20 NOS 20

abre-20-20SÃO PAULO – A equipe do Grande Prêmio e da Revista WARM UP coloca no ar hoje 20 depoimentos de pessoas que estavam em Imola, ou se envolveram de alguma forma com os episódios daquele fim de semana de abril/maio de 1994.

Fiz uma breve introdução, que reproduzo abaixo. Para ler todos, é só entrar na página “20 nos 20”. São depoimentos fortes, importantes, emocionados, relevantes. Ouvimos Hill, Newey, Reginaldo, Barrichello, Dennis, Williams, Cabrini… Espero que gostem.

Senna era tudo que a maioria das pessoas imagina que fosse, de alguma forma. E era, igualmente, um cara exagerado em tudo. Meu texto não tem título. Eu poderia chamá-lo de “Exagerado”. Que seja assim.

EXAGERADO

Herói, mito, lenda, inesquecível, ídolo, mágico, inigualável, imbatível, dedicado, o melhor de todos, as manhãs de domingo, perdeu a graça, parei de ver, depois dele nunca mais.

Nos últimos 20 anos, um pouco mais por estes dias de proximidade com a data redonda, o nome de Ayrton Senna raramente foi dito sem que alguns desses adjetivos e expressões viessem colados nele — como se fosse ofensivo, ou reducionista, citá-lo sem agregar algo que o exaltasse para além do que era, um grande corredor.

É compreensível. Resvala na obviedade dizer que Senna foi um sujeito especial. Não o único, porém. O esporte está cheio de heróis, mitos, mágicos, imbatíveis etc. É uma pena, porém, que a maioria de seus fãs/seguidores/devotos enxerguem nele apenas essa figura mitológica, colocando tal elenco de virtudes reais ou imaginárias acima da maior de todas: suas qualidades como piloto.

A morte trágica e a imagem construída durante anos por uma mídia sedenta de ídolos ofuscaram um pouco aquilo que Senna melhor fazia. Se é verdade que Ayrton gostava dessa aura sobrenatural — e que se comportasse como tal, com frequentes arroubos alegóricos —, era no dia a dia de sua profissão que ele revelava seu grande talento; era no chão de box que Senna conseguia se livrar das embalagens que o vendiam como uma espécie de divindade para exercer com maestria seu ofício.

Piloto excepcional, perfeccionista, decidido, rápido e arrojado, é na admiração de seus pares — outros pilotos, engenheiros, técnicos, mecânicos, donos de equipe — que se encontra o real valor do brasileiro morto aos 34 anos num acidente em Imola. Um acidente que, ao que tudo indica, poderia ter sido evitado. E que, ao que tudo indica, teve o desfecho que teve por uma infelicidade brutal, que pode ser medida em centímetros — se a barra da suspensão atingisse o capacete um pouco acima da fresta da viseira, Ayrton sairia de seu carro com o pescoço doendo e puto da vida, pouco mais do que isso.

Senna era uma figura não muito amistosa, porque optou por colocar à frente de qualquer outra característica a competitividade. Ao longo dos anos, incorporou esse papel de tal forma que passou a ver quase todos ao seu redor como inimigos. Aqueles que rivalizavam com ele no talento, como Prost, Mansell, Piquet e Schumacher, não mereciam mais do que o ódio reprimido quando se encontravam na pista. Era jogo pesado, o tempo todo.

Por ter escolhido esse caminho, Senna, nos seus anos de F-1, nunca me pareceu uma pessoa feliz. Sorria raramente, e parecia ter vergonha de mostrar algum sinal de alegria natural. Sempre me passou a impressão de que encarava o relaxamento como uma fraqueza.

Falo do que vi e observei em quase sete anos de convivência exclusivamente nos autódromos, no ambiente que me interessava — o da F-1. Se ele era totalmente diferente fora dali, em sua casa de Angra, passeando de jet-ski, junto com a família, com as namoradas e os amigos, não era algo que me dizia respeito. Senna, no habitat que também era o que lhe interessava, era um cara teso, eletrificado. Essa era a única forma que ele acreditava ser compatível com seus objetivos sempre muito claros: ganhar corridas e campeonatos, ser o melhor de todos.

Outros pilotos — e atletas — conseguiram tanto quanto Senna, ou mais, sem ter de assumir uma personalidade de esfinge. Não faço juízo de valor, aqui. Era o jeito dele, não há nada de errado nisso. Mas é inegável que esse estado permanente de tensão e rigidez fazia dele um homem próximo do atormentado. Não era fácil ser Senna como Senna achava que deveria ser. Ele só se libertava quando sentava num carro. Aí, desconfio, encontrava a felicidade. Especialmente quando vencia.

Nos últimos dois anos e meio de carreira, 1992, 1993 e o início de 1994, foi difícil encontrar tal felicidade. Ayrton tinha uma urgência de vitórias. E não era bobo. Sabia que todo seu talento, que considerava superior ao dos demais — e aí não há nenhum traço de presunção, ele precisava pensar assim para sustentar o nível necessário de autoconfiança —, não era o suficiente para se impor como o melhor de todos. Ele já tivera nas mãos um equipamento que lhe dava essa condição. Quando deixou de ter, passou a conviver com a derrota. Isso, para Senna, era insuportável.

E foi assim em seus primeiros anos de F-1. Com uma diferença: ali, na Toleman e na Lotus, ele tinha consciência de que era uma questão de tempo até engatar uma carreira parecida com a que construiu na Inglaterra, na F-Ford e na F-3. Soube esperar e se preparar. Logo no primeiro GP em que conseguiu ver a bandeira quadriculada, em Kyalami, percebeu que para ser um vencedor a habilidade e a garra não bastavam. Moldou seu corpo às exigências da categoria e transformou-se num touro. Estabeleceu metas e foi atrás delas. Não se pode dizer que não conseguiu atingi-las.

Ocorre que Ayrton se sentia muito diferente dos outros, quase que um detentor exclusivo das qualidades que propagava com seus frequentes discursos repletos de clichês de autoajuda. O público no Brasil comprava esse pacote e adorava o tom épico que imprimia a cada vitória. Um GP não era um GP, mas uma epopeia. Um embate entre o Bem e o Mal. Um confronto entre a Virtude e a Infâmia. Tudo em maiúsculas. Um exagero. Senna era um exagerado, como cantava Cazuza.

Mas era legal vê-lo guiando. Abstraindo-se toda a patacoada que normalmente contamina julgamentos e embaça a visão, Senna era alguém que valia a pena acompanhar de perto. Dirigia de forma exuberante e era um esportista de primeiríssimo nível, alguém que sabia estar escrevendo um capítulo importante da história do esporte que escolheu.

Carregava nas tintas, claro. Talvez não fosse o bastante fazer uma volta alucinante em Mônaco e ser reconhecido como grande piloto por isso. Era preciso ir além para reforçar sua “diferença”, e então dizia que tinha entrado num túnel e viajado para outra dimensão. Ganhar em Suzuka depois de uma largada desastrosa, despencar lá para trás, se recuperar espetacularmente e conquistar o título era pouco. Ficaria mais sensacional se dissesse que tinha visto Deus numa das curvas da pista japonesa. Bater a imbatível Williams na chuva em Donington não se resumia a uma demonstração de incrível habilidade no molhado. Se fosse resultado de uma ajuda enviada diretamente do Firmamento, melhor ainda.

Senna acreditava nessas coisas? Provavelmente sim. Seus torcedores, certamente. Poles, vitórias e títulos ficavam ainda mais saborosos se viessem acompanhados de um túnel tridimensional aqui, um encontro com o Todo Poderoso ali, um milagre acolá. Ayrton não tinha vergonha de expor esse lado, digamos, ungido. Quem haveria de questioná-lo?

