“BELO E SERENO”

SÃO PAULO (como todos) – Em maio de 2004, no décimo aniversário da morte de Ayrton Senna (hoje faz 19; o tempo passa, o tempo voa e nem poupança do Bamerindus tenho mais…), fui atrás da médica Maria Teresa Fiandri. Foi ela quem recebeu o piloto no Hospital Maggiore de Bolonha. Queria conversar com ela sobre o acidente, sobre aquele domingo, sobre os dias seguintes à tragédia.

fiandrimt

Era uma dívida que tinha comigo mesmo. Na semana do acidente, foi a única pessoa que quis muito entrevistar e não consegui. Entre outras coisas porque me demiti do jornal. E, de certa forma, ela foi a grande responsável por umas das matérias mais importantes que fiz, minha última na “Folha”. Porque a forma que imaginei para chegar a ela passava por encontrar uma antiga namorada que eu sabia que tinha voltado à Itália, 13 anos antes, para estudar medicina em Bolonha. Encontrei essa ex-namorada procurando a doutora Fiandri. Cristina, o nome dela, tinha se formado em Bolonha e trabalhava como médica legal. Fez parte da equipe que realizou a autópsia em Senna. E me contou muita coisa sobre a morte, o estado do piloto, detalhes que só mesmo quem chegou muito perto teria condições de relatar.

Foi uma boa entrevista, essa com a doutora Fiandri dez anos depois. Mas, curiosamente, meu gravador não funcionou. Tenho problemas com gravadores quando se trata do Senna. Ainda em 1994, eu e o Nilson Cesar, então meu colega de Jovem Pan, fomos à quinta perto do Estoril onde estava vivendo Adriane Galisteu. A casa pertencia ao Braguinha, empresário conhecido, ex-presidente do Bradesco, muito amigo de Senna e tal. Adriane ficou lá por meses depois da morte do namorado.

Era a primeira vez que a namorada de Ayrton falava após o acidente e fizemos ao vivo, por telefone, durante o programa “São Paulo Agora”, da Pan. Era semana do GP de Portugal. Ficou ótima e está gravada nos arquivos da rádio, possivelmente. Mas eu também gravei. Coloquei o gravador ali do lado, play e REC e vamos embora. Quando terminamos, entramos no carro e eu disse ao Nilson: vamos escutar pra ver se ficou legal. Coloquei no toca-fitas, estava tudo OK, boa tarde ouvintes, estamos aqui em tal lugar e tal, começo, primeira pergunta, segunda e, de repente, silêncio total. Por alguma razão, o bendito gravador parou de gravar. Nunca vou entender essa porra. Fiz todos os testes e estava funcionando direitinho. Mas não gravou a Adriane na quinta de Portugal. Só o começo.

Com a doutora Fiandri foi parecido. O Fábio Seixas estava comigo e deve lembrar de mais detalhes. Ou o gravador não funcionou, ou eu apertei o botão errado, ou esqueci de levar um gravador. Só sei que não gravei. Por sorte, anotei as respostas num bloquinho. E, também curiosamente, elas estavam muito bem gravadas na minha cabeça, de forma clara e cristalina, quando sentei para escrever o texto.

Enfim, essa entrevista foi publicada quando este blog ainda não existia e acho que não coloquei aqui antes. Então coloco agora.

prediofiandriO prédio é idêntico aos milhares que perpassam a paisagem das cidades do norte da Itália: baixo, quatro andares, pintado de bege, numa rua tranquila e arborizada da periferia de Bolonha. Via dei Lamponi, número 1. Ali, no segundo andar, vive a pessoa que avisou ao mundo, há dez anos, que Ayrton Senna não mais vivia. Foi por suas mãos que ele passou ao chegar ao Hospital Maggiore, 32 minutos depois de bater no muro da curva Tamburello, em Imola, a 35 km dali. Foi de sua boca que saiu, após uma agonia de quatro horas, a notícia que abalou as estruturas da Fórmula 1, chocou o mundo e deixou um país dobrado sobre sua própria dor.

