O HERÓI DE ZANDVOORT

SÃO PAULO (meio fora de época) – Depois de assistir a “The Killer Years”, documentário feito para a BBC sobre os anos 60 e 70, achei que um personagem meio esquecido merecia ser lembrado na minha coluna de hoje, que gera uma certa reflexão sobre o ar tristonho que a F-1 carrega há tempos. Um trecho:

Não se trata de uma efeméride, nem de homenagem póstuma. Com o perdão da pretensão, talvez o personagem destas tortuosas linhas seja apenas o ponto de partida para uma reflexão meio fora de época e descompassada. Afinal, faz muito tempo que não morre ninguém na F-1. Senna foi o último, em 1994 — e é bom que se diga, sempre, que muitos pilotos, de todas categorias, devem àquele fim de semana de Imola sua longevidade nas pistas e na vida.

Mas é de David Purley que quero falar

Para ler na íntegra, clique aqui. Abaixo, os momentos descritos no texto.

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Adriano
Adriano
9 anos atrás

Mais triste foi ler um pouco sobre a vida do David Purley.
Desgostoso com a F-1, ele mudou para outra modalidade. Virou piloto de acrobacias aereas e em 1985 seu avião caiu no mar e o corpo dele nunca foi encontrado.

Sávio Rocha Barbosa
Sávio Rocha Barbosa
11 anos atrás

um dos acidentes mais trágicos da fórmula 1

Luc Monteiro
11 anos atrás

Você se superou nesse texto, caro Gomes.

elizeu
elizeu
11 anos atrás

Muito bacana esta homenagem!
Sou motorista de carreta, acho que faria melhor que barrikello nas pistas.
Este cara tem medo de velocidade, esta na função errada , não sei nem o faz na f1.
Sena desafiava a ele mesmo, corajoso, determinado.
Barrikello é um cagão.

Tom SemFreio
Tom SemFreio
11 anos atrás

Nada nesta vida está blindada da morte. Quanto mais rápido a máquina, menores as chances de sobrevivência em um acidente. Mas a indiferença dói. Entristece, amargura a alma, mina as esperanças de que humanidade não seja apenas uma palavra a mais no vocabulário. O massacre foi encoberto pelo manto do romantismo. Assim é visto o passado…heróis são os gladiadores que sobreviveram na arena. Está errado. A vida não é um contrato.

Pedro Paiva
Pedro Paiva
11 anos atrás

Belo texto, só não concordo que o esforço do Purley foi em vão. Acredito que tudo o que aconteceu naquela década serviu para chegarmos no nível que temos hoje. E quase que sua coluna vira profecia: achei que o Alonso nasceu de novo hoje no acidente da largada em Spa. Se o Grosjean passa meio metro mais pra cá, já era.

Ricardo Ferreira Gomes
Ricardo Ferreira Gomes
11 anos atrás

Gomes, parabéns pelo seu texto. Destaca e associa alguns dos sentimentos, muitas vezes inexplicáveis, dos fãs de automobilismo e de outros esportes.

Lí todos os comentários para ver se alguém tinha a mesma percepção dos esportes a motor e da vida, como passei a ter após a morte do Marco Simoncelli.

Naquele fim de semana na Malasia, assisti a morte do motociclista ao vivo pela tv. Um esportista veloz e ao mesmo tempo engraçado, alto e de grande cabeleira que por muitas vezes ficava fora do capacete. Senti uma tristeza naquele período, pois no que ele se encarregava de fazer, do esporte uma profissão, o fazia bem e torcia que atinginsse suas vitórias. Após refletir cheguei as seguintes conclusões.:

– Todos seguimos a vida contornando a morte. Vamos deixar de fazer o que gostamos, pensando na fragildiade do ser humano? Entre cosias banais, evitamos sempre que o pior aconteça, como desligar o gás da cozinha, evitar incêndios, manutenção preventiva das mais diversas e assim por diante. Evitamos os riscos que podemos controlar, mas e os incontroláveis, que dependem da capacidade alheia de os prever e evitar?

– A Formula 1, com sua profissinalização, se tornou rentável e ao mesmo tempo, extremamente capaz de evitar que o pior acontecesse. Eu coloco o Davi Purley como herói, pelo respeito ao ser humano, fazendo o possível e impossível para salvar uma vida. Associando ao nosso dia a dia, quantos profissionais nao trabalham para nos manter vivos e quanto os carros, as instalações elétricas, botijões de gás (associando com os exemplos acima) e a medicina não se desenvolveram para evitar acidentes e mortes?

