ZAMPA
SÃO PAULO – Porra, Zampa. Morrer, cara? Que coisa mais antiga. Isso lá é coisa pra fazer com a gente? Fazer a gente ir dormir com um nó na garganta?
Nó na garganta.
Você jamais escreveria isso e deve estar me mandando tomar no cu agora. Vai tomar no cu, purtuguês. Com “u”, e o “r” bem puxado. Você deve estar xingando todos nós, agora. Eu, o Mattar, o Regi, o Lito, o Américo, o Tite, o Beegola, o Castilho, o Miltão, o Panda, o Dinho, o Alex, todo mundo.
OK, pode xingar, xingo de volta. Quantos anos você tem, Zampa? Que palhaçada é essa? Vai ficar aí, zoando da nossa cara?
Vai. Vai zoar de todos nós, como sempre fez, sem jamais aceitar nossa reverência e idolatria. Foda-se você, Zampa. Reverenciamos e idolatramos, problema nosso.
Ninguém manda ser o que é. Azar seu, que nos ensinou a escrever, e nunca aprendemos. Ninguém manda conhecer tanto, dos carros, das coisas, da vida, e a gente saber que nunca vai conhecer nada dos carros, das coisas e da vida.
Sendo assim, Gordo dos infernos, estás proibido de morrer desse jeito, sem mais, nem menos. E longe. O que você está fazendo em São José do Rio Preto? Quer morrer, Zampa, morra. Mas que seja em Monza. Ou em Spa. Ou em Nürburgring, Indianápolis, na puta que o pariu. Mas em São José do Rio Preto? Nem vem. Pode mudar isso aí. Quer morrer, morra em Interlagos, então. E não morra em silêncio. Morra praguejando, cercado por todos nós, com fundo musical. Motores e palavrões. Que porra é essa, São José do Rio Preto, em silêncio?
Estamos todos bem putos aqui, Gordo dos infernos. A última coisa que te perguntei foi se você tinha começado a dar a bunda, agora que estava magrinho. Como é que você vai morrer sem que eu possa dizer algo menos, digamos, íntimo?
Pode mudar isso aí, Zampa. Vou acender um cigarro, e quando voltar não quero mais ouvir falar desse assunto.
Estava sem internet na minha casa quando o Zampa faleceu. Zapeando na internet, hoje é que fiquei sabendo. Quando era garoto, colecionava revistas “RACING”. E na última página sempre tinha a coluna do cara. Passava a tarde toda lendo a revista na sorveteria do meu pai. Aprendi várias coisas lendo a coluna dele. Foram várias histórias, inclusive uma em que ele comenta sobre a inauguração do Kartódromo da minha cidade, em Uberlândia-MG. Foi em 1976 e segundo o Zampa a garotada foi pra ‘casa da luz vermelha’. Menos o Ayrton Senna, que ficou com o Alex Dias Ribeiro no Hotel. Nesse dia, segundo o Zampa, o Alex evangelizou o Senna. E tem um caminhão de histórias que li há uns 10 anos e que ainda estão na minha memória.
Tempos bons, onde ainda existia espaço para revistas impressas e era possível se encantar com essas histórias.
Triste notícia.
Gostava muito do Zamponi, pelo humor só comparado ao do Edgar de Mello Filho, aprendi a gostar de Fórmula 1 graças a estas 2 pessoas, também gosto do Bob Sharp se bem que este é mais sério…Que pena…
PORRA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Só vi isso agora!!!!! Quantas colunas li dele quando era moleque!!! E depois tive o prazer de trabalhar e conviver com esse Gordo quando trabalhava no site PlugBonus…… Foi onde minha admiração se transformou em respeito!!!!! Gordo viado do caramba!!!!!! Gente desse naipe que faz falta no mundo!!!!!!!! PUTA QUE PARIU!!!!!! Esse fdp que sempre alegra o dia conseguiu me deixar triste com essa noticia!!!!!!
Grande ZAMPA!!!!!!!!!
Caralho!…o Zampa? como eh que ele faz isso com a gente?
Zampa,
um grande cara, uma grande figura, adoravo as converas com ele, seja de corida quanto do Brasil como era uma veiz. Um grande jornalista, um grande homen, um grande gentleman. Sempre nos falavamos pra escrever juntos um livros sobre Sandro Angeleri.
Um grande abraços tambem para a sua familha.
Pois é, Zampinha se foi. Claro, sabia que ia acontecer uma hora ou outra, mas eu gostaria muito que ele tivesse vivido algumas felicidades antes de ir. Recentemente, eu só sentia brilho nele quando falava da netinha. No mais, não só a doença, mas também o rumo profissional e o estar distante entristeceram a alma do nosso Zampinha. Eu acho que é isso (não estou conseguindo abordar o tema direito), Zampinha era tão gigante de alma e de coração que deveria ter vivido felicidades merecidas antes de ir. Realmente, é foda.
