ÁFRICA

safricaflagSÃO PAULO – Desembarquei à noite, e se bem me lembro mais de uma semana antes da corrida. Tinha algo a ver com o preço da passagem, era mais barata se o período de permanência no destino fosse de não sei quantos dias. Viajava de Varig e havia um voo, desconfio, que saía do Rio, parava na Cidade do Cabo, em Johannesburgo e seguia para a Tailândia. Ou talvez não parasse no Cabo e fosse direto para Jo’burg, como logo aprendi.

Bem. Desembarquei à noite, estávamos em fevereiro de 1992 e o apartheid havia terminado oficialmente em 1990, embora, na prática, só tenha terminado de verdade com as eleições de 1994. Meu hotel ficava no centro da cidade e peguei um carro. Um carro pequeno, branco, é do que me lembro. Mão inglesa, mas eu sabia dirigir essas coisas. Com um mapa no banco, minha cara branca, meus cabelos loiros e meus olhos azuis, fui para a cidade e encontrei o hotel, no centro. Não deve ter sido complicado, eu me lembraria se tivesse sido.

Na África do Sul, como em muitos países, a tomada para ligar o computador na energia era diferente da que eu tinha. É um inferno, isso. Se bem me lembro, três pinos, sendo um deles, o terra, mais grosso. Mas a tomada do banheiro era num padrão mais ou menos conhecido, embora o aviso fosse claro: apenas para aparelhos de barbear. Nunca levei isso muito a sério em hotéis e espetei o velho Toshiba para mandar algumas linhas ao jornal. Só que o diabo da tomada não carregava o computador, e foi aí que passei a levar a sério essas tomadas apenas para barbeadores.

Desci, fui à recepção e perguntei se eles tinham algum adaptador. Não tinham. Onde compro a essa hora? Eram umas oito, nove da noite. Tem um lugar virando ali. OK. O senhor vai lá? Vou, uai.

Saí, com minha cara branca, meus cabelos loiros, meus olhos azuis e alguns rands no bolso para comprar meu adaptador. O lugar indicado era uma daquelas bodegas que vendem de tudo, latas de refrigerante, cigarros, isqueiros, chicletes, sanduíches prontos, batatas fritas de pacote, sorvetes, lâmpadas e, com alguma sorte, adaptadores de tomadas. E tinha mesmo, tanto que comprei e voltei tranquilamente para meu hotel, e foi com algum espanto que o rapaz da recepção, negro, me viu entrando sossegado com o adaptador na mão, mais uma carteira de Peter Stuyvesant, marca de cigarro que adotei como minha naqueles dias, a caixa branca com uma tarja vermelha. Eu guardo esses detalhes.

Agradeci sorrindo, afinal tinha sido muito bem-sucedido nas minhas compras, e ele me disse que eu não deveria sair por ali àquela hora da noite. E por que não deveria, perguntei, e ele disse que era porque ali só havia negros, e o centro da cidade é perigoso para brancos como o senhor.

Fiquei sem reação, porque não me senti em perigo em momento algum, talvez tenha percebido um ou outro olhar, e de fato só havia negros nas imediações, mas e daí?, eu estava na África, o Continente Negro, não era particularmente uma surpresa haver muitos negros, e até onde eu sabia, o apartheid tinha terminado, o presidente De Klerk já havia convocado eleições abertas para dali a algum tempo e o Madiba estava solto.

Nos dias seguintes, mais de uma pessoa me disse que fui muito corajoso de sair com minha cara branca, meus cabelos loiros e meus olhos azuis pelo centro de Jo’burg numa noite de meio de semana para bater perna atrás de um adaptador de tomada. Podia ter sido assaltado, espancado e morto. Achei que aquilo era mentira, alarmismo típico de quem gosta de supervalorizar qualquer merda, não me senti nenhum herói humanitário por ter enfrentado uma turba negra de peito aberto. Não senti nada, apenas saí para comprar um adaptador, e se alguma menção honrosa mereço, foi por ter encontrado, que essas coisas, às vezes, são bem difíceis de achar quando se precisa delas.

