(OUTRA) DICA DO DIA

SÃO PAULO (inacreditável) – A internet enche bem o saco de vez em quando. Mas tem coisas que, não fosse ela, jamais saberíamos. Como, por exemplo, que o dono do autódromo de Donington Park é o maior colecionador de memorabilia nazista do mundo. E ele não tem nada de nazista.

A matéria do “The Guardian” é longa e está em inglês — cheguei a ela graças a uma dica do Rodolfo Paleta. Mas revela coisas incríveis. O tanto de objetos que esse cara juntou ao longo dos anos é inacreditável. Tem até a porta da cela em que Hitler ficou preso em Munique quando escreveu “Mein Kampf”.

E é claro que cabe a discussão: essa coleção não pode se transformar em algo laudatório à maior infâmia da humanidade? Por outro lado, o valor histórico desses objetos pode ser ignorado?

Talvez por isso seja uma coleção particular, jamais aberta ao público. Algo que atormenta seu proprietário, inclusive.

Quanto a Donington, lá está o outro museu do nosso amigo britânico. A maior coleção de carros de corrida do mundo. Esta, aberta a visitação. Uma espécie de Meca para quem gosta de automobilismo. É preciso conhecê-lo.

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Andre W.
Andre W.
8 anos atrás

Depois da terceira guerra mundial, se sobrar alguém, param de venerar positiva ou negativamente a figura do Hitler, como aconteceu com Napoleão, César, Alexandre o Grande, Bismarck. Daí a coleção, se sobrar algo, poderá ser exposta.

igor freire
igor freire
8 anos atrás

por algum motivo, o link do post não está funcionando, mas consegui acessar por este:

http://www.theguardian.com/world/2015/jun/24/the-man-who-sleeps-in-hitlers-bed

Nelson Barreiros Neto
Nelson Barreiros Neto
8 anos atrás

Boa tarde Flavio. Eu já li muito sobre a segunda guerra e também sobre nazistas em geral.

O assunto sempre me fascinou porque a cada obra que leio mais me certifico o quão baixo pode chegar o ser humano.

Não sabia desta coleção e acho sua pergunta feita no terceiro parágrafo totalmente pertinente, porém, sua observação a seguir é perfeita. Essa vergonha da humanidade tem que ser preservada para quem sabe as gerações futuras possam aprender com ela e reconhecer os sinais para evitar infâmias futuras como foi o nazismo nos tempos vindouros.

Infelizmente observamos dia a dia que pouco aprendemos com o passado,.

Abraço

Ótimo post.

PAULO F1
8 anos atrás

Sinceramente, pelo horror que foi o nazismo (e que ainda persiste com o número cada vez maior de neonazistas), imaginem a “carga negativa” e por que não dizer “demoníaca” que uma coleção desta tem. Por muito pouco eu e meus familiares não existiríamos, pois meu avô e minha avó vieram para o Brasil antes de serem caçados novamente (meu avô teve um braço e uma orelha decepada, mas conseguiu sobreviver e fugir com a minha avó. Se eles tivessem sido assassinados, eu não estaria aqui para contar isto. A mesma sorte os parentes do meu avô e da minha avó não tiveram…eram 14 e foram assassinados. Não eram judeus, eram italianos). Mesmo aqui no Brasil, houve perseguição a italianos que vieram para cá na época, pois o regime na Itália apoiava Hitler. Acho que o melhor a ser feito com tal coleção seria a queima total em praça pública (garanto que muitos neonazistas iriam aparecer para arrumar uma baderna…fodam-se, prendam eles e que sofram pena de morte, pois para mim é inadmissível que alguém apoie e cultue um “horror” deste…tentando perpetuar isto). Bom, é isto o que penso e vou mais longe: quando o dono morrer, quem herdar isto fará o que?? Qual uso?? Um museu dedicado ao horror?? Ou irá vender a um simpatizante do nazismo e seus neonazistas, fazendo fortuna com isto?? Queimem tudo!!!! Desculpem pelo “texto desabafo”, mas não me contive. Valeu Flavio Gomes e valeu pessoal.