A médica Maria Teresa Fiandri parou de trabalhar no Maggiore em 2001, depois de 36 anos de serviços. Naquele 1º de maio, era a chefe do setor de Anestesia e Reanimação. Como sempre, desde que o circuito passou a receber a F-1, em 1980, fazia parte das equipes de emergência que poderiam ser chamadas a qualquer momento para atendimento em casos de acidente.

Naquele 1º de maio, não precisou esperar o bip convocá-la. Quando Senna bateu, ela se levantou, vestiu o jaleco branco e já estava pronta para sair de casa rumo ao hospital quando o piloto mexeu a cabeça pela última vez.

Fiandri estacionava seu carro no pátio reservado aos médicos do Maggiore quando viu o helicóptero cor-de-laranja se aproximar. Trazia Senna e uma equipe de reanimação que tentava mantê-lo vivo. No helicóptero mesmo ele já havia recebido uma transfusão de 4,5 litros de sangue.

Ayrton tinha batido na abertura da sétima volta do GP de San Marino, a segunda sem o safety-car na pista. Seu carro, na entrada da Tamburello, guinou para a direita. Ele freou e reduziu marchas, de acordo com a telemetria. O impacto frontal, às 14h12 locais, aconteceu a 216 km/h. A barra da suspensão dianteira direita voltou-se contra o capacete, penetrou a viseira e atingiu sua cabeça pouco acima do olho direito. Ele morreu na hora. “Da pista, o doutor Gordini já tinha me avisado que havia pouco a fazer”, conta Maria Teresa.

Mas, como todo médico, Maria Teresa Fiandri fez o possível, mesmo sabendo que o quadro era irreversível. “Do ponto de vista cerebral, já não havia mais atividade imediatamente após a batida. Ele chegou ao hospital com o pulso fraquíssimo, quase sem pressão. Mas, depois, voltou ao normal. Só que não havia mais atividade cerebral, era apenas uma questão de tempo para que ele fosse legalmente considerado morto.”

Maria Teresa Fiandri, cinco filhos, três netos, todos homens, lembra de tudo, em detalhes. Ela diz ter consciência de que participou de um episódio histórico, mas não revela, no tom de voz suave e tranquilo, nenhum tipo de emoção especial, não diferente da que provavelmente teria se relatasse outros casos de pacientes que passaram por suas mãos.

E guarda, de Senna, uma imagem bem diferente daquela transmitida pelos que viram seu rosto, horas depois do acidente: “Ele chegou a mim pálido, mas belo e sereno”.

Pergunta – Doutora, em que condições Ayrton chegou aos seus cuidados, logo depois de descer do helicóptero?
Fiandri – Ele já havia recebido os primeiros socorros na pista e no helicóptero. Estava pálido, mas belo, sereno… Um jovem bonito, com os cabelos revoltos, os olhos fechados. É a imagem que guardo. Tinha um corte na testa, três ou quatro centímetros. Mais nada. Era a única ferida. Chegou ainda de macacão. Mas quando o viramos, vi que tinha muito sangue. E eu me perguntava: “mas de onde vem tanto sangue?” Saía de trás, da base do crânio. Lembro do macacão, quando lavamos, para devolver à família, tinha tanto sangue… E eu disse à Monica, uma assistente de enfermagem: “Não podemos entregar isso a eles assim”. Mas era colocar na água e a água ficar vermelha.

Pergunta – Ficou gravada na memória de todos aquele sangue na pista…
Fiandri – Foi da traqueostomia. O sangue era dele.

Pergunta – Onde a senhora estava no momento do acidente?
Fiandri – Em casa, assistindo à corrida pela TV. Quando vi a batida, e a cabeça dele caindo para o lado, já me vesti, antes mesmo de me chamarem. Nem esperei pelo bip. Sabia que seria necessária minha presença no hospital. Eu estava chegando com meu carro quando o helicóptero estava descendo.

Pergunta – Pela TV, deu para ter idéia da gravidade?
Fiandri – Pelo movimento da cabeça, eu concluí na hora que era algo muito grave. Ali ele já entrava em coma, mas o coma é um fenômeno muito estranho. Por isso foi só quando vimos o resultado da tomografia que tive certeza de que não havia nada a fazer, embora o doutor Gordini [Giovanni Gordini, que o atendeu na pista] já tivesse me avisado que não tinha volta. Aí fizemos um eletroencefalograma. Já não havia mais atividade elétrica. Quando ele chegou, o pulso estava fraquíssimo e quase sem pressão. Mas antes do eletro, tinha voltado tudo ao normal. Por isso, até ver a tomografia, quem sabe… Mas quando vimos, todos nós… Bem, aqui não há nada a fazer.