Sem muito o que fazer até o dia do primeiro treino, que pode ter sido numa quinta-feira, já que era pista nova no calendário, acabei conhecendo, não me lembro bem em quais circunstâncias, um rapaz de Curitiba, branco, que estava estudando jornalismo em Jo’Burg e gostava de esportes. Nos encontramos para tomar uma cerveja e ele me contou que alguns brasileiros atuavam no futebol sul-africano, e achei que aquilo poderia render algum material para o jornal, como de fato rendeu. Para quem tiver curiosidade de ler, está aqui.

Graças ao rapaz de Curitiba, fiquei sabendo que havia sete brasileiros jogando por lá, além de um técnico, Wander Moreira, que outro dia soube que morreu em Apucarana. Fui ao seu apartamento e me lembro de duas coisas em particular: o papo divertidíssimo de um sujeito que daria um livro e de suas filhas lindas, já pós-adolescentes, heroínas ao lado daquele homem que vivia de treinar equipes de futebol na África, 18 anos rodando pela Somália, Sudão, Moçambique, Tanzânia, Suazilândia e sabe-se lá onde mais. Wander Moreira…

Bem, vamos em frente. Um dos sete brasileiros que jogavam lá era Jaiminho, razoavelmente conhecido porque tinha feito parte de um bom time do São Paulo nos anos 80, que tinha Müller, Careca e outros caras bons. Neguinho lépido, habilidoso, foi parar no time mais popular da cidade, o Orlando Pirates, e iria estrear naquele fim de semana num torneio de abertura de temporada contra o grande rival local, o Kaizer Chiefs. Era uma boa matéria, sem dúvida, e o amigo curitibano arrumou o telefone do Jaiminho e combinamos de tomar uma cerveja para fazer uma entrevista, e então eu, com minha cara branca, meus olhos azuis e meus cabelos loiros, descobri o que era o apartheid.

Pegamos Jaiminho no hotel onde ele estava morando, ou talvez fosse um apartamento alugado, não lembro bem, e saímos pela noite de Jo’burg para tomar um negócio num bar e fazer uma entrevista, e como eu já estava havia alguns dias na cidade, sabia de um lugar legal pelas redondezas, e para lá fomos. Quando parei o carro na porta do bar, descemos, dois brancos de olhos azuis e cabelos loiros, com um neguinho de olhos espertos e dentes muito brancos, mas não fomos longe. Entra no carro, disse o curitibano a Jaiminho, porque em nossa direção vinham três caras enormes, de pele avermelhada e ar pouco amistoso, e falaram alguma coisa em africâner que não entendemos, e por via das dúvidas entrei no carro também, e meu amigo, e um dos caras encostou no meu pneu, tirou o pau para fora e começou a mijar no carro, enquanto os outros dois gesticulavam e gritavam para que fôssemos embora dali, isso deu para entender.

Saímos em silêncio, e eu poderia dizer aqui que fiquei com muita vergonha do que tinha acabado de acontecer, mas não fiquei, fiquei com muita raiva, vergonha eu não tinha motivo algum para sentir porque não fazia parte daquele grupo, e quando quebrei o silêncio disse apenas “filhos da puta, filhos da puta”, e fui procurar outro bar, onde nos sentamos e conversamos.

No fim de semana, fui com meu amigo ao jogo de estreia do Jaiminho, no FNB Stadium, que deve ter sido um desses reformados para a Copa de 2010. De brancos, no estádio, dava para contar nos dedos: eu, o amigo, os dois goleiros e o trio de arbitragem. Eles não gostam de goleiros negros, me explicou um jornalista local. Assisti ao jogo de dentro do campo, arquibancadas cheias, torcida toda negra, uma festa e uma alegria que eu não consigo descrever direito, aí, antes do início da partida, entra no gramado um coral de negros fortes e negras gordas, vestidos com roupas coloridas de motivos tribais, e eles vão para o grande círculo, e o estádio se cala, e eles começam a cantar, sem microfone, sem instrumentos, o hino sul-africano em zulu.

Foi a coisa mais linda que vi na vida, a liberdade.