Nada disso, no entanto, funcionaria se ele não fosse o grande piloto que era. Imagine-se um cara que se classifica em 17° em Mônaco e diz que entrou num túnel infinito, sendo conduzido por uma mão invisível. Ou que larga miseravelmente em Suzuka, termina em 20° e garante que viu um velhinho barbudo de bata e cajado no fim da reta. Ou ainda que roda e atola na brita em Donington e ergue as mãos para os céus, de onde um clarão inexplicável o abençoou.

Seria considerado um doido ridículo.

Senna virou o que virou porque ganhava corridas e conquistava campeonatos. Porque durante sua trajetória na F-1, sempre buscou vitórias e não se conformava com menos do que isso. Era um atleta admirável por seu talento e obstinação.

E porque morreu de um jeito muito triste. Exageradamente triste.

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Valdir Rodrigues
Valdir Rodrigues
9 anos atrás

conclusao de tudo que foi comentado; sena como piloto nota 10 como ser humano nota zero

guto furtado
guto furtado
9 anos atrás

Flavio, assim como senna, vc é muito bom em seu ofício. Parabéns pelo texto. Grande Abraço

Fábio
Fábio
9 anos atrás

Parabéns pelo texto! Muito bem escrito e pela visão de quem esteve acompanhando por muito tempo. Em relação ao Senna, além da parte “mística” dele, e do mal relacionamento com muitos pilotos para chegar as vitórias, a grande mensagem que ele passou ao povo Brasileiro é de que através da determinação se pode alcançar objetivos e que apesar de tanta coisa errada que existe no mundo pode-se vencer com justiça. Acredito que muitos outros atletas passam a mesma mensagem, porém neste caso a mídia ajudou bastante.

ketho
Reply to  Fábio
9 anos atrás

NUNCA EXISTIRÁ NO BRASIL UM PILOTO COMO O SENNA…NUNCA….E OUTRA ENTRE TODOS OS CAMPEÕES BRASILEIROS O PIQUET É O MENOS QUALIFICADO, MENOS CARISMATICO E MENOS LEMBRADO…CHOREM PIQUEZETES…

Paulo
Paulo
Reply to  ketho
5 anos atrás

Certeza que é bolsonete.

Guilherme Monteiro
Guilherme Monteiro
9 anos atrás

You just don’t get it. Abs

DANIEL CUNHA LIMA
DANIEL CUNHA LIMA
9 anos atrás

Flávio, você é exageradamente competente naquilo que faz.
Que sua barra de direção resvale no capacete.
Parabéns pelo texto.

luiz carlos barbosa
luiz carlos barbosa
9 anos atrás

Acabou de passar videos corridas de Senna em Monaco 84 e Portugual 85 no sportv quem não viu agora sabe quem era essa fera de outro planeta e na chuva de outra galaxia, meteu 1m2s no segundo colocado era em media 2s mais rapido que o resto da tropa, que não era galinha morta tipos como Lauda, Prost, Piquet, Alboreto, De Angelis e muitos mais, só não enxerga quem é cego e ponto final.

nelson
nelson
9 anos atrás

Uns gostaram outros não. Só tenho a dizer o seguinte: sou o maior fâ do escritor Flavio Gomes, uma cadeira na academia de letras deveria ser dele(não estou brincando), pois é melhor do que muitos com cadeiras cativas por lá. Este texto então, na minha opinião é de uma clareza, objetividade, profundidade sem tamanho, a melhor obra sua. PARABÉNS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Em tempo: quanto quer pelo seu teclado?

Carlos Tassi
9 anos atrás

O melhor texto que já sobre … reflete PERFEITAMENTE o que penso … PARABÉNS !!!

Antonio
Antonio
9 anos atrás

Não tem jeito, o Senna foi icônico
Foi o Jimi Hendrix do automobilismo. Intenso, influente e o melhor já visto.
Morreu no auge e foi o mais influente de toda uma geração de pilotos e campeões pós Senna.
Basta conversar com Alonso, Hamilton e outros.
Até hoje, é reverenciado por eles como o melhor piloto que já viram e é a referência deles.
E de fato foi. Sua carreira é lembrada tanto pelos anos que foi campeão quanto pelos que não foi. Mesmo com carro inferior sempre deixava sua marca, seja nos treinos ou qualquer outra corrida.
E carismático como ninguém. No mundo do esporte, acho que ninguém o igualou em carisma e capacidade de atrair torcedores. Basta ver o sucesso que fez no Japão.
Fez, faz e fará muita falta ao nosso mundo esportivo.

Ulisses
Ulisses
9 anos atrás

Parabéns pelo texto Flavio!
Sem nada a acrescentar, nem retirar! Perfeito!
O Senna que conhecemos está aí! Sem máscaras!

Se me permite, vou copiar para guardar para os netos!
Darei os créditos corretos!

Anselmo Coyote
Anselmo Coyote
9 anos atrás

Flávio, seu texto ficou muito claro, idéias claras, objetivo alcançado com êxito.
Mudando de assunto, ou melhor, continuando nele mas num nível bem rasteiro, às vezes acho que sou um daqueles malucos da Opus Dei que se auto mutilam. Li vários dos textos e tentei enxergar a essência de cada um. Até que cheguei aleatoriamente no do Luis Roberto. Cara, é de doer. É de doer, de doer e de doer. Esse cara não tem limites. Ele já deixou de ser esperto quando perdeu a noção de que estava sendo. Ele perdeu a linha completamente e está igual à barata tonta e ainda achando que está “abafando”.
Putz!

Pablo
Pablo
Reply to  Anselmo Coyote
9 anos atrás

Passa o link, por favor, Anselmo.

Christian
Christian
9 anos atrás

Perfeito e corajoso em falar verdades, que a maioria não quer ouvir ! O País que precisa de heróis para o seu povo, é um Pátria infeliz.

Speed Racer da Mooca
Speed Racer da Mooca
9 anos atrás

Certa vez Frank Williams numa matéria sobre a personalidade dos pilotos, disse que todo piloto de alta performance e competitividade são egoístas, querem o melhor para eles, sejam os mecânicos, as primeiras peças que saem da fábrica após desenvolvimento dos projetos, prioridade de testes, e tudo o mais. Nessa mesma entrevista ( que tenho numa revista inglesa sobre os 50 anos da F1 ) ele chega à dizer ( aos risos ) que estes são verdadeiros “patifes”. E realmente são. Nessa mesma reportagem, Damon Hill se referindo ao Senna, alegou que Ayrton “não era nenhum santo” e o comparou em personalidade ao Schumacher. Num outro depoimento em outra matéria, Ron Dennis uma vez justificou que Formula Um “é um esporte milionário e muito difícil”, daí a tendência ao egocentrismo dos pilotos de ponta. Não conheci o Senna pessoalmente, já escrevi isso aqui diversas vezes, por isso acho estranho comentar sobre o homem, quando dele só vi o piloto. E o piloto que eu vi era um excelente profissional, atestado pelas suas conquistas, como muitos vieram depois e diversos existiram antes dele. No anuário Automotor de 1993, Flavio Gomes, num texto ali disse que “a história da Formula Um é a história dos vencedores” e assim, Senna faz parte da história da Formula Um. Nos deixou em 1994 de forma trágica, não sei como teria sido a continuidade do campeonato do resto de sua carreira na F1 caso sobrevivesse, sinceramente, nunca me interessou saber. Á revelia do que pudéssemos querer, o tempo seguiu e nos contou novas histórias.

ms
ms
9 anos atrás

acredito que o grande segredo do carisma de Senna esteja na autenticidade de suas atitudes, explico: apesar de todos seus defeitos, de muitas vezes não ter escrúpulos e jogar sujo com os adversários e outras pessoas, mesmo nestas situações, quando Senna tomava suas atitudes antidesportistas senna tinha o mérito de ser um cara autentico, quando buscava a bandeira do brasil com algum torcedor após a vitória era um gesto autentico, quando se referia a contatos com Deus, era autentico, sua expressão de horror quando viu o acidente de ratzemberger foi autentica, e mesmo quando saiu do carro feito um louco para ajudar Eric Comas arriscando a própria vida também foi um gesto autentico, e a meu ver é nisso que está o grande segredo de seu carisma: na sua AUTENTICIDADE, para o bem ou para o mal, e acredito que tenha sido esta sua qualidade que tenha cativado tanto as pessoas e contribuído de modo decisivo para a construção do mito e do herói….