Pergunta – Já no hospital, como a notícia foi dada àqueles que estavam no 12º andar?
Fiandri – Eu me lembro de seu irmão, não sei se ele tinha noção da gravidade da situação. Eu o levei para ver os resultados dos exames. Expliquei que já não havia mais atividade elétrica. Mas quem assumiu o controle de tudo foi uma moça, que parecia tomar as decisões naquele momento [ela se refere a Betise Assumpção, então assessora de imprensa de Senna, hoje casada com Patrick Head, um dos sócios da Williams].

Pergunta – A senhora tinha a percepção de que participava, de certa forma, de um momento histórico?
Fiandri – Tinha. Mas mesmo assim, nessas horas você deixa isso de lado e segue os protocolos precisos de atendimento. A, B, C, D, todos os procedimentos. Isso ajuda a vencer a emoção. Alguns anos antes, houve um acidente de trem em Bolonha, e as primeiras vítimas que chegaram ao hospital eram crianças de 3, 4, 5 anos. Aí a disciplina é importante, senão você não faz nada. Eu fui para um canto e chorei por 30 segundos. “Agora chega”, disse. “Ao trabalho”. Com Senna, não chorei. Segurei a emoção. É uma forma de disciplina. Estávamos todos emocionados, mas isso não condicionou nosso trabalho.

Pergunta – Houve alguma chance de sobrevivência?
Fiandri – Não. Quando vimos o resultado do eletro… Bem, pela lei ele não estava morto, era preciso esperar o coração parar de bater. Mas não, não havia nenhuma esperança. Foi imediata a profundidade do coma na batida.

Pergunta – A senhora se lembra se dormiu naquela noite?
Fiandri – Em dias como aquele não se dorme sem umas 20 gotas de Valium… Era um jovem, um piloto, ele em particular, um pouco herói, carismático… Eu recebi muitas cartas do Brasil, de gente me perguntando se ele tinha recuperado a consciência… As pessoas tinham necessidade de saber algo.

Pergunta – A senhora é religiosa?
Fiandri – Não praticante. Mas penso em Deus, e isso ajuda. Depois vim a saber que ele era assim. Sabe, me parece que ele sempre achou que iria morrer jovem. “Morre jovem quem ao céu é caro”, dizem os mais antigos. Talvez se envelhecesse, não teria havido essa comoção. Ele deixou uma história que não deixaria se envelhecesse. É só uma opinião, mas eu acho que se ele pudesse escolher entre morrer jovem e envelhecer… Acho que pagaria esse preço.

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Cleiton
Cleiton
5 anos atrás

Excelente blog. Só descobri hoje… matéria muito interessante. Visão poética e educada de uma profissional disciplinada!

Guilherme
Guilherme
10 anos atrás

Por mais que hoje eu saiba que Senna não era perfeito, era um cara até chato pra caralho, e admirar mais o Piquet e o Emersom como pilotos (só pra entrar um poco na velha disucssão de quem é melhor), esse cara é meu ídolo. Eu tinha 5 anos quando ele morreu e ainda lembro como eu chorei naquele dia. No caso dele, minha memória é de criança, de acordar cedo no domingo pra assistir ele com o meu pai, ouvir o tema da vitória. É emoção pura, sem razão nenhuma. Na época eu comprei uma revista sobre a morte dele, ela ainda ta guardada no meio das minhas coisas na casa dos meus pais, e eu ainda choro toda vez que pego ela, toda vez que vejo ou que leio sobre a morte do Senna.

marcelo a f da silva
marcelo a f da silva
10 anos atrás

Acho que agora Ayrton Senna da Silva pode descansar em paz ! Ou não ?

Nelson
Nelson
10 anos atrás

Parabens Flavio. Reportagem extremamente bem feita.

Luis Eduardo
Luis Eduardo
10 anos atrás

Parabéns pela entrevista, Flávio. Você é um grande profissional.