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Otto Lima
Otto Lima
10 anos atrás

O regime do apartheid, que vigorou desde a independência da África do Sul, em 1948, até a posse de Nelson Mandela como o primeiro presidente negro do país, em 1994, estabeleceu a segregação racial como política de estado, mas a mesma já estava enraizada na cultura sul-africana havia muito tempo. No fim do século XIX, durante a colonização britânica, um jovem advogado indiano que trabalhava para uma empresa de um conterrâneo seu foi vítima e testemunha do preconceito racial na África do Sul. A partir de então, sensibilizado por tal experiência, ele iniciou a sua militância política em prol dos indianos, também vistos como inferiores pelos colonizadores europeus. Aliás, as diversas etnias que formam a população sul-africana eram agrupadas em quatro níveis hierárquicos: no topo, os brancos; em seguida, os asiáticos (indianos, chineses e malaios, majoritariamente) e os mestiços (“coloured”); por fim, os negros nativos.

Em 1915, quando seu nome já era conhecido em todo o Império Britânico, ele retornou à Índia e prosseguiu em sua luta pacífica até ser assassinado, em 1948. Embora não tivesse conseguido impedir a violência sectária entre hindus e muçulmanos, que ainda hoje persiste na região, ele conseguiu a independência de seu país.

Seu nome: Mohandas Karamchand “Mahatma” Gandhi.

Ubaldir Jr.
Ubaldir Jr.
10 anos atrás

Belíssimo texto, só pra variar. Não é atoa que este é meu endereço favorito na internet a 8 anos. Parabéns Gomes, pelo texto e pelos 8 anos do blog.

Flavio
Flavio
10 anos atrás

Parabéns pelo texto!
Passei um mês a trabalho em uma subdisiária japonesa na Johannesburg, e saí do hotel a pé para ir até uma loja de conveniência para comprar alguma coisa, as 17 e pouco, começando a sumir o Sol. Deixei o carro e fui, mas as pessoas que passavam de carro na avenida, brancos ou negros, me olhavam e muito. Só entendi quando eu voltei e a dona do hotel me deu uma bronca de ter saído sem o carro. Disse que foi a coisa mais estúpida que eu poderia ter feito. E isso foi em 2011!
Ainda há muito ressentimento entre eles. Os melhores empregos estão com os brancos. Na área de serviços é difícil ser servido por uma branca ou branco. Só vi uma(parecida com a Avril Lavigne) em um restaurante meio chique.
Gostei de lá. conheci o bairro de Soweto, vi aonde Mandela começou sua luta e o Museu do Apartheid, com réplica da cela que ele ficou por muito tempo.
E peguei uma negra que trabalhava na empresa servindo cafezinho para me mostrar a cidade, pois sabia que um branco não me mostraria o que eu queria conhecer mesmo.
Gostei muito da cidade, mas a violência que eles falam nem se compara com Brasil.
Nos fins de semana as pessoas andam com carros conversíveis e de capota aberta, sem nenhuma preocupação. Em São Paulo no mesmo ano eu quase fui assaltado porque estava com o braço de fora e relógio a mostra.
Gostei muito de lá, poderia ficar a trabalho lá tranquilo. Só teria que me acostumar com a forma deles de dirigir, pois dirigem como loucos!
Japoneses em sua maioria seguem regras de trânsito e não correm, na África do Sul os caras correm como loucos!

Roberto Fróes
Roberto Fróes
10 anos atrás

E pensar que eu estava vivo nessa época! Dá até vergonha…
Assim como chego a ficar envergonhado quando escuto certas pessoas ainda hoje, falando mal ou com desprezo de negros, nordestinos, judeus, e outras minorias.
Sinto vergonha de viver na mesma época, parece até que eu faço parte da turma que pensa assim… Deus me livre…
Imagino como eu me sentiria na época do nazismo…

rodrigo moreira
rodrigo moreira
10 anos atrás

show seu relato!
O aparthaid era de Brancos… que coisa, e todos tinham medo dos negros…

Glauson
Glauson
10 anos atrás

Flávio parabéns pela sua maneira de escrever. Vc sabe prender a atenção do leitor, seus textos são interessantes e vc sabe o momento certo de publicá-los. Sou apreciador de bons livros e você está de parabéns!

