S DA SALVELINA (8)
SÃO PAULO (vida dura) – Marcus Ericsson, ex-Caterham e futuro Sauber, está usando uma credencial emprestada por um jornalista da TV sueca. Motivo: quando a equipe avisou formalmente que não viria a São Paulo, todas suas credenciais foram canceladas. Ou seja, como diria Luciano Burti, se algum integrante da equipe quisesse dar um pulinho no Brasil para aproveitar a folga forçada, comer um churrasco e tomar uma caipirinha, na hora em que batesse seu passe na catraca de Interlagos iria tocar uma sirene e ele seria abatido a tiros de escopeta por agentes escondidos atrás de pilhas de pneus.
A FIA e a FOM não perdoam. Ericsson não pôde entrar com sua credencial de piloto, o que é ridículo. É capaz de punirem o pobre diabo com dez posições no grid da primeira corrida dele pela Sauber se descobrirem que está com passe de outra pessoa.
Imagina se ele filmar alguma coisa dentro do paddock e postar no youtubi, tá acabado, tadinho…
Absurdo total. Ericsson é piloto de Fórmula 1 profissional, inclusive está garantido no próximo ano, pela Sauber. E só está fora do grid neste momento devido a sua equipe que não teve condições técnicas e financeiras para alinhar. Na verdade, defendo que todos os pilotos e ex-pilotos tenham o direito de entrar em qualquer autódromo em dias de corrida, de forma vitalícia. Se o Katayama e o Mazzacane quiserem entrar em algum circuito para assistir uma corrida numa área cuja credencial seja obrigatória, eles deveriam ter o direito também. Eles já foram pilotos profissionais, é isso que vale.
Sejamos sensatos. Se a equipe não está participando do GP, os seus integrantes não podem ter acesso ao autódromo com as mesmas credenciais de quem está trabalhando.
Vocês não perdem a velha mania do “jeitinho brasileiro”.
Seria o Marcus Ericsson a identidade secreta do “marco véío”? De qualquer forma, ele é o primeiro piloto sueco na F1 depois do Stefan Johansson, embora não seja o mais empolgante (esse continua sendo o Slim Borgudd, baterista do ABBA), então é previsível que os suecos façam algo por ele.
Tem que pagar a carteirinha da CBA!
Nada sueco é o jeitinho que ele está dando para entrar. Pensava que emprestar credencial era coisa de brazuca.
Dizem que o Bernie fica vigiando pelo monitor:
– Lá vem o Marcus descendo o morro da Vó Salvelina…
Que situação ridícula essa, hein? Em um dia, o cara é piloto da categoria mais nobre do planeta, ou seja, é “o cara”. No dia seguinte, vira um “Zé Ninguém”! É esse tipo de postura e mentalidade que norteiam esses caras da FOM e da FIA. Por isso que a categoria está indo de mal a pior. Mas eu tenho esperança de que alguém, vendo o fundo do poço, possa mudar toda essa palhaçada aí e trazer a F1 de volta àqueles que realmente sempre fizeram a categoria ser o que é: os fãs e os pilotos.