André
André
10 anos atrás

As discussões Senna x resto do mundo são coisa do passado, agora a moda é o parecer do estado da cabeça dele após o acidente… Eu, heim?!

Oasc
Oasc
Reply to  André
10 anos atrás

Comentário infeliz e desnecessário

Antonio Marim
Antonio Marim
10 anos atrás

Parabéns!!! Suas matérias são sempre especiais e essa é incrível. Seu Blog é uma passagem obrigatória e cotidiana.

Mauricio
Mauricio
10 anos atrás

E ainda tem gente aqui que diz que você “persegue ” o Ayrton…

Pode ter suas implicâncias, mas ainda é um repórter sério. Belo texto, perfeito para a data e parabéns.

Pablo
Pablo
10 anos atrás

Esse Lion Campus é uma figura………… kkkkkkkkkkkkkkkkk

Romeo Nogueira
Romeo Nogueira
10 anos atrás

Ótima entrevista!

jammal
jammal
10 anos atrás

Cara, vc já namorou uma legista? Você é esquisito mesmo….

ms
ms
10 anos atrás

Nosso Airton Senna passou por mãos muito boas……..que médica (e pessoa) fantástica ! Flávio Gomes, parabéns pela reportagem, realmente ficou muito boa

Flávio Mendonça
Flávio Mendonça
10 anos atrás

Grande entrevista!

Janir
Janir
10 anos atrás

Boa entrevista.

Tiago S.
Tiago S.
10 anos atrás

Bonita entrevista, parabéns.

Carlos Pimenta
Carlos Pimenta
10 anos atrás

Talvez a Dra. por ética profissional e preservar a família, tenha sido contida, afinal o moço tomou um tiro no supercílio direito, com a bala saindo na nuca.

Ricardo Piva
Ricardo Piva
10 anos atrás

Obrigado por dividir o relato conosco.

Abraço.

Ricardo Piva.

Rizzieire Sena
Rizzieire Sena
10 anos atrás

Obrigado Flávio!
Talvez vc não entenda mais muitas pessoas que gostavam do Ayrton tinha a necessidade de saber em certos detalhes o que realmente aconteceu naquele dia difícil de superar.
Ainda não tinha visto ou ouvido essa reportagem brilhante que vc fez, (tinha lido uma com o Dr. Sid Watkins contando como ele encontrou o Ayrton após o acidente) 19 anos após sua morte fica comprovado o amor que um pais tem pelo ídolo, um herói sem superpoderes, mais que quando vivo estava conseguia arrancar um sorriso de pura alegria de um povo tão sofrido.
Um abraço, e gosto de te ver no BB1 Quando vc substitui o canalha.

Joseh
Joseh
10 anos atrás

“houve um acidente de trem em Bolonha, e as primeiras vítimas que chegaram ao hospital eram crianças de 3, 4, 5 anos. Aí a disciplina é importante, senão você não faz nada”…. Cara, isso não deve ser nada fácil, deve doer até na alma!

Bernardo Palhares
Bernardo Palhares
10 anos atrás

FG, aplausos para o seu trabalho!

Gerson
Gerson
10 anos atrás

“Belo e Sereno”.

Pela gravidade do acidente e do estrago na cabeça, acho que a doutora deve ter tido um lapso de memória. Provavelmente pela descrição da ‘última imagem’, deve ter confundido Senna com o Ratzemberg.

Gerson
Gerson
10 anos atrás

“É só uma opinião, mas eu acho que se ele pudesse escolher entre morrer jovem e envelhecer… Acho que pagaria esse preço.”

Também acho. Entrar numa fase de ‘descida’ profissional, ser superado em seus recordes/vitórias/feitos por um mais jovem ou ‘aposentar’ é a maior tortura para alguns.

Alexandre Carvalho
Alexandre Carvalho
Reply to  Gerson
10 anos atrás

Aí, por conta disso, o cidadão prefere morrer? Só um louco faria isso.

Cristiano
Cristiano
Reply to  Gerson
10 anos atrás

Temos um vencedor: o comentário mais sem pé nem cabeça de todos os tempos. Tá parecendo aquele repórter da finada FSP, que o Flávio lembrou recentemente, que para atacar o autodromo de Intervalos, falou dos jardins de Dubai.