Fiquei triste. O Zamponi foi pioneiro quando a leva de brasileiros começou a invadir as corridas na Europa. Foi editor da Auto Esporte dos bons tempos e conhecia muito mesmo. Leitor dos seus textos desde a adolescência (tenho 57 nanos), sinto muito mesmo a sua morte. Meus sentimentos à família.
Tristeza pela perda de mais um apaixonado pelo automobilismo ! Que em 1973 estava na Inglaterra dando força aos pilotos brasileiros que tentavam a carreira na Europa e fazendo um contraponto aos jornalistas ingleses que já não aguentavam mais a chamada invasão ! Jornalistas como o Chris Witty da Autosport inglesa, indignado em ver os ingleses batidos na Formula 3 e Atlantic por um piloto baixinho chamado Alex Dias Ribeiro, ainda mais com a inscrição Jesus Saves no carro !
O Zampa deve ser aquele que tinha uma coluna numa revista cujo nome não me recordo no momento e que uma vez escreveu um texto divertidíssimo acerca de furto de carne do restaurante em que ele trabalhava em Londres. É a lembrança (boa) que tenho dele.
O nome da revista é Racing; também lembro dessa historia (era bifes sangrentos ou algo assim).Só tive tempo de postar algo hoje, mas fica os meus mais sinceros pêsames à família desse grande jornalista e ser humano fora de série.
Uma baita homenagem do Flávio ao Zampa, não o conheci pessoalmente, mas através de suas colunas em revistas sempre trazia o seu jeito de revelar seus conhecimentos sobre sua paixão e deixar que nós viajássemos no mundo do automobilismo com uma linguagem como se fossemos coadjuvantes daquela história. Grande Zampa.
Uma perda irreparável, o gordo era sensacional com seu bom humor, experiência, o amor verdadeiro ao esporte motor, o texto impecável e a maior coleção de “causos” que se possa imaginar.
Agora deve estar trocando idéias com Senna, Pace e companhia limitada.
RIP ZAMPA…
Ao longo da vida aprendemos que daqui dessa
Vida nao levaremos nada….mas as otimas pessoas
Que conhecemos….jamais serao esquecidas.
Ate la em cima zampa…um dia..RIP
Sei que é mais legal falar do zampa assim .. até mesmo de sua morte .. mas porra .. estou triste pra caralho !!!! quantas vezes conversamos, e quantas vezes ri sozinho lendo suas colunas … que merda!
Dia muito triste para todos que, como eu, gostamos de ler histórias e “estórias” do automobilismo. Descanse em paz Zamponi.
Porra, FG, que merda é essa? Quando foi isso? Sempre fui fanzaço do cara, desde as reportagens dele do auge de Piquet e Senna, o bom humor, a acidez bacana. Bicho, tô chocado, fiquei triste mesmo!
Abraços aos amigos e familiares!
ok
Não tive a felicidade de ler o Marcus Zamponi. Pensei que você, Flavio, havia errado na mão, exagerado… Mas que nada, essa deve ser mesmo o melhor tom para homenageá-lo. Viva a irreverência, a criatividade e a sagacidade. Eis o que li numa crônica da motor4.com.br:.
“O jornalista espia o fogo e conclui que se tratava, na verdade, de um incêndio vagabundo, uma vergonha de incêndio. Qualquer mãe de família o apagaria com um humilhante regador de sinistro. E mais: — põe um canário inventado no meio das labaredas, um canário que morre cantando. No dia seguinte, a edição esgotou-se. A cidade inteira, de ponta a ponta, chorou a irreparável perda do bicho. Vejam vocês a lição de vida e de jornalismo: — com duas mentiras, o repórter alcançara um admirável resultado poético e dramático. (…) Sem passarinho, não há Sem passarinho, não há jornalismo possível.”(Nelson Rodrigues, in A Pátria em Chuteiras)
Por trás daquela majestosa figura, que intimidava pilotos e assustava focas de jornalismo, escondia-se um sujeito dócil e acima de qualquer suspeita. Seus dedos mágicos mal conseguiam acompanhar a mente brilhante, e Zampa decidiu que ele mesmo seria protagonista de suas histórias impagáveis, se bem que não se dava conta de dar coerência à sua obra – não se permitia ser Zampa em 100% dos seus textos. Mas, tal como Nelson, Zampa colocava molho próprio em episódios insossos, pois, como o mestre, sabia que o jornalismo precisa de umas boas mentiras para sobreviver.jornalismo possível.
