Os anos 80 eram mesmo muito loucos. Dú Cardim mandou o recorte da revista “Placar” com a Regina Calderoni posando para Silvio Porto. Ela correu nas Mil Milhas de 1989, mas não tenho de cabeça informações daquela prova. Ajudem aí com informações e lembranças.
“THE PASS”
SÃO PAULO (que saudade) – Victor Martins lembra no GRANDE PREMIUM dos 20 anos de uma das maiores ultrapassagens de todos os tempos. 8 de setembro de 1996, encerramento da temporada da Indy em Laguna Seca. Última volta, Alessandro Zanardi persegue loucamente Bryan Herta. Era seu primeiro ano na categoria. Naquela corrida, seu companheiro de Ganassi, Jimmy Vasser, conquistou o título.
Mas foi o italiano o nome da prova. Porque passou Herta na famosa curva Saca-Rolha de um jeito improvável e maravilhoso. E a manobra entrou para a história. Foi a terceira vitória dele no campeonato, fechando com chave de ouro sua participação como melhor “rookie” do ano.
Zanardi está no Rio para a Paraolimpíada. É um herói dos nossos tempos. E pergunto a vocês: essa aí de Laguna Seca ou aquela de dez anos antes, na Hungria, de Piquet sobre Senna?
TEM CORRIDA AO VIVO NO “GP”
SÃO PAULO (boa) – Pela primeira vez desde a manjedoura, o Grande Prêmio será responsável pela transmissão ao vivo de corridas no país. A partir deste fim de semana, em Interlagos, o site vai mostrar as etapas do Campeonato Brasileiro de Turismo. A categoria faz parte do pacotão da Vicar, que tem também o Brasileiro de Marcas, o Mercedes-Benz Challenge e a F3 Brasil. Aliás, quem gosta de automobilismo não tem o direito de não ir a Interlagos. Olha a quantidade de provas. São cinco categorias diferentes. Carro que não acaba mais. Não dá para reclamar.
Todos os aplausos ao Victor Martins e sua equipe, que costuraram o acordo e oferecem mais um produto ao amigo internauta.
FUERZA MÉXICO
SÃO PAULO (lá vem) – O que rola é que Carlos Slim está comprando a Force India. O bilionário mexicano cansou de apenas apoiar pilotos e patrociná-los em várias equipes. Vijay Mallya, o simpático indiano que comprou o espólio da Spyker no fim de 2007 (que, por sua vez, tinha comprado o time do grupo Midland, que sucedeu a velha e boa Jordan) está com sérios problemas financeiros, devendo até as calças, e é provável que o negócio seja fechado em breve.
Me parece claro que, se isso acontecer, a equipe mude de nome de novo. Fuerza México?
LIBERTY Quæ SERA TAMEN
SÃO PAULO (novos tempos) – A negociação é intrincada e complicada, ações pra lá, grana pra cá, e a descrição detalhada de tudo está aqui. Mas o fato é que o grupo norte-americano Liberty Media é o novo dono da F-1, tendo adquirido o controle do grupo CVC Capital Partners, que comanda os negócios da categoria desde 2006 — embora Bernie Ecclestone, na prática, mande em tudo.
Num primeiro momento, 18,7% das ações que pertencem ao CVC (que nada tem a ver com a agência de turismo brasileira) serão transferidos imediatamente ao Liberty. Um novo executivo assume a chefia do novo Formula One Group, que será criado para gerir a coisa toda — seu nome é Chase Carey, oriundo da indústria cinematográfica, um dos braços do grupo.
No GRANDE PREMIUM, Renan Martins Frade esmiúça as atividades desse gigante da indústria do entretenimento global, com atuação em áreas diversas como TV a cabo, esportes, streaming, cinema, telefonia e sei lá mais o quê. O perfil dos caras indica que a F-1 sairá do marasmo em que se encontra no que diz respeito à relação com o público, e que muita coisa vai mudar. Regulamento, calendário, características técnicas? É possível que sim. Aparentemente, a influência da FIA nessas questões vai diminuir. As pessoas envelheceram. A F-1 também.