– Admiro os pilotos mais antigos, apenas pelo fato de saberem que a chance de morrerem era maior, mas os ideias esportivos de começar e termianr uma prova, eram idênticos aos de hoje. Quanto ao amor esportivo, seja no futebol, no basquete, no volley ou qualquer modalidade esportiva, isso não existe mais. O esporte é profissional, está associada ao lado financeiro e outros interesses. No passado isso era menos importante.

Thiago Azevedo
Thiago Azevedo
11 anos atrás

Belo texto, Gomov.

Acho que a frieza da F1 atual é mais pela cabeça de quem esta lá. A F1, mais do que nunca, é um negócio que, para muita gente, serve apenas para ganhar dinheiro.
Basta ver as constantes ameaças do Bernie em tirar Spa do calendário. Quem que realmente gosta de automobilismo (ao menos, mais do que de dinheiro) faria uma atrocidade dessas?

PauloZ
PauloZ
11 anos atrás

Primoroso o seu texto!

Também assisti ao filme da BBC na ESPN. Recordar este episódio é doloroso para quem conviveu com as várias perdas mencionadas no filme. A perda de Jim Clark foi uma coisa tão estúpida quanto a de Williamson. E não nos iludamos, a máxima “O Show deve continuar” é verdadeira na ótica do PROMOTOR do espetáculo! Ao ARTISTA (os pilotos, neste caso) cabe continuar o show porque ou necessitam da grana ou o espetáculo é um desafio incontornável.

Porque então David Purley não é lembrado? Não sei a resposta. Mas quando você, há poucos dias, escreveu sobre o grande goleiro Félix eu mencionei aqui mesmo o incrível esquecimento pelo qual este jogador passou da mesma forma que Purley e outros pilotos importantes mencionados naquele filme, e que são solenemente mal tratados aqui em nosso país (e pela F1 também).

As mortes de todos estes pilotos e o sacrifício de David Purley não foram em vão mas aos promotores dos espetáculos não vale LEMBRAR destes heróis. Lamentavelmente.

Luiz Oliveira
Luiz Oliveira
11 anos atrás

Foi o final da velha formula 1…..a dos pilotos que corriam sem saber se voltariam para casa……e que tinham orgulho de saber disso e ainda continuavam correndo em condições prá lá de precárias, sentados em bacias de combustível……e hoje, puffff..

Paulo Pinto
Paulo Pinto
11 anos atrás

Paixão que mata, deixa de ser paixão. Tanto na F-1 como na vida de um modo geral.
Os fãs, muitas vezes impulsionados pelos jornalistas, tendem a enxergar heróis num Gilles, num Mansell (o guia dele deve ter se aposentado com adicional de periculosidade) e outros menos votados.
Sou fã de F-1, desde o tempo de Emerson. Stewart, hoje elogiado, era taxado de covarde, por sua preocupação e ação em prol da segurança nas pistas.
Assisti, em tempo real, a morte de Williamson e o desespero de Purley. Nesse mesmo ano, morreu Cévert e o “covarde” abandonou as pistas, no auge da sua carreira. Está vivo até hoje. Saúde, campeão!
Era rara, a temporada em que não morria ninguém.
Não podemos nos iludir. A morte está à espreita. Há mais de 18 anos que ela não dá uma “bandeirada”.
A nossa maior torcida é para que Senna seja, para sempre, o divisor de águas entre a época da paixão e a época da razão.

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
11 anos atrás

Para quem tem 50 anos como Eu essas imagens são muito marcantes… corrida televisionada… e morte vista ao vivo. Tinha 11 anos.

Corridas são perigosas, e esses carros (todos) eram verdadeiras cadeiras elétricas mixadas a um “alto forno”… resumo da historia… são por essas e outras que considero o Emerson Fittipaldi como o maior piloto brasileiro da historia… ele sobriviveu a tudo isso… e se tornou uma lenda no automobilismo.

Voce citou o Stewart como sendo um dos grandes caras em materia de segurança… mas não podemos deixar de citar o Emerson Fittipaldi como um dos maiores defensores da segurança na F-1… a sua postura em Montjui (sem lé como se escreve isso) ao abandonar a corrida em sinal de protesto pela segurança é um dos momentos mais marcantes da F-1 moderna… ele abandona a corrida e na mesma a Lola do Rolf Stommelen decola e acaba matando 5 expectadores… e o Emmo descarta essa corrida em 1975 quando concorria por um hipotético tricampeonato de F-1 que nunca se realizou.