Guilherme
Guilherme
10 anos atrás

R.I.P…..

mas que não nos enganemos…a mãe de todas as segregações é a pobreza. Querer erradicar qualquer outro problema relacionado à cor de pele (seja que cor for) sem resolver a pobreza . é falácia. Visitem a Africa do Sul hoje em dia….a pobreza ainda está lá … tal qual como Muro de Berlim dividindo os povos que tem ou não mais oportunidades na vida. Mas a semente foi plantada….

Guilherme

Otto Lima
Otto Lima
Reply to  Guilherme
10 anos atrás

O problema é que o alto escalão do CNA, partido de Mandela e que governa a África do Sul há quase 20 anos, parece ter se esquecido do povo oprimido por quem deveria trabalhar e chafurdou na corrupção e no nepotismo…

Marco Lazzeri
Marco Lazzeri
10 anos atrás

Cara… Você, inspirado, é um artista. :-)

Thiago Leal
10 anos atrás

FG,
Você já comentou algumas vezes que lamenta o fato de que a F1 foi o último esporte regido por uma federação internacional oficial a boicotar a África do Sul durante o apartheid. Se não me engano, isso, oficialmente, foi em meados dos anos 80 depois de uma corrida onde houve, enfim, boicotes e uma porrada de acidentes e defeitos mecânicos, pouquíssimos carros terminaram a prova, não? Não lembro de ter lido sobre isso aqui no blog, cheguei pela tag África do Sul e não achei nada… bem que você poderia revisitar a corrida e contar a história.
Abs,

TUTA
TUTA
10 anos atrás

Não lembra que carro era? Era branco? Não era gelo? Porra, mas que apaixonado por carros tu tá me saindo, Efegeira. hahahahhahaha

TUTA
TUTA
10 anos atrás

Gomes, tu não é meu irmão de sangue, mas aqui no meu coração é a mesma coisa que se não fosse.

João Sarto
João Sarto
Reply to  TUTA
10 anos atrás

duro de entender, mas enfim

TUTA
TUTA
10 anos atrás

Putz, que oportunidade perdida de rapar um tremendo pentelho da face da terra!
Bela frase final, deu gosto ao texto. Tu tá começando a ficar bom, guri.

Ricardo
Ricardo
10 anos atrás

Flavio Gomes, parabéns, mais uma vez, pelo excelente, e emocionante, texto. Você poderia um dias desses aproveitar e escrever algo sobre dois goleiros, negros, que encantaram o Brasil, nos anos 70s: Jairo e Neneca.

Antonio
Antonio
10 anos atrás

Nessa época, o Flavio tinha cabelos loiros e não precisava usar aqueles gorros pra disfarçar
Bons tempos

Fernando
Fernando
10 anos atrás

Caraca, muito boa ! Bela história !

Liberdade !

Descanse em paz, Mandela! Você lutou o bom combate… e saiu vitorioso!

Marcelo
Marcelo
10 anos atrás

Amigo Flavio,
Grande líder e que “doou-se” literalmente por uma causa, sofrendo inclusive fisicamente com danos irreversíveis até o fim de seus 95 anos…
Sempre terá meu respeito e admiração por tudo que fez…
Minha filha tem 6 anos. Ontem chamei ela para ver o noticiário comigo e tentei explicar o quanto ele foi importante para o mundo. Ela me perguntou o que era “racismo”, “intolerância”, “preconceito”, “apartheid” entre outras palavras ligadas direta ou indiretamente à ele…
Quando ela crescer vou contar a história deste grande líder e que vimos “in loco”…
Abraços,
Marcelo

Marcelo
Marcelo
10 anos atrás

Simplesmente 100 comentários sobre o que escreveu…

Leonardo Cavalcante
Leonardo Cavalcante
10 anos atrás

Madiba, Lula e Luther King…

3 homens que mudaram a história de seus povos.