Aguardemos. O que se sabe é que Bernie continuará tendo grande influência política em todas as decisões, já que controla as equipes. Mas ele mesmo já avisou que fica apenas mais três anos. O “apenas”, aí, é força de expressão.
Acho que veremos uma nova F-1 nos próximos anos. Como será, não tenho a menor ideia.
LEVE A GUERRA PRA CASA
SÃO PAULO (até lá) – Primeiro, diga-se que é uma judiação. O leilão que vai acontecer em Catz, na Normandia, no dia 18, resulta do fechamento de um museu, o Normandy Tank Museum — inaugurado em 2013, mas que aparentemente não atraiu muita gente. Isso não é comum na Europa. Ele nasceu de uma coleção enorme de objetos militares da Segunda Guerra que inclui tanques, jipes, motos, caminhões, aviões e anfíbios. Muitos deles participaram do desembarque nas praias do norte da França no Dia D.
Quando estive na região pela última vez, o museu não existia. Mas a Normandia me falou fundo ao coração.
APAIXONEI
SÃO PAULO (Gurgel, Gurgel…) – Putz, não lembro quem mandou a dica, aí nos comentários. Mas assim que abri a página indicada, fui atrás de mais informações. E encontrei mais um ótimo texto no “Top Gear”.
Estamos falando do pequeno OX. Não sei bem como defini-lo. Um caminhão? Uma picape? Um mini-caminhão? Uma super-picape?
Fiquemos com caminhãozinho.
[bannergoogle]Esse troço foi mostrado pela primeira vez em 2013. Mas, agora, parece que vai. E a ideia é genial: um caminhãozinho que possa ser vendido para países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Que seja barato. Que possa ser exportado desmontado em contêineres, seis por vez. Que possa ser montado rapidamente por operários locais — três pessoas montam um em 12 horas, no máximo. Que seja robusto. Que ande em qualquer terreno. Que não quebre. Que seja fácil de consertar. Que salve a humanidade, enfim.OK, é meio exagerado salvar a humanidade. Mas seu criador, Sir Torquil Norman — de acordo com o “Top Gear”, ex-piloto de caça, advogado, economista, banqueiro e magnata da indústria de brinquedos –, investiu três milhões de libras no projeto e calcula que o OX vai custar entre 10 mil e 15 mil dinheiros da rainha. Multiplique por cinco para chegar ao valor em michel-têmeres-golpista. Ele quer vendê-lo para organizações de ajuda humanitária, agências de fomento que atuem no Terceiro Mundo, órgãos da ONU, entidades assistenciais. “Meu sonho é que cada cidade na África tenha um OX”, disse.
O trem de força vem todo do Ford Transit, um furgão popularíssimo — e muito feio — na Inglaterra. Motor a diesel, câmbio de cinco marchas, paineis que se transformam em rampa, rodas de aro 16. Suas suspensões são intercambiáveis. A posição de dirigir é central, para que seja usado em qualquer mercado — os de “mão inglesa” e onde o volante fica do lado esquerdo. Seu manual de instruções para montagem é todo impresso com pictogramas, para que seja compreendido em qualquer país.
[bannergoogle]Mas, agora, o melhor. O projetista é Gordon Murray. Ele mesmo.Precisa apresentações? Acho que não. O sul-africano, mago da F-1 nos anos 80, tem um currículo que inclui as Brabham campeãs com Piquet em 1981 e 1983, além do melhor McLaren de todos os tempos, o MP4/4 de 1988. Murray disse em entrevistas que nenhum carro que construiu na vida lhe deu mais orgulho que o OX. Ele pesa 1.700 kg, e pode carregar 1.800 kg. “A relação do custo por kg carregado quando comparado a uma Hilux é cinco vezes menor”, contou.
O OX é tão simples e tão feinho, que acaba sendo lindo. Tomara que dê certo, esse projeto, e que, realmente, ele se espalhe pelo mundo. Porque o mundo está precisando de simplicidade.