, desde que levei minha filha no Maracanã a primeira vez, ficava contando do Geneal pra ela. Até que um dia encontramos ele lá: Mas tinha até batata palha!
ABÇ

Humberto Toscano
Humberto Toscano
14 anos atrás

O geneal era isso, pão macio com salsicha e o inesquecível gosto da infância .

Rodrigo Meira - Niterói RJ
Rodrigo Meira - Niterói RJ
14 anos atrás

Isso mesmo, Gomes. Com Mostarda e sem Catchup.

Agora sei que existe um no Edificioop Garagem do Menezes Cortes, no Centro do RJ.

Muita tecnologia embarcada no preparo.

As Salsichas ficam rodando numa máquina… Cadê aquela água vermelha que soltava das salsichas?

Paulo Z
Paulo Z
14 anos atrás

Salve o carrinho do GENEAL!

Quando do aparecimento do GENEAL estes veículos – tecnicamente VESPACAR -, realmente chegavam e saiam de seus pontos. Houve no entanto uma sedentarização dos pontos do GENEAL e estes aí foram substituídos por carrinhos de tração humana. Estes últimos (na maior parte das vezes) passaram a ficar ‘ancorados’ nos respectivos pontos.

O cachorro quente do GENEAL (posteriormente haveria mini-pizza) não era uma maravilha. A razão que o levava a comer um destes sanduíches, alimentar o corpo ou a alma, é que fazia a diferença.

SAUDAÇÕES CARIOCAS

p.s. O site da empresa GENEAL possui fotos antigas porém nenhuma com um VESPACAR!

Edson Souza
Edson Souza
14 anos atrás

Flavio, você me fez lembrar dos carrinhos de Cachorro Quente que haviam aos montes aqui perto em Santo Amaro. Algumas das primeiras lembranças de minha vida, são das tardes quentes e abafadissimas por culpa do transito humano comparavel ao da China que predomina nesta região da zona sul de são Paulo. Eu sempre ia la. Fosse com minha mãe ou com o meu pai, por inumeros motivos que não me recordo agora. Era quase sagrado para mim comer um hot dog sentado naqueles banquinhos e tomando um Guaraná Antarctica. Começo dos anos 90. Me divertia a bessa. Mas veio o Prefeito Kassab Esfira e sua tropa de opressão e expulsou todas as barraquinhas. Maldito!!!
Um abraço Flavio!

Bira
Bira
14 anos atrás

FG, tem um quiosque da Geneal na estação do metro Carioca, aqui no RJ.
Quando vier ao Rio, passe por lá e experimente um (ou vários) para descobrir se o sabor é o mesmo de outrora.

Felipassat
Felipassat
14 anos atrás

O Geneal era do jeito que você descreveu mesmo Flavio mais muito mais gostoso e honesto do que qualquer podrão de hoje em dia.

Antonio Carlos
Antonio Carlos
14 anos atrás

Ainda persistem os ambulantes nas praias.
Ainda é o melhor cachorro (não hot-dog).

Peter Cardozo Losch
Peter Cardozo Losch
14 anos atrás

Sou carioca e comi algumas (poucas) vezes este cachorroquente, lá na Praia Vermelha. Eita trocinho sem graça…

Valente
Valente
14 anos atrás

Bons tempos mesmo. Tomávamos água de qualquer torneira, comíamos fruta direto do pé,sem lavar, nosso cardápio tinha de tudo… e hoje? Hoje é tudo diet, light, nutritivo, balanceado, sem gordura trans, alternativo, ecológico, orgânico, natureba, sei lá…
E nada como um bom X- Salada com “pouca graxa” do tradicional Stop Dog na Rua Afonso Brás!

tiozão
tiozão
Reply to  Valente
14 anos atrás

sem contar as goiabas apanhadas no pé, vermelhinhas,
quando comidas à noite, no escuro, uma delícia, pois não
viamos os bichinhos, mas nunca soube que fizesse mal.

luis antonio da matta machado
14 anos atrás

Sobre essas Vespa-Car, lembro-me perfeitamente que sofriam e provocavam muitos acidentes, visto que em qualquer buraquinho do asfalto, a roda da frente entrava ali e pronto: capotavam com uma facilidade danada. Lembro-me de uma chuva torrencial e de vento no Rio, sei lá quando, que várias dessas carrocinhas tombaram com as rajadas.
Em dias dos jogos no Maracanã, havia dezenas no em torno do estádio. Além das carrocinhas do Geneal (que acho que é uma marca da Brahma, não tenho certeza), existiam outras de Hot dog, como as da ALÔ por exemplo.
Mário, hot dog todo dia engorda meu velho.

Mário Mesquita
Mário Mesquita
Reply to  luis antonio da matta machado
14 anos atrás

Mas não é bem verdade? Pão é um vício, para mim. O jeito é caminhar muuito…

Danilo Corrêa
Danilo Corrêa
14 anos atrás

Flavio, são muito bom seus textos. Li um tempo atrás um texto seu intitulado de Todos aqui, falava dos orelhões antigos na cidade de sp, nele vc diz que emsp ainda existem orelhões antigos pela cidade, estou fazendo um trabalho de faculdade, no que preciso fotografar orelhões antigos, gostaria se possível se vc tivesse estes endereços, me passasse por email, agradeço desde já e mais uma vez parabéns pelos seus textos

Marcao Fiorucci
Marcao Fiorucci
14 anos atrás

Baita foto linda !!! Tambem morei no Rio nessa epoca, lembro bem desses carrinhos de cachorro quente… me lembro tambem das Romi Isettas que vendiam churros em Santos, que pena que nao tenho fotos…

Mario Mesquita
Mario Mesquita
14 anos atrás

Esse eu comi muito. Com os biscoitos Globo e o Angu do Gomes, faz triangulo da gastronomia popular do Rio.

Eu tambem era um varapau: 1,88m, 67kg. Agora, 3 dígitos. A uma semana dos 46, me prometi voltar pra 90kg. A esperança é a última que morre. Se eu não for primeiro…

Mario Mesquita
Mario Mesquita
Reply to  Mario Mesquita
14 anos atrás

Tentei enviar, a foto se encontra em http://fotolog.terra.com.br/bfg1:367. Consta ser de 1966, final do Arpoador. Reparem no Aero atras da VespaCar…