Segue o jogo… se o Emmo fosse italiano ou ingles seria um Deus das Pistas.

Imperador

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
Reply to  Ricardo Bigliazzi
11 anos atrás

Sobre o David Purley vale a pena ressaltar que em 1977 ele quase morre no Grande Premio da Inglaterra onde se choca violentissimamente e quebra as pernas e costelas… essa “bola extra” não tira o impeto do David sobre esportes de velocidade… escapa dessa mas acaba morrendo em seu avião acrobatico aos 40 anos.

Segue a vida… esses pilotos são caras diferentes mesmo… com o seu ato de heroismo ao tentar salvar o se amigo ele foi condecorado com a “George Medal” pelo reconhecimento ao seu ato de grande bravura.

Imperador.

Fowler T Braga Filho
Fowler T Braga Filho
Reply to  Ricardo Bigliazzi
11 anos atrás

O texto do Flavio está primoroso, e sua lembrança sobre o Emerson idem, Ricardpo. Junto com Stewart fizeram o GPDA acontecer e conseguiram progresso em algumas demandas por segurança. Eu tenho 58 anos e ver este acidente foi marcante mesmo.

Júnior do Guarujá
Júnior do Guarujá
11 anos atrás

Atitude impressionante de Purley! Me emocionou demais!
E os fiscais de merda, ficaram rodeando o carro enquanto Purley enfrentava as chamas de perto, verdadeiros cagões!! Nessas horas é instintivo ajudar quem esta em apuros e nem com uma cara se arriscando se encorajaram…nao sei se ia adiantar mas mostrou que eram, ou são, filhos da puta!!!!

Rodrigo Moraes
Rodrigo Moraes
Reply to  Júnior do Guarujá
11 anos atrás

Junior, só os pilotos tinham equipamentos contra-fogo, os fiscais não tinham nem luvas, muito menos macacão. Eles não tinham como tocar o carro. A vida dos pilotos não tinha valor algum pros organizadores do circo.

Marcelo Pilger
Marcelo Pilger
11 anos atrás

Quando vai passar de novo?

John McClane
John McClane
11 anos atrás

FG, a ESPN vai reprisar? Passou na terça, meia-noite, horário ingrato. Gostaria muito de ver na íntegra. Abs

Ricardo Bifulco
Ricardo Bifulco
11 anos atrás

Meu pai na ocasião deste acidente falou que nunca mais assistiria a uma prova de formula 1 novamente. O que de fato cumpriu por muitos anos.

Há alguns anos atrás eu vi um outro vídeo deste acidente, filmado mais perto e você vê o Roger se mexendo e pedindo ajuda. É impressionante e triste.

A extinta revista Grand Prix fez uma reportagem com o David em uma de suas edições (não me lembro se em 1974 ou 1975) e o título da matéria era “David Purley, um homem”.

Enko
Enko
Reply to  Ricardo Bifulco
11 anos atrás

nesta mesma revista dizia-se que david purley era considerado herói da guerra do vietinã.
tenho essa edição guardada entre minhas coisas, aliás tenho todas as edições da revista, a melhor até hoje publicada.

Alvir Luiz
Alvir Luiz
Reply to  Enko
11 anos atrás

Caro Enko, não vi a reportagem dessa revista que vc citou em seu post, mas o piloto que correu em Formula 1 e era considerado heroi de guerra no Vietnã, foi o norte americano Brett Lunger, que por ter salvo o filho do dono da Chesterfield, correu várias provas com um March alugado e com o patrocínio daquela empresa. Purley nem poderia ser considerado “heroi no Vietnã”, pois era ingles.

charmeston
charmeston
Reply to  Ricardo Bifulco
11 anos atrás

Nem me fala . Eu tinha essa revista e lembro desta matéria. Purley era um ser humano fantástico. servil no exército, lugar melhor para se aprender sobre espírito de camaradagem e amizade. E este nobre espírito, ele trouxe para as pistas. Purley, foi um sujeito que nasceu em berço de ouro,filho de um grande empresário, más que criou e trilhou seu próprio caminho, coisa que não existe mais, com os filhinhos de papai .

Alvir Luiz
Alvir Luiz
Reply to  charmeston
11 anos atrás

O pai de David Purley era dono da LEC, uma grande empresa de (se não me engano) fabricação de refrigeradores. Ele chegou até a construir um Fórmula 1 em 1997, com o qual sofreu o acidente em Silverstone que deu fim à sua carreira.

Alvir Luiz
Alvir Luiz
Reply to  Alvir Luiz
11 anos atrás

1977 e não 1997.