O Anjo Pornográfico do Automobilismo, é isso que ele era. Faltava-lhe, de Nelson Rodrigues, o tesão de ter um texto impecável, que ele tinha preguiça para tanto e os revisores que revisassem. Faltava-lhe, da mesma forma, a coragem de escrever crônicas de automobilismo fora do padrão, como se sobre o presente algo o impedisse de soltar o verbo como o fazia sobre passado. Talvez ele se sentisse levemente constrangido, pois tentavam lhe ensinar um jornalismo que não existe, relações públicas em letras impressas. Queriam roubar de Zampa sua capacidade de dizer cobras e lagartos, seu livre-pensar, sua forma soberba de se manifestar, enquanto fingiam que todos lucravam com essa forma ardilosa e nojenta incompetente de ser – todos menos o Zampa!
Li muito textos do Zampa… Ers show de bola… Irreverente…
Muito bonito o que vc escreveu Flávio. Vc realmente deve ser um bom amigo…
Meus sinceros sentimentos aos amigos do Zampa e sua família…
Que loucura véio…com tanto César Tralli, tanto Augusto Nunes, tanta Miriam Leitão espalhados por aí, tem de morrer logo o Zampa? Faz uns 30 anos que eu “descobri” que existia vida além da revista Quatro Rodas, e se chamava AutoEsporte e desde então, passei imediatamente a curtir e admirar o extraordinário texto deste senhor que infelizmente se foi. Faz muita falta ler o texto do pessoal daquela época….Fernando Del Corso, Roberto Ferreira, Emílio Camanzi, Fernando Calmon… Só espero que o mestre maior, Cláudio Carsughi, fique conosco mais uns 150 anos…
Segundo as previsões mais PESSIMISTAS, o Carsughi ainda ficará por aqui por pelo menos mais 200 anos, sem contar os já 185 atuais.
Fala Flavio
No começo do ano foi Jacarepaguá. Depois o Barão. Agora o Zampa. Acho que realmente o automobilismo brasileiro está morrendo.
decada de 80, eu ficava todo mes na banca de jornal, esperando sair a revista auto esporte para ler as suas materias, depois veio racing com suas historias fantasticas, O GOLPE DO CORONEL CARDOSO, esta para mim, foi a melhor, fica com deus cara.
Sabem aquela frase clichê que sempre falam quando alguém morre? Aquela… “É uma perda irreparável!”. Pois é, dessa vez é verdade. Vá com Deus, Zampa (ah, e vê se não sacaneia Deus. Pelo menos, não muito)!
Lembro bem dele na Autoesporte; saltava aos olhos a qualidade e a liberdade dos textos.
Tomar no cu a morte e o Flávio Gomes! A morte porque é uma filha da puta e o Flávio Gomes porque é um jornalista foda pra caralho, capaz de escrever um texto que é uma verdadeira preciosidade como esse.
Sem comentários. Viral, bem nomeio da canela. Excelente texto.
Rip!
O cara era f#%a!
Deus, tu é muito injusto. A sua revista de automobilismo vai ser melhor que a nossa. Para com gracinha e devolve o Zampa pra gente, por favor .
Vamos sentir a sua falta, se não me engano ele escrevia para a RACING desde que a revista existe, vai com Deus Zampa, a gente fica, fica triste.
sou de rio preto, ele era daqui?
está enterrado aqui na cidade? se sim, qual cemitério? vou lá levar uma homenagem pra ele: um carrinho da minha coleção.
Turco o enterro será no Jardim da Paz às 16:00 horas.
TIVE O PRAZER DE CONHECER O GRANDE ZAMPA,GDE PESSOA,GDE JORNALISTA,GDE CARA,QUE DEUS O RECEBA COM OS BRAÇOS SUPER ABERTOS.
Zampão era único e conseguiu deixar uma marca em todos nós. Bela homenagem Flavio
E levou como Tatuagem a marca de Interlagos. http://twitpic.com/d2ymyq
Trabalhei um ano do lado do Zampa em 2001. Eu não ia trabalhar, ia me divertir.
Figura fantástica. Acabou meu dia.
Lembro dele me contando do tempo que morava na Inglaterra e carregava dentro das calças hambúrgueres que roubava do trabalho. Só para os mesmos derreterem dentro do metrô, e todo mundo ficar olhando pra ele, parecia que o gordo estava menstruado.
Vai Gordo, a gente se vê depois.
HOJE O AUTOMOBILISMO ACORDOU MAIS TRISTE: PERDEMOS A AMIZADE, A IRREVERENCIA, AS HISTÓRIAS E O CONHECIMENTO DO JORNALISTA MARCUS ZAMPONI…
R.I.P. ZAMPA!
O meca Ferreirinha foi tema de sua colunas…numa delas o Zampa relatou que o meca montou um F-Ford dentro de casa
Esse cara é foda…. Colecionei a Racing durante muitos anos desde a criação em 1997, mas foi duro para de comprar nas bancas, porque a primeira coisa que eu lia quando comprava a revista era ler a última página, da coluna do Zampa. Muitas histórias interessantes e engraçadas.