Bart
Bart
9 anos atrás

Texto muito bom, simples e direto.

Werner
Werner
9 anos atrás

Perfeito!

Letícia Sena Murakami
Letícia Sena Murakami
9 anos atrás

Excelente texto. Talvez um dos melhores já escritos sobre Ayrton Senna. Parabéns.

Ulisses
Ulisses
Reply to  Letícia Sena Murakami
9 anos atrás

Na minha opinião, o melhor!

Rafael Banzales
Rafael Banzales
9 anos atrás

Documentário muito bacana. Infelizmente o Brasil não só perdeu um ídolo, mas um motivador. O povo brasileiro perdeu o “tesão” pela dedicação. Mostrar que tem talento, mas não só para a velocidade. Ayrton era o melhor no que fazia, assim como existem milhares de “Ayrtons” que são os melhores no que sabem fazer. A época de Ayrton trazia ao povo a esperança do estilo Obama de dizer (Yes, I can too). Não precisamos pegar um carro e fazer a melhor volta, mas fazermos o que sabemos fazer desde que nascemos. Mas o mais importante o que Ayrton nos ensinou, dedicação. Seu legado é puro e simples, apenas um exemplo de uma pessoa que se dedicou muito ao que amava e sabia fazer. Nosso povo necessita resgatar essa mensagem que ficou gravada em nossa memória e passar a diante. A nova geração hoje não sabe quais os motivos que nós brasileiros adorávamos o domingo e o treino de sábado. Vejo as crianças, ainda assisto F1 e vejo, qual criança assiste com aquele brilho nos olhos que tínhamos? Perdemos este “brilho”. O Brasil ficou e sempre esteve de luto após aquele trágico dia. Infelizmente a mídia tentou “jogar no colo” de pilotos brasileiros a missão de Ayrton. Sucessor de Ayrton! Desculpe pessoal, mas talvez não tenhamos mais alguém parecido. Talvez por isso a cada dia menos pessoas assistem a F1. O que podemos fazer para mudar isto? Viver do passado? Assistir a VT’s de corridas? Não! Não mesmo! Devemos motivar a geração que vive o “pós-Ayrton”. Estes sim precisam de motivação. As crianças e adolescentes de hoje, não acreditam em sonhos. Não encontram mais seu talento. Preferem se desligar do mundo e viver um dia de cada vez. A esperança nesta sociedade que vivemos está sendo a cada dia mais apagada. Nós que vimos Ayrton, devemos usá-lo também para motivá-los. Experiência própria. Tenho um de 7 anos em casa e você não vê esperança nos olhos. Apenas algo mecânico. Casa > Escola > Tarefas > TV > Dormir. Algo tão sistemático que da até o sentimento de pena. Mas isto ficou rotulado em nossa sociedade. O país onde o povo não aceita mas não grita. Pode até sonhar mas não busca o sonho. Vivemos no conformismo. Conformismo do famoso “A”. A se eu saisse do meu emprego. A se eu fizesse tal curso. A se eu montasse um negócio. A se eu comprasse uma casa. Apenas “A”. Uma desculpa automática. Poucos brasileiros encaram seus sonhos. Profissionalmente mais raros ainda. Pode ser que seu talento seja fritar ovos. Mas se você é um Ayrton nisso, vai e faça isso sua vida. Não devemos anular nossos talentos. Nosso grande Ayrton (um parente para todos que o acompanhavam), reflita os seus sonhos e veja que você também algo que você é o Ayrton em alguma coisa.

Pablo
Pablo
Reply to  Rafael Banzales
9 anos atrás

Cara, nunca tive isso. Meus olhos sempre brilharam pelo simples fato de acompanhar o esporte, não esse ou aquele piloto. Claro que sempre tive minhas preferências em relação a esse ou aquele, mas nunca me interessou o país em que nasceu. Se tiver brasileiro ganhando, ótimo. Se não, ótimo também. A essência desse esporte sempre foi a competição entre marcas e homens, nunca entre nações.

Paulo Pinto
Reply to  Pablo
9 anos atrás

Falou pouco e disse tudo.

Tiago S.
Tiago S.
9 anos atrás

Eu acho que o legado do Senna vai além também, não acredito que haveria ainda no Brasil cobertura de F-1 e mídias especializadas. Isso só com Piquet, Fittipaldi ou Piquet não continuaria. Se não tivesse o Senna na F-1 acredito que nada disso teríamos hoje.

Tanto que ainda se vai na rabeira dos “pilotos do Brasil”, pra continuar alimentando as esperanças e manter a audiência.

Em resumo, acho que o próprio Grandeprêmio não seria hoje o que é, se não fosse reflexo dos fãs de automobilismo que surgiram única e exclusivamente devido a presença do Senna nas pistas.

Eduardo Melo
Eduardo Melo
Reply to  Tiago S.
9 anos atrás

acredito que tudo o que você escreveu se aplica melhor a Emerson Fittipaldi, respeito sua opini~ao, mas tudo é relativo ao momento histórico que cada um viveu, sem Fittipaldi talvez nunca teríamos visto o grande Senna.

Regis
Regis
9 anos atrás

Como escreve bem o Flávio. Um monstro!!! Sem ironia alguma, (ok se preferir troque a palavra monstro por qualquer outra que expresse muito bem suas qualidades ao escrever.)

Um ponto a qual todos concordamos (permitam me imaginar) é o que de alguma forma ou outra, nossas histórias de vida se misturam a história do Ayrton. Bastando para isso que, de alguma maneira tenhamos acompanhado sua trajetória…do modo de cada um é claro; como um mero expectador sentado em seu sofá em uma cidade do interior do Brasil (meu caso) ou como um expectador ativo, que pôde vivenciar toda essa atmosfera de perto e em muitas situações até exercendo uma certa … digamos assim… participação nos acontecimentos. E estes são apenas dois exemplos….dentre um domínio de muitos outros…centenas de milhares.

Pois bem, essa grande variedade de possibilidades geram incontáveis formas de visualização e por consequência uma diversidade enorme de opiniões. Nada mais natural ao meu ver. O assunto Senna desde muito tempo tem se resumido a um embate. De um lado os que mitificam o ser e do outro os que se encomodam com isso. Perceba, que o foco passou a ser outro. Infelizmente pouco se discute sobre os fatos em sí… na verdade existe uma necessidade em usar os fatos para justificar argumentos nesse embate… apenas isso.

Considerando esse cenário Flávio… voce vem há muito tempo sendo um contraponto nesse movimento. Tem se mostrado feroz em manter a discussão em torno do Senna no que tange a enfatizar os fatos de uma forma pura e simples..ou seja, sua trajetória como piloto. Este texto é o mais perfeito exemplo disso.