Rodrigo Monassa
Rodrigo Monassa
11 anos atrás

Aquela cena foi emblemática pra mim, eu tinha seis anos e começava ali a tomar o gosto pela formula um. complicado dizer que um guri de seis anos desenvolveu a mórbida atração pelos acidentes da F-!, mas no fundo era como se pensasse que “pra ver estas corridas maravilhosas se paga este preço”. nunca mais esqueci aquela prova, ficou gravado na minha memoria aquela corrida, e por isso é sempre bom lembrar do David Purley, que, ao contrario dos outros pilotos (Lauda inclusive, mais um motivo pros britânicos o odiarem), teve coragem e hombridade suficiente pra, mesmo sem condições, tentar salvar o colega.

Ronnie
Ronnie
11 anos atrás

Belo texto Flavio!
Assisti este documentário sensacional e hoje percebo que aqueles pilotos eram verdadeiros heróis. A F1 moderna, higienizada, com seus pilotos que dão entrevistas como se estivessem lendo um release nem se compara à era “romântica”.

peixe antenado
peixe antenado
11 anos atrás

Conhecer essa época da f1 é apaixonante, principalmente os anos 60, ainda mais romãnticos.

E verdade, sempre me batia um sentimento de melancolia quando vejo vídeos, fotos ou leio algo sobre a época, mas nunca tinha parado pra fazer esse mundo e ligações e reflexões do texto. Pra mim, o melhor texto que já escreveste, e já li muitos textos tb, muito bons. Mas este fez-me pensar mais uma vez e de forma mais forte, pq gosto tanto desse esporte tão trister?Sei lá, vai saber. Agora vou ver o treino…

roberto zullino
11 anos atrás

assisti esse episódio ao vivo, a revolta contra os paspalhos dos fiscais me faz mal até hoje, nunca mais assisti nenhuma imagem ou filme dessa tragédia, revoltante.

Ricardo Silva
Ricardo Silva
11 anos atrás

Parabéns pelo texto.

Carlos Malfitani
11 anos atrás

Grande Texto Flavio.

Assim como o ex paraquedista do exército inglês David Purley, Mike Hailwood, foi condecorado com a medalha de George, concedida por Bravura.

Mike “the Bike”, igualmente enfrentou as chamas, para salvar Clay Regazzoni desacordado de sua BRM em chamas em Kyalami, no início do mesmo ano do acidente fatal de Williamson, 1973. Felizmente nesse caso a presença dos bombeiros acabou por salvar a vida de Regazzoni.

http://www.youtube.com/watch?v=S1r0Kwt5s_Y

Como citei no início do meu pitaco, seu texto está primoroso, porém não tomo o acidente de Williamson como um divisor entre a era romântica, onde realmente os pilotos formavam um grupo unido. Outros acidentes posteriores mostram como por mais alguns ocorreram atos de bravura de pilotos de F1 tentando salvar outros em apuros , só para citar alguns:

1- Em 1976 Lauda foi salvo no Nurburgring por Arturo Merzario, Harald Ertl e Guy Edwards e Bret Lunger

2- Em 1974 em teste privado em Kyalami, Peter Revson perdeu sua vida, porém Denny Hulme, emerson Fittipaldi e Graham Hill tentaram salvar o piloto Americano

3- Em 1978, largada do GP da itália, em um múltiplo acidente, o sueco Voador, Ronnie Peterson, com as pernas bastante machucadas, foi retirado de seu Lotus 78 por James Hunt e Clay Regazzoni.

4- Treinos do GP da Alemanha de 1982, Pironi acerta a traseira do Renault de Prost… Piquet e o próprio Prost ficam por perto, são os primeiros a chegar.

Nesse quarto exemplo, porém há uma diferença, o atendimento médico e resgate de pista foi profissionalizado e padronizado para todos os GPs. Em 1981 a FISA cria Comissão Médica e o Dr Sid watkins é eleito o presidente da mesma. A partir dai o atendimento de equipes de resgate, bombeiro e médico é aprimorado a ponto de não ser mais necessária a intervenção dos pilotos em outros acidentes.

Ainda sobre Williamson: Zandvoort era sua segunda corrida na F1, a primeira foi o GP Anterior (Inglaterra) onde se envolveu no multiplo acidente na abertura da segunda volta, iniciado por uma rodada de Jody Schekter.