Luis Renato
Luis Renato
10 anos atrás

Obrigado Flávio.

Luis Renato
Luis Renato
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

Não tem por onde.

Diego Guidi
Diego Guidi
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

KKKKKKKKKK…

Ultimamente, a seção de comentários tá ficando melhor que o blog em si… Só pérola e peça-rara…

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Diego Guidi
10 anos atrás

Pessoal, é apenas uma “viúva” agradecida…

Luis Renato
Luis Renato
Reply to  Paulo Pinto
10 anos atrás

Certo amigo. Parabéns, demorou quanto tempo para pensar nesta pérola inédita?

Se você não tem respeito pelos outros, fique calado, ok?

Sou fã de automobilismo, gosto dos fatos, das verdades, das histórias. O fato de ser ou não fã do cara em questão não tem nada a ver com o fato que relatos como este me interessam muito. Por isso obrigado, Flavio. É errado agradecer por algo assim? Será que somos um povo tão mal educado que só sabemos criticar e zoar os outros, como você fez aqui. Não, meu amigo, não sou viúva. Sou apreciador de um esporte que neste país serve apenas para confrontos entre Sennnistas e Piquetistas. Uma pena, por sinal, tudo se resumir a este tipo de discussão…

Engraçado, mal educados nunca colocam e-mails nos comentários. Medo do que?

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Luis Renato
10 anos atrás

Menos tempo que os demais.

Falta de respeito é você achar que o termo “viúva”, é falta de respeito.

Também sou fã de automobilismo, etc. e tal…

E-mail é algo pessoal. Medo… de quê?

Marcelo
Marcelo
10 anos atrás

Essa declaração “belo e sereno” deve ser minutos depois do piloto chegar ao hospital.

Lembro que na época um padre comentou que viu uma imagem bem diferente de Senna:

“Seu crânio estava muito inchado, os olhos bem fechados e em volta tudo estava roxo! Somente consegui reconhecer Senna pela boca e queixo”

O acidente desfigurou Airton, tanto que o caixão teve que ser lacrado!

Belo e sereno estava Gilles Villeneuve no velório, nem parecia que o piloto estava morto, como mostram as fotos abaixo:

http://3.bp.blogspot.com/_0MhOv_BZ34s/TGbkKKc6p7I/AAAAAAAAA_c/fAOl9LFbJzs/s1600/gilles-funeral.jpg

http://3.bp.blogspot.com/_0MhOv_BZ34s/S1pJj4qT9pI/AAAAAAAAA6Q/DlWep21xoIs/s1600-h/gilles+07.jpg

A doutora Maria Teresa Fiandri horas depois com certeza viu o rosto de Senna desfigurado. Ela preferiu ir pelo lado profissional, não quis chocar as pessoas contando o que viu horas depois.

Alexandre Carvalho
Alexandre Carvalho
Reply to  Marcelo
10 anos atrás

Senna já não estava “belo e sereno” ainda na pista. Embora as imagens mostradas pela câmera do helicóptero não tenham uma qualidade tão boa como as que temos hoje, é possível notar, quando os médicos estão levando-o de maca ao helicóptero, que sua cabeça está com um tamanho acima do normal. Quem tem a corrida gravada aí pode perceber isso por dois ou três segundos. O “belo e sereno”, a meu ver, foi uma forma de a doutora amenizar a gravidade do que ela viu no hospital.

Oi?
Oi?
10 anos atrás

Aos que não respeitam a memória, respeitem pelo menos a dor da família e de amigos.

Jaime Boueri
10 anos atrás

Belo trabalho Flavio. Ótima postagem sobre Senna…

Bem melhor do que as discussões (escrotas, diga-se) sobre quem foi “melhor do que quem” que geralmente pipocam.

David Felipe
David Felipe
10 anos atrás

belo registro, saudades Senna!

Paulo Pinto
Paulo Pinto
10 anos atrás

Já disse algumas vezes e vou repetir: se houvesse uma barreira de pneus “forrando” o muro da Tamburello, Senna não teria morrido.