Mauricio
Mauricio
Reply to  Leonardo Cavalcante
10 anos atrás

Menos, menos, bem menos…

pc
pc
10 anos atrás

Uma das coisas difíceis de se exercitar nesta vida é o perdão. Na prisão, Mandela aprendeu o africâner, língua dos seus algozes. Quando lhe foi perguntado porque, disse que precisava se comunicar com aqueles que o colocaram na prisão, precisava entende-los para poder vence-los. Ao sair, conduz o país à reconciliação e faz com que as divisões tribais sejam contornadas em função dos interesses da população. Um gigante, que tinha sempre um sorriso no rosto e nos lábios uma palavra de tolerância. E nós, aqui no Brasil, com essas bostas no poder, esse bando de ladrões, que só pensam em assegurar a existência dos seus tataranetos.

JP
JP
10 anos atrás

Se existir alguma escala de “qualidade do ser humano”, algum “IDH” que meça nossa excelência moral e ética, Mandela chegou bem perto do valor 1. Enquanto a maioria da humanidade mal chega nos 0,5.

Everaldo
Everaldo
10 anos atrás

Flavio

Bela homenagem do U2 para Mandela. Merece um radio blog.
http://www.youtube.com/watch?v=XC3ahd6Di3M

Lindo texto. Abraços e bom final de semana para galera.

Paulo Leite
Paulo Leite
10 anos atrás

Exceto pelo beleza dos negros cantando no estádio, seu relato é triste e desanimador, pois revela que desgracadamente nada mudou de lá pra cá, racismo apenas aumenta em todo canto, caso contrário não haveria tantas leis de polícia para protege-los, da única invenção da humanidade da qual devemos nos envergonhar, racismo sempre existiu e nunca acabará.
Se há dúvidas, vista um pele preta, pentei o cabelo pixain e saia por ai num carro bacana para ver o que acontece, a polícia da lei não te deixará em paz.
Mas há de melhorar, Obama, aos trancos e barrancos está lá, Joaquim Barbosa também, e Mandela será eleito Santo pois houve poucas pessoas pacíficas e decentes no mundo feito ele. Obladi Obladá.

José Morelli
José Morelli
10 anos atrás

O Flávio Gomes tem história pra contar ein…..pqp!!! Cada história rapaz, interessantíssimo.

Ainda bem que o apartheid acabou porque simplesmente é a coisa mais ridícula do planeta negros estarem sendo discriminados no seu próprio continente…..se bem que no Brasil não existe tanta diferença assim, com indígenas e descendentes de indígenas sendo discriminados de seu próprio continente. Se tem apartheid no Brasil? Não diria, mas quase.

As periferias metropolitanas no Brasil, me digam gente, que etnia prevalece? A branca, caucasiana, nórdica? Dificilmente…..apartheid tem no Brasil também e é pior, porque é silencioso.

Nelson Barreiros Neto
Nelson Barreiros Neto
10 anos atrás

Esse planeta vai melhorar muito quando as pessoas extinguirem o racismo que tem dentro de si e se importar apenas com suas crenças religiosas.

Quando isso acontecer, embora não resolva tudo, mas vai melhorar bastante.

Mandela fez de sua vida a luta contra o racismo e a intolerância. Grande homem que cumpriu seu papel. Vai em paz com certeza e deixa um legado talvez sem paralelos na história contemporânea.

Tulio Menegoni
Tulio Menegoni
Reply to  Nelson Barreiros Neto
10 anos atrás

O mundo não vai melhorar nunca. Caminhamos rumo à barbárie e ao caos na velocidade da luz. O tal do ser humano definitivamente não é gente.

Fabiano Lacerda
Fabiano Lacerda
Reply to  Nelson Barreiros Neto
10 anos atrás

Enquanto a crença ou descrença de cada um possuir relevância, vamos continuar atolados na mesma merda de sempre também.

Sanzio
Sanzio
10 anos atrás

Dai você foi perceber que o risco que você correu ao sair comprar a tomada era de ser agredido pelos brancos, não pelos negros….

Serginho
Serginho
10 anos atrás

Lindo texto. Legal também a parte sobre o curitibano. Já fui pra Curitiba algumas vezes, e tive o desprazer de conhecer vários que seria capazes de fazer o mesmo que fizeram os que abordaram vocês na porta do restaurante…

Gabriel
Gabriel
Reply to  Serginho
10 anos atrás

Então você foi para a Curitiba e conheceu algumas pessoas ruins, que existem em todos os lugares. A cidade, em geral, não tem nada a ver com este tipo de coisa.