O grau de amadorismo era evidente, ao ler uma quatro rodas, encarte especial sobre o acidente de Williamson, Emerson Fittipaldi, então colunista da Revista afirma que os organizadores do grande premio da Alemanha à época, realizado em Nurburgring, juntamente com o automovel clube da Alemanha (ADAC) cederam 6 Porsches de Resgate, equipados com extintores de 200kg e Oxigênio, aos organizadores do fatídico GP de Zandvoort, aos últimos caberia somente arcar com as despesas de transporte dos 6 carros da Alemanha para a Holanda, por econômia, os Organizadores Holandeses declinaram o empréstimo…. econômia que provavelmente custou a vida de Williamson.

http://i44.servimg.com/u/f44/11/64/51/89/1911.jpg

Curiosidade sobre Purley: Ele construiu um chassis próprio de F1 e fez sua equipe em 1977, batizada de LEC, que era o mesmo nome do Frigorífico de sua família. Purley chegou a liderar o GP de Zolder de 1977 com seu LEC. E foi imortalizado no Guiness Book por ser o ser humano que sobreviveu a mairo aceleração, 179Gs… Ocorrida em um acidente com sua LEC nos treinos do GP da Inglaterra de 1977. Sua carreira acabou com esse acidente.

Purley Faleceu em um acidente aéreo, sofrido em um avião acrobático em 1985.

Grande Abraço à todos.

Clark W. Griswold
Reply to  Carlos Malfitani
11 anos atrás

Existiram vários pilotos que se solidarizaram. Porém, as viúvas idolatram um vídeo no Youtube, que mostra Senna descendo do carro para restar socorro a um colega. Apesar de ser um treino, o título do vídeo para se ter uma idéia é algo como “Senna perde corrida para salvar colega” coisa desse nível. Nos comentários coisas como “quanta bravura”, “é de uma humanidade impar”, “é um herói” etc… Como sempre enaltecendo os feitos do Senna e ignorando coisas semelhantes de outros pilotos.

As viúvas deveriam ler esta postagem do Carlos e assistir ao vídeo de Purley e Williamson, dentre outros.

Thiago Sabino
Reply to  Clark W. Griswold
11 anos atrás

Cara, na boa, vai tomar no cu! O tópico é sobre o David Purley, sobre esse ato supra-heroico, o Flavio ainda dá uma filosofada sobre a parada, destrinchou todo o desdobramento pós-acidente, que pede uma reflexão até hoje, e você vem me falar em viúva? Ahhhh, PQP meu amigo, tudo é motivo de falar em viúva, será que isso é problema freudiano?

Vai ler sobre David Purley, vai ler qual era o grau de amizade entre ele e o williamson, vai ler sobre porque aquele fogaréu não apagava….

Apucarai meu….

Alexandre - BH
Alexandre - BH
11 anos atrás

Essa é a melhor resposta para aquela velha e recorrente pergunta: De que são feitos os heróis?

charmeston
charmeston
11 anos atrás

Até os anos 70,todas as pessoas envolvidas com automobilismo eram amadores, Então não podemos chamar as federações, os promotores de eventos,proprietários dos autódromos,donos de equipes de vilões por exemplo. Era tudo muito simples,muito precário. Todos foram vítimas e ao mesmo tempo tiveram sua parcela de culpa por cada morte nas pistas. Se as federações não criaram normas de segurança, se os promotores não souberam escolher os locais mais seguros,se os proprietários não tinham pessoal qualificada para trabalhar nos autódromos, se os fabricantes e equipes não desenvolviam carros mais seguros, era por falta de recursos financeiros e de conhecimento técnico e científico .Mesmo os pilotos ,também tiveram a sua culpa, pois as corridas eram e é uma espécie de droga que te joga na cama, e te deixa em coma, pois todos achavam que nunca aconteceria com eles, o que acontecia com os seus colegas de pista. Afinal de contos,naqueles tempos ninguém era obrigado a nada. Até mesmo o público teve culpa, pois a morte faz e ainda faz parte do espetáculo. O show não pode parar.

Murilo Murr
Murilo Murr
11 anos atrás

Lindo vídeo, lindo demais, tá faltando muito disso hoje em dia! o desespero dele e a frustração, é algo assim, inexplicável… sem palavras.

Mauricio
Mauricio
11 anos atrás

Assisti essas cenas na TV em 73… Na época chorei como o David deve ter chorado.
Aquilo foi dramático demais!
Chocante demais!
Bela lembrança Flávio, bela lembrança.
Estou com um nó na garganta.