De vez em quando entrava na banca de lia rapidinho e coluna dele, porque hoje em dia acho muito mais acessível ler as notícias gerais de automobilismo na internet.
Deixa muitas saudades em todos que gostam do automobilismo.
Fica com Deus, Zampa
o primeiro texto que eu li dele foi na racing, falando dos caras que ”roubaram” uma carga de leite em pó, muito bom texto, depois sempre li os textos dele
muitas historia e estorias lidas na revista racing , deste cara , revistas antigas que guardo e até hoje as pego só para reler seus causos. uma pena , caras como este não deveriam morrer
MZ, crescemos lendo esta assinatura na Auto Esporte.
Zampa tinha Interlagos antigo tatuado na perna direita e dizia: Ele vai morrer comigo.
Tremendo jornalista.
Forte! Boa… e na mosca…. Este VEADO nos fez rir, chorar… ficar engraxados lendo teus textos e viajando nas suas maioneses….
Fiquei sabendo que ele não morreu… só foi fazer uma ‘cobertura’ e não deixou e-mail, endereço… telefone e nem porra nenhuma!
-Vamos ter que ficar esperando este sacana dar notícias!
Ainda bem que esta tudo em nuvens nestes tempos que vivemos!
Booora Zampa em paz dar risadas e fazer zorra por aí!
Li muito os textos do Zamponi na Revista Racing e agora recebo a notícia que dois amigos também embarcaram no Sedan Branco
tb adorava as colunaa dele na revista racing.
Lembro-me bem dessas colunas. De duas em particular: a primeira era sobre uma tal de Elizabeta, “a Insaciável” e outra sobre um viado na festa de laçamento da RD 350. Uma grande perda, sem dúvida.
Uma pena… Escrevia como poucos. Curtia muito a coluna dele na revista Racing.
Putz!!
Vá em paz, Zampa.
Sempre fui fã das tuas colunas, em que revistas fossem.
Mas, fazer o que… a vida tem dessas coisas…
Abraço
Morte sentida, o Zampa devia ser um cara sensacional. Dificil, impossivel na verdade, achar alguém que não adorasse os seus textos.
Que Deus conforte a Familia.
Imperador
Que merda….um puta jornalista de automobilismo……que conhecia mesmo, trabalhou na Inglaterra, acho que na March….viu o Alex chegar por lá para F3…aqui, na Polar….contava boas histórias..como em 78 nas 24 Horas de Le Mans com Paulão, Guaraná e Cia…pqp….que merda…e ainda por cima temos de engolir hoje em dia coisas do tipo ” Fettel” , RBR , STR..pqp mesmo…
Porra Fabio, vc conseguiu foder mais ainda… Caralho.
Não aceite, errei teu nome… Pus o do bestinha, lá. Que merda. Vou fazer outra.
Só conheci o Zampa pelas colunas da Racing e como entrevistador no Roda Viva do Piquet, e o cara realmente parecia especial. As historias que ele contava beirava o inacreditável. Uma pena, ele parecia eternamente jovem.
Zampa,agradecido por tanta informação e formação de um louco por automobilismo,agradecido por tantas histórias e causos,agradecido por tantos risos,sorrisos e gargalhadas,agradecido por ter existido e ter sido importante para mim.O mundo ficou mesmo mais burro e menos alegre…
Leitor assíduo da MOTO SHOW me lembro de uma série de crônicas dele quando pegou uma FIAT ELBA e cruzou as Américas, lá pelos 80/90. Texto espetacular…
Imensa saudade a partir de agora. Particularmente, devo ao Marcus Zamponi a primeira oportunidade de atuar na Imprensa nacional: jamais esquecerei um telefonema dele no início de Março de 1992, para que comparecesse à Tarumã e, em nome da revista Auto Esporte, fazer reportagem da primeira etapa da Copa Shell (Marcas & Pilotos). “Cara, vamos ver se voce vai passar no teste, hein? Aí no sul, os caras falam bem de ti. Vamos ver se é verdade ou se é mais uma mentira dos (jornalistas) gaúchos…”. Penso que passei no teste, posto ter visto meu texto publicado na edição 323 da revista. Portanto e, de público, minha estima e reverência ao Zampa.
Teve também aquela história onde um jornalista inexperiente começou a falar “estou aqui com o senhor Lafitte” e o piloto agarrou na gola da camisa dele e ficou gritando “JE SIUS ARNOUX! JE SUIS ARNOUX”.
Querido Zampa, pensei em você a semana inteira…!!! Liguei pra sua casa e ninguém atendeu…!!! Esteja com Deus que você merece; adeus meu amigão que me ajudou muito, Beijão prezado irmão, continuo te amando, forever…!!! Ricardo