Acarloz
Acarloz
Reply to  Paulo Pinto
10 anos atrás

Se o que o matou foi o ferimento na base do cranio, atrás da cabeça, um Hans talvez o tivesse salvo também …

Pai Baô
Pai Baô
Reply to  Acarloz
10 anos atrás

Se minha avó tivesse bigode……

Leonardo Costa
Leonardo Costa
Reply to  Acarloz
10 anos atrás

Um dia eu li que ele teve três graves ferimentos na batida: fraturas na têmpora que causaram rompimento da artéria temporal e consequentemente uma hemorragia nas vias respiratórias, as fraturas na base do crânio que também causou insuficiência respiratória e parada cardíaca, além do pedaço do carro que entrou acima do olho direito. Qualquer um desses ferimentos sozinhos seriam suficientes para matá-lo, e se nenhum deles tivesse acontecido e ele sobrevivesse ao acidente, os graves danos ao cérebro devido à desaceleração e aos choques com o crânio o deixariam com sérias sequelas, daquelas que só dizem que a pessoa está viva pelo fato do coração e do cérebro ainda terem atividade.

Antônio Augusto Cruz
Antônio Augusto Cruz
10 anos atrás

Parabéns Flávio, não conhecia havia lido a entrevista. Revela a essência do que deve ser o jornalismo, apenas um registro histórico, imparcial e sem sensacionalismo.

Carlos Tavares
Carlos Tavares
10 anos atrás

“Ímola, 1994” foi o texto que me fez acompanhar o site e seu blog até hoje. Acho que li em 2004.

Inacreditável que 2004 já esteja quase 10 anos longe.

Luiz G
Luiz G
10 anos atrás

Linda entrevista.
Lindo trabalho.

Eduardo Britto
Eduardo Britto
10 anos atrás

Li o link. Ainda melhor do que o texto acima. 1º de Maio de 1994, e os dias subsequentes, foram intensos para milhões de brasileiros. Você FG, além de perder a maior referência para o seu trabalho profissional, enfrentou a implacável e gélida intransigência da Folha. Foram dias muito duros mesmo! Valeu pelo depoimento.

Alexandre Lemos
Alexandre Lemos
10 anos atrás

É Flávio. Por conta de textos como esses não consigo parar de ler seu blog. Sempre me emociono com esse fato. Linda a homenagem de sua ex-namorada. Pra quem gosta de F1 não tem como deixar o Senna de fora. Apesar de morto, seus feitos estarão sempre em evidencia. A genialidade não descnsa em um caixão fechado. Ano passado assisti minha primeira corrida de F1 ao vivo, em Mônaco e, após a corrida, andando pelo circuito me dei conta como as lembranças da McLaren de Senna eram vivas, principalmente de sua última vitóruia lá, com o leão da montanha querendo ultrapassar a qualquer custo. Parabéns pelo texto. Keep pushing!

Marcelo Melo
Marcelo Melo
10 anos atrás

É este tipo de entrevista, aquela que revela detalhes que não ficamos sabendo, que me atrai. E de tudo que a Doutora Fiandri disse, o trecho que mais me chamou atenção foi justamente o contido na última pergunta: “Ele deixou uma história que não deixaria se envelhecesse. É só uma opinião, mas eu acho que se ele pudesse escolher entre morrer jovem e envelhecer… Acho que pagaria esse preço.”

Eddie
Eddie
10 anos atrás

O Senna foi um grande Ídolo Brasileiro sem duvidas, mas já faz 20 anos da sua morte. Pra mim não faz mais sentido tanta matéria e homenagens ao mesmo. Não estou falando só desse blog e de outros, mas também nas transmissões da Globo, falam de Senna o tempo todo, tudo e todos são comparados com ele, parece que o cara morreu há alguns dias só !!!! O Senna foi um exemplo de brasileiro vitorioso, mas essa nostalgia já ficou ridícula há muito tempo para mim !!!!

Paulo Vargas
Paulo Vargas
Reply to  Eddie
10 anos atrás

Isso mostra a necessidade que o brasileiro tem de alguém com expressão no esporte, e, só irá diminuir quando algum outro piloto conquistar um título novamente. Se levar mais 50 anos….vão continuar a prestar estas homenagens.