Bruno
Bruno
11 anos atrás

Não sou Fã do Garotão do Galvão.. mas isso foi o melhor que ele fez na F1:
http://www.youtube.com/watch?v=N4q012Pvxn8

Alessandro Neri
Alessandro Neri
11 anos atrás

Época em que a F1 era algo mais que um simples esporte. Saudades da F1 de verdade. Com pilotos de verdade. Em pistas que separavam os homems dos meninos. Resumindo , uma F1 que nao largava com safety car qdo começava a chover.

Nelson
Nelson
11 anos atrás

Foi sem duvida a mais dramática cena da F1.Purley foi grande e seu texto ótimo.

Marcelo
Marcelo
11 anos atrás

No link abaixo, Mike Hailwood tenta salvar Regazzoni das chamas, desesperado depois percebe que também esta em chamas, que sufoco…

Grande Prêmio da Africa do Sul 1973:
http://www.youtube.com/watch?v=S1r0Kwt5s_Y

Mike Hailwood foi outro cara de encher os olhos, tipo “baladeiro” da noite, foi um grande piloto de motos e uma grande figura na Formula 1:

A 21 de Março de 1981, Hailwood ia de viagem com os seus dois filhos Michelle e David, quando colidiu com um caminhão que fazia uma inversão de marcha num sítio proíbido. A sua filha teve morte imediata, e Hailwood morreu dois dias mais tarde, doze dias antes de fazer 41 anos.

Um cara desse merece um fim tão triste? Tem coisa que não dá para aceitar!!!
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mike_Hailwood

adriano
adriano
11 anos atrás

Talvez pela morte do Simoncelli podemos perceber porque Casey Stoner está parando este ano, no auge. Ver um colega morrendo e ao mesmo tendo o primeiro filho parece que bateu na cachola “Pô, já ganhei o mundial, já fiz grana. Se continuar, só se amo mais as corridas que a vida”. Optou pela vida. Eu, aos 42 anos, nunca tive a oportunidade de competir. Quem sabe, no meu leito de morte pense: “Poderia ter morrido jovem, na pista, feliz….”

Marcelo
Marcelo
11 anos atrás

Belíssimo texto Gomes parabéns, mas eu não vou fica puxando muito o saco porque vc não gosta de muita “rasgação de seda”.

Fui procurar na net a lista de acidentes fatais na Fórmula 1.

No link abaixo a lista de acidentes fatais em corridas de Fórmula 1. Para esta listagem, foram considerados todos aqueles pilotos que perderam a vida durante uma corrida de Fórmula 1 ou em decorrência de ferimentos em acidentes na pista ou em qualquer outro lugar desde que estivesse dirigindo um carro dessa categoria. Não estão incluídos os fiscais de pista ou outros profissionais. 45 pilotos morreram nessas condições, 27 durante o fim de semana da corrida, 7 durante a Indianápolis 500, 7 nas sessões de treinos particulares e 4 durante eventos de Fórmula 1 não válidos pelo campeonato. PQP quase a loirinha(María de Villota) foi pra lista, ainda bem que escapou, o Massa também esse tem que levantar as mãos para o céu.

14 pilotos morreram na década de 1950;
14 na década de 1960;
11 na década de 1970;
04 na década de 1980;
02 na década de 1990.

Os pilotos dos Estados Unidos foram os que mais sofreram acidentes fatais, com 11 mortes.

No link abaixo a lista com todas as mortes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_acidentes_fatais_na_F%C3%B3rmula_1

Não é a toa que Chapman se afastou de seus pilotos, vários morreram na Lotus:

1962-Alan Stacey
1962-Ricardo Rodríguez
1962-Gary Hocking
1968-Jim Clark
1970-Jochen Rindt
1978-Ronnie Peterson

Só não sei se Chapman estava na equipe em todas as mortes, acho que sim ele quem fundou a Lotus em 1952, a morte de Jim Clark também afetou muito Chapaman. Na Ferrari pilotos morreram de “baciada”, no total foram nove desde 1950! Deus que me livre, nem vou contar pra minha mãe…bom o Schumacher nem corre mais por ela, então posso contar( pra quem não sabe, a minha mãe gosta muito do Schumacher).