Para concluir nem tudo são flores…. acho que em determinado ponto existe um deslize…se é que posso classificá-lo assim. Me refiro aos trechos, onde questiona as declarações que envolvem o conteúdo digamos “sobrenatural”…algo tão comum se tratando do Senna. A maneira com que você o fez é perfeita…senão pelo fato de que voce ignora totalmente a possibilidade de que tais coisas tenham realmente acontecido. Estas sâo as suas crenças… e o que de certo modo não é errado expressá-la …porém seria de bom senso deixar claro que isto é uma crença pessoal ou simplesmente dar espaço a que o eleitor julgue se isso é factível ou não..o leitor deve se questionar se alguém pode ou não ter uma experiéncia como essa.

E porque isto é importante? Por que da forma como está no texto..o comportamento é o mesmo de quem tenta sugestionar Senna como mito sobrenatural. Sua necessidade de resposta para combater um comportamento que lhe encomoda tem lhe aproximado do mesmo comportamento. E aí cada vez mais o que vemos é um empobrecimento jornalístico sem tamanho…onde o que impera caxa vez mais são vaidades e sugestionamentos.. em detrimento aos fatos.

Um grande abraço,
De um fã que admira seu trabalho de longa data e que talvez por isso tenha se sentido em condições de lhe escrever.
Regis

Eduardo
Eduardo
9 anos atrás

Texto perfeito, escrito por um profissional que entende como poucos o automobilismo de competição.

Paulo Pinto
9 anos atrás

Frank Williams e Adrian Newey (com todo o respeito e admiração que tenho por eles), deveriam utilizar apenas duas palavras em seus depoimentos: peço desculpas.

Delmontier
Delmontier
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Concordo.

Ulisses
Ulisses
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Tenho a impressão que, mesmo sem dizer essas palavras diretamente, ambos pediram desculpas sim! Principalmente Frank.

Acarloz
Acarloz
9 anos atrás

Sem duvida o melhor texto que já li sobre Ayrton Senna.

Filipe Ramos do Amaral
Filipe Ramos do Amaral
9 anos atrás

Simplesmente fantástico o trabalho de vocês todos. Sem palavras para descrever.
Para mim Senna foi e continua sendo um herói. Heróis não é só aquele que salva vidas, mas também o que “inspira” vidas. E isso ele fez e continua fazendo. E não morreu verdadeiramente. Uma pessoa morre quando não mais lembramos delas, quando não são mais faladas. Até hoje se fala do Senna. Por bem ou por mal. Aliás: “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”. Até que haja um ser humano na face deste planeta que saiba quem foi Ayrton Senna da Silva, que tenha recordações dele (mesmo que por livros, vídeos, …), ele não morreu. Está vivo e entre nós. E continua nos ensinando e nos dando orgulho, sendo um exemplo de superação.
Sem mais.

Pablo
Pablo
Reply to  Filipe Ramos do Amaral
9 anos atrás

Os que salvam vidas citados por você, sim, são verdadeiros heróis.

Filipe
Filipe
Reply to  Pablo
9 anos atrás

Pois bem, quem disse que ele não salvou vidas? Eric Comas que o diga… Não necessariamente se salva uma vida mantendo o pulso da pessoa, mantendo o ser biológico vivo. Se salva vidas inspirando-as. Se salva a alma das pessoas…

Pablo
Pablo
Reply to  Filipe
9 anos atrás

Sim, claro, ele salvava almas. Tinha poderes divinos para isso. Entendo.
Pensando bem, não duvido que realmente tinha tal poder, haja visto que foi o único a conseguir guiar um carro e ao mesmo tempo ver a figura de Deus subindo aos céus – como o próprio afirmou – sem perder a concentração. No mínimo, o Todo Poderoso operou “o milagre de multiplicação de olhos” ali, naquele instante, para que o piloto conseguisse tal feito sem bater, rodar, sair da pista, whatever…
Vai ser abençoado assim lá longe, tá louco!

Pablo
Pablo
Reply to  Filipe
9 anos atrás

E sobre o Comas…
Milagre!!! Não há expressão melhor.
O cara estava ali, cara a cara com a morte, inclusive com esta já até fazendo cafuné em seu capacete, prestes a dar seu último suspiro nessa vida, sozinho, abandonado, não haviam enfermeiros(as) no circuito, tampouco médicos, sem nenhum fiscal de pista por perto – os que aparecem no vídeo não eram reais, e sim ilusão de ótica – para tirá-lo do carro, com esse já prestes a explodir – tal qual nos filmes de ação de Hollywood – quando, repentinamente, Deus mandou seu representante ungido aqui na terra para salvar o pobre homem. E aí, amigo, todos sabem o que aconteceu. As imagens não mentem. Bastou um carinho no capacete do acidentado para que este, inexplicavelmente, voltasse de seu “a um pentelho do coma eterno” para a vida novamente.
O que ocorreu naquele momento continua um mistério até os dias atuais. Não se explica o inexplicável.
Diz a lenda que o Todo Poderoso operou o “milagre da partilha de poderes” naquele momento, dando a Senna parte de seus poderes para que este pudesse salvar o Comas. Se é verdade ou não, nunca saberemos. Mas dizem as más línguas que depois daquilo o Todo Poderoso teria, inclusive, dado a Senna o apelido de “Ayrton, The Soulsavior.”
Vai ser abençoado e salvador de almas assim no Vaticano, pelo amor…

Paulo Pinto
Reply to  Pablo
9 anos atrás

E o sarcástico sou eu, não é, Pablo?

Pablo
Pablo
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Tive um bom professor, Paulo… hahaha

Johelmyr
Johelmyr
9 anos atrás

Boa noite Flávio.
Você, pelo que sei, vive deste esporte…
E ainda bem que isto acontece, pois entende como poucos dele…
Mas o que você, como jornalista, pensa que seria do automobilismo no Brasil se não houvesse o acidente que tirou a vida do Senna? Acredita que o automobilismo seria mais promissor?

Diego
Diego
9 anos atrás

Muito bom! Eu estava na 4-5 série, lembro que não acompanhava muito, gostava mesmo era de falar do São Paulo, nessa época então, moleque e o time do Tele apavorando tudo e todos! Mas lembro que gostava do Senna, em casa meus pais eram fãs. E lembro de como fiquei tocado com tudo o que cercou sua morte. Morava perto da Assembléia, vi o cortejo. Me marcou demais aquela multidão, gritando. Lógico que isso me fez ve-lo como o melhor de todos os tempos, ao menos durante muito tempo. Hoje acho que o cara foi mesmo foda, um dos grandes e que pode sem medo ser considerado o melhor, como podem Schumacher, Prost, Piquet, Vettel e outros; dependendo de como se analise. Mas a maneira como ele morreu e como se acompanhou, de fato faz com que se crie o mito e ai acho que nenhum vai conseguir isso (não que isso seja/foi objetivo de ninguem). Muito bom ler um texto falando “apenas” do piloto, do esportista. Ficou bacana mesmo!

Francisley
Francisley
9 anos atrás

Texto perfeito! Nada a acrescentar!

Segafredo
Segafredo
9 anos atrás

“Está acontecendo agora com o carro da Red Bull e daqui a pouco ele corrige. A prova disso é que o Damon Hill, segundo piloto e anos-luz atrás do Senna, chegou à última corrida do ano disputando o título palmo a palmo com o Schumacher na Austrália. Você imagina se fosse o Ayrton Senna, se ele tivesse tido um pouquinho mais de paciência, se não tivesse que tomar as decisões que tinha que tomar apressadamente porque não agüentava mais perder – ele falou isso –, teria chegado três corridas antes da Austrália como campeão. Acho eu.”

….eu também acho!

Paulo Pinto
Reply to  Segafredo
9 anos atrás

Disputando o título palmo a palmo, onde?

Schumacher foi:
Desclassificado na Inglaterra, onde chegou em segundo e na Bélgica, onde venceu.
Suspenso na Itália e Portugal.