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Paulo Vargas
10 anos atrás

Vamos fazer as contas: mais uma meia-dúzia de campeonatos para Vettel (no mínimo), uns dois para Alonso (com toda a ajuda de Massa) e talvez um para Raikkonen. Quem sabe Hamilton ainda belisque alguma coisa, sem falar na galerinha que está se firmando.

É, “viúvas”, vocês terão que esperar (no barato), mais uns quinze anos.

Cristiano
Cristiano
Reply to  Paulo Pinto
10 anos atrás

A pior morte pra vcs é o esquecimento. Fiquem tranquilos. Isso não vai acontecer.

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Cristiano
10 anos atrás

Também torço para que não aconteça.
Há 19 anos atrás, tinha início a Era Schumacher.
Cada homenagem, nesta data, nos lembrará esse fato histórico. Contamos com vocês, a cada ano.

Schummy forever!

Paulo Vargas
Paulo Vargas
Reply to  Cristiano
10 anos atrás

De Senna ninguém esquece colega, agora Schumacher quem era mesmo? kkk

Paulo Vargas
Paulo Vargas
Reply to  Paulo Pinto
10 anos atrás

Foi por esse espaço em branco, que ficou após a morte de Senna, que alguns dos blogueiros aqui resolveram eleger Schumacher p/ torcer.

Marcelo Pacheco #49
Marcelo Pacheco #49
10 anos atrás

Legal a entrevista, revela detalhes que não ficamos sabendo. Não muda nada de nada, mas é bacana saber.

Carlos Henrique
Carlos Henrique
10 anos atrás

O que me intriga é a informação de que o sangue saía da base do crânio. Como assim?? Como a dinâmica do acidente teria afetado essa área??

Jonatas
Jonatas
Reply to  Carlos Henrique
10 anos atrás

Carlos,

O que entra, sai, e às vezes o estrago causado na saída é maior do que o na entrada. Dê uma olhada neste vídeo e talvez você entenda um pouco melhor. (Repare na quantidade de material que vaza através do ponto de saída, versus ponto de entrada).

http://youtu.be/GLlQ6qTHPTs

RMTA
RMTA
Reply to  Carlos Henrique
10 anos atrás

Na hora do impacto a cabeça vai pra frente com a desaceleração. Nesse momento o braço da suspensão de desprende e atinge a viseira do piloto. Nisso a cabeça recocheteia de volta e bate na parte de trás do cockpit, causando a fratura na base do crânio, que segundo o Dr. Sid Watkins, foi o que causou a morte quase imediata do piloto pelos danos ao cerebelo.

Carlos Henrique
Carlos Henrique
Reply to  RMTA
10 anos atrás

Jonatas e RMTA,

Obrigado pelas colocações.

Gilberto Martins
Gilberto Martins
10 anos atrás

Essa é uma data que entre 1994 a 2004 não gostava pois sempre era lembrada a morte de um dos maiores pilotos da história, porem a partir de 2005 tudo mudou, nesta data passei a recordar de várias corridas de Ayrton Senna mas também passei a comemorar o aniversário da minha filha que hoje completou oito anos.

Em tempo: 1994 na minha sala tinha uma garota que tinha problemas de saúde, e tinha urgência para executar procedimento cirúrgico, graças ao Ayrton ela fez o procedimento e ainda pode viver por vários anos. Este lado de filantropia é que nos dá orgulho, pois até então praticamente não se falava deste lado dele apenas o lado piloto.

perna quebrada
perna quebrada
Reply to  Gilberto Martins
10 anos atrás

legal isso. quem quer ajudar de verdade não precisa ficar fazendo publicidade.

Andre
Andre
10 anos atrás

Mais um texto… Como outro qualquer… Entrevista, nada mais que uma entrevista… Como deve ser.

alberto
alberto
10 anos atrás

Belo texto. foi foda. até hoje é foda. sempre será foda.

Paulo Koller
Paulo Koller
10 anos atrás

Flávio, não sou de fazer média com ninguém. Mas seus textos são sensacionais, assim como seu blog, exatamente por saírem da mesmice. Ganhou um leitor!

Eduardo Britto
Eduardo Britto
10 anos atrás

Não houve quebra da barra de direção. Senna simplesmente apagou naquele momento – um mal súbito? um ataque cardíaco? – e atravessou a curva em um ponto – esse o grande azar do destino – onde o muro estava a apenas 100 metros de distãncia. Essa é a minha versão do acidente.