É por essas e outras que sempre vou afirmar, em termos históricos Emerson Fittipaldi nunca vai ser superado no Brasil, pode aparecer outro campeão brasileiro com vários títulos na F1, mas os de Fittipaldi na desafiadora década de 70 não tem como comparar! O que me deixa de queixo caído é a tranquilidade de certos campeões, entre eles Stewart, Fittipaldi e Lauda. Esse último(Deus me livre), nasceu de novo das chamas!!! Outro que eu fiquei com muita pena de perder a vida foi Graham Hill(acidente de avião), um pilotaço e uma grande pessoa, em vários acidentes Hill estava presente tentando ajudar de alguma forma! Dizem que o corpo de Cevert foi dilacerado pelo guard-rail…Deus que me livre! Tô falando Gomes, o Emerson foi o cara…putaquepariu, foi sim!

http://www.e-farsas.com/wp-content/uploads/pqp1.jpg

O rapaz da foto abaixo também merece destaque, ele salvou um rapaz das chamas no circo da F1 em 2012.
http://resources0.news.com.au/images/2012/05/14/1226354/459764-pastor-maldonado-the-hero.jpg

“Ahhh, mas era só um foguinho de nada”

É, foi só um “foguinho”, mas na hora todo mundo saiu correndo de dentro dos boxes, o sobrinho nessa hora deve ter saído que nem uma bala…rs

Enko
Enko
Reply to  Marcelo
11 anos atrás

até que enfim voce colocou algo de útil no post, parabéns continue assim,, e não se esqueça de alimentar o gato. rsrsrsrs

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Enko
11 anos atrás

Será que o gato também é fã do Schumacher?

Paulo Z
Paulo Z
11 anos atrás

Sugiro a leitura da entrevista do Pedro Paulo Diniz à revista Tripem maio/2012. Ele fala exatamente desse glamour inútil e tristonho da F1 atual : http://revistatrip.uol.com.br/revista/210/paginas-negras/pedro-paulo-diniz.html

Thiago Azevedo
Thiago Azevedo
Reply to  Paulo Z
11 anos atrás

Legal a entrevista. Uma mudança e tanto.

Rodrigo Moraes
Rodrigo Moraes
11 anos atrás

O carro de F-1 hoje é super seguro, com exceção da região da cabeça do piloto, que ainda depende de um arcaico capacete. Maria de Villota perdeu um olho recentemente, Massa quase morreu, Marco Campos e Henry Surtess, ambos super jovens, morreram pela falta de um canopy, algo aparentemente simples de se fazer. Isso eu acho triste. Tanto investimento, tanta grana, e não se pode dar segurança à cabeça dos pilotos por conta de um regulamento retrógrado.

Rafael Balneário
Rafael Balneário
11 anos atrás

É praticamente impossível ver esse momento e não pensar: puxa vida, qual seria minha reação? ou qual os primeiros pensamentos minutos depois da tragédia…

Sou apaixonadíssimo por automobilismo como muitos aqui no site, e a “nossa reação” depois de uma volta de apresentação, largada, 3 carros brigando no fim da reta é uma alegria arrepiante, os pensamentos ruins dos problemas do dia a dia “parecem estar bem distantes nesses momentos”

Até hoje, eu somente sentei em dois cockpits de carros de corrida: um Gol e um Volvo de rally, acho que só quem sentou e pilotou um carro de corrida pode explicar melhor o mega sufoco e aflição do piloto David Purley.

Carlos P.
Carlos P.
11 anos atrás

Parabéns pelo texto Flávio.

Jaime Boueri
11 anos atrás

Já falei sobre este cara lá no blog, o post é justamente uma homenagem à este cara. O link tá aqui: http://blogdoboueri.blogspot.com.br/2012/04/purley.html Já a cena, não precisa de texto, de justificativas, de nada…

Pablo Vargas
Pablo Vargas
11 anos atrás

O ambiente da F1 atual é frio pelo grau de profissionalismo, investimento e arrogância que a categoria atingiu.
E quem esquece a cena do Ayrton ( agora nego arranca os cabelos ) parou e desligou o carro do Eric Comas, que vazava combustível depois de uma porrada em SPA ? Já eram os anos 90 !

Tom
Tom
Reply to  Pablo Vargas
11 anos atrás

Não faça elogios para o Ayrton,vai ser chamado de viuva ou coisa assim,a torcida TPM do Piquet ,vai querer te pegar..rs..rs,pra quem acompanha F1 há 32 anos,tem babaquice demais nesta galera,o problema que os torcedores se comportam como se fossem torcedores de times,sempre assisti F1,independente dos brasileiros ou não,comecei no inicio da carreira do Piquet,a morte do Senna foi horrivel,mas a que mais me chocou foi a do Ricardo Paleti no Canadá em 82,o Didier Pirroni(melhor piloto francês que ja ví correr),chegou pensando que o cara estava bem,e logo que viu que ele estava desmaiado,tentou tirar seu capacete e o fogo começou com tudo,foi uma morte surpreendente na frente das telas,para quem tinha 11 anos na época,puxa vida !!