Palmo a palmo, onde? Hill correu em sozinho em quatro GPs!
Palmo a palmo, que eu saiba, é quando os que disputam o título, disputam (também) todas as provas da temporada.

Palmo a palmo? Quem falou, não sabe o que disse.

Paulo Pinto
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Correção: Hill correu “sozinho” em quatro GPs!

Segafredo
Segafredo
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

meu Deusssss……vcs não perceberam que o texto está entre aspas? São palavras de Reginaldo Leme!

TagHeuer
TagHeuer
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

kkk Vcs não perceberam as aspas? São palavras de Reginaldo Leme….com as quais cocncordo inteiramente!

Paulo Pinto
Reply to  TagHeuer
9 anos atrás

Vi as aspas desde o início. Sabia que não eram palavras do Sennafredo. Não sei se são do Reginaldo Leme, que considero um dos maiores jornalistas brasileiros em automobilismo.

Se são dele ou não, continuo discordando totalmente.
“Palmo a palmo” é uma expressão que significa uma disputa equilibrada. E a disputa em 1994, só foi equilibrada pela intervenção selvagem da FIA que, sabedora da limitação de Hill e para manter o campeonato aberto, puniu Schumacher seguidamente.
E Reginaldo Leme sabe disso.

Com todo o respeito que tenho pelo jornalista (se são palavras dele), mantenho a minha posição: ele falou e não soube o que disse.

TagHeuer
TagHeuer
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

…É só ler o comentário dele no post em questão…..se ainda não viu!

nelson
nelson
Reply to  Segafredo
9 anos atrás

Este CAFÉ segafredo está muito aguado !!!

Zanetti
Zanetti
Reply to  Segafredo
9 anos atrás

O pessoal desmerece muito o Damon Hill. Ele foi muito melhor do que vcs pensam. Pra mim, o piloto mais subestimado da história.

Paulo Pinto
Reply to  Zanetti
9 anos atrás

Não estou desmerecendo o filho do velho Graham. Apenas digo que ele não era páreo para Schumacher.
Numa disputa “normal”, o alemão “atropelaria” Hill sem tomar qualquer conhecimento.

Aquele campeonato, devido aos acidentes terríveis e à perda de sua maior estrela, tinha tudo para ser um fiasco. E a FIA sabia disso. Era preciso “equilibrá-lo” de alguma forma.
Tentaram a liberação de Mansell, que disputava a Indy, mas Carl Haas foi irredutível. Mansell conseguiu correr quatro GPs na F-1, porque não coincidiam com as provas americanas. E fez bonito: uma pole, convenceu o diretor da prova no Japão a dar a largada em movimento (devido à chuva), chegando em quarto e venceu a última corrida.
Mansell foi chamado para tapar um buraco sem fundo…

O que acabou dando um “colorido” naquele campeonato cinzento, foi a “vigarice” (que para os fãs, não passou de uma vingança) de Schummy em cima de Hill.

alan
alan
9 anos atrás

Melhor depoimento de david brabahm SEM DUVIDA SOMENTE ELE FOI HONESTO E SINCERO, O RESTO SO QUIZ FATURAR e o mais revelador foi o frank wiillians que disse que o senna tinha oretensoes politicas de ser o presidente do brasil, acho plausivel pois elle era amigao do collor, lembram eles subindo a rampa juntinhos…….

ms
ms
Reply to  alan
9 anos atrás

Senna, presidente do brasil?? o maluf ia gostar…..

Renato
Renato
9 anos atrás

Muito bom trabalho do GP.

“Endeusar” Senna pode ser um exagero. Exagero maior é o esforço dos que não apreciam a “lenda” querer banalizar o impacto que o cara causou e o fascinio que ainda desperta – em todos os lugares, vide a extensão da cobertura na midia internacional 20 (!!) anos depois da morte – quem mais produziu este nível de interessei hoje em dia, quem um dia irá produzir? Não foi a Globo que criou, não era algo “comum a vários esportistas”, não existe enfim nada de artificial ou facilmente reproduzido ou testemunhado na história criada por Senna – o cara era e continua lenda porque era realmente uma figura singular. Bobagem tentar minimizar isto só pra pagar de cínico sabichão.

O lado espírita que os cínicos como o FG veem como patacoada são impressionantes justamente pelo que fato dele poder falar coisas potencialmente ridiculas e não ser rídiculo – vc não precisa acreditar no Deus na curva, ou no túnel mágico para achar a história fascinante. A fé, quando genuína pode ser bela mesmo aos olhos de quem não a tem.

Não que a lenda Senna seja ou devesse ser fascinante pra todos – para alguns, muito compreensivelmente, é dificil olhar além dos momentos de arrogância, petulância, dos discursos megalmaniacos ou falta de limites na pista e enxergar a nobreza de outras facetas, o carisma, a habilidade surreal – o lado realmente inspirador. Era certamente uma figura controversa, mas é justamente estas dicotomias e os vários lados do personagem que fazem da história tão rica e fonte de tanto fascinio. Foi uma grande personagem que escreveu uma grande história, e são de grandes histórias que o espírito humano vive. Pra não dizer o jornalismo :)

Massao
Massao
Reply to  Renato
9 anos atrás

Parabéns!

J Fernando
J Fernando
Reply to  Renato
9 anos atrás

O lado espírita é patacoada, sim. O blogueiro deixou bem claro que Senna podia falar disto, porque ganhava corridas. Se largasse em 20º e chegasse em 17º dizendo que viu Deus na curva, todos iriam considerá-lo um maluco. Ele ganhou corridas e foi tri-campeão de F1 e é justamente este o maior fato que acarreta a aceitação de muita coisa estapafúrdia que envolve o piloto. O endeusamento é um deles e é o que mais estraga a visão do grande piloto de F1 que ele foi.

TagHeuer
TagHeuer
Reply to  J Fernando
9 anos atrás

O endeusamento não estraga em nada a visão do grande piloto que foi…..,a menos claro, que não se entenda bulufas de F1!!

Paulo Pinto
Reply to  TagHeuer
9 anos atrás

Está faltando uma “vaquinha” para construir o altar.

AS
AS
9 anos atrás

Eu gostaria mais dele se todos o tratassem apenas como ‘piloto de fórmula 1’… um dos melhores que teve, aliás. Mas essa coisa de canonizar o piloto me cansa… Mas é assim que funciona uma nação carente de ídolos… de tudo.

Giovani Jardim
Giovani Jardim
Reply to  AS
9 anos atrás

Concordo totalmente.

Pablo
Pablo
Reply to  Giovani Jardim
9 anos atrás

Carente de ídolos… educação… saúde… segurança… oportunidades…

Alvaro Ferreira
Alvaro Ferreira
9 anos atrás

Muito bom, FG, realmente essa visão de endeusamento e misticismo já encheu o saco, é muito pobre.
Agora, uma coisa que me chama a atenção é que não vejo nenhum jornalista especializado brasileiro fazer o mais simples, uma análise técnica da razão do Senna ser rápido.
Bastava ter ouvido, e ter visto ao vivo. A grande maioria, que via suas provas pela tv, não podia perceber o som de seu motor na aproximação e no percorrer das curvas, mas ao vivo era obvio. Ele simplesmente aperfeiçoou ao extremo a técnica dos pilotos de kart de “telegrafar”, ou seja, continuar a dar pequenas aceleradas rápidas, para não deixar cair o giro e aí sair com mais ação das curvas. Com isso ele conseguia frear mais tarde e sair da curva com a mesma aceleração ou mais um pouco que os demais. Lógico que isso exigia um esforço e uma concentração maiores, o que o deixava exausto no início da carreira. E suas trajetórias eram, às vezes, meio sujas, além de cometer erros. Depois, com mais preparo físico e com os treinos, foi aperfeiçoando cada vez mais o estilo, deixando as trajetórias mais limpas. E o cara realmente tinha um reflexo absurdo.
O Prost era o contrário, freava no ponto exato, fazia uma trajetória perfeita e acelerava de modo progressivo na saída. A meu ver, era mais bonito de ver sua passagem nas curvas de alta principalmente, mas não há como negar que o Senna, quando chegou em sua melhor fase, acabava sendo mais rápido. Mas desgastava mais o carro e os pneus. Por isso o Prost várias vezes era mais rápido no final das corridas.
Seria legal alguém fazer uma entrevista com os engenheiros da McLaren e Honda da época, trazer a informação de quem acompanhava a telemetria. Nunca vi nada a respeito.