Daniel
Daniel
8 anos atrás

Deve ser amigo do Lemmy, do Motorhead, que também adora colecionar objetos nazistas. Mas ele é nazistão mesmo…

Alberto
Alberto
8 anos atrás

O Lemmy Kilmister do Motorhead também tem uma grande coleção de itens nazistas.
Quanto ao museu de Donington, esse ainda tenho de ver de perto. Provável que no próximo ano eu aproveite uma ida à Alemanha para dar uma chegada lá.

Pdr Rms
Pdr Rms
Reply to  Alberto
8 anos atrás

Ta cheio de voo barato entre as principais cidades alemas e Londres. E de Londres a Nottingham (cidade grande próxima ao autodromo) dá 1h de trem. É uma viagem que da para fazer tranquilamente ida em um dia e volta no seguinte.

Lucas S.A.
Lucas S.A.
8 anos atrás

Não acho correta a atitude dos europeus em relação às ideologias fascistas do século XX. Parece ocultação de cadáver. Não pode falar a respeito, não pode mostrar imagem. Fica só uma mancha oculta na mente, do tipo “vou ter pesadelos com isso pra sempre”. Fez merda, assume! Perguntaram, responde! Mas pelamor, também, sem celebração, que nem americano (150 anos e ainda ter símbolo oficial com bandeira confederada é foda…).

Daniel
Daniel
Reply to  Lucas S.A.
8 anos atrás

Que eu saiba, é bem o contrário. Os EUA tem o Martin Luther King day. Americano “celebra” a escravidão ou a discriminação? Nunca vi. Quanto à bandeira confederada, é cercada de controvérsias. Para muitos representa apenas o Sul e a “resistência” ao domínio “yankee” e ao Partido Republicano (sim, o odiado Partido Republicano representava o norte e era odiado no Sul).

Uma opinião interessando sobre a bandeira confederada, dizendo que se ela é racista, a bandeira americana (Stars and Stripes) é muito mais:

The Stars and Stripes flew over American slave ships, which mainly transported slaves from Africa to the Caribbean and S America. It flew over the New England states, particularly RI and MA, where prominent families made fortunes in the filthy slave trade, it flew over the US Army units that oversaw ethnic cleansing of American Indians during the Trail of Tears and later conducted a campaign of genocide against the Plains Indians from 1860 – 90. The Confederate flags flew over army units that integrated blacks and whites together and defended their homes and families against and cruel, brutal, murderous enemy that waged “total war” against the South, including civilians, women and children, white and black.

Lucas S.A.
Lucas S.A.
Reply to  Daniel
8 anos atrás

O fato de a Stars and Stripes ter estado nesses navios foi redimido pela atuaçao anti-escravista da União durante e após a Guerra Civil. O que redime a bandeira Confederada? Nada! Será sempre um símbolo do chauvinismo escravocrata dos Estados Sulistas, os quais quase implodiram o país, única e exclusivamente para preservar seu estilo hediondo de sociedade. E tem gente brigando pra preservar o símbolo máximo dessa excrecência! Aí não tem Martin Luther King Day que resolva…

mario
mario
8 anos atrás

Vejam o patrocinio do primeiro carro,,,

William Gimenes
William Gimenes
Reply to  mario
8 anos atrás

Albilad… empresa construtora na Arábia Saudita…

Pdr Rms
Pdr Rms
8 anos atrás

Já estive lá, obviamente que não tem 2.500 carros, mas é um lugar imperdível e duvido que haja outro local com uma coleção maior e tão variada aberto ao público. Quase indescritível a emoção de estar lado ao lado com os Lotus 72 e 33, as Mclaren MP4/4 e M23, uma Tyrrell P34 e tantos outros.

jovinos
8 anos atrás

Quantos carros tem esta coleção? O PIquet me falou que o Bernie Ecclestone tem mais de 2.500 carros de corridas antigos de diversas marcas e categorias. Jovino