Zé Alonso
Zé Alonso
11 anos atrás

Bela homenagem e bela crônica Flávio.

Márcio Montechese
Márcio Montechese
11 anos atrás

Estava assitindo ontem à noite, e juro que me lembrei de você e do seu Blog. O documentário é fantástico e a cena é terrivelmente tocante.

Clésio Luiz
Clésio Luiz
11 anos atrás

Que extintor mais ridículo. Não surtiu efeito nenhum. Felizmente as coisas são melhores hoje em dia, mas quantos tiveram que perecer para haver avanço.

Guzz
Guzz
11 anos atrás

Não conhecia, realmente de arrepiar.

Marcelo Masili
11 anos atrás

Baita texto.

Gustavo
Gustavo
11 anos atrás

Caramba…..nunca tinha visto essas cenas e olha que gosto e acompanho automobilismo a muito tempo, mas pra internet não ligo tanto…….impressionante o que aconteceu……e o Purley querendo que ajudassem-o a virar o carro, a apagar o fogo……

sérgio castro
sérgio castro
11 anos atrás

“Guardadas as devidas proporções”, podemos dizer que o protagonista da última tragédia da F1, há 18 anos atrás, teve uma passagem semelhante, fazendo algo parecido, a diferença foi que o acidente foi menos violento e o desfecho menos traumático…De qualquer maneira, as imagens e o belo texto nos obrigam a refletir sobre centenas de coisas.

Ricardo Otto
Ricardo Otto
11 anos atrás

Eu não assisto F1 desde a morte de Senna. Tem mais alguém que faz isto?

Bruno
Bruno
Reply to  Ricardo Otto
11 anos atrás

Nâo, porque a gente gosta de Formula 1, não do Airton Senna.

Mauricio Alves
Mauricio Alves
Reply to  Ricardo Otto
11 anos atrás

Com certeza que tem!!
Eu, por exemplo, que acompanho F1 desde 1972, e que assisti esse acidente do Williamson.

E, caso você não saiba, já existia F1 do tal do Senna e a morte dele não foi nada além do que um mero acidente de trabalho!

Agora se morde, viúva!!

Enko
Enko
Reply to  Mauricio Alves
11 anos atrás

de que vale sua ofensa ao ricardo, sr mauricio, o que voce ganhou com isso, é apenas a opinião em respeito ao fato, se ele quer ou não assistir f 1 problema dele, pior que viuva é ser amante, e voce o é e muito.

Ricardo Otto
Ricardo Otto
Reply to  Mauricio Alves
11 anos atrás

Não tem nada a ver com Senna. Eu até o achava um arrogante. Simplesmente perdeu a graça de assistir um circo onde morre o palhaço principal.

Tupi
Tupi
Reply to  Ricardo Otto
11 anos atrás

Quem não é afeito a tietagem ainda o faz…

Ricardo Otto
Ricardo Otto
Reply to  Tupi
11 anos atrás

Resposta acima.

Dú
11 anos atrás

Existem cenas de pilotos parando para socorrer.
Essa do Roger Williamson e o David Purley.
Uma marcante em vídeo, do Emerson e a turma parando, ajudando e a galera salvou a vida do Lauda.
Uma narração do Piquet em seu livro, do acidente do Gilles.
Ou quando o Luizinho contava desta http://glo.bo/KXzPkw
Fotos são legais, como a que vc. FG tem no saco de maldades, do Teixeira que depois morreu nas 24 Hrs. de moto e ficou ali no canto esperando o rabecão.
Acidentes fazem parte.

Paulo César_PCB
Paulo César_PCB
11 anos atrás

Comovente.

Imagina a “cabeça” dela depois disso, ao longo do tempo. Um explicito sentimento de impotência em quer fazer algo por alguém que estava imóvel lançado a própria sorte.

Com atitudes como esta ainda se percebe que existe amor ao próximo.

Carlone Papa
Carlone Papa
11 anos atrás

Esta cena, bastante conhecida é talvez a mais bonita e também a mais triste da Formula1.
Triste pelo fim, e belíssima pela atitude.
Já vi algumas vezes e basta.
Atualmente me recuso a rever, já que qualquer outro propósito seria quase perverso.
Fundamental para quem ainda não viu. Pra conhecer os homens (e não garotos) que faziam a Formula1 de antigamente..

Cleiton
Cleiton
11 anos atrás

Belíssima homenagem…. qdo vejo cenas assim penso que nem tudo é perdido.