Thiago Brasil
Thiago Brasil
Reply to  Alvaro Ferreira
9 anos atrás

Sugestão bacana essa de buscar os engenheiros.

nelson
nelson
Reply to  Alvaro Ferreira
9 anos atrás

Nunca tinha pensado nisto. Grande ideia.

luiz carlos barbosa
luiz carlos barbosa
Reply to  nelson
9 anos atrás

quanta besteira, acabou de passar Sportv teipe sua primeira vitoria em Portugual, simplesmente meteu mas 1 minuto no segundo colocado, ele não era desse mundo gente, só não enxerga quem não quer ver e ponto final.

Paulo Pinto
Reply to  luiz carlos barbosa
9 anos atrás

Sem querer polemizar, Jackie Stewart meteu DUAS VOLTAS no segundo colocado, no GP da Espanha/1969.

E continua nesse mundo.

Pablo
Pablo
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Boa, Paulo!

TagHeuer
TagHeuer
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Foi debaixo de um temporal??? tinha um Prost, Piquet, Lauda, Mansell disputando a corrida???

Desista….Senna sem comparação amigo Pinto!

Paulo Pinto
Reply to  TagHeuer
9 anos atrás

Campeões na pista: Jack Brabham, Graham Hill, John Surtees, Denny Hulme e Jochen Rindt, que se sagraria campeão no ano seguinte.

É mais difícil abrir tempo em pista seca, do que em molhada (minha opinião).

Sem comparação, por enquanto, é Schumacher. Até o Herdeiro ultrapassá-lo.

Até lá, a gente não desiste. Entendeu, amigo Heuer?

Renato Mesa
Renato Mesa
9 anos atrás

“Ou ainda que roda e atola na brita em Donington e ergue as mãos para os céus, de onde um clarão inexplicável o abençoou.”

To rindo até agora ao imaginar a cena!

LucioSp
LucioSp
9 anos atrás

Parabens! Belo texto!

Pedro Migão
9 anos atrás

Lógico que sem a mesma amplitude a equipe do Ouro de Tolo também está fazendo a sua “Semana Senna”, analisando o piloto, o mito, os adversários e a sociologia:

http://www.pedromigao.com.br/ourodetolo/tag/semana-senna/

Giovani Jardim
Giovani Jardim
9 anos atrás

Verdade, tem gente que muitas vezes fazem comentários sobre Senna o endeusando e sobre sua enorme capacidade de pilotar quase não falam nada.

Winston
Winston
9 anos atrás

Mas vejam bem, agora comemos banana!

John Barnard
John Barnard
9 anos atrás

Ótimo texto – e grande esforço de reportagem nas 20 entrevistas. Parabéns.

Carlos Tavares
9 anos atrás

Perfeito, o texto.

Eu estava no segundo grau, tinha aula aos sábados e não vi o treino. Um amigo, chegou e disse:

“É, hoje teve morte na F1” – eu, imediatamente eu retruquei:

“Capaz! Quem? O Senna?”

Os colegas ao redor riram, exclamando “imagine!”, “bem capaz!”, enquanto o nosso amigo nos contava do acidente grave do Ratzenberger. Eu ainda lembro de dizer “como que pode, ninguém mais morre na F1…”.

Mas morreu, e no outro dia foi o Senna, e ainda disseram que foi a minha boca.

Na segunda – feira, eu, que não torcia pelo brasileiro, não consegui assistir à nenhuma das aulas e fiquei no pátio do colégio, simplesmente incrédulo com tudo aquilo.

Até hoje, penso que havia algo de muito estranho naqueles dias.

Paulo Pinto
Reply to  Carlos Tavares
9 anos atrás

Ahá! Então foi você…

Carlos Tavares
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Fui.

Pablo
Pablo
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Sarcasmo, seu nome é Paulo Pinto. hahaha

Eltontoptec
Eltontoptec
9 anos atrás

Nossassinhóra. Vai ter pau, pedra e fim de caminho. Essa interrede é a bênção do século XXI. Quando e onde, na tv, teríamos um relato de tão eloquente e sincera análise?

aatrcoutinho
aatrcoutinho
Reply to  Eltontoptec
9 anos atrás

Neste aspecto, a Internet é uma das maravilhas do mundo. O autor não fez um texto de ontem pra hoje. Esse texto ele foi construindo ao longo de anos de convivência com Senna, amigos e inimigos de Senna. Só uma pessoa com a experiência dele poderia dar uma visão critica como essa. Parabéns.

Marcelo
Marcelo
9 anos atrás

“Mas é inegável que esse estado permanente de tensão e rigidez fazia dele um homem próximo do atormentado”

Desequilibrado…o mundo estava sempre errado e ele sempre certo, arrogância é pouco…isso tinha uma explicação, Senna sempre foi “filhinho de papai”, então tinha que ser tudo do jeito dele, senão, entrava com a sola.

Saiu no tapa com De Angelis e Mansell, deu soco na cara do novato Irvine(agrediu outro novato com empurrões, Schumacher). Nem fiscal de pista escapou de agressão física, multa pesada de 10 mil dólares em 1987!

E uma das coisas mais bizarras que vi dentro de um time de F1, Senna agrediu fisicamente um mecânico da Mclaren. Pegou o rapaz pelo “colarinho”, só porque o mesmo tinha mudado uma regulagem no carro. E pensar que Schumacher sempre foi adorado entre mecânicos…

Agressões físicas já vinham desde os tempos de Kart, o mesmo aconteceu com pilotos de base, que diga certo piloto argentino. Dessa vez, Senna agarrou o piloto pelo pescoço!

Senna também deu soco na cara de um jornalista! Senna só abria sorriso se fosse jornalista da Globo…arrumou confusão com Reginaldo Leme, depois disso, boicotou Leme nas entrevistas, nem mulher jornalista escapava:

“Talvez uma das maiores decepções que tive foi conhecer Senna pessoalmente. O herói obstinado e patriota que nos surgia na TV era habitualmente arredio e descortês longe das câmeras. Problema meu, eu diria, pois, apesar de minha mãe certamente achar o contrário, nem todos precisam me tratar bem. Mas comecei a sentir que o problema não era só meu quando passei a ligar alguns pontos”

http://alessandraalves.blogspot.com/2008/02/regi-o-rebelde.html

No GP Brasil 1990 o “herói” nacional foi convidado para uma homenagem, mas quando soube que não era para ele, se recusou a ir. Era GP Brasil, perto de sua gente que papelão! Ao ser entrevistado por Stewart após o acidente no Japão em 90, Senna foi questionado por causar o acidente em um trecho de alta velocidade.
Stewart completou que alguém poderia sair ferido… Irritado, Senna saiu aos gritos em direção de Stewart.

Na pista, nunca foi exemplo de esportividade, era bem sujo nas manobras!