João
João
10 anos atrás

Que lindeza, FG. Sempre que acontece algo importante, para o bem ou para o mal, corro pra cá. É quase uma certeza de que tem coisa boa e inteligente à disposição. Valeu, abs

Alexandre Senges
Alexandre Senges
10 anos atrás

Vc presenciou as primeiras voltas da Andrea moda?

Banana Joe
Banana Joe
10 anos atrás

Cara, obrigado pelo ótimo texto.
Quanto a Madiba, um de meus pouquíssimos ídolos se foi.
Gostaria de ter mais ídolos, mas fazer o quê, sou meio seletivo pra essas coisas.
Daqui a pouco vai também o Muhhamad Ali e vou ficar quase sem ninguém vivo para admirar…

peter von wartburg
10 anos atrás

vc tem que escrever mais sobre essas estórias, muito mais. todo dia. encha livros e livros com elas. por favor.

Luis
Luis
10 anos atrás

Ótima crônica. E a matéria da Folha é deliciosa de ler. Obrigado por compartilhá-las :)

E, em relação ao Mandela … que descanse em paz um dos homens que mais trouxe mudanças positivas para esse nosso mundo.

Eduardo Britto
Eduardo Britto
10 anos atrás

Sensacional! Pena que o dia não tem uma hora a mais, pra eu acessar com mais frequência esse meu blog favorito. Valeu!

Alexandre
Alexandre
10 anos atrás

São histórias que parecem ter sido vividas á seculos… mas foi a pouco mais de 20 anos…
Existe babaquismo maior do que discriminação de qualquer tipo?
Racista, sexual, religiosa, nacionalidade, time de futebol, equipe de F1.
Viva a diferença é por isso que o mundo é interessante. O que os babacas racistas querem? Um mundo com todos iguais? Raça Ariana?

José Morais
José Morais
10 anos atrás

Bela matéria Flávio.

Dica de filme: O Poder de um Jovem (1992) com Morgan Freeman.

” Eu sou o capitão da minha alma.” (Nelson Mandela)

Daniel N
Daniel N
10 anos atrás

O Legal é que ninguém fala do PORQUE que Mandela foi preso.
Terrorista de primeira linha.
Racista, incitava verbalmente matar os brancos.

Que coisa Linda!!!

Paulo Leite
Paulo Leite
Reply to  Flavio Gomes
10 anos atrás

Flávio, pra que perder tempo com sujeito deste tipo ? Mande direto pra lata do lixo.

RENE FERNANDES
RENE FERNANDES
Reply to  Daniel N
10 anos atrás

RENE FERNANDES disse:
Seu comentário está aguardando moderação.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013 às 12:41

Inconveniente, grosso e espíritos de porco….Caro Gomov, Queimem as bruxas! Queimem as bruxas!!! Que o mundo tem boçal demais….
Responder

Paulo Sergio
Reply to  Daniel N
10 anos atrás

Porra, essa direita brasileira tá ficando cagona. Não ví nenhum deles comemorando a morte do terrorista Nelson Mandela. Bom era este o meu comentário!
Agora será: Um mané comemorou!

Cassius Clay Regazzoni
Cassius Clay Regazzoni
Reply to  Daniel N
10 anos atrás

Caro Daniel N (de Nada),

Você é apenas mais um filho de uma… aliás, seria um desrespeito com as prostitutas, a maioria trabalhadoras com muito mais dignidade, decência e ética que você, chamar você de filho de uma delas.

Na verdade você é um escroto, um monte de merda que infelizmente tem acesso à internet.

Felizmente jamais postará neste blog novamente, vai se fuder reaça de merda.

JONAS
JONAS
10 anos atrás

E o Guarani venceu o Curintia pelo brasileirão..nos tempos em que ainda tinha time de futebol..

JONAS
JONAS
10 anos atrás

…e o Guarani venceu o Curintia pelo brasileirão..nos tempos em que ainda tinha time de futebol..