Maurício Stork
Maurício Stork
Reply to  Eduardo Britto
10 anos atrás

Ué ??????!!!!!! então pq na câmera onboard mostra ele tentando virar o volante para a esquerda???? (olhe também o espelho retrovisor segundos antes da batida o movimento do capacete, nitidamente ele estava tentando virar desesperadamente o volante para a esquerda)…… a telemetria também mostra que ele ainda tentou frear, reduzir marchas e virar o volante !!!!!!! esses dados são fáceis achar na internet !!!!! agora dizer que ele apagou !!!!!! puta que paril!!!!!!!!!! daqui a pouco vão dizer que ele se suicidou hahahahahahahahahaha

Reinaldo
Reinaldo
Reply to  Eduardo Britto
10 anos atrás

baseado no que as vozes te dizem?

Paola
Paola
10 anos atrás

Lindo! Parabéns pelo texto!

BaSSan
BaSSan
10 anos atrás

Matéria esclarecedora. Sempre achei que o Senna havia morrido na pista com a parte direita do rosto desfigurada.

carlos lima
carlos lima
10 anos atrás

Excelente, Flavio e seu jornalismo imprescindível. Bravo!

iRineu
10 anos atrás

Dr. Gordini… bah!

Sempre desconfiei disso mas agora tenho certeza: Gordinis e Dauphinis dão um azar do caralho. A única batida de carro da minha mãe que presenciei na vida foi a bordo de um Dauphine.

magos
magos
10 anos atrás

Bom, com todo respeita à essa senhora e como alguém comentou aí em cima, o caixão lacrado já diz tudo. Tenho uma Autosprint em que um fotografo(estava na Tamburello) e muito amigo do Senna tirou algumas fotos. Diz ele que as queimou ou guardou em um cofre sei lá. Segundo o mesmo, ao revelar as fotos a cabeça do piloto estava em forma de triângulo e bastante inchada além claro, de muito sangue.

Alexandre Carvalho
Alexandre Carvalho
Reply to  magos
10 anos atrás

Já soube dessa história também. Na verdade, ele guardou as fotos e prometeu jamais publicá-las, em respeito à memória do Senna e à família do piloto.

Ali Sakhr
Ali Sakhr
10 anos atrás

Interessante e breve matéria sobre Roland Ratzenberger hoje no site da Road and Track.
http://www.roadandtrack.com/racing/race-car-drivers/news-remembrances-roland-ratzenberger
Enquanto chama Ayrton Senna de herói dourado da F-1 se refere a Roland como um piloto trabalhador, longe da glória mas de igual talento. Legal o ponto de vista de quem trabalha com automobilismo e faz jornalismo sério; sabe que qualquer piloto que guia essas supermáquinas tem algo de extraordinário. Seja um Senna, seja um Berger.

Ronaldo Barbosa
Ronaldo Barbosa
10 anos atrás

Ótimo texto. Muito obrigado. Virei fã dos seus posts. Impressionado essa história do gravador.

Delano Braga Santos
10 anos atrás

Flávio Gomes parábens pela entrevista, muito legal, mas fica o dilema e a dúvida sobre dois fatos envolvidos sobre a morte de Ayrton Senna.

1) Houve a possibilidade de uma doação de orgãos já que o piloto faleceu de morte cerebral dentro do hospital Maggiore onde o coração ainda estava funcionando?

2) Porque não foi exposto o rosto do piloto dentro do caixão antes do enterro, ordens dos familiares, sua fisionomia estava muito traumática?

Será legal caso for criado um documentário sobre o fim de semana em Imola 1994, iriamos ter melhor dimensão sobre o que realmente aconteceu.

Torço para uma volta do programa Limite na ESPN, você pe fera Gomes, abraço!

Alexandre Carvalho
Alexandre Carvalho
Reply to  Delano Braga Santos
10 anos atrás

Não havia a menor possibilidade do caixão de Senna ser aberto durante o velório, pois estava lacrado e sequer tinha o visor de acrílico para que se veja o rosto. E o motivo era apenas um: Senna estava desfigurado.