Nelson Piquet diz que Senna ganhou dois títulos na base da “marmelada”
http://esportes.r7.com/automobilismo/noticias/piquet-diz-que-marmelada-e-comum-e-que-senna-ganhou-dois-titulos-assim-20091024.html

Oulton park F-3, 1983 race Senna Brundle
http://www.youtube.com/watch?v=hCBRErl7GbU

Senna joga sujo pra ficar com pole em 85:
http://www.youtube.com/watch?v=FStK3JlFa8w

http://www.youtube.com/watch?v=y96Fc8LpSZw

http://www.youtube.com/watch?v=a5g27PZt8gI

http://www.youtube.com/watch?v=SdsZ6IDQEaA

Tem muito mais, basta procurar…

Amaury
Amaury
Reply to  Marcelo
9 anos atrás

Senhor Marcelo, com todo o respeito, mas desequilibrado é você.

Reproduzo, abaixo, resposta que um jornalista deu a você, quando — mais uma vez! (aliás, você vai REPETIR OS MESMOS POSTS DE SEMPRE até quando?) — você reproduziu essas mesmas bobagens acima, achando que se trata de um paladino da verdade.

“Interrompo o meu trabalho de apuração e redação aqui no circuito de Spa-Francorchamps para lhe responder.
Como já te escrevi, a maior parte das suas acusações a Ayrton Senna é desprovida de qualquer informação mais precisa,
o que demonstra, por si só, a leviandade do que para você representa argumento. Por ler, às vezes,
na mídia marrom, desprovida de um mínimo de credibilidade, até porque nunca esteve num autódromo e escreve de
orelhada, e vende como verdade absoluta. Não me surpreende. Infelizmente essa irresponsabilidade é comum a muitos
brasileiros.
Quanto aos ataques pessoais, que autoridade tem você para falar o que diz de alguém, nesse nível? Quem é você?
Estivesse vivo, boa parte do que atribuem a Ayrton seria facilmente desmascarado por ele. Mas não faria, pois
não se importava com o que pensavam dele.
Vi, de perto, comportamentos reprováveis de Ayrton, mas isso é algo menor, seu caráter, sua elevação não entram em
cena nessa hora. Eventuais desmandos de Ayrton, bem menos do que dizem, de novo, abomináveis, não desenham
a sua grandeza espiritual. Esta vem de seus pensamentos maiores, sua visão de vida, do que significa estar neste planeta.
De como respondia aos verdadeiros desafios. E nesse sentido, Marcelo, você não tem a mais leve ideia de quem era Ayrton.
Afirmo mais: não tem não por não ter convivido com ele, mas por não lhe ser possível compreender.”

Georges Sanz
Georges Sanz
Reply to  Amaury
9 anos atrás

Putz. A considerar a velocidade com que respondeu, esse texto deve estar emoldurado na sala do cara, pronto para ser sacado quando for preciso. Parabéns. Mantras servem para isso mesmo.

Leandra Silva
Leandra Silva
Reply to  Georges Sanz
9 anos atrás

Sim, em todo texto do Senna ele coloca essa mesma argumentação. Pior que isso é eu ser chamada de “bonitão” pelo dono do blog em comentário abaixo, junto de uma ameaça de me colocar no SPAM. Bonitona, por favor, Sr. Gomes.

Leonardo
Leonardo
Reply to  Amaury
9 anos atrás

Caro Amaury, que resposta ridícula a sua! Quando comecei a lê-la, achei que você teria argumentos, fatos, ou qualquer prova que desmentisse o que o Marcelo escreveu. Mas o que se seguiu em seu texto é patético, várias falácias que só as verdadeiras viúvas do Senna vivem pregando.

voulembrar
voulembrar
Reply to  Marcelo
9 anos atrás

Isso mesmo, e Piquet não fica atras quanto deu um soco no capacete de outro piloto. A gente só tem piloto violento, agressivo, são todos uns…. perai, mais isso é esporte, e esporte não tem gente calma não. Acho que seu texto é tão exagerado quanto Senna.

Gilson Russi Jr
Gilson Russi Jr
Reply to  voulembrar
9 anos atrás

Boa.
Não existem santos nesse meio. Tolos são quem os procuram. No automobilismo devemos venerar os bons de braço, seja ele Senna, Piquet, Prost ou Schumacher.

PedroL
PedroL
Reply to  Marcelo
9 anos atrás

Acho que você foi muito feliz ao citar “filhinho de papai”, pois lembrei de um tal Heleno de Freitas, totalmente desequilibrado e igualmente “filhinho de papai”, logicamente que é meio absurda a comparação, porém a humildade era algo inexistente em ambos.
Como falei em outros comentários, Senna surgiu num momento que o Brasil carecia de ídolos, o futebol estava em baixa, a economia derrapava em meio as trapalhadas do governo, estávamos desacreditados e desanimados, o povo passou a se ver em Ayrton, o patriotismo exacerbado ao tripudiar seus rivais com a bandeira brasileira, o capacete, o hino, o tema da vitória, sentíamos orgulho profundo de tudo aquilo, ele sabia exatamente o que precisava fazer, muitas vezes exagerado.
Entre seus defeitos e virtudes, fico com as virtudes, o cara foi um monstro nas pistas!

ms
ms
Reply to  Marcelo
9 anos atrás

Concordo com vc Marcelo, e olha que vc só citou algumas, mas são inumeras as atitudes antidesportivas que o Senna cometeu dentro e fora das pistas…. mas…..mesmo tendo feito tudo isso…. ainda gostam dele….hoje entendo pq sempre dizem que “a propaganda é a alma de qualquer negócio….” faça um bom marketing e vc consegue “vender” até um Hitler como um bom moço como já nos tinha ensinado Dr. Goebbels nos século passado……. e tb sempre tive a seguinte duvida: senna era realmente tão bom piloto como dizem ou na verdade conseguia suas ultrapassagens e seus bons resultados por intimidar seus adversários……(embora, para sermos justos, tenha de reconhecer que seu talento para pilotar na chuva era inquestionável…..)

Leandra Silva
Leandra Silva
Reply to  ms
9 anos atrás

vai se tratar filho

Gilson Russi Jr
Gilson Russi Jr
Reply to  ms
9 anos atrás

Ta certo cara, Senna nao guiava nada. Tudo fruto do carro e de suas”intimidações”.
Na Nascar existiu um outro piloto que também não guiava nada, Dale Earnhardt, o intimidador. Esse também só vencia, porque intimidava.

Leandra Silva
Leandra Silva
Reply to  Marcelo
9 anos atrás

Agora é Marcelo, tadinho, procurem nos textos do Senna de quatro anos atrás o mesmo texto do demente e reparem como sempre acabam com ele. Mas um sujeito abalado desses não consegue perceber, não consegue entender, e continua fazendo essas asneiras, tadinho, tenho pena, juro, tenho pena dele, é o tipo de coitado que se conversar com alguém que entende mesmo é destruído, pq ele só tem esse texto que ele sempre copia, saiu disso, ele é acabado, destruído, pq nada sustenta essas asneiras dele. Mas ele acha bonito ser do contra, acha bonito contestar o Senna, como se isso fosse fazer dele, coitado, uma pessoa melhor. Judiação…

Paulo Pinto
Reply to  Leandra Silva
9 anos atrás

Marcelo, estamos na “Quarentena das Viúvas” (21/03 a 01/04). Nesse período de recolhimento e oração, é proibido falar mal do ídolo.

Pablo
Pablo
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Troque “ídolo” por “Santo.”

Segafredo
Segafredo
Reply to  Marcelo
9 anos atrás

Imagino teu sofrimento cara…..é foda ser do contra!