Claudinei Ribeiro
Claudinei Ribeiro
10 anos atrás

Parabéns pelo relato Flávio!
O mundo é realmente estranho.
Escravidão, apartheid, nazismo, neonazismo, xenofobia, preconceito velado (Brasil) e fanatismo religioso praticado por seitas pseudo evangélicas (Brasil).
No final somos todos seres humanos!!

Nathan
Nathan
10 anos atrás

Estive lá em janeiro e ainda hoje é bem nítido, pelo que conversei com diversos negros, que futebol é para negros e rugby é para os brancos. E de fato, o negros não estão nem um pouco interessados em rugby, o lance deles é futebol. Estava com meu filho e ele usava uma camisa do Clube Atlético Mineiro, o Galão da Massa, do Ronaldinho, aquela com número 49. E quando os caras viam o nome nas costas já começavam a gritar “RRRonaldinho” e vinham perguntar de qual time era aquela camisa. Demais aquele país.

Marcos Aldred Ramacciotti
Marcos Aldred Ramacciotti
10 anos atrás

Parabéns por nós mostrar um pouco do que viu da África do Sul, principalmente numa época pesada.
Bacana também rever a matéria na folha, rendeu uma página inteira. Fazendo uma observação, parece que antes a cobertura no esporte era muito mais completa, além da matéria da África fala uma pequena nota sobre a formula opel.

Paulo Oliveira
Paulo Oliveira
10 anos atrás

Morei um período no início deste ano em Cape Town e pude ver o quão importante Mandela é para aquele povo. Mais que um político, mais que um líder, ele é o pai de toda a população daquele país. Uma das experiências que mais me fez refletir na vida foi conhecer a cela na qual ficou preso por quase 3 décadas. Aquele homem ficou enjaulado por quase o tempo que eu tenho de vida, em uma ilha isolada, com direito a uma visita de 30 minutos por ano, e ainda assim se manteve firme em seus ideais e saiu mais forte do que entrou no lugar. O legado dele de esperança ficará marcado em muitas gerações.

Marcos Bassi
Marcos Bassi
10 anos atrás

Enquanto não lança um livro…vou imprimindo e guardando. Realmente, encerrou-se uma das mais impressionantes e fascinantes histórias da era moderna.

Eduardo
Eduardo
10 anos atrás

Flavio, que história!
Sem comparação, obviamente. Mas quando fui ao Museu do Jazz no Harlem certa vez, ao lado da minha esposa, de ascendência polonesa, entendi, mais ou menos, o que a cor da pele poderia fazer. Sou branco, mas falava com os caras numa boa, e eles se entreolhavam como se pensassem “que Diabos esse cara está fazendo aqui?!”. Quando disse a eles que gostava. mesmo, de jazz, das histórias do Apollo e da reverência que o mundo deveria mostrar a Martin Luther King, eles abriam aquele sorriso e me perguntavam: “E Pelé?”
Nunca soube bem responder essa pergunta.
Abraço!

MARCIO M
MARCIO M
10 anos atrás

Vc falou tanto do cabelo que acho ser saudade por não tê-los mais, brincadeiras a parte excelente texto como sempre, Mandela foi,é e sempre será um líder positivo.

Mário Sérgio
Mário Sérgio
10 anos atrás

Somos órfãos agora.

Felipe AG
Felipe AG
10 anos atrás

Flavio,
Muito legal o seu relato. Quantas vezes você foi à África do Sul?

Wagner
Wagner
10 anos atrás

Amigo Flávio,

Hoje, o mundo amanheceu mais triste.

Pedro Paiva
Pedro Paiva
10 anos atrás

Você e sua capacidade de transformar um texto comum em sensacional na última frase. Estive na Africa do Sul pela primeira vez em 2012 e não vi nada disso. Claro que tem as áreas pobres dominadas por negros, mas nada de diferenciação de raça tão acentuada. Pelo menos eu não vi.

Viriginia
Viriginia
10 anos atrás

Poxa…. Que texto bonito….

Eugenio Cesar
Eugenio Cesar
10 anos atrás

Sensacional….