Kronenbourg
Kronenbourg
Reply to  Marcelo
9 anos atrás

Tava demorando pra vir com essa mesma ladainha chata de sempre.
Vira o disco aí o lambe-bolas de alemão.

Mario Mesquita
Mario Mesquita
Reply to  Marcelo
9 anos atrás

Pois é, tá aí o nosso “herói”, eheheheh…

nelson
nelson
Reply to  Marcelo
9 anos atrás

A verdade verdadeira sempre dói !!!

Bruno Wenson
Bruno Wenson
9 anos atrás

Gory, gory, what a hell of way to die…
He Ain´t gonna drive no more.

Filipe
Filipe
9 anos atrás

Bacana o texto. Uma tentativa de avaliar o piloto tirando as inúmeras camadas de adjetivos que colaram à ele ao longo de todos esses anos. Um grande piloto sem dúvida. Quanto as discussões se foi o melhor de todos os tempos ou não, acho completamente inúteis. Penso que em cada momento da história houve um melhor piloto. Querer comparar pilotos de épocas tão díspares, Fangio x Piquet, por exemplo, é algo que não vai além das ilações. O importante é analisar o piloto no seu tempo. Abraços,

Piquetada
Piquetada
9 anos atrás

Detalhe, Senna foi o único na história da humanidade que conversou pessoalmente com Deus! E o mais hilário, isso sempre aconteceu quando ele estava pilotando…e tem gente que acredita!

Me ajuda aí padre Quevedo…

“Eu dou dez mil dólares a qualquer ser humano que prove que falou com Deus”

E a pachecada ainda fica com raiva quando a gente tira sarro, agora pode começar as tijoladas…

Leandra Silva
Leandra Silva
Reply to  Piquetada
9 anos atrás

Se identifique, por favor, não se esconda atrás de nicknames. Te convido a conversar, vamos trocar uma ideia, tanto sobre religião como automobilismo. Te passo meu Skype! Epa, pera, vc é só mais um covarde que vive no anonimato da internet…

Paulo Pinto
Reply to  Piquetada
9 anos atrás

Você está equivocado. Moisés também conversou com Deus.

Eric
Eric
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Dois idiotas…uma Piquezete e uma Schumaquete. PQP!!!!

Pablo
Pablo
Reply to  Paulo Pinto
9 anos atrás

Acho que não, hein, Paulo.
Se não me falha a memória, Maomé e Moisés apenas falaram com Deus, sem vê-lo.
O único que viu foi mesmo o Ayrton.
Ah, e também um tal de Joseph Smith, fundador do mormonismo, mas isso foi em mil oitocentos e bolinha. hahaha

Mario Mesquita
Mario Mesquita
Reply to  Piquetada
9 anos atrás

Isso non ecziste, rs..

Michel
Michel
9 anos atrás

Eu diria que Senna vivia uma pressão por vitórias e títulos muito maior do que Barrichello e Massa viviam a tempos atrás! Senna pressionava-se a si mesmo de tal forma que não conseguia viver em paz! Já Schumacher também pressionava-se a si mesmo por vitórias, mas de uma maneira bem mais relaxada! Na vida em tudo é preciso ter paciência, pois sem isso o indivíduo seja esportista ou não se afundará!

Diego
Diego
9 anos atrás

Que cobertura legal!

Parabéns a todos do GP, tenho acompanhado as coberturas (tanto desse especial como as corridas) e está muito bom, o final de semana da MotoGP foi demais. Tem que jogar este pessoal em algumas corridas de F1 (tipo Spa, Monza), sairia um material bem especial para acompanhar com a corrida.

O pessoal cheio de mimimi por causa do que você escreveu, mas parece que tem que seguir a boiada para ser elogiado (e parece que não te acompanham por aqui).

Gostei muito do comentário do Reginaldo Leme.

Para mim faltou o do Galvão, que era um cara que estava bem próximo dele, sei que ele já falou muito sobre o assunto, mas o excelente pessoal do GP conseguiu tirar dos entrevistados alguma coisa diferente do que sempre escutamos.

Estevão
Estevão
9 anos atrás

Texto mais que excelente. Sem pachecada. Limpo, reto, direto.
Parabéns.
Só uma coisa me atormenta: as viúvas que comentaram pelo Facebook no site do Grande Prêmio. Cara, tem um esperto lá que confunde inflação, fome, moralidade infantil, com divindade esportiva. Que vá procurar o caminhão (de lixo) de onde caiu.
Abs.

Leandra Silva
Leandra Silva
Reply to  Estevão
9 anos atrás

Querem uma cobertura boa de verdade? Vejam o Trabalho (com T maiúsculo mesmo) do Lívio Orichio, dá de chinelo em qualquer outra cobertura (inclusive na “melhor” que alguns arrogantes dizem por aí. Mas xiii, é desafeto do Gomes, então ele vai bloquear mais esse meu comentário. Como se adiantasse, as redes sociais bombam!!!

Pablo
Pablo
Reply to  Leandra Silva
9 anos atrás

Acabei de ler e, sinceramente, não ví nada de especial. Foi o velho “mais do mesmo” de sempre, como em 99% dos textos publicados sobre Senna. Quando aparece alguém com culhões e capacidade suficientes para destoar da mesmice, automaticamente é visto como profissional incapaz.
Voltando ao Lívio… Precisava mesmo falar a respeito da suspeita de irregularidades na Benetton?! Outra coisa totalmente desnecessária foi colocar entre aspas a palavra amigo ao se referir da relação do piloto com seu chefe de equipe, passando uma imagem de “monstro insensível” de Frank Williams para o leitor. Se fosse esse monstro mesmo teria, no mínimo, o ódio escancarado da Viviane Senna. Bom exemplo disso é a forma como essa vê Adriane Galisteu. Sem contar que Bruno Senna chegou até pilotar para a equipe anos atrás.
Na verdade, esses textos – do Lívio – estão cheios de citações desnecessárias.
Não sou jornalista e não entendo patavinas da profissão, mas tenho idade suficiente para saber que um jornalista tem poder de formar opiniões. Portanto, acho que muitos deveriam pensar naquilo que escrevem antes de fazê-lo. A respeito de Senna, então, muito mais, pois o que não falta no Brasil são fanáticos pelo piloto, e fanatismo é algo perigoso. Cega. O cara fanático até mata. Lennon foi morto por um. Bin Laden e seus seguidores são outro bom exemplo. Os caras falam, falam e falam de Deus, sua bondade, sua compaixão, suas leis divinas, suas vontades, seu infinito amor para conosco, mas vão lá e esplodem milhares dentro de um prédio em nome desse mesmo Deus, que por ironia, supostamente nos pediu para “amarmos o próximo como a nós mesmos”. Contradição pouca é bobagem…
E isso tudo devido a que? Ao fanatismo, claro.

aatrcoutinho
aatrcoutinho
9 anos atrás

Texto realista mas belo, o melhor que li sobre o piloto. Mas acho que seus devaneios não eram apenas palavras e ele os sentia realmente. Era uma auto ajuda que o fazia ter coragem de acelerar mais do que outros nas curvas. Cada um tem que inventar seus métodos para tirar mais de si proprio.

augusto
augusto
9 anos atrás

Texto realista mas belo, o melhor que li sobre o piloto. Mas acho que seus devaneios não eram apenas palavras e ele os sentia realmente. Era uma auto ajuda que o fazia ter coragem de acelerar mais do que outros nas curvas. Cada um tem que inventar seus métodos para tirar mais de si proprio.

Paulo Pinto
Reply to  augusto
9 anos atrás

Todo idealista é, também, um sonhador e Senna não escapava dessa regra.

PedroL
PedroL
9 anos atrás

Texto simplesmente espetacular, um dos melhores que já tive o privilégio de ler, fenomenal…sublime…